1. Spirit Fanfics >
  2. Umbrella High School >
  3. Tentando Fugir

História Umbrella High School - Tentando Fugir


Escrita por: PJ_Redfield

Notas do Autor


MAMÃE VOLTOOOOOOOOUUUU \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/

Boa tarde, meus preciosos, tudo bem com vocês?
Todo mundo vivo e saudável por aí?
Todos querendo me matar?
Mata não, meu povo... SIM, tive razões para sumir, explicarei ali embaixo para quem se interessar e para quem ainda tiver paciência para esperar para ler o CAPÍTULO NOVOOOO *---* mas galera, é importante que leiam, pelo menos aquele olhar rápido por cima para saber das coisas... Então quem está muito ansioso, leia o capítulo e depois volta para cá heheheheh.
Espero que gostem, amores!
Boa leitura...


PARA OS INTERESSADOS E CURIOSOS: Sim, eu sumi. Por um mês inteiro. Pelo menos nesta fanfic. Para quem não me conhece direito, vou contar que tenho CINCO FANFICS LONGAS EM ANDAMENTO, o que dificulta para caramba a minha vida, mas dou o máximo de mim para seguir atualizando todas e não deixar nenhum público na mão... Mas agora f&Rr0u... Nas demais, eu tinha alguns capítulos prontos ou já encaminhados e como sabem, meu amado colegial exige mais tempo e dedicação, os quais não tive ultimamente, por isso acabei magoando um pouco vocês, peço que me perdoem e que tentem compreender.
Lá vai...
ARRUMEI UM EMPREGO!!!!!!!!!!!!!!
“Ebaaaaaa, que coisa boa, era o que você tanto queria!”
E VAI TER MENOS ATUALIZAÇÃO DE FANFICS!!!!!!!!!!!!!
“O quê? Como é? Pirou? Quer morrer?”
Pois é...
Desde ano passado eu estava na luta de arrumar um emprego e no meio do último mês eu finalmente consegui *--* e sabe qual é o problema? Moro no pqp, ou seja, onde Judas perdeu as cuecas. O que isso tem a ver? Tem a ver que dependo de ônibus e existe apenas UM para me levar, um que me faz ter de levantar CINCO HORAS E VINTE MINUTOS DA MADRUGADA e me faz ficar uma hora e meia à toa até meu trabalho começar. Quando chego em casa, com apenas um ônibus de retorno, é quase OITO HORAS DA NOITE, o que me faz estar caindo de sono pelas nove e pouco, sem ter cabeça para muita coisa... Antes eu tinha os dias mais livres, mas agora NÃO. E então, meus caros? Apesar de eu estar feliz, estou triste porque meu tempo para escrever foi diminuído brutalmente.
Mas meu povo, amores, bebês, tesouros, meus preciosos... Eu juro terminantemente que JAMAIS desistirei de nenhuma fanfic, ok!? Sempre odiei autor que demora vidas para atualizar, então SEMPRE que eu tiver um tempo, estarei com meu Notebook para escrever e não deixar ninguém na mão! Não “muito” pelo menos... AH, E MAIS UMA COISA: Se alguém foi bizoiar meu perfil ultimamente, soube que fiquei sem Notebook durante esta e a metade da semana anterior, o que me “AJUDOU” ainda mais -_- mas ele voltoooooouuuu \o/ \o/ \o/ e sabem o que fiz assim que coloquei as mãos nele? Escrevi este capítulo *--* então aproveitem, meus amores e espero do fundo do coração que possam compreender minha ausência passada e possivelmente futura... Mas tentarei atualizar pelo menos de duas à duas semanas, talvez venha mais rápido alguma coisa (ou mais devagar), mas a média será mais ou menos essa, então espero que tentem me compreender e fiquem felizes por minha conquista.
Um imenso e gigantesco BJOOON para cada um de vocês!!!
E MAIS: (Céus, essa mulher não para mais de falar) AMOREEEESSS, ALGUÉM ME SEGURA!!! ALGUÉM ME ABANA!!! MAIS DE 80 FAVORITOS, É SÉRIO ISSO??? GENTEEEEEEEE, SÉRIO, OBRIGADA, OBRIGADA, OBRIGADA A TODOS QUE VIERAM E ESTÃO CONFIANDO EM MIM NESTA TRAMA QUE CADA VEZ MAIS DOMINA MEU CORAÇÃO <3 OBRIGADA MEUS LINDOS, PESSOAS GLAMOROSAS, OSTENTANDO BELEZURA E GOSTOSURA, MUITOOOOOOOO OBRIGADA!!!!
E MAIS UMA ÚLTIMA COISINHA: Obrigada eternamente ao pessoal que comenta minha fanfic, saibam que cada um de vocês tem um lugar muito especial em meu coração <3 vocês são I-N-C-R-Í-V-E-I-S *----* maaaaaaasss... Amores, nenéns, razões da minha vida... Peço de coração que me perdoem pelo atraso que estou tento para respondê-los! Como arrumei o emprego, eu mal entro aqui e ODEIO escrever pelo celular, então eu leio os comentários, mas não respondo por ele e às vezes quando ligo o Notebook e entro aqui, só tenho tempo de postar e sair correndo! Então peço perdão pela falha, mas quero relembrá-los que AMOOOOOO cada comentário de vocês e responderei cada um com toda a atenção e carinho de sempre, mas não me odeiem se eu demorar uns diazinhos... Só que sempre carreguem a certeza de que fazem meu coração palpitar com cada linha escrita, então agradeço eternamente e peço de coração que compreendam. Também estou aberta a conversas e se alguém tiver alguma dúvida, me manda MP ou me chama na TL que respondo assim que possível, eu prometo! E aos meus amigos que já mandaram, CÉUS, ME PERDOEM, VOU RESPONDÊ-LOS TAMBÉM, NÃO ME ODEIEM <3 <3 <3 obrigada, meus queridos!!!
E AGORA BORA LÁ (finalmente)!!!!
Mergulheeeeeeeeeeeeeemmmm...

Capítulo 24 - Tentando Fugir


Fanfic / Fanfiction Umbrella High School - Tentando Fugir

* * * Chris * * *

 

-- Ótimo... Eu já estava sentindo falta de confusão!

O monitor ironiza e todos nós olhamos para ele que tem a cara fechada ao balançar a cabeça.

-- Diretor... Os quatro... Agora.

Excelente...

Eu “bem” que precisava de mais uma conversa com o diretor!

Qual foi a minha culpa nisso?

São essas duas que não param de brigar e a Jéssica mereceu a comida na cara... Mas como a Jill está metida nesta encrenca, prefiro me manter calado e acompanhar tudo de perto para poder ajudá-la no que eu puder.

Encaro novamente o monitor e reparo que ele fazia força para se manter calmo, mas a Jill o olha apavorada com a ordem... Coitada, ela está encrencada. Ainda mais estando no meio dessa confusão, o diretor vai arrancar o coro das duas e não poderei fazer nada além de assistir.

Só que... O monitor nos dá as costas e caminha em direção a saída, então finamente noto que meus braços ainda estão ao redor dela devida a minha tentativa de acalmá-la um minuto atrás.

Seu cheiro me invade...

O perfume suave e inebriante de sua pele me domina...

E a maciez da sua pele... Me causa um coma repentino onde tudo ao redor parece parar por alguns segundos. Quando acaricio levemente a parte de seu braço que posso tocar, ela parece notar minha aproximação e se desfaz dos meus braços rudemente, finalmente me encarando... Mas seus olhos queimam com novamente aquela raiva de mim e sem precisar dizer nenhuma palavra, ela sai em direção ao monitor.

Droga, Jill...

Quando vai me perdoar?

Você está me deixando maluco... Por favor, Jill.

Respiro fundo limpando o suor da minha testa, então saio os seguindo apenas olhando de canto a Jéssica desviar do Carlos que antes a segurava para tentar impedir o mesmo que eu.

O que esse mané está fazendo aqui?

Eu não o vi na aula!

Por que ele não some de vez?

E por que se meteu nisso?

Claro, com certeza quer se fazer de herói e tirar proveito disso para cima da Jill e a tola caindo como uma patinha... Mas ele que nem sonhe em tirá-la de mim, porque não há pessoa no mundo capaz disso.

Vou tê-la de volta... Eu prometo.

Você é minha Jill.

Só minha.

Desvio deles olhando apenas para as costas da minha bonequinha linda e estressadinha. Seus cabelos deslizavam graciosamente pelos seus ombros e apesar de sentir a tensão e o nervosismo dela pela bronca, eu sabia que parte disso era porque me ouvia caminhar de atrás dela.

Ela ainda é apaixonada por mim...

Não conseguiu me esquecer...

E não deixarei que consiga.

Quando entramos na sala do diretor, torço para que a Jill não fique muito enrascada, mas depois do que as duas aprontaram no refeitório e ainda terem entrado no tapa, será difícil não levarem uma suspensão.

-- Diretor?

O monitor quebra o silêncio enquanto o diretor nos encara curioso, mas já prevendo que era o momento de berros e punições.

-- Essas duas tiveram uma briga que começou com comida voando pelo refeitório e terminou em tapas no meio do salão.

O diretor as olha perplexo, então o monitor respira fundo.

-- Sentem-se, meninas.

Ele fala mais calmo do que nunca, o que me faz estranhar já que quando eu passo por essa porta, fico quase surdo com os berros dele em meus ouvidos. Mas como são meninas, talvez ameaças em um tom diferente já funcione... Pelo menos para Jill, porque a Jéssica geralmente não está nem aí para nada.

As duas sentam em frente a ele e mesmo seus olhos encarando a mim e ao Carlos em pé ao meu lado, ele respira fundo e olha para as duas. A Jill está de braços cruzados e com uma expressão péssima de amargura, arrependimento, raiva e medo. A Jéssica está com cara de “estou nem aí” enquanto enrola uma mecha do cabelo nos dedos sem demonstrar a mínima preocupação.

-- Pois bem... O que aconteceu?

Como duas gralhas, as duas começam a falar juntas apontando uma para outra e provavelmente cheias de acusação, mas eu comecei a rir porque não dava para entender nenhuma palavra do que diziam.

-- CHEGA!!!

Com o berro do diretor, as duas param.

-- Srta. Valentine... O que aconteceu?

-- Por que está perguntando para ela? – Jéssica acusa.

-- Cada uma terá sua vez, Srta. Sherawat.

-- E por que ela tem que ser a primeira, diretor?

Ele respira fundo com a criancice dela, então aponta para Jéssica.

-- Certo... Então comece pela senhorita.

-- Eu estava linda e tranquila no refeitório quando essa doida me atacou!

-- É MENTIRA!!!

A Jill a acusa e as duas começam novamente a discutir em voz alta sem nos deixar entender nada, mas ouvi coisas distintas como “piranha”, “descarada” e “sem sal”. Eu imaginava de quem tinha saído cada palavra, mas fiquei na minha.

-- JÁ CHEGA!!!

O diretor volta a berrar e as duas param.

-- Srta. Valentine... Sua vez.

A Jill encarava as próprias mãos que se torciam nervosas em cima de suas pernas, mas respirou fundo e começou a falar.

-- Eu tinha pego minha comida e estava indo para mesa das minhas amigas, mas a Jéssica se enfiou na minha frente e ficou me provocando sem me deixar passar.

-- MENTIROSA!!! É MENTIRA!!!

-- VOCÊ QUE É UMA MENTIROSA, JÉSSICA!!!

-- E VOCÊ UMA INVEJOSA!!!

-- O QUÊ???

-- TEVE INVEJA DE MIM ASSIM QUE ME VIU NA ESCOLA!!!

-- ALÉM DE MENTIROSA É UMA IMBECIL!!!

E lá vamos de novo...

Elas começam a discutir juntas e até o diretor abaixa a cabeça a segurando com as mãos, o Carlos as encara em forma de desaprovação e o monitor esconde um sorriso perante a situação.

Mas quando o diretor dá um tapa forte na mesa, as duas pulam nas cadeiras e voltam a encará-lo. Ele respira fundo e olha para mim e para o Carlos que continuamos em pé apenas os encarando, mas o olhar dele para no idiota ao meu lado.

-- Sr. Oliveira... Pode me contar o que sabe?

O Carlos faz uma expressão ruim, mas concorda.

-- A Jill falou a verdade...

A Jéssica bufou ouvindo aquilo.

-- Mas de certa forma a Jéssica também.

O QUÊ???

ELE ESTÁ LOUCO???

-- A Jill estava na dela quando a Jéssica se enfiou em sua frente para provocá-la de uma maneira bem baixa e idiota... A Jill perdeu a cabeça e jogou a comida nela.

IMBECIL!!!

ELE ENTREGOU A JILL!!!

VOU ACABAR COM A RAÇA DELE!!!

-- Isso é verdade?

O diretor olha para as duas, mas prende o olhar na Jill.

-- Srta. Valentine?

Ela continua com os olhos baixos e apenas concorda com a cabeça.

-- Srta. Sherawat... Por que ficou provocando sua colega?

-- Porque ela morre de inveja de mim e PENSA que pode se igualar.

-- Mas nem morta eu ia querer ser igual a você, sua piranha!

-- SEM SAL!!!

Meio segundo de discussão é interrompida por mais um tapa do diretor que respira fundo e faz as duas olharem para ele com receio... Até mesmo a Jéssica.

-- Certo... Uma provocou dando início a isso e a outra fez comida voar na cara da colega. O que eu faço com vocês duas?

Elas olham assustadas para ele.

-- Acho que suspensão é pouco... Mas um bom começo.

A Jéssica o encara perplexa, mas a Jill o encara apavorada quando puxa um papel bem conhecido por mim... Droga.

-- Não pode fazer isso!

Jéssica tenta atacá-lo, mas ele apenas ri.

-- Diretor, por favor... – Jill fala nervosa – Não faça isso, por favor!

-- Uma detenção não fará nenhum mal a vocês, pelo contrário.

-- Mas com isso eu não vou conseguir uma bolsa na faculdade!

Ele para no mesmo segundo e meu estômago embrulha ao me lembrar que com certeza a Jill seria a mais prejudicada, já que a Jéssica e eu podíamos tranquilamente pagar os estudos e ela não. O Carlos, bom, sei lá se quer continuar, mas acredito que não.

A Jill é humilde... Não pode pagar.

E uma detenção no histórico realmente pode prejudicá-la.

Droga, eu queria ajudar.

O que posso fazer?

-- Devia ter pensado nisso antes, Srta. Valentine...

-- Diretor, por favor...

Ele respira fundo e coça a testa parecendo realmente pensar naquilo, então a Jéssica ri e revira os olhos sem se importar com aquilo... Ela sabe que se a Jill conseguir, ela sai livre também. E se a Jill não conseguir, a Jéssica apenas levará um babão dos pais e talvez nem isso.

Droga...

O que eu faço para ajudar?

-- Certo... De que outra forma eu poderia puni-las como merecem?

Elas ficam caladas, mas eu me esforço para pensar em outra coisa.

-- Porque claro que as duas vão ter que limpar o refeitório todo hoje depois da aula.

-- O QUÊ???

A Jéssica surta, mas a Jill apenas concorda.

-- ELA QUE JOGOU A COMIDA!!!

-- MAS FOI A SENHORITA QUE COMEÇOU AO PROVOCÁ-LA!!!

Ela bufa e desvia de braços cruzados, então ele volta a tentar se acalmar.

-- Certo... Como odeiam ficar juntas, é esta mesma a punição.

As duas o encaram curiosas e confesso que até eu estava curioso no que ele diria para castigá-las, agora que eu sabia que ele não daria detenção e assim não prejudicaria o futuro da minha bonequinha.

-- Me deixem pensar...

Quando ele para o olhar em mim e no Carlos novamente, parece curioso.

-- Até me esqueci... O que vocês dois fazem aqui?

-- Eles estavam tentando amansar as duas feras enquanto elas estavam se atacando no meio do refeitório.

-- Ótimo... Então me servirão como garantia para elas não fazerem de novo enquanto cumprem algumas baitas horas de castigo depois das aulas durante, deixe-me ver... Um mês?

-- O QUÊ???

Agora fui eu com a Jéssica quem falamos juntos.

-- Eu tenho as líderes para liderar, diretor!

-- Eu preciso treinar com o time!

-- Que eu me lembre, suspendi o senhor dos treinos, Sr. Redfield.

-- Sim, mas...

Treinamos na minha casa.

Mas ele não precisa e nem deve saber disso, certo?

-- Pois então...

-- Diretor, eu sou a LÍDER das líderes, preciso orientá-las!

-- Diretor...

Quando o Carlos finalmente abre a boca, o diretor o olha com atenção.

-- Eu e a Jill fazemos parte do grupo de Química e logo as competições estarão aí... O professor Birkin vai enlouquecer se ficar sem dois no grupo dele porque poderemos perder assim.

Ele e a Jill?

No grupo de Química?

OS DOIS JUNTOS???

MAIS ISSO PARA EU AGUENTAR???

O diretor respira fundo notando que a coisa estava complicada, já que nós quatro estávamos fazendo parte de algo onde não poderíamos faltar ou automaticamente poderíamos prejudicar a escola.

-- Certo... Então tenho uma ideia melhor.

Ele riu do nada e nos encarou debochado.

-- Na verdade, sim, a ideia perfeita!

Ele levanta e se apoia na mesa encarando a nós quatro.

-- Se não posso tirá-los de suas tarefas... Posso ocupá-los com mais uma!

Como é?

É bobagem o embrulho em meu estômago?

-- Vou garantir um trabalho em equipe para fazer de vocês grandes e inseparáveis companheiros! Vou colocá-los no grupo de teatro e sem mais discussões!

-- O QUÊ???

Dessa vez nós quatro falamos juntos.

-- Eu não vou me humilhar em público, aquele grupo é ridículo!!!

A Jéssica ri como se fosse piada.

-- Não sei falar em público!!!

A Jill parece se apavorar com a ideia.

-- ENTÃO É MAIS PERFEITO DO QUE IMAGINEI!!!

O diretor bate palmas animado e elas o encaram boquiabertas.

-- Grupo de teatro, vocês quatro! E falarei pessoalmente com a professora para dar um papel que garanta humilhação em público bem clara... – Ele aponta para Jéssica – E também um belo desafio de falar em público! – Indica a Jill ainda apavorada – E claro, que de preferência seja o papel de duas amigas, ou de quaisquer outras que sejam obrigadas a ter algum tipo de interação!

Nos ferramos...

Por que mesmo eu me ferrei junto?

TEATRO... SÉRIO ISSO?

Aquele grupo só tem doido... Fora a minha irmã. Bom, acho que ela também, talvez esta característica esteja presente na nossa família.

-- Ou é isso ou detenção! ESCOLHAM!!!

Com o berro impaciente dele, a Jill concordou e a Jéssica bufou.

-- Excelente, está decidido!

Ele bate palmas e o monitor o acompanha, parecendo satisfeito em ver a cara de insatisfação das duas com uma coisa tecnicamente tão simples... Mas... Público... Palco... Eu em um palco... Posso ser a árvore? Aquela que não fala nada e fica lá atrás sem se mover? Ou talvez segurar alguma parte do cenário, sei lá.

Quando abro a minha boca para protestar, eu paro...

ESPERA AÍ!!!

TEATRO???

ELE DISSE TEATRO MESMO???

EM TEATROS TEM CASAIS!!!

CASAIS QUE EM CENAS PODEM TER QUE SE BEIJAR!!!

NINGUÉÉÉÉÉMM VAI BEIJAR A MINHA JILL!!!

NINGUÉM!!!!!!

Certo... Respira fundo.

Vou realmente me envolver nessa droga para salvar a boca da minha boneca linda, perfeita e encrenqueira?

Droga... É, acho que vou sim.

PORQUE NINGUÉM ALÉM DE MIM PODE CHEGAR PERTO DELA!!!

AINDA MAIS COM O CARLOS LÁ!!!

Droga... Me ferrei para valer.

Mas não vou levar o azar de ser uma peça romântica, não é... Não é!?

NINGUÉM VAI CHEGAR PERTO DA JILL!!!

-- Então está feito!

O diretor faz sinal para as duas levantarem.

-- Avisarei a professora e começam esta semana mesmo! E já aviso... Se um dos quatro não se dedicar e tentar atuar mal para ser tirado da peça, levará uma coleção de detenções antes mesmo de abrir a boca para reclamar!

-- Sim, senhor...

-- E os quatro limpando o refeitório depois da hora! QUERO AQUILO COMO NOVO, ENTENDERAM BEM?

-- Sim, senhor...

-- ÓTIMO! Agora sumam daqui.

Ele volta a sentar e as meninas dão as costas para ele enquanto o monitor nos faz sinal para sair também. Quando estamos lá fora, a Jéssica sai sem olhar para ninguém, então o Carlos sai na direção oposta e a Jill vai de atrás dele, mas automaticamente vou até ela e a seguro pelo braço querendo aproveitar aquela pequena oportunidade de estarmos sozinhos.

Só que... Seus olhos queimam em mim.

Onde está aquele olhar doce da minha bonequinha apaixonada?

-- Me solta!

-- Jill, precisamos conversar...

-- Eu já disse TUDO que eu queria para você!

-- Mas eu não...

-- Não estou nem aí! ME DEIXA EM PAZ!!!

Ela praticamente grita na minha cara e me empurra para se soltar.

Droga... DROGA!!!

Vejo que se apressa para alcançar o Carlos que notei que se virou curioso com o grito dela, mas continuou a caminhar sem parecer querer esperá-la para conversar ou algo do tipo.

Droga, Jill... Precisamos conversar.

Não vou desistir de você

E sei de um modo que podemos ficar a sós sem interrupção.

Um sorriso se forma em meus lábios e esfrego as mãos animado, sabendo que eu teria mais uma chance e seria “tudo ou nada”.

Vai voltar a ser minha, bonequinha!

 

* * * Jill * * *

 

Idiota!

Fica longe de mim, Chris!

Apesar de ter me soltado depois de reunir toda a raiva que estou dele, aquele perfume inebriante tentou me fazer flutuar novamente com a ilusão de que algum dia ele me falou uma verdade sequer.

Céus... Aqueles olhos.

Céus! Aquela boca!

COMO AINDA POSSO QUERÊ-LO???

Por favor, esse sentimento tem que sair de dentro de mim, EU NÃO AGUENTO MAIS!!!

Certo... Respire, Jill, respire.

Agora é outro assunto em jogo: Carlos.

Ele estava sumido.

E ressurge do nada no refeitório sendo que nem entrou nas aulas.

Que diabos está acontecendo com ele?

Apresso o passo percebendo que ele parecia querer fugir de mim, mas quando o alcanço, o puxo e ele desvia mantendo o rosto meio virado para longe dos meus olhos.

-- Por que sumiu?

-- Tive alguns problemas...

-- Por que não entrou na aula?

-- Porque eu não estava a fim...

-- Como sabe que entrei para o grupo?

-- O professor Birkin me contou quando fui falar com ele.

Ele respondia tudo automaticamente, mas noto que ainda não me olhava, mantendo o rosto um pouco virado. Então coloco minha mão em seu queixo e puxo seu rosto sem ele resistir, me deixando ver uma marca roxa ao redor do seu olho que tentava esconder de mim.

É isso...

Está machucado de novo.

Por isso não entrou na sala de aula?

Ele não queria que eu visse o que aconteceu por ter me defendido aquele dia do irmão escroto que ele tem. Mas... Se ele sabia que isso ia acontecer, por que me ajudou? Devia ter me deixado lá, eu preferia sentir a boca nojenta do Albert por mais tempo do que sentir essa dor em meu peito em ver o estado do Carlos.

-- É o Albert que faz isso com você?

Ele se desfaz da minha mão e fica sério.

-- Por que não me contou?

-- Não é ele...

-- É a turminha dele?

-- Não se mete nisso, Jill...

-- Por que não me conta? Eu quero te ajudar.

-- Não pode me ajudar...

-- Me deixe tentar...

-- Não!

Com seu jeito rude, eu fico calada.

-- Não se meta nisso!

Continuo em silêncio, mas estudo o machucado em seu rosto enquanto ele desvia parecendo se sentir mal pelo jeito que estava sendo grosso. Então passa a mão no rosto e volta a me olhar com uma expressão triste e vazia.

-- Não quero que se machuque...

-- Por que fez aquilo por mim se sabia que isso ia acontecer?

-- Porque eu nunca vou deixar que algum mal te aconteça.

-- Por quê?

Ele sorriu sem jeito, mas ainda triste.

-- Não sei...

Eu podia ver a dor que ele tentava esconder por trás daquela expressão, mas não era devido ao machucado e talvez a situação. Então sem pensar mais, eu me aproximo e o abraço, ouvindo ele sorrir e me corresponder enquanto afundava seu rosto em meus cabelos e respirava fundo.

-- Você tem um cheiro tão bom...

Eu ri com as palavras dele que mesmo naquele momento, não soavam como malícia ou interesse, apenas era carinhoso e sincero. Mas sem saber explicar direito, uma lágrima escorre pelo meu rosto em imaginar o que ele deve ter passado em casa, então o aperto mais, só que paro ao ouvi-lo gemer de dor por algum outro provável machucado que eu não podia ver.

-- Desculpe...

-- Tudo bem.

Quando me afasto, ele me olha com uma expressão mais tranquila e acaricia meu rosto limpando as lágrimas que escorreram.

-- Quase é Educação Física...

-- Droga, perdi metade da aula de Matemática.

-- A professora nem vai nos deixar entrar agora... Vamos para arquibancada esperar começar Educação Física?

-- Sim, vamos sim...

Ele sorri e me puxa para perto dele me fazendo sorrir ao dar um beijo em meus cabelos e bagunçá-los em seguida comigo tentando desviar.

-- Ei!

Ele ri sossegado e sorrio em vê-lo assim.

Não dá para explicar o que o Carlos me faz sentir...

Não é como o Chris, são sentimentos diferentes... Eu quero estar perto do Carlos, mas apenas para conversar, para sorrir e me sentir bem. E o Chris, ai, Deus... Quero tudo. Quero senti-lo e quero que me sinta. Quero me entregar completamente a um sentimento louco que me devora o peito, mas o Carlos... É tão estranho.

Quando chegamos na arquibancada, deixamos a mochila de lado e sentamos lado-a-lado apenas encarando o horizonte por alguns minutos, aproveitando o silêncio que o campo nos oferecia de bom grado.

E o que vem a minha cabeça?

Problemas do Carlos?

Uma peça de teatro?

NÃO!

Vem um par de olhos verdes que me hipnotizam...

Um sorriso brilhante...

Um cheiro viciante...

Uma boca quente e com um sabor incomparável...

Céus, o que eu faço para me esquecer dele?

Chris... Por que eu me apaixonei desse jeito por você?

Preciso te arrancar do meu peito!

-- Por que gritou com seu boy magia no corredor?

Com a pergunta do Carlos, eu desvio.

Droga... É claro que ele ouviu e de qualquer forma ia saber.

-- Ele não é nada meu...

-- Achei que estivessem em um lance.

-- Pois é, eu também.

-- O que aconteceu?

Eu desvio mais, não querendo contar como fui estúpida em cair no papo do Chris sendo que o Carlos me avisou para não fazer isso... Ele era o único que sabia que eu gostava dele e me alertou desde o início.

-- Jill, o que ele fez?

Quando sinto ele me puxar gentilmente para eu olhá-lo, abaixo o olhar sentindo a dor agonizante em meu peito ao me lembrar de tudo que eu descobri.

-- Você estava certo... Eu devia ter me mantido longe.

-- O que ele fez?

-- Mentiu para mim.

-- Me conta.

-- Não quero falar nisso...

-- Me conta!

-- Você não me conta seus problemas!

Quando o acuso rudemente, ele desvia sem jeito.

-- Ele é um idiota e você sempre teve razão... Satisfeito?

-- Nem um pouco.

-- Eu estava saindo com ele, acreditei quando disse que gostava de mim, fiquei com ele uma vez e levei na cara uma humilhação em público da Jéssica que me jogou na cara que ele só estava comigo porque ela pediu!

-- O QUÊ???

Eu desvio sem querer falar mais, mas ele insiste.

-- Quando isso aconteceu?

-- Qual parte?

-- Tudo!

-- Por esses dias, foi muito rápido... Eu não queria nada com ele, o evitei a todo custo, mas não adiantou, fui burra e acabei ensopada na festa dele pela Jéssica e pelos amiguinhos idiotas dos dois.

-- “Ensopada”?

-- Sim... E além de mentir que gostava de mim, ele escondeu o tempo todo que era irmão da Claire! Por que ele fez isso?

-- Irm... Espera, eu me perdi.

-- Você sabia, não é? Por que não me contou?

-- Eu achei que você soubesse já que vivem juntas.

-- Mas eu não sabia e por incrível que pareça ela nunca nomeou o irmão dela... E ele sempre escondeu isso de mim.

-- Ficou com ele?

Droga...

-- Sim.

-- Quantas vezes?

-- Uma... E meia. Uma e duas meias.

-- O quê?

Eu ri da sua confusão.

-- Esquece isso, já passou... Não vai mais acontecer.

-- Falei para ficar longe dele!

-- Eu sei, mas sou teimosa e me apaixonei.

-- Tem certeza que ele mentiu sobre gostar de você?

-- Foi o que a Jéssica disse...

-- Ela mente.

-- Está defendendo ele?

-- Não, eu só... Sei lá.

-- Pois é... Sei lá.

-- Mas me conta isso direito, quero saber tudo.

-- Depois... Ainda estou juntando meus pedaços massacrados.

-- Sofreu muito por ele?

Que pergunta...

Volto a olhar o horizonte e me lembro das lágrimas sem fim que encarei... A dor agonizante em meu peito e a mágoa que acho que ficará cravada para sempre em meu coração depois de tudo isso.

-- Ainda estou sofrendo.

-- Sinto muito... Quer que eu quebre a cara dele?

-- Não! Acabamos de escapar de uma detenção!

-- Mas sei onde ele mora...

-- Não!

Ele ri e eu o acompanho sabendo que aquilo era piada, mas que por trás tinha um pouco de verdade... Acho que se eu pedisse, ele daria um jeito no Chris. Mas acho que as palavras que eu disse já fizeram um bom estrago.

Seu rosto...

Me lembro da lágrima que escorreu...

-- Ele virá falar com você, o cara é um mala.

-- Ele já veio...

-- E o que aconteceu?

-- Joguei tudo na cara dele...

-- E aí?

-- Ele disse que está apaixonado por mim...

-- Chris Redfield não se apaixona.

-- Pois é, mas demorei para saber disso.

-- E o que rolou?

-- Ele... Pareceu triste.

-- Chris Redfield sabe mentir bem.

-- Ele chorou.

-- O QUÊ???

-- Escorreu uma lágrima... Eu vi.

Agora o Carlos ficou calado.

Assim como eu, parece não saber que conclusão tirar disso.

Quando o sinal toca, pego minha bolsa e levanto ainda vendo a expressão de desentendimento do Carlos parecendo ainda pensar no que eu falei.

-- Acha que ele gosta mesmo de você?

-- Não... Tudo foi uma mentira.

-- Se mantenha firme, Jill.

-- Eu sei, pode deixar.

-- Ele vai dizer qualquer coisa para te convencer...

-- Ele já conseguiu o que queria e já veio de atrás de mim, então acho que só vamos nos falar quando formos obrigados.

-- Hum... Em um teatro talvez?

Eu ri e revirei os olhos.

-- Nem me lembre... Não quero pensar nisso até ser obrigada!

-- Tudo bem...

-- Até mais tarde!

-- É, na limpeza do refeitório!

Eu ri e saí em direção ao vestiário masculino para terminar de organizar aquela sala infernal que nunca ficava arrumada. Mas como vou poder descartar as aulas práticas de Educação Física agora que entrei no grupo de Química, quero deixar a sala arrumada como prometi ao professor Burton.

Quando entro, respiro fundo e meus pensamentos vão para o meu castigo... Qualquer coisa é melhor que uma detenção. Céus, foi por pouco que não tive meu futuro completamente arruinado e tudo por uma briga idiota!

Tenho que me controlar melhor...

Onde já se viu Jill Valentine brigando no meio do refeitório?

Se minha mãe souber, ela tem um ataque!

Mas... Cara... Teatro?

Vou morrer de vergonha!

Não tenho problemas em decorar falas, mas, por favor, que eu fique lá atrás... Acho que a professora não colocará quatro alunos inexperientes para algum papel importante, então acho que mesmo passando vergonha em um palco, mal serei vista lá atrás, então posso ficar tranquila.

Quando escuto a porta sendo fechada, me viro assustada.

Droga...

-- O que está fazendo?

Aqueles olhos que me despertam todo um sentimento desconhecido me encaravam intensamente enquanto eu podia sentir meu coração disparar no peito.

Chris... Céus, se mantenha firme!

-- Precisamos conversar...

-- Eu já disse tudo que ainda eu queria falar para você!

-- Você tem que acreditar em mim, Jill.

-- Você é um mentiroso!

Quando ele se aproxima, eu tento me afastar, mas piso em algumas coisas desviando dele e quando volto meus olhos, está a menos de um metro de mim.

-- Por que fechou a porta? Sabe que ela não abre de dentro!

-- Exatamente por isso, para você não fugir.

-- Idiota!

-- Minha boneca...

-- Não sou nada sua!

-- Mas quis ser... E ainda quer.

-- Está louco!

-- Por você, Jill... Só por você, minha bonequinha.

-- Fica long...!

Sou interrompida por lábios quentes e paralisantes que vêm de encontro com os meus fazendo meu corpo todo ficar imóvel. O sentimento volta com tudo para o meu peito e meu coração dispara como na primeira vez em que olhei para ele... Seus braços me abraçam de uma forma carinhosa e protetora, mas eu não sei me mexer, porque estou dividida.

Céus... Não!

Não posso fazer isso!

Mas... Mas... Eu quero fazer isso!

NÃO!

Chris... Por quê?

 

* * * Jake * * *

 

Um idiota...

Onde ele está?

Sentado na grama de uma casa estranha, encarando aquela casa branca e bem cuidada dos Birkin’s esperando por algo que ainda não sabia o porquê.

Uma patricinha...

Onde ela está?

Provavelmente em casa... Mas ainda não a vi. Estou há horas aqui sentindo essa droga de vento gelado passar por mim na tentativa de me levar embora, mas nem ele consegue fazer esse imbecil aqui levantar e ir para bem longe de gente que não quer nada com ele.

Quem é esse idiota?

Eu.

Sim, eu mesmo.

Só não me faça perguntas difíceis como: Por que está aí? O que pretende com isso? O que vai fazer quando alguém te ver e chamar a polícia? O que vai dizer se a Sherry te ver e pensar que é um pervertido?

Eu não sei...

Mas estar aqui me acalma.

ELA me acalma.

Com essa merda de vida que eu tenho, um lugar tranquilo com silêncio fazem me sentir mais leve... Mais normal. E um lugar onde sei que ela está perto, me faz sentir bem. Muito bem.

Ela é uma patricinha...

Mimada, metida e cheia de “não me toque’s”...

Mas ela me acalma.

Ela faz eu me sentir... Seguro. A salvo.

Idiotice? MUITA.

Quando ouço a porta da casa se abrir, levanto apressado e me escondo de atrás de alguns arbustos. Não olho para lá, na tentativa de me manter encoberto se por um acaso alguém notou minha presença mesmo ficando sempre na escuridão. Só que quando ouço passos se aproximando, já me preparo para correr a base de gritos de algum dos Birkin’s, mas a voz que soa dali me assusta ainda mais.

-- Eu vejo você, sabia?

Sherry.

-- Toda noite... Aí parado encarando a minha casa.

Droga!

-- Vai ficar aí escondido a noite toda ou vai sair para falar comigo?

Droga... Fui pego.

E por ela, pela Sherry!

Quando levanto dos arbustos finalmente me revelando, coço a cabeça e encaro o lugar mais distante possível dela. Mas quando a escuto rir, me viro para encarar aquele sorriso brilhante e de alguma forma e por alguma razão, minhas pernas tremem com a visão e o som dela.

-- O que está fazendo, Jake?

-- Passeando...

-- E por que parou aqui?

-- Foi coincidência...

-- Toda noite para aqui por coincidência?

-- Não venho toda noite!

Mesmo comigo tentando salvar meu resto de dignidade, não pareceu fazer efeito. Ela sorriu e sentou próxima a onde eu estava e mesmo sem me chamar, eu me aproximei e sentei ao seu lado encarando as minhas próprias mãos.

-- Se meus pais te pegarem...

-- Eu sei!

A interrompi brusco, mas ela pareceu não se importar.

-- Por que você fica encarando a minha janela toda noite, Jake?

Droga...

Não posso dizer a verdade!

-- Porque... Não tenho lugar melhor para ir.

-- A cidade é grande, então... Me fale a verdade. Por que vem aqui?

Droga...

-- Ficar aqui me acalma.

Me entreguei...

Sinto seus olhos em mim, mas eu não viro para olhá-la. Já é vergonha e humilhação demais por uma noite, então prefiro ficar na minha agora.

-- Quer conversar comigo?

-- Por que eu ia querer conversar com você?

-- Então por que vem?

-- Já falei, foi coincidência!

Eu estava desfazendo minha verdade... Acho que é apenas o meu desespero para que ela não entenda meus reais motivos mesmo já tendo dado uma dica.

-- Certo...

Quando ela levanta, meu nervosismo flui.

-- Vou te deixar em paz então, boa noite, Jake.

Ela sai brava, mas eu fico nervoso e as palavras saem sozinhas.

-- Não vai...

Quando ela para e me olha novamente com um sorriso de canto como o de alguém que sabia o que estava fazendo, meu estômago embrulha com mais palavras, mas por um momento acho melhor liberá-las de uma vez.

-- Fica aqui comigo.

-- Por quê?

-- Não sei... Só... Fica aqui.

Mesmo sendo palavras aparentemente simples, minha cabeça girava e meu estômago embrulhava ao sentir minha vulnerabilidade ficando exposta. Eu me sentia fraco e dependente ao falar essas coisas, ao confessar que eu queria a presença dela e que tudo parecia melhor... Com ela.

Idiota? Muito.

Quando volta e senta novamente ao meu lado, posso ver seu sorriso.

-- Por que está sorrindo?

-- Não estou...

-- Está sim! Para de rir de mim!

-- Não estou rindo de você!

Ela começa a rir para valer e minha irritação vem com tudo, me fazendo levantar e sair dali, mas escuto ela vir de atrás e quando me puxa pelo braço e fico de frente para ela... Meu nervosismo triplica... Minhas mãos tremem... E mesmo com a escuridão dominando tudo, meus olhos percorrem para aqueles lábios donos de um sorriso que me fazia sentir algo que eu não entendia, mas que mesmo assim eu tentava sufocar e matar antes que eu entendesse.

-- Não estou rindo de você... Só do seu jeito.

-- E isso não faz parte de mim?

-- Sim, mas... Me desculpe. É que seu jeito ao mesmo tempo que é rude, grosseiro e irritante, ele é... Fofo.

O quê?

-- “Fofo”?

-- Sim...

-- Eu não sou fofo!

-- É sim... Mas insiste em ser nojento.

Fico calado.

Sim, ela consegue me fazer calar a boca.

-- Não precisa ser assim comigo... Eu nunca vou te acusar, te ofender ou fazer qualquer outra coisa ruim. Quero ser sua amiga, Jake.

-- Por que ia querer isso?

-- Não sei... Eu só quero.

Seus olhos pareciam me querer dizer mais, mas eu tinha medo de descobrir sozinho e acabar com tudo antes mesmo de começar... Então desvio do seu olhar como alguém que não está nem aí e indico a casa dela para tentar afastar aquele assunto relacionado de algum modo a nós dois.

-- Como estão seus pais?

-- Ainda não brigaram hoje... Mas nem se olharam também.

-- Sei que não sou o melhor para isso... E nem para nada, mas... Se quiser conversar sobre isso, tudo bem.

Ela sorri e me arrependo do que disse.

-- Viu só... Fofo.

-- Para de me chamar de fofo!

Ela ri e volta para onde estava sentada, automaticamente me fazendo segui-la e fazer o mesmo. Eu não queria ficar olhando para ela, mas meus olhos pareciam teimosos enquanto a encaravam de canto, apenas decorando os traços de seu rosto iluminado apenas pela luz do luar. Ela observava as estrelas com um sorriso mínimo nos lábios, mas eu apenas olhava para aquele rosto bem desenhado que ela tinha e que mesmo com meu “dom” para desenho, jamais teria a capacidade de representar tão bem sua perfeição.

-- No que está pensando?

Pergunto curioso, então ela me olha e eu desvio.

-- Diz você.

-- Perguntei primeiro...

-- Certo... Em nada.

-- Como assim?

-- Gosto de olhar as estrelas e esvaziar a mente.

-- Sério mesmo?

-- Sim... E você?

“Na perfeição do seu rosto”... Não dá, não é?

-- Ah, eu... Também.

-- É mentira!

-- Não estou mentindo!

-- Está sim! E você é péssimo nisso!

-- Você que vê coisas onde não tem, garota!

Quando ela me empurra bruscamente e eu caio para o lado, a encaro bravo imaginando que ela fez como piada, mas me olhava ainda mais feio do que eu.

-- Por que fez isso?

-- Primeiro, meu nome não é “garota” ou “patricinha”, é Sherry, e, segundo, não fale comigo assim, me trate com respeito e educação!

Ela falou como uma completa Birkin.

Quando levanto e me ajeito novamente, sinto seus olhos me encararem e ao olhá-la de canto, vejo um sorriso desenhado em seu rosto. Mas ela volta a encarar as estrelas apenas respirando fundo e voltando com sua expressão calma de antes.

-- O que você é, hein?

Pergunto comigo agora olhando diretamente para ela.

-- Como assim?

-- Você... É... Diferente.

-- Como assim?

-- Não sei... Só diferente.

-- Como assim?

-- Está me fazendo de palhaço?

Ela ri e admiro aquele sorriso, mas ao virar para mim, eu travo.

-- Posso dizer o mesmo de você, Jake.

-- Como ass-não, quero dizer, o quê?

Ela ri novamente, mas fica me olhando de um jeito estranho.

-- Você também é... Diferente.

-- Co-não, o que quer dizer?

-- Não sei também... Só é diferente.

-- Hum...

-- Mas e eu... Sou um “diferente bom” ou um “diferente ruim”?

Seus olhos cravam em mim e sinto que em um segundo ela teria o poder de me dominar por completo... Bastaria uma palavra ou talvez nem isso, sim, um gesto apenas e eu poderia acabar com a vida de nós dois me precipitando com minhas atitudes.

-- Um diferente bom.

Com a minha resposta, o sorriso delineia mais seus lábios e seus olhos gentis, doces e fortes ao mesmo tempo me invadem... Deixo por um minuto que eles me dominem, que penetrem em meu corpo deixando aquilo que ela me fazia sentir livre por um momento, mostrando o como seria fácil colocar tudo a perder. Tão... Tão fácil... Tão fácil perder a cabeça e me deixar levar, fazer eu me esquecer de quem eu sou e o que poderia acontecer se eu agisse sem pensar com ela aqui.

Mas aqueles olhos...

Aqueles... Aqueles... Esses lábios...

Me chamam.

Me atiçam.

Me puxam para ela.

-- SHERRY, ONDE VOCÊ ESTÁ?

Levanto em um pulo dali junto com ela, deixando que tudo fosse interrompido e fico feliz por isso... Por um lado pelo menos. Mas do nada me dou conta que não consigo mais encarar seus olhos sem me sentir estranho, então indico a casa dela de onde veio o chamado.

-- É melhor você ir, Sherry.

-- Sim... Me encontra aqui amanhã?

Volto meus olhos nela surpreendido com suas palavras, mas ela apenas sorri.

-- Até amanhã, Jake.

Ela sai apressada e vai em direção a casa sem me olhar mais, mas ainda estou surpreso pelas suas palavras e por um lado assustado pelo efeito que causou em mim... Não posso. Não posso mais voltar aqui.

E se esse lance rolar de novo?

Vou realmente perder a cabeça e envolvê-la nisso?

Não, eu não posso... E não devo.

O que quer que seja isso que eu sinto por ela, é forte o suficiente para me fazer preferir manter distância do que arriscar sua segurança... Ela não pode se ferir e não quero magoá-la.

Então é assim que tem que ser.

Me desculpe, Sherry... Mas não voltarei mais.


Notas Finais


Muahaha (risada maligna)...
Momento Valenfield, como sempre, ostentando pelo capítulo *--*
E como geral está falando que está curtindo Jake & Sherry, eu os trouxe novamente, mas se acalmem meus amantes de Aeon, Heleon e Claiers ^^ estes aparecerão nos próximos capítulos que tentarei trazer o mais rápido possível!!!
Mas e agora?
Como ficarão Jill & Chris?
A bonequinha não resiste, hein!?
E o Jake... Será que não volta mais mesmo?
E a Sherry parece estar gostando, hein!?
E aquele clima???
NÃO PERCAM OS PRÓXIMOS CAPÍTULOS!!!!!
Espero que tenham gostado!
Até a próxima *--*
Bjooon :-)


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...