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História Una Nuova Possibilità - Capítulo 10


Escrita por: MayArmy24k

Notas do Autor


Demorei, mas cheguei! Tá, parei... Já deu kkkk
Penúltimo capítulo e com muitas emoções... Espero que gostem. Bjs *--*

Capítulo 10 - Capítulo 10


Os dias passaram como num piscar de olhos e o momento tão temido por mim chegou... Era hora de ir embora. Eu sabia que não era definitivo, muito pelo contrário, sempre que pudesse estaria aqui em Buenos Aires e quando me formasse já decidi que é aqui que vou morar e trabalhar. Miguel também prometeu ir sempre me visitar, ele estava se fazendo de forte, mas eu sabia que estava sofrendo tanto quanto eu. Na noite de ontem eu contei a ele sobre o diário da Sol, lemos algumas partes juntos e isso pareceu nos unir ainda mais. Miguel é um pai maravilhoso, fico triste por me dar conta de quantos momentos perdemos por termos sido separados, mas não dava para ficar lamentando pelo que aconteceu, estamos juntos agora e nada mais poderá nos afastar.

Minhas coisas já estavam arrumadas, depois do almoço eu iria para o aeroporto, meu coração estava apertado, não queria nem imaginar a hora de me despedir do meu pai, e do Matteo.

–Bom dia, amor. – fui desperta de meus pensamentos com Matteo entrando em meu quarto.

Sorri recebendo seu beijo e seu abraço.

–Bom dia, Matt.

–Vamos? – ele perguntou acariciando meu rosto e eu assenti.

Eu iria no cemitério, no túmulo da Sol, pela primeira vez.

–Vamos sim... Mas Matteo, talvez tenhamos que conversar antes. – sussurrei.

Passamos os últimos dias grudados um no outro, até dormimos na casa um do outro, mas em nenhum momento chegamos a conversar sobre como seria quando eu fosse embora.

–A gente não conversou sobre minha partida, e eu sei que vou ficar longe e ocupada por muito tempo, mas não quero te perder... Eu te amo muito. – senti meus olhos marejarem.

Matteo me beijou e sorriu.

–Você nunca vai me perder, Luna. Eu também te amo, mais que tudo e nada vai mudar isso. – ele disse tranquilamente.

–Então você vai me esperar? – sorri.

Ele riu me abraçando.

–Eu te esperaria por quanto tempo fosse preciso amor, mas talvez nem precisaremos disso.

–Como assim? – o olhei desconfiada e o sorriso que ele me deu me deixou ainda mais intrigada. –Matteo Balsano, você está aprontando algo?

–Eu? Imagina... – ele riu e antes que eu pudesse falar algo me beijou até me deixar sem fôlego.

–Matt... – tentei falar enquanto recuperava o fôlego, mas ele não deixou.

–Vamos Luna. – pegou em minha mão entrelaçando nossos dedos e me puxou para fora do quarto, mal tive tempo de pegar minha bolsa e já estávamos descendo as escadas.

Apertei a bolsa contra mim, o diário da Sol estava ali, eu falaria com Matteo sobre ele hoje.

–Já estão indo? – Miguel perguntou quando nos viu.

–Sim. – fui até a cozinha onde, mais cedo, eu tinha deixado às flores que comprei para levar. –Voltamos para almoçarmos todos juntos.

–Meu pai também vem e depois vai com a gente levar a Luna no aeroporto. – Matteo falou e Miguel assentiu tentando esconder um sorriso e trocando um olhar cúmplice com o meu namorado.

–Vocês estão me escondendo algo? – perguntei, mas os dois só riram e Matteo me levou pra fora sem me deixar falar mais nada.

Matteo dirigiu rapidamente para o cemitério, e por mais que eu estivesse bem desconfiada de que ele estava armando algo, não perguntei mais nada porque quanto mais nos aproximávamos do cemitério, mais nervosa eu ia ficando e Matteo percebeu.

–Está ficando nervosa? – ele disse segurando uma de minhas mãos.

–Um pouco. – sussurrei. –É tão estranho, quando eu soube da morte da minha irmã foi um choque porque junto com essa notícia eu descobri que sempre vivi cercada de mentiras, decidi vir pra cá e desde lá tanta coisa mudou. Eu queria saber mais sobre a Sol e agora sei, mas quando percebo que nunca vou poder realmente conhecê-la me da um certo desespero, acho que ver o túmulo dela agora vai fazer esse desespero crescer ainda mais, a minha irmã está ali debaixo da terra e eu nunca vou realmente ver quem ela era, nunca vou poder dizer que a amo ou que sinto muito por não ter vindo antes, mal consigo me lembrar dos poucos anos que tivemos juntas.

Mesmo sem eu querer lágrimas já caíam em meu rosto. Matteo apertou mais minha mão e parou o carro, já tínhamos chegado ao cemitério.

–Eu te entendo perfeitamente, amor... – ele sussurrou se virando e acariciando meu rosto. –Mas não fique se culpando por não ter vindo antes, você e a Sol foram vítimas nessa história toda, a gente não pode mudar o passado e não da para ficar sofrendo por isso, aprendi isso quando conheci você, a vida segue... A gente querendo ou não a vida segue.

Assenti, sabendo o quanto ele estava certo e o abracei.

Descemos do carro, eu segurava as flores e Matteo me envolvia com um de seus braços.

Deixei ele me guiar em direção ao túmulo da Sol, era tão triste estar ali, era tudo tão vazio.

–Aqui. – Matteo sussurrou quando paramos em frente ao túmulo dela.

Meu coração batia rápido e minhas pernas bambearam.

–Vou estar bem aqui. – Matteo sussurrou em meu ouvido e se afastou alguns passos.

Me ajoelhei diante do túmulo e deixei as flores ao lado de outras que estavam ali.

Lágrimas já caíam em meu rosto.

–Eu sinto muito por tudo que foi tirado de nós duas, mesmo longe nunca me esqueci de você e nunca deixei de te amar, sinto muito sua falta. – respirei fundo controlando o choro e sequei as lágrimas.

Não tinha mais o que ser dito, onde estiver ela sabe o que se passa dentro de mim. Sorri levemente. Sol sempre estaria presente em minha vida, de um jeito ou de outro. Olhei para Matteo e ele sorriu se aproximando de novo.

–Vamos. – sussurrei.

–Certeza? – ele perguntou.

–Sim, estou pronta. – sequei as últimas lágrimas que insistiam em cair e entrelacei seus dedos aos meus.

Fomos caminhando em silêncio, mas quando estávamos chegando na saída do cemitério vi Simón entrando.

Matteo pareceu ficar um pouco incomodado.

–Se importa se eu for falar com ele um instante? – perguntei, mas eu ia de qualquer jeito e ele sabia disso.

–Você vai mesmo. – ele deu de ombros e eu sorri lhe dando um selinho.

Aqueles dois precisariam de um pouco mais de tempo para acertar as coisas pendentes entre eles, por muito tempo a Sol era a única razão que os ligava e o único motivo para eles não se darem bem, mas eu sabia que um dia eles se dariam melhor, mesmo que não se tornassem amigos.

–Te espero no carro, ok?! – ele disse e eu assenti.

Simón me viu e parou de andar esperando que eu chegasse até ele.

Ele também deve ter visto o Matteo, mas não falou nada.

–Luna. – seu sorriso triste me deixava com o coração apertado.

–Oi Simón. - parei em sua frente, ele tinha lindas flores nas mãos. -São flores lindas.

–Ela adorava essas flores.

–Eu deixei umas lá também. – falei.

–Você está indo embora hoje, não é? – ele perguntou.

–Sim, logo depois do almoço, por isso vim aqui... Mas assim que der volto para cá.

–Que bom, e obrigado por tudo, conversar com você naquele dia me fez muito bem. – ele disse.

–Me fez muito bem também. – sorri. -Quando voltar eu te procuro para conversarmos mais e tenho certeza que você estará bem melhor.

–Espero que sim. – ele suspirou.

–Eu tenho que ir. – murmurei. -Se cuida, tenho certeza que minha irmã te amava muito e ela não gostaria de te ver assim.

–Eu estou tentando. – ele me olhou intensamente. –Obrigado.

Me aproximei mais dele e nos abraçamos por um tempo, eu realmente torcia muito para que Simón ficasse bem. Todos merecíamos seguir adiante e sermos felizes, sei que é exatamente isso que Sol iria querer.

Depois de me despedir do Simón fui para o carro onde o Matteo já me esperava.

–Oi. – sorri.

–Como foi lá? – ele perguntou.

–Tudo bem, sei que ainda pode ser meio recente, mas acho que no futuro você e o Simón deveriam conversar. – falei e ele revirou os olhos, deixando bem claro que não estava com vontade de falar sobre aquilo.

–Ok, então não vamos falar sobre isso. – dei de ombros e ele riu. -Mas quero falar com você sobre uma outra coisa.

Respirei fundo e peguei minha bolsa, o diário da Sol estava ali. Matteo me olhou curioso quando tirei o diário de dentro da bolsa.

–O que é isso? – ele chegou mais perto.

–Um diário... E é da Sol.

–Sério? – vi a surpresa estampada em seu rosto. –Nunca imaginei que ela tinha um diário.

–É, eu achei enquanto arrumava as coisas dela. – suspirei. -E acabei lendo, porque senti que era uma maneira de conhecê-la melhor.

–Claro. – ele sorriu.

–Mas tem muito sobre você aqui, sobre o que ela sentia por você, então acho que também é do seu direito ler. – sussurrei.

Estiquei o diário em sua direção. Matteo o olhou por um tempo e depois sorriu.

–Não. – ele disse me surpreendendo.

–Como assim?

–A Sol nunca me disse que escrevia um diário, porque provavelmente ela não queria que eu soubesse o que estava aí e agora não importa mais... É um direito seu de ler, porque eu sempre terei lembranças dela, de nossos momentos juntos, mas você não. Eu não vou ler o diário, não preciso.

–Tem certeza? – perguntei, de certo modo a resposta do Matteo me deixou feliz.

–Absoluta. Fique com o diário, tenho certeza de que ela adoraria que você o lesse, minha história com a Sol estará sempre marcada em mim, nós vivemos exatamente o que tínhamos que viver e é isso que importa. Eu tenho você agora e é só você que eu quero, Luna. – ele nem me deixou falar algo e me beijou intensamente... De qualquer forma nós realmente não precisávamos de palavras agora.

(***)
 

Meu coração estava tão apertado. Me aconcheguei mais ao lado do Matteo que me abraçou com força. Estávamos no banco de trás do carro dele enquanto meu pai dirigia e Mauricio ia ao lado. Tínhamos almoçado todos juntos, como despedida, e agora eles estavam me levando até o aeroporto. Eu estava tentando ser forte, segurar as lágrimas, mas era tão difícil.

Miguel ficou calado o tempo todo, eu via que era difícil para ele também, Mauricio era o único que falava sem parar.

–Sua mãe sabe que você chega lá hoje, Luna? – Miguel perguntou, falando pela primeira vez desde que entramos no carro. Já estávamos chegando ao aeroporto.

–Sim, eu mandei uma mensagem, não da para ficar fugindo dela para sempre. – sussurrei.

–Vocês precisam conversar. – ele sorriu de leve me olhando rapidamente.

–Sim, não da para ficar adiando mais. – dei de ombros.

Matteo me deu um beijo carinhoso no momento em que Miguel parou o carro, tínhamos chegado.

–Pronto, chegamos. – Miguel disse se virando para me olhar.

–É... – sussurrei. –Meu voo vai sair logo.

Saímos do carro e eu peguei minha mochila que estava ali no banco de trás.

Eu não queria chegar nesse momento de despedida, ia ser doloroso.

Matteo me olhou, um sorriso surgindo em seus lábios, e foi até o porta malas abrindo-o.

–O que foi? – perguntei curiosa, eu não tinha colocado nada meu ali.

Ele não falou nada, Mauricio e Miguel também sorriam e eu não entendi nada quando Matteo tirou uma grande mochila do porta malas.

–Essa é minha, amor. – ele riu segurando a mochila e vindo até a mim.

–Como assim sua? – perguntei ainda confusa.

–Você achou mesmo que eu te deixaria ir embora assim sozinha? – ele me abraçou fortemente. Finalmente eu comecei a entender o que ele queria dizer, mas era perfeito demais para ser verdade. Me afastei um pouco olhando-o nos olhos.

–É o que estou pensando? Você vai comigo? – sussurrei.

–Sim, lembra que eu te contei que tinha sido aceito na mesma faculdade que você? – assenti e ele continuou. -Então, nessas últimas semanas eu ajeitei tudo, deu um pouco de trabalho por ser em cima da hora, mas deu tudo certo, eu vou para lá com você.

–Ah meu Deus. – pulei, me pendurando em seu pescoço e ele riu me abraçando. -Isso é tão maravilhoso, Matteo, mas porque você não me contou nada? Eu estava quase pirando por termos que ficar longe um do outro.

–Eu sei, desculpa, mas queria muito te fazer essa surpresa. – ele riu e me beijou.

–Tá você está desculpado, mas só porque eu estou muito feliz. – ele tinha realmente me surpreendido, mas nada poderia me deixar mais feliz do que isso, ter Matteo ao meu lado nessa nova fase de nossas vidas será perfeito.

–Eu te amo, Luna. – ele acariciou meu rosto.

–Também te amo, Matteo e você ir comigo é a melhor coisa que já aconteceu em minha vida, é tão perfeito que ainda parece um sonho. – ri o abraçando com força.

Quando nos afastamos olhei para Miguel e Mauricio que nos olhavam sorridentes.

–Vocês sabiam, né?! – falei e eles riram se entregando.

–Matteo queria fazer uma surpresa. – Mauricio deu de ombros jogando a culpa para cima do filho e todos rimos.

–Bom, é melhor nos apressarmos. – Matteo falou e eu assenti.

Mauricio e Miguel nos acompanharam e ficaram com a gente até a hora de embarcarmos. Eu tinha tirado um grande peso do coração agora que teria Matteo ao meu lado, mas me despedir do meu pai não era nada fácil.

Fui até ele e nos abraçamos com força.

–Não precisamos ficar tão tristes, ok?! – ele sussurrou em meu ouvido. -Estaremos sempre juntos, nos falaremos o tempo todo por telefone e posso até aprender a usar essas coisas de internet.

Ri e assenti segurando as lágrimas.

–Eu sei e prometo vir assim que der, mas vou morrer de saudades, pai. – uma lágrima escorreu em meu rosto e ele a secou.

–Eu também vou sentir muito sua falta, querida, mas estaremos sempre na vida um do outro, nunca mais nos afastaremos. – ele segurou meu rosto e eu assenti.

–Sim, nunca mais. Te amo muito, pai.

–Também te amo Luna, e logo estarei lá te fazendo uma visita.

Nos abraçamos de novo e eu respirei fundo controlando o choro.

Matteo e Mauricio, que também estavam se despedindo, se aproximaram da gente.

–Cuide bem da minha menina, Matteo. – Miguel disse dando um abraço em Matteo.

–Pode deixar Miguel. – Matt sorriu.

–E você também cuide do meu menino. – Mauricio me abraçou e eu ri quando Matteo revirou os olhos e resmungou.

–Fica tranquilo Mauricio, cuidarei muito bem dele. – ri. -E fica de olho no meu pai, ele não pode ficar só comendo besteiras todos os dias.

–Claro, desse velho eu cuido. – Mauricio deu um tapinha no ombro do Miguel, que revirou os olhos.

Chegou a hora de embarcarmos... Matteo passou um braço ao redor da minha cintura e nossos pais ficaram em nossa frente.

–Se cuidem, estudem e tenham juízo. – Miguel falou, os olhos dele estavam marejados.

–E também se divirtam. – Mauricio piscou e nós rimos.

Dei mais um abraço apertado em Miguel e um em Mauricio, se ficasse mais tempo ali eu iria começar a chorar pra valer.

Matteo pegou em minha mão entrelaçando nossos dedos e me olhou intensamente.

–Pronta, amor?

–Sim, principalmente por ter você ao meu lado. Estou pronta para qualquer coisa.

(***)
 

A viagem foi maravilhosa, simplesmente pelo fato de ter Matteo ao meu lado. Fomos o tempo todo fazendo planos de como seria nossa vida na universidade. Por sorte Matteo conseguiu um lugar no dormitório também, mas quem sabe no futuro morássemos juntos, seria maravilhoso.

Ele iria cursar arquitetura, como era o sonho dele e da Sol.

Às vezes eu ainda me pegava meio em choque por tê-lo ali ao meu lado, sentia que podia explodir de tanta felicidade.

Quando chegamos eu nem estava cansada, me sentia elétrica, cheia de energia, pronta para começar essa fase tão especial de nossas vidas.

Mas novamente fui surpreendida... Lilly estava ali no aeroporto nos esperando. Quando eu lhe mandei uma mensagem dizendo que chegaria hoje não imaginei que ela fosse ali.

Fiquei nervosa e Matteo percebeu.

–O que foi, amor? – ele perguntou acariciando minha mão.

–Minha mãe. – sussurrei olhando fixamente para Lilly que se aproximava da gente.

–É ela? Não me lembrava. – Matteo disse e passou um braço ao redor do meu corpo. -Vai ficar tudo bem.

Assenti, mas eu não tinha certeza se ficaria tudo bem. Sei que eu e Lilly teremos que conversar, mas não estava pensando que seria agora e vê-la me fez perceber o quanto, apesar de ainda estar magoada, senti falta dela.

–Oi, filha. – ela parou em minha frente e sorriu um pouco hesitante.

Eu não consegui falar nada.

–Sei que não deveria ter vindo aqui assim, mas não resisti quando recebi sua mensagem avisando que chegaria hoje, quero tanto conversar com você Luna, eu estava com tantas saudades. – ela disse.

–Eu sei que precisamos conversar, mas acho que aqui não é o melhor lugar, nem a melhor hora. – sussurrei.

–Luna... – ela começou a falar, mas parou e olhou para o Matteocom curiosidade.

–Esse é o Matteo, meu namorado, ele vai estudar em na mesma faculdade que eu também. – falei antes que ela pudesse perguntar algo.

–Você não me disse que estava namorando. – ela falou alegre. -Fico muito feliz, é um prazer Matteo.

–Olá. – ele a cumprimentou educadamente.

–Ele é filho do Mauricio Balsano, você se lembra dele? – perguntei.

–Sim, claro, Matteo... Nossa, está enorme e lindo, fico mesmo feliz de saber que estão juntos.

–Obrigado... Nós estamos muito felizes, eu amo a Luna. – Matteo falou me puxando para mais perto dele.

–Isso é tão lindo, você podia ter me contado, Luna. – Lilly parecia mesmo animada.

–Talvez seja melhor conversarmos um pouco logo, depois eu vou estar ocupada e tudo o mais. – dei de ombros, precisávamos começar a conversar, nada seria resolvido de forma rápida entre a gente, mas tínhamos que começar.

–Vamos naquela lanchonete aqui em frente. – Lilly disse esperançosa e eu assenti.

–Você se incomoda, amor? – perguntei para Matteo que negou.

–De jeito nenhum, vai ser bom e é necessário. – ele me deu um selinho e eu assenti.

Alguns minutos depois estávamos na lanchonete. Lilly se sentou de frente para nós dois, eu segurava a mão do Matteo com força.

Até perguntou se eu preferia que ele nos deixasse sozinhas, mas eu precisava dele ali ao meu lado nesse momento.

–Você ainda está muito magoada, não é? – ela sussurrou.

–Muito, principalmente depois de ver tudo que perdi quando você me tirou de Bienos Aires, meu pai é tão incrível e me ama tanto, eu não pude estar com minha irmã, ela é praticamente uma desconhecida pra mim, até o Matteo eu teria conhecido desde sempre se morasse lá. – não consegui me conter e despejei tudo de uma vez.

–Eu sei, sinto tanto Luna, e sempre levarei essa culpa comigo. Estou destroçada, Sol era minha filha, quando a deixei não foi por amá-la menos, mas acho que ela se foi acreditando nisso, acreditando que eu a rejeitei. – os olhos dela marejaram. -Minha vida se transformou em um inferno desde que tomei a estúpida decisão de fugir de Buenos Aires levando você e agora é como se eu não tivesse mais vida, estou apenas sobrevivendo... Sei que seu pai nunca vai me perdoar, que ele deve me odiar, mas a única coisa que ainda me mantêm de pé é a esperança de um dia ter seu perdão.

Meu coração se apertou com as palavras dela, eu sabia que ela estava sendo sincera, mas era tudo tão difícil.

–Mãe... – eu não sabia o que falar.

–Só diga que me perdoa. – ela segurou minha mão que estava na mesa.

–Eu te amo... – sussurrei. -Amo muito e senti sua falta, mas ainda estou muito magoada pelas mentiras, pelo que eu perdi, um dia eu vou te perdoar, porque apesar de tudo você sempre foi uma mãe maravilhosa pra mim, sempre foi minha melhor amiga. Mas eu preciso de um tempo, por favor.

–Nós já ficamos tantos dias longe, Luna, você está entrando na faculdade, o que sempre foi seu sonho, está namorando, eu quero estar presente na sua vida nesse momento. – ela parecia desesperada para que eu dissesse sim, para que a perdoasse e tudo voltasse a ser como antes, e de certa forma eu também queria isso, mas não dava, ainda não.

–Só preciso de um tempo. – sussurrei. –Não vamos conseguir aceitar as coisas assim, não da para passar por cima de tudo e fingir que está tudo bem, precisamos de um tempo.

–Mas...

–Eu acho que é o melhor. – Matteo a interrompeu ao perceber que eu não aguentava mais. –Acho que vocês duas precisam de um tempo, as coisas vão se acertar, vocês são mãe e filha, no final tudo irá se acertar.

Assenti e olhei para ele lhe agradecendo.

Lilly percebeu que aquilo era o máximo que eu conseguia agora e assentiu.

–Tudo bem, eu sei, precisamos de tempo, eu mesma não consigo me perdoar ainda. – ela secou as lágrimas que caíram em seu rosto e eu precisei respirar fundo algumas vezes para não começar a chorar também.

–Preciso ir agora, eu e o Matteo estamos um pouco cansados e ainda temos uma curta viagem até o campus, precisamos ir logo lá acertar as coisas nos alojamentos. – me levantei e eles fizeram o mesmo.

–Tudo bem. – Lilly disse. –Você não vai buscar nada em casa?

–Depois. – falei e ela concordou.

–Luna, posso ao menos te pedir um abraço? – ela pediu quando eu já estava prestes a me virar e ir embora.

A olhei por alguns instantes e depois assenti e fui até ela abraçando-a por um tempo.

–Eu te amo e sinto muito, prometo te dar o tempo que você precisar. – ela sussurrou em meu ouvido.

Me afastei dela.

–Eu sei e também te amo, mãe. – sorri levemente e me virei.

–Até mais Lilly. – Matteo disse.

–Até, Matteo, qualquer coisa que vocês precisarem é só me procurar, por favor. – ela disse e ele assentiu.

–Vamos Matt. – pedi segurando com força em sua mão.

Ele me beijou carinhosamente e saímos da lanchonete.

–Será que um dia essa minha mágoa vai acabar? Eu sei que ela está arrependida, mas...

–É tudo muito recente, amor. – Matteo falou.

Paramos na calçada e ele me virou para que ficássemos frente a frente.

Olhei para a lanchonete e Lilly ainda nos olhava.

–Vocês realmente precisam de tempo e então o que tiver que ser será. – ele piscou e me puxou para seus braços, o que fez com que eu me sentisse muito melhor. -E independente do que acontecer eu estarei aqui ao seu lado Luna, sempre.

–Então tudo vai dar certo. – sorri e fiquei na ponta dos pés para beijá-lo.

Era exatamente assim que eu me sentia... Enquanto Matteo estivesse comigo tudo daria certo.

Quando há algumas semanas atrás eu fui para Buenos Aires estava completamente destroçada, perder minha irmã e saber de todas as mentiras que cercaram minha vida foi insuportável, em alguns instantes eu realmente achei que não fosse suportar.

Mas foi no momento mais doloroso da minha vida que eu tive uma nova chance e encontrei algo que me salvou... O amor... O amor do meu pai por mim e o meu por ele... O amor do Matteo... O amor pela minha irmã. Quando cheguei em Buenos Aires meu coração estava quebrado em tantos pedacinhos que eu achava ser impossível montá-lo de novo, mas agora enquanto Matteo me envolve em seus braços e me beija, eu sinto esse mesmo coração bater como um louco, cheio de vontade de viver, de amar... Eu estava pronta para recomeçar.


Notas Finais


Pois é gente, próximo capítulo é o epilogo. Espero que tenham gostado dessa fanfic. Creio que amanhã eu poste o ultimo capítulo, até porque pra que esperar né? Bjs e comentem *--*


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