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História Uma Vida de Mentiras - Twelve


Escrita por: gigiic

Notas do Autor


Primeiramente: NÃO, EU NÃO MORRI E NEM DESISTI DA HISTÓRIA. Segundo: Boa noiteeeee!
Realmente me desculpem pelo atraso, dessa vez foi hard. Não sei se vocês viram, mas eu avisei no meu ask (/giocostaa) que não iria postar no dia certo por causa da morte da mãe do Louis. Eu usei esses dias sem postar para decidir se ela, Johannah, iria morrer ou não na história já que ela é baseada em "fatos reais" (sabiam que a história que o Harry contou para a Bethany na piscina em Dubai, sobre ele na casa de Nicholas Grimshaw , foi "verdade"?). Cheguei a uma conclusão: não, ela não vai morrer, não quero escrever o meu bolinho triste.
Então, espero que vocês gostem do capítulo e do personagem novo. Boa leitura!

Capítulo 12 - Twelve


Fanfic / Fanfiction Uma Vida de Mentiras - Twelve

Capítulo não revisado.

Sydney – 05 de dezembro de 2017

– Bom dia, tia Rosalie! – nos cumprimentamos com um abraço apertado daqueles típicos de quando estamos com saudades.

– Bom dia, Beth – beijou minhas bochechas, as deixando melecadas de batom. – Já estava ficando com saudades da minha filha mais nova.

– Eu também, tia.

Desde que conheci Julie, logo quando me mudei para Los Angeles e dividíamos um apartamento com mais três garotas, nós ficamos tão próximas que quando voltávamos para a Austrália ela dormia na minha casa ou eu na dela. Foi assim que sua mãe ganhou o cargo de tia/melhor conselheira.

– Soube que você está namorando aquele bonitão das revistas adolescentes – tia Rose falou como quem não queria nada enquanto servia nossos pratos com ovos e torradas quentinhas.

– O nome dele é Harry, mamãe – Julie avisou antes de enfiar uma torrada com vegemite¹ dentro da boca.

– Isso! Harry Styles, o Mick Jagger dessa nova era – ela falou com uma empolgação tão grande que acabei me assustando. – E como está indo esse romance?

 – Ah, tia, eu nem sei como começar a contar tudo a vocês – não precisei pensar muito para decidir que, para elas, era melhor a verdade. Eu sabia que nunca iria conseguir manter um segredo daquelas duas.

Soltei uma lufada de ar antes de começar a contar tudo sobre aquele assunto, desde a primeira reunião até a nossa despedida no aeroporto de Sydney. Incluindo todos os mínimos detalhes que eu lembrava naquele momento.

– Sinceramente? Eu imaginei – a mais velha falou assim que terminei. Olhei-a com as sobrancelhas franzidas numa clara demonstração de confusão. – Há alguns anos, quando Julie ainda não havia voltado a ser modelo, eu lhe comprei umas revistinhas de adolescentes só para que ela se sentisse como qualquer outra garota de sua idade – começou com uma careta de minha amiga em sua direção. – A banda dele estava na capa, não que eu lembre, precisei dar uma olhadinha nas coisas antigas. Enfim, o ponto é que havia uma entrevista com todos os garotos e, pelas palavras usadas, Harry Styles não aparentava ser um cara heterossexual... – ela deu de ombros, parecia estar incomodada de estar falando aquilo. – Falei com a Julie sobre o namoro de vocês ser um farsa e ela ficou de falar com você.

– Lembra quando te liguei e você estava com ele? – me forcei a lembrar de quando ela havia ligado e lembrei-me do dia da reunião na casa do Harry. Concordei com a cabeça. – Então, foi exatamente para perguntar sobre isso.

– Então aquele escândalo que você fez e a mensagem no ano novo...

– Eu vi as fotos de vocês. No restaurante e chegando ao seu hotel. Você não parecia triste com aquilo ou até desconfortável, então disse a mamãe que achava que ela estava errada – ela me interrompeu após beber um pouco de suco de goiaba para engolir sua comida.

– Só que a mamãe nunca erra, meus amores – tia mandou um beijinho no ar para nós duas. – Confesso que nunca pensei que faria isso, Beth. Mas sei que, se está fazendo, é por algum motivo.

– Sim! Eu gostei muito de passar um tempo com ele e realmente estou disposta a ajudá-lo no que precisar.

– Mas...

– Mas eu queria saber mais sobre ele e Louis, entende? As vezes sinto que estou fazendo tudo no escuro, sem saber o que me aguarda – encarei as duas e percebi que elas me olhavam com um tantinho de pena e muita preocupação. – Já tentei conversar com ele, mas ele não fala. Foge do assunto sempre.

– Talvez eles não tenham tido nada e ele já esteja de saco cheio disso – minha melhor amiga começou.

– Ou eles não estão numa fase muito boa do relacionamento – tia Rose disse como se fosse algo óbvio. Julie a encarou com os olhos cerrados num pedido silencioso que se calasse.

– Essa é uma ótima alternativa a se pensar, tia. Vou investigar sobre e, com certeza, contarei a vocês duas – garanti com toda a sinceridade. Naquele momento, eu prometi a mim mesma que iria questionar aquilo a ele.

Terminamos de tomar café em meio a risadas e colocando a conversa em dia. Julie contou novamente a história sobre o homem que conheceu na Holanda e tia Rose quase chorou de rir quando sua filha contou que o pai quase teve um infarto quando a viu acompanhada.

– Julie, você vai conosco para Byron? – questionei enquanto tentava arrumar minha mala.

– Desculpe Beth, mas não poderei ir. Tenho uma sessão de fotos na Nova Zelândia amanhã à tarde, vou viajar hoje ainda – ela se aproximou e começou a dobrar minhas roupas também. Murmurei um 'tudo bem'. – Diga aos seus pais que estou morrendo de saudades e, ao Noah, que eu estou de olho nele – gargalhei ao ouvir aquilo. Julie enchia o saco do meu irmãozinho dizendo que ela era sua namorada e garotos de oito anos não gostam muito da ideia de ter namorada, essa era a parte engraçada.

Depois de tudo pronto, me joguei na cama de casal e mandei uma mensagem para Harry avisando que só estava o esperando para irmos embora. Não demorou muito para a reposta chegar:

"Passo aí em 1h30. Já estou na rádio e a entrevista já vai começar. Falo com você quando acabar.

Beijos, H."

Respondi apenas com uma mãozinha fazendo um legal.

– Beth, a senhora minha mãe mandou avisar que a entrevista do Harry vai começar – Julie avisou colocando a cabeça na porta do meu quarto (sim!! Eu tinha um quarto na casa delas).

Não demorou muito para estarmos todas sentadas na frente ao MacBook de Julie, estávamos parecendo três adolescentes com os hormônios a flor da pele.

A entrevista começou com perguntas bobas, como: “você está animado para a volta da One Direction? Você sentiu falta do palco?”, sim e sim, respectivamente. O entrevistador continuou com as perguntas sobre a banda e a volta triunfal, até que entrou no tópico "relacionamento".

– Soube que você está namorando uma australiana, isso é mesmo verdade?

– Estamos nos conhecendo – respondeu depois de alguns segundos de silêncio.

– Então você pretende vir mais vezes por aqui? – o jornalista continuou com o assunto.

– Não muito, porque a banda está voltando no mês que vem. Então, vou me dedicar totalmente ao meu trabalho – a voz do meu namorado transmitia força e um tanto de raiva. Aquele era um assunto proibido.

– Isso quer dizer que esse romance vai acabar quando começar fevereiro?? – mudando as palavras do Harry, era isso o que aquele homem estava fazendo. Aquilo era um tanto baixo.

– Isso quer dizer que eu estou muito animado com a volta da banda – depois daquela cortada, o repórter mudou de assunto e o tom de voz do Styles já havia voltado ao normal.

– Muito obrigado, Harry, por nos ceder meia hora dos seus últimos dias de férias. Espero te ver mais vezes por aqui e desejo tudo de bom para a volta da banda.

– Obrigada por me receber!

O entrevistador se despediu mais uma vez e começou a tocar uma das músicas sucessos da One Direction. Olhei para minha melhor amiga, que cantava a tal música, e tia Rose, que me encarava com atenção.

– Você já va- – sua fala foi cortada pelo meu celular avisando a chegada de uma nova mensagem.

"Beth, estou saindo da rádio. Te encontro aí na frente em 20min?

H."

Respondi apenas um "sim" e voltei a olhar para tia.

– Isso já respondeu – apontou para o celular, me fazendo sorrir.

As duas me ajudaram a levar as malas para a sala e verificar se eu não havia esquecido nada. Despedi-me das duas com um abraço apertado e prometi a Rosalie que iria visitá-la mais vezes naquele ano, já que havia conseguido sair do desenvolvimento da YMG.

– VOCÊ PASSOU? QUE COISA ÓTIMA, BETHANY!! – ela correu para me abraçar e começamos a pular no meio da sala. – Se você tivesse dito antes, nós teríamos saído para comemorar.

– Outro dia, tia. Juro que comemoramos – me perguntei mentalmente o porquê de estar sempre prometendo ver todo mundo, porém eu não tinha tempo nem para mim. Tia Rose apenas me olhou de canto.

Ouvimos uma buzina do lado de fora e eu soube que ele já me esperava. Puxei as duas para fora e pedi para que Harry saísse do carro um pouco.

– Bom dia. Eu sou Harry Styles – meu namorado as cumprimentou com apertos de mão e abraços rápidos. Se eu estivesse concentrada, talvez eu pudesse ouvir os batimentos agitados da minha amiga. Ela curtia toda banda e cantor pop que aparecia, One Direction não era uma exceção.

– Essa é Julie, lembra que te falei que morava com uma amiga? É ela – apontei para a morena que sorria sem parar. – E essa é Rosalie, primeira mãe dela e minha segunda – Harry arqueou as sobrancelhas e todos sorrimos. – Temos que ir agora – avisei colocando minhas coisas no porta-malas do táxi que nos deixaria no aeroporto de Sydney.

– Cuidado com a minha filha mais nova! – a senhorita Whitely berrou antes de entrarmos no carro.

– Elas são adoráveis! – ouvi a voz do Harry assim que sentei no banco de trás.

– Eu as amo – acenei uma última vez para as duas mulheres que ficavam para trás.

O motorista, que se apresentou como Jackson, nos levou até o aeroporto enquanto nos contava uma história sobre sua filha de oito anos não sair de casa sem seu batom rosa choque e suas botas douradas. Eu nunca havia visto aquele homem na minha vida, mas ele falava com tanta empolgação que acabei me interessando por suas histórias.

– Então eles sumiram por algumas horas e, quando voltaram, estavam com tinta colorida em todo o rosto e gritavam “somos arco-íris!” – Harry e eu gargalhávamos sem parar.

– Preciso conhecer seus filhos um dia – consegui falar em meio às risadas.

– Aqui está o meu cartão, me ligue quando estiver de bobeira e eu pego você, onde estiver, e levo para conhecê-los – me passou um retângulo pequeno com seu nome, número e um endereço.

– Até se eu estiver em Byron Bay? – arqueei as sobrancelhas com o ar de riso.

– Aí você me quebra, nove horas de viagem não é para qualquer um. Ligue quando estiver aqui em Sydney – manobrou o carro no meio de outros que estavam no estacionamento e parou na frente da porta lateral.

– Até a próxima, Jackson – Harry se despediu com um aperto de mão.

– Te ligo quando estiver de bobeira – balancei o cartão com seu número e ele concordou com a cabeça. Demos um abraço rápido antes de ele me entregar minhas malas.

– Até mais, meus amigos – acenou e saiu pisando fundo no acelerador.

– Vamos? – Harry apareceu com um carrinho para nossas bagagens e as colocou em cima de forma organizada.

– Vamos – passei o braço direito por sua cintura e ele abraçou meus ombros.

Algumas pessoas nos encaravam com curiosidade e até tiravam fotos, por sorte ninguém interrompeu nossa caminhada até o check-in e, depois, até a sala de embarque. O voo não estava lotado, pois era uma viagem até Gold Coast – já que na minha cidade natal não tinha aeroportos. A viagem foi rápida e silenciosa. Eu pensava numa forma de perguntar ao Harry sobre seus segredos e ele, bem, eu não sei sobre o que ele tanto pensava.

Chegamos com um pouco menos de duas horas de viagem, havia uma Mercedes-Benz branca nos esperando no estacionamento e logo estávamos parando o carro em frente a minha casa.

– Mãe? Pai? Chegamos! – gritei após passar pela porta. Ninguém respondeu. – Mamãe??

– Tem certeza que eles estão aqui? – Harry parou ao meu lado me estendendo um bilhete escrito com a letra da minha mãe.

“Estamos no restaurante. Espero que não estejam tão cansados, pois esperamos vocês lá.

Beijos, mamãe”

– Não tenho mais tanta certeza, mas sei para onde iremos.

Largamos as malas no quarto de visitas e voltamos para o carro.

– Estou ficando exausto.

– Eu também. Você quer que eu dirija? – ele me olhou de canto e pareceu pensar um pouco. – Você não sabe o caminho até lá – pisquei os olhos várias vezes, tentando ser fofa. Eu só queria dirigir aquela belezinha.

– Cuidado com ele – jogou a chave em minhas mãos e eu quase me joguei nele.

– Obrigada, obrigada – lhe mandei beijos no ar e corri para o banco do motorista.

– Não sabia que você dirige, faz muito tempo? – antes de eu responder, ele colocou o cinto de segurança e verificou se ele funcionava bem.

– Engraçadinho. Eu aprendi aos treze e tirei a carteira assim que completei dezoito. Não precisa ficar com medo, você só morre se eu quiser – pisei no acelerador com mais força que o necessário, fazendo o garoto ao meu lado se segura no banco e me encarar em pânico.

– Agora estou com medo. Já te fiz alguma coisa que possa comprometer minha vida nesse momento? – ele me olhava atentamente, sua expressão assustada já havia dado lugar a um sorriso brincalhão.

– Sim, mas eu troco por segredos do seu passado obscuro – parei no sinal vermelho e o fitei.

– Pode me matar – respondeu sem preocupação alguma. Seu sorriso já ameaçava sumir.

– Estou brincando, querido – sorri para mostrar que não falava sério, quando na verdade eu falava. Só não sabia como dizer aquilo sem que ele se fechasse em seu casulo contra falsas namoradas curiosas. – Olha só, chegamos – estacionei em frente ao B & N Grill, um nome um tanto criativo para o meu pai que não conseguiu nem escolher o nome dos filhos.

– Nome legal – apontou para a placa gigante.

– Estava pensando exatamente isso – sai do carro e lancei a chave de volta para ele. – Preciso de um carro como esse.

– Sim, eu também! – entramos no local juntos e me surpreendi ao ver apenas um casal lá dentro.

Não é querendo me gabar ou fazer isso para o meu pai, mas aquele era o melhor restaurante da cidade e estava sempre lotado de gente. Aquilo só podia ter algo a ver com nossa chegada.

– Harry! – ouvi a vozinha de Noah assim que entramos.

– Noah! – os dois se abraçaram como se não se encontrassem há anos.

– Estou, oficialmente, ofendida – resmunguei com a mão no peito. – Eu sou sua irmã, Noah Lancaster.

– Pff, eu não senti sua falta Bethany – ele revirou os olhos e saiu andando em direção à recepção.

– Eu vou matar você de cócegas – “gritei baixo”, só para que ele e Harry escutassem. Parece que não funcionou, já que meu irmão continuou andando. Ou ele me ignorou.

Puxei meu namorado até uma mesa vazia, o deixei sentado ali e fiz o mesmo caminho que meu irmão até a recepção. Encontrei meu progenitor resolvendo algo no caixa eletrônico, sua mulher falando com dois funcionários e o menor enfiando o dedo numa torta de morango que estava em cima do balcão.

– Olá família, quanto tempo! – chamei a atenção de todos com um grito.

– Filha, não grite aqui dentro, por favor – o mais velho repreendeu, depois acenou com o dinheiro na mão.

– Oi Beth – Lauren beijou minhas bochechas, assim como Rosalie fez. – Onde está o Styles? – apontei para a porta como resposta. – Já estamos fechando aqui, hoje vamos só comemorar!! – ela fez uma dancinha estranha e me fez repetir logo depois.

– Vamos logo, mãe – puxei-a pela mãe e a levei até onde Harry estava mexendo em seu celular. Papai e Noah vieram em nosso encalço. Os mais velhos cumprimentaram me namorado com a mesma empolgação do meu irmão.

Antes de sentar ao lado de seu filho mais novo, mamãe avisou que a comida seria por conta da casa e que eles iriam servir um prato novo do cardápio.

– Finalmente vamos vender torta de carne!! – ouvi papai gritar pela primeira vez desde que eu lhe disse que havia comprado um restaurante para a família. Todos bateram palmas, animados com a notícia. Logo Lisie trouxe uma bandeja com a torta de carne, purê australiano, costelinha com molho barbecue e batata frita.

Puxei o garfo, animada pra começar a comer aquela comida dos deuses, mas fui interrompida pelo barulho da porta. Um homem alto passou pela porta de entrada e eu estranhei. O restaurante não havia fechado?

– Lisie, você não trancou a porta? – mamãe sussurrou.

– Me desculpe, senhora Lan...

Parei de ouvir quando percebi que eu conhecia aquele cabelo um tanto ondulado e claro, aqueles olhos azuis esverdeados e aquela boca...

– Colton?! – levantei com rapidez e olhei para o garoto com os olhos arregalados.

– Bethany, que ótimo ver você!! – abraçou minha cintura e me tirou do chão.

– O que você está fazendo aqui? – questionei após ele me colocar de volta no piso. Ele arqueou as sobrancelhas, surpreso com a pergunta. – Quero dizer, você nunca veio muito e...

– Entendi! Eu vou tirar umas fotos amanhã para a Forever 21 da Nova Zelândia e decidir passar aqui para te dar os parabéns – ele prolongou a última sílaba com animação me abraçando mais uma vez. – Fiquei muito feliz quando soube que você passou.

– Muito obrigada, Colton. Você não imagina como eu fiquei – meu tom aumentou algumas oitavas, aquele assunto me deixava animada e orgulhosa. – Você ainda mora no apartamento da frente?

– Não, saí de lá logo depois que você e Julie se mudaram para Los Angeles. Não tinha mais graça ficar ali sem vocês – deu de ombros e olhou para alguém atrás de mim.

– Não tinha mais graça ou você ficou rico o bastante para comprar um apartamento em Nova Iorque? – arqueei as sobrancelhas.

– As duas opções – meu amigo abriu um sorriso convencido.

Conheci o Colton logo quando me mudei para os Estados Unidos, ele morava com outros três modelos no apartamento que ficava em frente ao nosso. Eu não gostava muito de nenhum deles, pois eles estavam sempre fazendo barulho e se achavam os últimos homens da constelação inteira. Julie foi a intermediadora da nossa relação, ela gostou de todos no primeiro contato e fazia questão de chamá-los para tudo que era canto. Acabei me acostumando com a presença deles e percebendo que eles eram os vizinhos mais legais que eu já tive.

– Senhora Lancaster, como está? – ele quase correu para abraçar minha mãe e cumprimentar meu pai. – Senhor.

– Colton, querido, me chame de Lauren. Quantas vezes eu já te pedi isso? – minha mãe foi outra que gostou do meu amigo logo na primeira vez que ele foi para a Austrália. – Vamos, sente aqui para comemorarmos essa nova fase da Bethany – minha progenitora apontou para uma cadeira vazia, ao lado dela.

Senti alguém me encarando atentamente e me virei para ver quem era. Harry me olhava sem expressão alguma no rosto. Franzi as sobrancelhas, perguntando o que estava acontecendo, ele apenas deu de ombros e fitou o outro homem.

– Boa tarde! – meu ex vizinho e, um dia ficante, estendeu a mão para meu atual “namorado”. – Eu sou Colton Cassell, é um prazer conhecer uma celebridade como você.

– Harry Styles – apertaram as mãos. Eles estavam visivelmente incomodados. – O prazer é meu.

– Harry é meu namorado – entrei na conversa, na intenção de mudar o clima, mas a resposta do meu amigo acabou com a ideia:

– Sim, eu sei. Vocês estão em todas as revistas – ele abriu o sorriso mais desconfortável que eu já havia visto em toda a minha vida. Harry o acompanhou.

– Er... Vamos... Vamos sentar – apontei para a mesa e puxei meu “namorado” junto. – Então Colton, você estava apenas passando pela porta desse lindo restaurante e resolveu entrar ou...? – interroguei.

– Com certeza foi exatamente isso que aconteceu – nós gargalhamos. – Eu lembrei que você não parava de falar sobre o restaurante da sua família e resolvi conhecê-lo – deu de ombros e voltou a olhar para a comida que estava sendo servida.

Comemos ao som da voz de mamãe que intercalava perguntas entre Colton e Harry. Eles respondiam superficialmente e encerravam o assunto. Aquilo estava sendo cada vez mais constrangedor.

– Bethany, você soube ontem que havia passado de fase? – Cassell limpou os cantos da boca logo após a pergunta.

– Sim, você soube que a Ferrah é a nova representante daqui? – eu sabia que, se estivéssemos sozinhos, ele diria algo como “você sabe muito bem que não quero mais ouvir o nome dessa garota”. Por aquele motivo, perguntei na frente de todos.

– Não, eu não sabia – ele me fuzilou com os olhos. Se ele tivesse visão de calor, eu já estaria completamente queimada.

Num passado não tão distante, Colton e Ferrah haviam tido um romance passageiro (para ela) e gigantesco (para ele). Infelizmente ela o largou pelo eu ex colega de apartamento e se mudaram para Londres.

– Eu tenho que ir embora, vou pegar um voo para Nova Zelândia ainda hoje – “tenho uma sessão de fotos na Nova Zelândia amanhã à tarde, vou viajar hoje ainda”.

– Acho que você e Julie irão para a mesma sessão de fotos.

– Espero, sinto falta daquela garota – respondeu um pouco apressado. Tirou a carteira do bolso e abriu a boca, porém minha mãe o cortou:

– Nem pergunte, vá logo para o aeroporto pegar o avião.

– Quando eu voltar, acertamos as contas, senho... Lauren – piscou para a mais velha e me encarou. – Até outro dia, Beth. Foi bom conhecê-lo, Harry – acenou para nós dois e saiu quase correndo. Eu só não sabia se aquela reação se devia ao fato de eu ter falado sobre sua ex namorada ou qualquer outra coisa.

Harry, que fitava a porta por onde o outro havia saído, me olhou novamente sem expressão alguma. Mais uma vez, arqueei as sobrancelhas no entanto, ele não falou nada.

– Quem vai querer pavlova² de morango?? – Andrew gritou, pela segunda vez em menos de três horas, tirando minha atenção do garoto de cabelos cacheados que olhava estranho para seu prato quase sem comida.

Naquele momento, Harry Styles estava mais estranho que o normal.

 

 

 

¹ Vegemite: pasta feita com levedo de cerveja e é encontrado em qualquer supermercado do país.

² Pavlova: é uma receita feita com torta de merengue com frutas e suspiros, pode ser feita em vários sabores, como chocolate e morango.


Notas Finais


E aí??? Espero que tenham gostado do Colton.
Não esqueçam de comentar aqui ou no meu ask o que estão achando da história: ask.fm/giocostaa
E é isso!! Tenham uma boa noite e até a próxima.


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