1. Spirit Fanfics >
  2. Umbrella High School >
  3. Um Sentimento Que Assusta

História Umbrella High School - Um Sentimento Que Assusta


Escrita por: PJ_Redfield

Notas do Autor


OLHA EU AQUIIIIIIII \o/ \o/ \o/
Viu só meus amores, não decepcionei dessa vez e OLHEM A QUANTIDADE DE PALAVRAS hahahahah isso mesmo, povo, me animei demais, mas sabem que não gosto de cortar nada, então merguuuuulheeem!!!
Ou leiam em parcelas já que com o tamanho desse capítulo só voltarei a postar daqui há um mês... Mentira! Hahahah, logo apareço por aqui trazer a sequência :-D
MAAAAASSS...
Aviso para segurarem o coração bem firme no peito heheh não é para me achar não, mas este capítulo está demais e espero muitoooooo que curtam!
Boa leitura...

Obs.: Mudei um pouquinho o estilo de formatação dos diálogos porque o Spirit adora desformatar meus capítulos quando os envio, então optei por este modo, aproveitem!

Capítulo 11 - Um Sentimento Que Assusta


Fanfic / Fanfiction Umbrella High School - Um Sentimento Que Assusta

* * * Chris * * *

 

A piazada já tinha começado com as bebidas e a curtição enquanto apontava as garotas que queriam pegar até o final da nossa “festinha”.

Eu ria sentado na camionete, mas ficava de olhos bem abertos na direção da minha irmã para nenhum engraçadinho se meter com ela. Tentei não trazê-la, mas minha mãe não me deu muita escolha já que “ela também tem que se divertir”.

Tudo bem...

Mas é complicado manter um olho nela e nas garotas ao redor, tinha cada coisa linda, mas eu não me prendia em nenhuma, só olhava quando algum dos meus amigos apontava e eu logo desviava.

Por que eu não olhava mais? Eu também não sei...

Não quis perguntar para Claire se a minha boneca vinha, mas a cada um que chegava meus olhos iam para o lugar e eu me sentia em uma pequena fossa quando não era ela.

Até a Sherry veio trazida pelos pais!

Por que não ofereceu carona para Jill poder vir?

Quando levo a latinha de cerveja na boca eu paro ao ver a imagem que eu tanto queria surgir e ir até a minha irmã.

Cara...

Não faz isso comigo...

Era ela. Linda. Maravilhosa.

O vestido escuro caia perfeitamente no corpo dela e seu cabelo como sempre solto, a deixava ainda mais perfeita com aquele olhar doce e jeito meigo ao falar com a minha irmã.

Passei a mão na cabeça enquanto eu passava um olhar geral por ela e senti meus hormônios enlouquecerem... Eu olhei para o que dava para ver das pernas dela, mas como o vestido ia até o joelho, não pude olhar muito. Mas o vestido só tinha alças e quando ela afasta um pouco o cabelo vejo um pescocinho que eu daria tudo para poder chegar perto... E com o corte do vestido, eu podia ver o contorno dos seios dela que pareciam perfeitos junto com todo o resto que a montava.

Eu nunca fui o tipo de cara de ir com mão boba em ninguém, porque mesmo gostando de ficar com uma porção de garotas, sei manter o respeito. Mas talvez com a Jill não desse para segurar a mentalidade própria que minhas mãos assumiriam com ela.

-- Acorda, Redfield!!!

Fui empurrado por alguém e vi o Kevin rindo com o Joseph e o Piers, que fez um sinal no chão embaixo de mim.

-- Quando levantar, cuide para não escorregar na poça de baba aí...

-- Calem a boca.

-- Acho que nosso menino está apaixonado! – Joseph riu.

-- O Chris está que não se aguenta...

Leon surge sentando ao meu lado e abrindo uma latinha de cerveja enquanto encara a Jill também.

-- Ela é uma gata mesmo...

-- Tira o olho.

-- Já tenho a minha gata... E você precisa da sua também.

-- Não tem nada melhor do que estar apaixonado, Chris... – Kevin sorriu.

Para ele é fácil falar já que namora a Cindy desde que se conheceram no primeiro ano e desde então não se desgrudaram mais.

-- Eu não estou apaixonado...

-- Mas está caminhando para isso! – Piers sorriu.

-- Está para nascer a garota que vai me prender...

-- Eu diria que ela já nasceu e está ali esperando uma iniciativa certa da sua parte, irmão. – Leon riu.

Eu desviei dela revirando os olhos e procuro a Jéssica com o olhar... Linda, gostosa e capaz de enlouquecer qualquer cara. Me fazia ficar com tremedeira nas mãos só de me lembrar do calor dos seus beijos.

Aí olho para Jill... Linda, doce, perfeita... Maravilhosa... Capaz de fazer qualquer um enlouquecer, qualquer um se apaixonar pelo olhar forte e tímido ao mesmo tempo, uma garota com caráter e que não se deixa levar. Uma bonequinha fantástica e incomparável que caiu na minha vida do nada e me deixou sem saber o que fazer para chegar perto dela.

Então ela finalmente olha para mim...

Meu sorriso é inevitável ao ver que ela não desvia, me olha daquele jeitinho meigo dela e ao mesmo tempo assustada, assustada por me olhar, assustada por não desviar e assustada por gostar disso.

Apesar de ter me dado um fora, eu sei que ela quer também... Mas eu não estou pronto para um relacionamento sério, preciso convencê-la disso, preciso fazê-la ceder ou vou pirar se eu passar a vida só a olhando de longe.

-- Terra chamando por Redfield...

Quando o Leon abana a mão no ar em frente ao meu rosto me desligando dos pensamentos, eu o empurro rindo e quando volto a olhá-la, ela desviou para longe de mim e faço uma expressão feia com aquilo.

-- Você está caidinho por ela!

-- Não estou...

-- Espera a Jéssica saber disso, bonitão.

-- O que ela tem a ver com isso?

-- Ué... Você e ela não tem um lance?

-- Um lance de ficar de vez em quando... Isso não tem nada a ver.

-- Pois é, mas se você se amarrar, acabou a Jéssica para você assim como acabaram todas as outras, garanhão!

-- Não vou me amarrar...

-- Parece que já está com a corda no pescoço, irmão.

-- Só nos seus sonhos!

Eles riram e eu voltei a olhar para ela... Só que não ganhei mais nenhum olhar e nenhuma atenção. Mas fiquei de olhos atentos ali para ver se ninguém ia se engraçar com a minha irmã ou com a minha bonequinha linda.

Os rapazes continuaram a fazer piadas e a beber, eu apenas fiquei ali olhando para ela toda a vez que eu podia e mal me segurava quando a via dar aquele sorriso perfeito para minha irmã.

Eu preciso de mais uma chance com ela...

Ela não vai se segurar duas vezes, isso não!

Sei que se eu tiver mais uma chance... Só mais uma... Vou conseguir o que eu quero, vou ter essa boneca para mim e os beijos dela serão todos meus.

Qual gosto será que ela tem?

Morango... Menta... Ou até mesmo chocolate...

Seja o que for, deve ser delicioso e viciante!

Mas sou arrancado de meus pensamentos quando sinto braços ao meu redor e um perfume que eu jamais confundiria quando ela aproxima a boca do meu ouvido.

 -- E aí, vamos dar uma voltinha?

Jéssica já parecia um pouco mais ousada do que o normal devido a cerveja e eu sei que esta seria uma ótima hora para dar um daqueles amassos maravilhosos com ela.

Geralmente sou eu quem a puxo para um canto, mas como ela chegou primeiro e começou a beber primeiro, ela veio... Ela nunca resistiu.

Sempre se fez de difícil, mas é louca por mim...

Só que agora não dá.

-- Estou de olho na minha irmã...

-- Na sua irmã ou naquela sem sal da novata?

Nas duas...

-- Na minha irmã.

-- Os meninos tomam conta dela... Agora vem e me deixa tomar conta de você!

Eu ri sentindo as mãos dela contornarem meu peito e vejo que os rapazes me olham de um jeito malicioso, mas eu estava mais a fim de descontar certos foras públicos que ela já me deu e eu saí com cara de idiota.

-- Desculpa, mas talvez depois... Ou amanhã...

-- Como é que é?

-- Isso é um “não”.

Ela me olhou com uma expressão indignada e vi os outros me olharem assustados até que ela pega a latinha de cerveja na mão e faz voar o líquido no meu rosto.

-- Idiota!

Depois dela sair eu ouço risos desenfreados dos outros e limpo o meu rosto da bebida que ela jogou e levanto os ombros.

-- Quem diria... A novata já fez até o Capitão dispensar a garota mais gostosa da escola. – Joseph riu.

-- Isso não tem nada a ver!

-- Ah não, é?

-- Eu não estou a fim... E tenho que olhar a Claire.

-- E a Jill também, é claro.

Os demais riram com as palavras do Leon e eu desviei levantando dali e deixando a latinha de cerveja de lado.

-- Já volto, a natureza está chamando...

-- Não vai se enfiar no mato com a Jéssica e nos esquecer aqui, não é?

-- Ou com a Jill... – Piers riu.

Eu os encarei e acompanhei o riso, mas me enfiei no mato sozinho me afastando um pouco mais já que eu sabia que alguns casaizinhos gostavam de vir para o escuro se amassarem.

E como eu já vim com a Jéssica, sei quanto tenho que me afastar para fazer xixi em paz.

Droga...

Por que eu dispensei a Jéssica?

Sim, eu precisava ficar de olho na minha irmã, mas os outros poderiam ter feito isso por mim durante alguns minutos... Só que eu nem pensei e já dei um fora na coitada.

Será que devo ir me desculpar?

Bom, se eu for, ela vai me esculachar na frente de todos.

Ah, e é bom que aprenda como receber um pouco de rejeição também já que nunca foi de ir todas as vezes que eu chamei ela para algum canto.

Será que a molecada tem razão e eu fiz isso pela Jill?

Eu não posso me amarrar...

Aquela boneca é tentadoramente linda e maravilhosa, e sim, me deixa louco de vontade de chegar mais perto, mas não é para tanto.

Apaixonado, eu?

Este será um dia histórico para o Universo.

-- ME SOLTA, ALBERT!

Quando escuto uma voz em meio a mata eu me perco dos pensamentos e escuto resmungos não muito longe de onde eu estava.

“Albert”?

Quem esse idiota achou para sacanear agora?

-- ME SOLTA, ME SOLT...

Espere aí, eu conheço essa voz...

Mas com ela parecendo ser parada de alguma forma, escuto risadas altas tanto dele como do seu grupinho.

Esse idiota deve ter pego alguém enquanto saia e pelo jeito é uma garota... Vou chamar os outros e daremos uma lição nele e nos seus companheiros tão podres quanto ele.

Quando me viro para voltar à camionete, escuto mais...

-- ME SOLTA, SEU NOJENTO, ME SOLTA!

Meu pé para.

Espere aí...

Não, não, não, eu conheço essa voz... Jill.

Eu saio correndo de lá em direção as vozes torcendo para eu não ter de quebrar o pescoço daquele desgraçado, porque se ele pegou a Jill... Se ele pegou a minha bonequinha, ele vai pagar.

Quando os vejo de longe, posso ver alguém caída no chão e o Albert a ajuntando de forma brusca e a levando para encostá-la em uma árvore, mas ela o acerta com o joelho dela nas partes baixas dele e tenta fugir, mas o Krauser a segura.

É ela...

É a minha boneca...

Aperto o passo e quando o Albert vai para direção dela de novo, eu voo para cima dele e bato em seu rosto sem nenhuma piedade, com raiva extrema dele ter se metido com a Jill.

-- Seu imbecil!!! QUEM VOCÊ PENSA QUE É?

Mas aquilo não durou, já que senti dois me tirando de cima dele e me mantendo preso a alguns metros.

Olho para Jill que tem lágrimas nos olhos e me olha com medo, então eu sorrio tentando passar algo bom para ela.

-- Você está bem?

Ela apenas balança a cabeça e volta a olhar assustada para o Albert que levanta do chão limpando a boca e cuspindo um pouco do sangue nos meus pés, mas seu sorriso era irritante.

-- Redfield sempre aparece na hora errada...

-- Você é um lixo!

-- Veio de novo proteger a novata de mim?

-- Fica longe dela!

-- E quem vai me obrigar a isso?

Ele riu e se virou para Jill que ainda estava sendo segurada pelo Krauser, mas com a mão brusca do Albert, ele segurou o rosto dela e deu um beijo forçado que ela tentou se afastar, mas não conseguiu e eu tentei empurrar os que me seguravam só que eles não deixaram eu sair.

-- Hum...

Albert a solta e olha para mim com um sorriso de orelha a orelha, mas ao mesmo tempo que me dá pena dela, um ódio imenso por ele me domina e tenho vontade de estrangulá-lo.

-- Gostinho de morango... Doce e tentador...

-- Você é um cretino!

-- Talvez... Mas não sou um mulherengo como você.

-- Eu jamais forçaria ninguém a nada!

-- E por isso ainda não descobriu o gosto maravilhoso que essa boquinha carnuda tem, olha...

Ele a puxou novamente para ele e mesmo ela tentando se soltar do beijo, não era párea para ele e eu forcei para me soltar e quebrar a cara daquele imbecil, até que ele se afasta gemendo de dor e vejo sangue na boca da Jill.

-- Você me mordeu?

-- Toma essa, seu lixo! – Eu ri.

Ele a olhou com raiva e quando foi na sua direção com a mão levantada para dar nela, ela se encolheu e eu gritei.

-- NÃO SE ATREVA, SEU DESGRAÇADO!!!

-- Não banque o príncipe de cavalo branco, Redfield... Você está longe de ser algo parecido com isso!

-- Se quer bater em alguém, bata em mim... Porque eu juro que se colocar a mão nela, eu vou de atrás de você e vai se arrepender!

-- Ah, que gentil... Mas não precisa pedir para apanhar, Redfield, eu já farei isso de bom grado.

Quando me acerta uma no estômago eu abaixo a cabeça com a dor, mas então me acerta um soco no rosto e depois de risos desenfreados me dá mais dois golpes me fazendo sentir o gosto do sangue na boca.

-- Albert!

Eu escuto a voz chorosa dela, mas ele não para, me acerta mais vezes no estômago e me dá um chute forte no rosto me fazendo cair de costas e os outros me soltam rindo da situação.

Quando ele se aproxima, ouço a Jill novamente.

-- ALBERT, PARE, POR FAVOR!

-- Me dê uma razão...

-- Pare, por favor!

Ao abrir meus olhos, vejo que ele vira para ela e se aproxima e mesmo com meu olho inchado, vejo que ela chora ao me olhar, mas o encara com nojo e raiva.

-- Podíamos negociar...

-- O que você quer?

-- Ah, não serei muito ganancioso...

-- O que quer?

-- Um beijo está bom.

-- Já não teve isso?

-- Ah, não... Eu quero um beijo de verdade, um em que me corresponda, um que eu sinta sua vontade em me beijar também.

-- Você é um escroto! – Eu digo.

Ele volta a me olhar e dá um sinal para que me deixem de joelhos na frente deles enquanto Krauser solta a Jill e o Albert se aproxima dela enrolando uma mecha do seu cabelo em seus dedos.

Ela olha para mim ainda chorando e eu nego com a cabeça.

Não faz isso...

Não dê o que ele quer...

-- Só um beijo, Jill... Não vai doer, vai?

-- Vai soltar ele depois?

-- Sim, eu solto... Solto ele, solto você e todos vamos para casa com ótimas lembranças dessa festinha.

-- Como posso confiar em você?

-- Sei dar a minha palavra... Mas se não quiser, posso voltar a bater nele e talvez amanhã tenha apenas seu herói para velar.

-- Não faz isso, Jill...

Com a minha voz rouca, ela olha para mim e levo mais um soco no estômago do Krauser, sentindo a dor em todo o meu corpo.

-- Anda, gostosa... Sei que pode fazer isso.

-- Não vai mais bater nele?

-- Não, eu prometo...

Quando levanto o rosto para vê-los, vejo os olhos marejados dela ao concordar com a cabeça e o sorriso do Albert em minha direção.

-- Só observe, Redfield...

Então ele se vira e se aproxima dela sem que se afaste dele e ao ver a boca dele na dela sem ela se debater, meu estômago embrulha e meu ódio se intensifica ainda mais, mas não consigo me soltar.

Ele a puxa para perto do corpo dele e afasta a boca olhando para seus olhos que o encaram com nojo.

-- Não está me convencendo... Sei que pode fazer melhor.

Quando ele a puxa novamente, puxa os braços dela para sua direção e trocam um beijo de verdade, mas quando desvio, Krauser puxa meu rosto na direção deles me obrigando a ver aquilo.

Albert a puxa mais para perto de seu corpo e suas mãos passeiam pelas costas dela que o corresponde ainda com lágrimas nos olhos, mas sinto como ele está adorando aquilo.

Eu sei que ela está sendo obrigada...

Mas não é bom ver ela nos braços de outro.

Me dá uma angústia que não sei como explicar e não só por pena dela, mas por algo que se revira em meu peito e não sei dizer ao certo o que é.

Ao parar o beijo, ela vira o rosto e ele permanece de olhos fechados mordendo o lábio inferior e olha para mim.

Eu vou quebrar a sua cara, seu otário...

-- Delícia...

Quando se afastou dela, deu um sinal para os demais me soltarem e me olhou com um sorriso de orelha a orelha.

-- Se um dia chegar a provar essa delícia de beijo, podemos conversar sobre o arrepio tentador que causa... Até segunda-feira, docinho.

Ele a puxa para um beijo rápido e os outros riem, mas ela corre em minha direção e se abaixa enquanto eles saem rindo dali e sinto a dor em todo o meu corpo.

-- Chris...

-- Não devia ter beijado ele.

-- Se ele continuasse a bater em você, podia te matar!

-- Se preocupa comigo?

Eu sorri e olhei para ela que tinha seus olhos em plenas lágrimas.

-- Sim...

-- Obrigado.

-- Não, obrigada você... Obrigada, Chris, me salvou.

-- Mais ou menos, não é.

-- Não... Você me salvou, obrigada.

Tentei sorrir, mas uma tosse desenfreada tomou conta de mim e cuspi um pouco do sangue da minha boca. Mas quando senti os braços dela ao meu redor, o mundo ficou diferente e eu sorri com ela me puxando mais perto, então deito no colo dela sentindo a dor em meu rosto e em minhas costelas, mas feliz em finalmente ganhar um agrado.

-- Então eu preciso apanhar para ganhar um carinho seu?

-- Sim...

Eu ri, mas tossi novamente e aproveitei o carinho dela em meus cabelos e na parte não machucada do meu rosto.

-- Eu não podia deixar aquele desgraçado colocar a mão em você...

-- E você sempre vai bancar o herói para me salvar?

-- Sempre.

Quando a escuto rir, eu abro os olhos e vejo como seu rosto está perto do meu e seu rostinho triste clama por carinho. Então levanto minha mão e acaricio seu rosto a fazendo sorrir sem jeito e aprecio o toque suave que sua pele tem.

-- Você é linda...

-- Não está enxergando direito com esse olho inchado.

-- Não, você é linda desde que chegou...

-- Sou só uma garota normal.

-- Não para mim... Você é diferente.

Ela sorriu e desviou, mas puxei seu rosto para minha direção e fiquei admirando os olhos azuis intensos dela tão próximos e sinto que meu coração acelera no peito e minha vontade de protegê-la e de cuidar dela só aumenta.

-- O que está fazendo comigo?

-- Por quê?

-- Isso... Me faz sentir uma coisa diferente... Se continuar me enfeitiçando, posso me apaixonar e não se livrará mais de mim.

Eu sorri e ela desviou sorrindo sem jeito.

-- É melhor irmos, a surra já está te tirando da sanidade.

-- Você está apaixonada por mim, Jill?

Ela me olhou confusa e desviou, agora levantando e me ajudando com isso me fazendo gemer de dor e sentir minhas costas gritarem por isso.

-- Você tem que ir para casa...

-- Meu carro está parado mais ali na frente, eu te levo para sua casa e depois vou para minha.

-- Consegue dirigir?

-- Consigo...

Ela me ajuda a caminhar e quando chegamos no carro, eu o abro e ela me ajuda a entrar sentindo meu corpo todo doer.

Com ela entrando e me olhando preocupada, ligo o carro e sigo para casa dela parando na frente e limpando um pouco o rosto com a manga da minha blusa, mas sinto seus olhos em mim e viro para ela.

-- Obrigada...

-- Nunca vou deixar algo de ruim te acontecer.

Ao receber seu sorriso doce, ela se aproxima e me abraça me fazendo sorrir como um idiota e sentir mais as dores do meu corpo em me virar para ela para corresponder melhor.

Só que o perfume doce que vinha de seus cabelos me fez fechar os olhos e virar mais para senti-la melhor, e com minha mão em suas costas, acaricio suavemente sua pele sentindo a maciez e a delicadeza de cada traço dela sentindo novamente meu coração disparar.

Que droga que está acontecendo comigo?

Quando ela se afasta, me sinto em outra dimensão, mas tento disfarçar o efeito que causa em mim e sorrio para ela.

-- Se eu ganhasse um beijinho talvez eu melhorasse mais rápido!

Ela sorriu e revirou os olhos em outra direção enquanto eu ria até voltar a tossir novamente.

-- Você tem que estragar o momento...

-- Só estou falando a verdade.

-- Nem teria como, sua boca também está inchada!

-- Não é verdade...

Ela colocou o dedo próximo a minha boca e apertou me fazendo dar um salto e ela rir descontroladamente.

-- Aiiiiii!!!

-- Disse que não doía...

-- Com um beijo delicado e amoroso, não ia doer!

-- Venha, é melhor se limpar antes de voltar para casa ou sua mãe vai enlouquecer ao te ver assim.

Ela sai do carro e não entendo direito o que vai fazer, mas surge na minha porta me ajudando a sair e me leva em direção a sua casa.

-- Não precisa, Jill...

-- Não discuta.

-- Você mora sozinha?

-- Com a minha mãe...

-- Ah... E como ela é?

-- Doente, não preocupe ela mais do que o necessário, por favor.

-- Vou conhecer minha futura sogra?

-- Ela não será sua sogra!

Eu ri com ela desviando e ficando vermelha, mas ao abrir a porta vejo que a casa é pequena e simples, mas tudo organizado de uma maneira que me fazia lembrar o jeito da Jill.

Quando me guia até a cozinha, uma mulher mais velha, com cabelos escuros presos e um rosto doce se apressa em nossa direção parecendo preocupada.

-- Jill, o que aconteceu?

-- Bateram nele...

A mulher me olha preocupada e me ajuda a sentar em uma das cadeiras e mesmo sabendo que eu devia parecer horrível, estico a mão para cumprimentá-la.

-- Chris Redfield, muito prazer, senhora!

-- O prazer é meu... Eu sou a...

-- Minha sogrinha, já sei!

A Jill derruba o copo com água na pia ao me ouvir dizer aquilo e eu rio olhando para mãe dela que me olha desconfiada.

-- Sua filha é incrível.

-- Hum... Eu sei, mas...

-- Só que ela ainda insiste em negar que está louca por mim!

A Jill se afoga com a água e começa a tossir na pia e sua mãe a olha com mais olhar de desconfiança do que de preocupação, mas com a minha bonequinha virando para mim, ela me encara friamente e eu sorrio.

-- Sua filha é linda, Sra. Valentine... Não dá para resistir.

-- Estou vendo...

-- E logo ela vai contar para senhora que não pode mais viver sem mim!

-- É mesmo?

A mãe dela olhou para Jill que me encarava feio e eu sorri até que se aproximou sem jeito e puxou uma cadeira ao meu lado com um pano nas mãos.

-- Não escute ele, só sabe falar bobagens...

-- Um dia tua mãe vai ter que saber sobre nós dois!

-- Não tem nada para ela saber!

-- Mas quando você deixar de ser chata e fingir que não sente nada por mim, ela vai ter que saber.

Quando a Jill coloca o pano no meu rosto, sinto que faz isso com mais força do que o necessário e eu gemo de dor.

-- Aiiiiiiiiiii!!!!

-- Desculpe... Doeu?

Ela sorri ironicamente e escuto a mãe dela rir ao lado olhando para nós dois, então com um jeito preocupado me olha docemente.

-- O que aconteceu com você, Chris?

-- Apanhei do garoto mais podre da escola...

-- Não devia se envolver em brigas, pode se machucar gravemente.

-- Eu precisava proteger a Jill.

-- Como assim?

A Jill me olhou feio e eu percebi que eu falei coisa errada... Claro, ela disse que não era para preocupar a mãe dela, mas então que me dissesse para não contar a verdade.

-- Você não disse que era para eu não contar!

-- Não contar o quê?

Com os olhos da mãe da Jill nela, minha boneca mergulha o pano na água outra vez e limpa meu rosto com mais jeito.

-- Um garoto me seguiu no caminho de volta e o Chris foi me salvar.

-- Te seguiu?

-- Sim...

-- Eu disse para não voltar sozinha a essa hora!

-- Eu sei, mas...

-- Está tudo bem, Sra. Valentine, não aconteceu nada.

-- Por sorte estava lá, obrigada, Chris...

-- É um prazer salvar sua filha.

-- Imagino que sim!

Ela riu e voltou a olhar para Jill.

-- Esse garoto que te seguiu estuda na sua escola?

-- Sim...

-- E como faremos agora? Acha que vou ter sossego em andar por aí sozinha com um doido te seguindo?

A Jill abaixou o olhar parecendo brava, mas comigo é claro, por ter contado, já que eu via que a mãe dela estava nervosa.

Então se a culpa é minha, eu resolvo...

-- Não quero mais que vá a essas festas! Não vai mais andar sozinha, está me ouvindo?

-- Tudo bem, mãe...

-- Se me permite, Sra. Valentine...

Eu me meti na conversa e gemi de novo com a Jill limpando meu rosto, mas virei para mãe dela.

-- Eu sempre vou para escola de carro e se a senhora permitir, posso levar a Jill todos os dias e trazê-la de volta.

A expressão da Jill não foi das melhores, mas ela olhou para mãe parecendo pedir que ela recusasse, mas ela me observou parecendo estudar toda a minha vida antes de responder e sorriu.

-- Por que eu confiaria minha filha a você, Chris?

-- Porque eu jamais faria nada que ela não quisesse.

-- Isso é verdade, Jill? Confia nele?

Olhei para minha bonequinha que me olhou de canto agora sem jeito e concordou com a cabeça fazendo a mãe dela sorrir de canto.

-- Confio...

-- Então agradeço, Chris.

-- Vou cuidar da sua filha, sogrinha!

-- Sei, “sogrinha”...

-- Eu não farei nada, mas se a Jill tentar me agarrar, talvez eu não resista!

Com um tapa da Jill no meu ombro eu gemo de novo e a mãe dela ri saindo com um copo de água.

-- Vou deixar vocês conversarem...

-- Pare de falar bobagens!

-- É a verdade!

-- Você não sabe o que fala...

Ela desviou irritada e ao trazer o pano para o meu rosto de novo eu admiro seus traços delicados e quando ia afastar a mão, eu a seguro próxima do meu rosto e a Jill me olha parecendo nervosa agora.

-- Pelo menos terei uma desculpa para te ver todos os dias...

-- Pedi para não preocupar a minha mãe.

-- Você devia ter dito que não era para eu contar, me desculpe.

-- Tudo bem...

Ela desviou, mas com minha outra mão eu puxo seu rosto para mim e seus olhos encontram os meus e tento puxá-la mais perto, mas seu nervosismo parece grande, então sorrio.

-- Não respondeu o que eu perguntei antes de virmos para cá...

-- Acha mesmo que se eu estivesse apaixona, eu ia te contar?

-- Deveria...

-- Para você se achar?

-- Não... É só que... Eu sei que não sou o cara certo para você.

-- Então por que insiste?

-- Porque eu quero que saiba que eu jamais seria um bom namorado para você, Jill...

-- Nunca pedi para ser meu namorado.

-- Mas aquele dia que eu te trouxe...

-- Chris, não é isso! – Ela me interrompeu – Não falei que só ficaríamos juntos se me desse uma aliança de compromisso, eu não disse isso!

-- Então... O que você disse?

-- Eu não quero ser mais uma que você vai pegar e jogar fora!

-- Você acha que eu faria isso com você?

-- Eu sei que faria! – Ela suspirou – Chris, você pode ser um garoto legal, mas... Eu sei que só quer aproveitar e eu não sou para isso.

-- Então me ensine o jeito que você quer.

Ela me olhou de um jeito estranho e eu sorri pegado uma mecha do seu cabelo e colocando próxima ao meu rosto.

-- Me dá uma chance...

-- Não quero ser descartável para você.

-- Não vai ser... Você é diferente.

-- Para quantas já disse isso?

-- Só para você, eu juro... Não sei explicar, Jill, mas você mexe comigo de um jeito que me assusta.

Os olhos dela prenderam nos meus de um jeito que eu não conseguia resistir e de novo sinto meu coração bater mais forte... Sem entender e sem me preocupar com isso, acaricio seu rosto e me aproximo dela devagar e sem desgrudar de seus olhos e ao chegar quase em sua boca, ela fecha os olhos e já sinto a essência de seus lábios quando dou um salto.

-- Acho que já deu a sua hora, querido...

Completamente sem jeito, eu levanto e desvio coçando a cabeça e vejo que a Jill prende os olhos nas mãos que brincavam com o pano na água.

Droga, sogrinha...

-- Beleza, acho que eu vou!

-- Acho melhor...

-- Foi um prazer, sogrinha!

-- O prazer foi meu, Chris.

Ela aperta minha mão e olho para Jill que desvia do meu olhar e eu sorrio.

-- Nos vemos na segunda-feira?

-- Sim... Boa noite.

-- Boa noite para vocês, obrigado pela ajuda.

-- Obrigada você por proteger minha menina.

-- É minha obrigação...

Eu pisquei para ela que sorriu agora despreocupada e caminhei em direção a porta com ela me acompanhando e ao virar vejo a Jill na porta me olhando daquele jeito doce dela e quando me dá um sorriso eu retribuo e olho para mãe dela.

-- Apareça mais vezes, Chris...

-- Será uma honra... Boa noite!

-- Boa noite, dirija com cuidado.

-- Pode deixar!

Eu olho pela última vez para Jill e saio dali com um sorriso imenso nos lábios e mesmo isso doendo, eu não ligava.

Ela ia me beijar!!!

Droga, sogrinha, por que fazer isso comigo?

A Jill ia me beijar, estava completamente rendida, apaixonada...

Só pode ser isso, ela está apaixonada por mim e não se aguenta e eu... Eu não me aguento mais também.

Não sei direito o que é isso que ela causa em mim, mas eu quero descobrir e farei de tudo para que ceda e ela possa me mostrar até onde isso pode chegar, até onde o que sinto por ela pode ir.

Será que posso mesmo me apaixonar?

Droga, isso não é bom...

Não, devo estar viajando, eu adoro ela, quero muito estar com ela e isso deve ser só uma atração maior por ela mal me dar chance.

Sim, deve ser isso...

E claro, agora terei mais tempo com ela, todas essas caronas podem me render muito, tenho que mostrar para ela como posso ser um cara bacana como ela quer.

Droga!

A Claire!

Ela NÃO PODE estar junto e muito menos o Piers!

Droga... Tenho que me livrar deles, tenho que ficar sozinho com a Jill e é bom que ela ainda não saiba meu parentesco com a Claire mesmo comigo estranhando que aquela desmiolada da minha irmã nunca tenha falado de mim.

Enfim... Tenho que dar um jeito na Claire e no Piers, acho que vou pedir para ele levá-la e aí fico sozinho com a Jill.

Será perfeito!

Ele leva a Claire e eu tenho minha chance com a Jill...

Com um sorriso na boca, faço a volta com o carro e sigo em direção a festa novamente buscar minha irmã para irmos para casa e deixar minha mãe pirar em ver meu estado.

Mas nada mais importa...

Aquela boneca linda ia me beijar!

E agora com mais chances, esse beijo já está marcado.

E é só o começo...

 

* * * Sherry * * *

 

É hoje...

Hoje ele volta.

Hoje vou de atrás dele.

Hoje terei uma explicação detalhada de tudo.

Hoje que eu infarto...

Minha Nossa!!!

Minhas mãos estão suando e eu estou muito nervosa!

Por que estou me sentindo assim?

Afinal, ele foi o idiota em roubar aquela droga de livro ao invés de vir me contar e pronto, acabou, fim da história... Eu pediria um livro novo com uma bela desculpa e nada de ruim teria acontecido.

O que aquele moleque foi se meter no armário da minha mãe?

E por minha causa?

Ah, garotos são burros...

E estranhos...

Pego minha mochila e desço até a cozinha já ouvindo meus pais discutirem como de costume por algo sem sentido.

-- Mas EU não quero que elas fiquem ali...

-- Não me interessa, as flores são minhas e ficam onde eu bem entender.

-- Estou pronta!

Como eles de vez em quando tentavam disfarçar as discussões perto de mim, ao me verem chegar, já se apressaram parecendo que nada havia acontecido.

-- Então vamos, querida!

Minha mãe me deu um beijo carinhoso e meu pai piscou ao passar por mim, me forçando a dar um sorriso.

Eles estão brigando cada vez mais ultimamente...

Mas desvio o pensamento e sigo para o carro vendo que eles não se olharam nem por um momento.

A viagem foi silenciosa e demorada, eu estava ansiosa para chegar na escola, me livrar deles e encontrar o Jake sozinho.

Eu preciso saber o porquê dele ter feito aquela estupidez!

Quando finalmente meu pai estaciona, eu abro a porta e apenas os escuto falar do carro ao saírem.

-- Boa aula, filha!

-- Obrigada!

Saí apressada dali para sair da vista deles e entro na escola o procurando por todos os lados, mas nada dele.

Carlos!

Vou até ele que se assusta ao me ver, já que ninguém além da Jill chega assim sem ligar para o que os outros vão pensar ou falar, mas eu não estou nem aí, preciso falar com o Jake.

-- Oi, Carlos!

-- Ah... Sherry, oi.

-- O Jake veio hoje?

-- Veio, mas...

-- E onde ele está?

-- Tinha ido em direção a sala, acho que ia ter geografia...

-- Ótimo! Obrigada, nos vemos depois!

Eu saí e ele ficou ali sem entender, mas corri para sala do professor de geografia e não vi o Jake por perto, então entrei e um sorriso se formou em meu rosto ao vê-lo sozinho lá dentro desenhando no caderno.

É agora...

Respiro fundo e me aproximo dele que ao levantar os olhos parece se assustar e depois os revira ficando com uma expressão de bravo, mas ignoro isso e sento na cadeira na sua frente o encarando.

-- Por que não me contou que tentou roubar um livro por minha causa?

-- E por que a filhinha amada da caridosa professora Annette pensa que eu fiz isso por ela? – Ele ironizou as palavras.

-- Porque seu irmão estragou o meu livro!

Ele parou desenhar no caderno, mas ainda não olhou para mim, então suspirei e senti toda a mágoa de como o tratei naquele dia.

-- Devia ter me contado...

-- Quem te disse isso?

-- Não importa, mas devia ter me contado!

-- Por que eu te contaria isso?

-- Por que se arriscar por causa de um livro idiota?

-- Eu não queria te ver chateada comigo...

Eu perdi completamente a fala e ele continuou a desenhar, agora parecendo romper um pouco o muro que tinha criado entre nós e até sua voz soou mais calma.

-- E por que se importa?

-- Já parecia que me odiava por nada, imagine então se eu te desse um motivo para isso...

-- Eu nunca te odiei.

-- Não foi o que pareceu quando esbarrou comigo na primeira vez...

As imagens daquele momento me vieram na cabeça e realmente eu soei como grossa e uma patricinha mimada com ele, então respirei fundo.

-- Me desculpe... Mas eu não queria que tivesse se prejudicado por minha causa e por um motivo bobo desses!

-- Não me peça desculpas...

-- Mas eu preciso, te tratei mal quando nos esbarramos e te tratei mal quando foi pego pela minha mãe... Mas eu nunca ia imaginar que estava fazendo aquilo por minha causa!

-- Agora já sabe...

-- Sim... Obrigada por se importar comigo, Jake.

Ele parou novamente de desenhar e olhou para mim me deixando pela primeira vez notar que tinha olhos doces, mas tristes... Bondosos, mas encobertos por um jeito auto protetor.

Mas ele desvia e se ajeita na cadeira parecendo incomodado comigo e o observo enquanto demonstra nervosismo.

-- Já acabou?

-- Deixe de ser birrento... Estou tentando me desculpar.

-- Está desculpada, agora me deixe sozinho.

Eu levantei suspirando alto notando que realmente isto seria o mais próximo de uma conversa que teríamos.

-- Tudo bem...

Dou as costas para ele, mas antes da metade do caminho escuto a voz dele.

-- Sherry!?

Eu suspiro novamente e me viro para ele que agora está de pé e se aproxima de mim coçando a cabeça e parecendo nervoso.

-- Foi mal, eu só... Não gosto de ficar em casa mais do que o necessário.

-- Por quê?

-- Não importa, mas...

-- O quê?

-- Quer o que sobrou do seu livro?

-- Sobrou alguma coisa?

-- Sim... É...

Eu ri do jeito dele e com um quase esboço de sorriso vindo dele, eu espero que continue, mas volta a ficar sério.

-- Posso te entregar amanhã?

-- Pode me dar hoje...

-- Ah, não, eu... Me dê um dia.

-- Tudo bem.

Com mais um quase sorriso sincero vindo dele, continuo ali e assim como ele, noto que fico nervosa com a situação e desvio indicando a porta.

-- Nos falamos amanhã, então!

-- Amanhã... Beleza!

-- Até mais!

-- Até!

Eu saio e solto o ar que havia prendido indo para minha aula agora, mas noto que sorrio como boba me lembrando do quase sorriso dele e do seu olhar gentil que me deixou ver por um momento.

Será que por de trás daquela marra toda e aquela muralha que enfia entre ele e todos ao redor, pode existir um cara bacana?

Ele quase foi expulso por minha causa, apenas por um livro... Apenas para eu não me chatear com ele... Por que fez isso? Eu não entendo!

Confesso que eu praticamente não consegui falar tudo o que eu queria e muito menos ouvir o que eu queria, mas talvez agora que pareceu se acalmar, eu consiga alguma resposta... Então talvez amanhã ele me explique melhor o que aconteceu entre ele, o irmão e meu livro.

Mas por que me pediu mais um dia?

Ele não vai se enfiar na sala da minha mãe outra vez, não é mesmo?

Não, ele não seria tão estúpido assim...

Jake... Pelo menos vou falar com ele amanhã de novo, será que vem me procurar ou eu tenho que ir de atrás dele?

Não importa...

Mas amanhã o verei de novo...

E sem ter ideia do porquê, continuo pelos corredores com um sorriso no rosto.

 

* * * Jéssica * * *

 

A escola toda já sabia do ato heroico do nosso Capitão do time de futebol... Mas eram poucos que sabiam quem era a garota que ele salvou do grande vilão da escola.

Eu não acredito que ele estava lá naquela hora!

Tentei arrastá-lo para longe dali justamente para não ter esse perigo dele poder impedir o Albert de dar um susto naquela idiota e olha só onde justamente ele foi parar.

Mas tudo bem, isso era só um sustinho...

Minha vingança já está marcada e nem se compara a isso.

-- E aí, gata?

Com a voz escrota dele e seu jeito de vir chegando perto de mim, o empurro e ele levanta os braços em defesa.

-- O que foi, gostosa?

-- Você é um idiota, não foi nem capaz de dar um susto naquela garota!

-- Você fala isso porque não viu a cara dela!

-- Eu queria que tivesse mais tempo com ela...

-- Ah, mas pelo menos eu ganhei um belo beijo dela, agradeço pelo seu pedido para ir de atrás da garota.

-- Eu disse para assustá-la para valer!

-- E pode acreditar em mim que mesmo com o grande herói de merda chegando, ela se apavorou...

Eu desvio os olhos do Albert e vejo que ele se aproxima de mim, mas me afasto rapidamente dele.

-- Nem vem!

-- Achei que nosso trato estava claro...

-- Não fez o que eu pedi!

-- Mas agora eu quero o amasso que me prometeu...

-- Só depois que fizer seu trabalho direito, idiota!

Ele me encarou agora sério e quando fui me afastar ele me puxou bruscamente pelo braço.

-- Escuta aqui, garota... Não sou igual a esses trouxas que vão comer na sua mão, fizemos um acordo!

-- E você não cumpriu sua parte!

-- Meça as palavras para falar comigo...

-- Eu falo do jeito que eu quiser e agora me solta ou começo a gritar.

Os olhos frios dele me encararam com raiva e finalmente soltou meu braço enquanto cruzou os dele no peito e sorriu de canto me dando um olhar dos pés a cabeça.

-- Na próxima podemos fazer um trato maior...

-- Não vou para cama com você!

-- Não se faça de santa...

-- Não seja um imbecil, garoto!

-- Tudo bem... Pelo menos ganhei um beijo bem caloroso daquela novata super gostosa que o Redfield está comendo com os olhos.

-- Ele viu?

-- Foi na frente dele... – Ele riu – Tinha que ver a raiva nos olhos dele.

-- Ele está caidinho por ela...

-- Está apaixonado!

-- Acho que ainda não, mas falta pouco.

E isso é ótimo!

É exatamente o que eu preciso para minha vingança...

Chris Redfield é indispensável para eu fazer essa novata retardada derramar lágrimas de sangue, já que ela também está caidinha por ele.

-- Como ela reagiu quando bateu nele?

-- Ficou desesperada... Me beijou para eu parar com aquilo.

-- Perfeito!

Tenho que saber se realmente está apaixonada ou é só mais uma com uma tremenda queda pelo Capitão do time... Mas ela tem que estar apaixonada, tem que estar louca por ele assim como ele por ela, mas antes! Antes dele se apaixonar, preciso dar um jeito em...

Quando sinto as mãos dele me abraçando, me afasto rapidamente as estapeando para longe e ele ri.

-- Nossa conversa acabou...

-- E meu amasso?

-- Talvez eu precise de você de novo e falamos sobre isso.

-- Sim, senhora...

Eu reviro os olhos e saio dali pensando em um modo de puxar a atenção do Chris para mim e como uma ajudinha do destino, vejo ele sair do vestiário e corro em sua direção sem fazer barulho e o puxo colocando minha boca na dele.

Nosso beijo foi o mesmo de sempre, caloroso e intenso, mas quando ele afasta a boca de mim me olha de forma estranha e eu o encaro.

O rosto dele estava todo inchado e roxo, mas eu sei que isso jamais afastaria as desesperadas de perto dele, pelo contrário, faria ele ganhar mais mimo, atenção e agrado das garotas.

-- Então salvou a novata?

-- Alguém precisava acudir a moça...

Ele deu um sorriso tão besta depois de falar aquilo que ficou claro que ele estava bobo por ela, então passei minhas mãos em seu abdômen sabendo que ele ficava doido com aquilo, mas suas mãos me pararam e eu o encarei novamente.

-- Tenho que ir, Jéssica... Nos falamos mais tarde.

-- Então é verdade?

-- O quê?

-- Que está apaixonado pela sem sal...

-- Não estou apaixonado por ninguém.

-- Então prove...

Eu o beijei novamente e mesmo me correspondendo por alguns segundos, ele para e desvia.

Ótimo...

Ele está se apaixonando por ela!

Mas ainda preciso de mais tempo para poder dar o primeiro passo da minha vingança, ou tudo irá ralo abaixo.

-- Preciso ir...

Se desvencilhando de minhas mãos, ele sai e sorrio sozinha sabendo que o Capitão finalmente está caindo na rede do amor e isso cairá como uma luva para mim, preciso disso... Mas antes, preciso dele.

Saio rapidamente o seguindo e engancho em seu braço sorrindo como boba e vejo que ele se incomoda um pouco.

-- Acha que ela é a santinha que parece ser?

-- Ninguém é santa...

-- Então por que tanto interesse?

-- Ela é diferente.

-- Sei...

-- Você se importa?

-- Não, pelo contrário, acho até engraçado você estar tão caidinho por uma garota tão sem sal como ela...

-- Ela não é sem sal, ela é doce, especial, única e...

Ao mesmo tempo que os pés dele param, os meus fazem o mesmo com a cena na nossa frente.

Meu coração acelera no peito de um jeito que nunca senti, minhas mãos tremem e sinto meus olhos ficarem marejados... Mas minha raiva e meu ódio se sobressaem com aquela cena.

Jill... E o Carlos... Se beijando.


Notas Finais


Estou devorando os dedos para saber o que acharam!!!
Tantas perguntas...
Como assim a Jill e o Carlos se beijando???
(E como assim a escritora para nessa parte? --->> Muahahah = risada maligna)
Chris se segura... E a Jéssica abalada com isso, por quê?
Huuum, e o Jake com a Sherry, hein?
Mas... E esse salvamento doido do Chris e conheceu a "sogrinha" que parece que terá uma conversa séria com a filha sobre esta visita do "genro" que nem sabia que existia!
Povoooooo, espero muito que tenham gostado, porque quase me matei para escrever tudo e trazer hoje para vocês!
Agradeço de coração pelos favoritos e comentários <3 fico muito feliz!!!
Até a próxima *--*
Bjooon <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...