História Unbroken - 20.0 - I don't wanna lose you

CAPÍTULO 20.0 : I don't wanna lose you

TEMA DO CAPÍTULO : "Naquele momento eu senti medo, medo de tudo acabar do nada, de repente"

MÚSICA DO CAPÍTULO : Say Something, A Great Big World

Harry Styles P.O.V

6:00pm, hora de fechar a padaria, finalmente. Quero ir embora logo pra ficar com a Victoria, não é legal ficar um dia inteiro sem ver e nem conversar com ela. Mas por outro lado, tivemos ótimas vendas hoje, estou arrumando as coisas aqui pra ir embora :

-Harry -Adam, funcionário de lá me chamou, só eu e ele ainda estamos aqui

-Oi? -Respondi e ele se aproximou de mim

-Sabe aquele carro preto que nós vimos parado aí na frente hoje mais cedo?

-Sei, o que tem?

-Ele ainda está lá -Ele me olhou preocupado

-O que será que pode ser isso?

-Não sei, ou é só coisa da nossa cabeça

-Não sei não, hoje em dia temos que confiar descofiando -Falei e ele assentiu

-É, isso é verdade. Bom, quer uma carona pra sua casa?

-Ah não, não precisa, não vou pra minha casa -Falei e sorri de lado

-Vai pra casa dela? -Me perguntou e eu assenti, ele sorriu -Aproveita, essa é a melhor fase da vida

-Pode deixar que eu aproveito -Falei sorrindo

Acabamos de arrumar as coisas e ele foi para o balcão pra acabar de contar o dinheiro e eu me sentei em uma cadeira e olhei pra fora, o carro não estava mais lá :

-Olha -Falei e Adam olhou pra mim -o carro saiu dali

-É mesmo, que bom, já estava preocupado

Peguei meu celular pra mandar uma mensagem pra Victoria avisando que eu estava saindo e indo pra casa dela. Mas nesse meio tempo, o carro preto voltou e parou em frente à padaria :

-Adam -Chamei e ele guardou o dinheiro

Dois homens saíram de dentro do carro, eles estavam com o rosto quase todo coberto pela touca da blusa que estavam usando e entraram na padaria, me levantei e guardei meu celular bolso :

-Já fecharam? -Um deles perguntou, olhei pro Adam e ele olhou pra mim

-Já, voltem amanhã -Adam respondeu

-Que ótimo, assim é mais fácil fazer nosso trabalho -O mesmo cara disse e os dois sorriram maliciosamente um pro outro, senti um frio na barriga

-Vocês venderam muito bem hoje, quero todo o dinheiro do caixa! -Eu e Adam ficamos imóveis, não acreditávamos no que estava acontecendo

-ISSO É UM ASSALTO, ANDEM LOGO! -Ele tirou uma arma de dentro da blusa e apontou pro Adam, isso não pode estar acontecendo

Enquanto Adam pegava o dinheiro do caixa eu estava imóvel, não parecia que aquilo era real, eu não sabia o que fazer. Queria sair correndo pra buscar ajuda, já que os dois caras estavam com os olhos grudados em Adam e com a arma apontada pra ele,  criei coragem e quando eu mexi um músculo, um deles percebeu e apontou a arma pra mim, ergui minhas mãos e engoli seco :

-Onde você pensa que vai? Me passa seu celular!

-Eu não...trouxe meu celular -Falei sem pensar, não queria dar o meu celular novo que eu acabei de comprar pra um idiota como ele

-É claro que trouxe, eu vi você guardando no bolso, ANDA LOGO!

Eu não fiz nada, ia negar mas isso seria pior, eu não quero morrer. Quando eu abaixei uma das minhas mãos pra pegar meu celular, a chave da minha casa que estava dentro bolso da minha blusa escorregou e ia cair no chão, fiz um movimento rápido pra pegar e o ladrão assustou, não olhei pra ele mas ouvi um barulho. Um barulho que foi seguido de uma dor insuportável na minha barriga, começei à ficar tonto e caí pra trás, só ouvi os dois caras gritando "sujou! sujou!" e saírem de lá, a única pessoa que veio na minha cabeça foi a Victoria, como eu queria estar com ela agora, Adam se aproximou de mim, pegou o celular, e depois eu apaguei.

Victoria Justice P.O.V

-Daqui a pouco ele chega, fica despreocupada -Meu pai disse e eu assenti, mas não adianta dizer pra eu ficar despreocupada porque eu não consigo, mas ele deve estar saindo da padaria agora, daqui a pouco ele chega.

Mais ou menos 5 minutos depois disso, meu celular tocou, olhei e era o Harry me ligando, sorri é claro e atendi :

-Oi amor -Falei assim que atendi

-É a Victoria que está falando? -Ouvi uma voz diferente da do Harry, uma voz mais grossa, de adulto

-É ela sim, quem é? -Falei sem entender nada

-Você é namorada do Harry? -Ele perguntou

-Sou, quem é você e por que está usando o celular dele? -Isso está estranho demais

-Eu sou o policial Henry, encontrei o celular dele e o seu número foi o primeiro que achei

Meu coração disparou. O que pode ter acontecido?

-Policial? O que aconteceu? -Meus olhos já se encheram de lágrimas

-Liguei para informar que seu namorado foi vítima de assalto em local de trabalho e acabou sendo baleado, eu sinto muito

Naquele momento, meu coração parou. As lágrimas dos meus olhos começaram à escorrer pelo meu rosto e eu começei à tremer, não estava prestando atenção em mais nada que aquele policial estava falando, fiquei tão nervosa que derrubei meu celular no chão e começei à chorar mais ainda, meu namorado tinha sido baleado, isso só podia ser um pesadelo, um pesadelo bem grande e eu iria acordar à qualquer momento, mas não acordei, aquilo era real. Minha mãe apareceu no meu quarto e assustou ao me ver daquele jeito, ela se aproximou de mim e se sentou na minha cama :

-O que aconteceu? -Ela me perguntou mas eu não consegui dizer nada, depois ela pegou meu celular do chão -alô?

Ela começou à falar com o policial que eu deixei falando sozinho e eu não consegui ouvir nada da conversa, só conseguia pensar no Harry, em como ele poderia estar, isso se estivesse vivo. Meu irmão apareceu na porta do quarto e perguntou sobre o Harry, depois ele analisou o que estava acontecendo e se sentou ao meu lado :

-O que aconteceu? -Começei à chorar mais ainda o abraçei e ele me puxou pra mais perto -Vic o que foi? Mãe o que aconteceu?

-Calma filho -Minha mãe disse, fez carinho em mim e continuou falando com o policial pelo celular

-Eu não quero que ele morra -Foi a única coisa que eu consegui dizer

-Quem? Quem vai morrer? O que tá acontecendo?

-Tudo bem, os pais dele estão fora da cidade mas nós vamos até aí, obrigada por avisar -Minha mãe disse e desligou

-Alguém pode me explicar o que está acontecendo? -Meu irmão disse todo preocupado

Minha mãe respirou fundo e falou :

-É o Harry, um policial ligou e disse que dois caras tentaram assaltar a padaria e...acabaram atirando nele -Minha mãe disse com os olhos já cheio de lágrimas

-C-como ele tá mãe? -Perguntei e meu irmão me abraçou mais forte

-Já estão cuidando dele, ele vai ficar bem, nós precisamos ir até lá

-Eu quero ver ele -Falei enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto

-Eu acho melhor você ficar aqui, a mamãe e o papai vão até lá e nós ficamos aqui e...

-NÃO, EU NÃO VOU FICAR AQUI -Levantei da cama e saí correndo do meu quarto, desci as escadas e saí de casa correndo, estava chovendo mas nem me importei, fui em direção à padaria, não tô nem aí se eu ficar doente de novo, eu só preciso ver ele, tocar nele e ter certeza de que ele vai ficar bem.

Cheguei na rua da padaria morrendo de frio, a rua estava cheia de gente, tinham dois carros da polícia e uma ambulância lá, mas não consegui ver o Harry em lugar nenhum, me aproximei de onde os policiais estavam, me apresentei e pedi pra ver o Harry, mas eles não acreditaram em mim :

-Você não pode passar -Um deles disse

-Mas eu quero ver ele, por favor -Insisti mas eles negaram

-Todo mundo aqui já disse que era da família, irmão, primo até cachorro da vítima só pra poder ver ele sendo que nada disso é verdade, você é só mais uma tentando se passar por conhecida dele

Eu só conseguia sentir raiva daquele idiota, queria socar a cara dele, mas respirei fundo e falei :

-Olha, um de vocês ligou pra mim agora mesmo e disse que meu namorado tinha sido vítima de assalto e baleado, vocês acham que eu seria capaz de inventar uma história dessa? Eu só quero ver ele

Eles ficaram me encarando :

-Com quem você falou? -Um deles perguntou

-Com o policial Henry, ele me ligou não tem nem cinco minutos

Eles continuaram me encarando e enfim, chamaram o policial Henry, nesse meio tempo, meus pais chegaram :

-Victoria você ficou doida? Você tá doente, não pode ficar na chuva -Meu pai disse me puxando pra debaixo do guarda-chuva dele

-Eu não to nem aí se eu ficar mais doente ainda, que se dane -Começei à chorar de novo, meu pai me abraçou

-Não fica assim, ele vai ficar bem, se Deus quiser vai -Minha mãe disse

O policial foi até onde estávamos, ele explicou toda a situação, tudo o que tinha acontecido :

-Mas o pior é que, eles fugiram e não levaram nada, só atiraram no garoto

-Que tivessem levado todo o dinheiro, mas não precisava ter atirado nele -Meu pai falou

-Ele não merece isso -Eu disse

-É claro que ele não merece filha, mas ele vai ficar bem, tenho certeza que vai

-Ele vai ficar bem sim, vocês são jovens, tem uma vida inteira pela frente, ele vai ficar bem -O policial disse com um sorriso, por incrível que pareça, sorri junto

-Eu quero ver ele, por favor -Pedi e imediatamente ele deixou

Fui até onde a ambulância estava e olhei para o interior dela, vi duas médicas e um médico lá dentro, Harry estava deitado na maca, com os olhos fechados, sem camiseta, com um curativo imenso na barriga e com uma máscara de oxigênio no rosto, foi horrível ver ele naquele estado, nunca senti uma coisa tão ruim como senti quando vi ele, ele estava daquele jeito e eu não podia fazer nada pra ajudar. Ia entrar na ambulância, mas uma médica me barrou :

-Você não pode entrar -Ela disse e eu não falei nada, só senti as lágrimas escorrerem pelo meu rosto

-Ela pode -O policial Henry apareceu colocando a mão no meu ombro, a médica deu um sorriso e deu passagem pra eu entrar, criei coragem e entrei

O rosto do Harry estava pálido, o curativo na barriga dele estava sujo de sangue, parecia uma cena de filme. Naquele momento senti medo, medo de perder ele, medo de tudo acabar do nada, de repente. Mas apesar daquela cena horrível, ele estava respirando, ele estava vivo, aquela máscara de oxigênio podia estar respirando por ele, mas isso era o que mais importava, ele ainda estava ali, comigo. Me aproximei dele e peguei na sua mão, a qual estava fria :

-Por favor não vai embora, eu preciso de você -Falei olhando pra ele, não sabia se ele estava ouvindo ou não, mas eu não posso perdê-lo, não iria aguentar ficar sem ele

Só era permitido um acompanhante na ambulância, então minha mãe foi, não gostei muito disso, mas não tinha outra escolha, fui pra casa com meu pai e explicamos tudo para o meu irmão e depois fomos para o hospital, meu pai e Ally ficaram em casa com minha irmã e meus avós.

      [...]

Ao chegarmos no hospital, procurei minha mãe na recepção e fui até ela :

-Alguma notícia? -Perguntei desesperada

-Nenhuma -Ela disse negando com a cabeça -só sei que ele foi levado pro pronto-socorro

-Já ligaram pros pais dele? -Theo perguntou

-Já, mas eles não atendem o celular, mas a Gemma atendeu e ela já está vindo pra cá

Me desmonontei na cadeira ao lado da minha mãe, eu estava desesperada, queria ver ele mas não podia, queria ajudar mas não podia, aquilo estava acabando comigo. Logo Gemma apareceu, junto com o namorado dela, Liam e Dani :

-Cadê o Harry? Como ele está? -Liam perguntou com os olhos vermelhos

-Ele foi pro pronto-socorro, é a única coisa que sabemos até agora

Dani me viu e veio na minha direção, ela estendeu os braços para que eu me aproximasse e deitei minha cabeça no peito dela, a mesma me abraçou :

-Ele vai ficar bem -Ela disse acariciando meu cabelo

-Quem é o responsável por Harold Edward Styles? -Logo um médico apareceu, agradeci

-Eu -Gemma disse indo na direção dele

-E você é?...

-Gemma, irmã dele

-Tudo bem, bom, seu irmão está em uma situação delicada, o tiro foi fundo e ele perdeu muito sangue -Os olhos dela se encheram de lágrimas, e os meus também

-Ele vai ficar bem, não vai?

-Nós precisamos fazer a cirurgia, mas ele tem um tipo de sangue raro, O negativo, e não temos a quantidade suficiente pra realizar a cirurgia, algum de vocês é O negativo?

-Só a minha mãe é -Gemma disse e começou à chorar

Aquilo não poderia acabar assim, sem mais, nem menos, então eu me lembrei de uma coisa : Eu sou O negativo.

-EU SOU -Falei, ou melhor, gritei

-Você é O negativo? -O médico me perguntou

-Sim, eu sou -Falei empolgada

-Já é maior de idade?

-Sim, tenho dezoito

-Então me acompanhe por favor, não podemos perder tempo

-Você tem certeza filha? -Minha mãe perguntou

-Tenho, se é pra ajudar ele, sim eu tenho certeza -Sorri e ela sorriu junto

Finalmente eu poderia fazer alguma coisa pra ajudar ele, o Harry sempre me ajuda quando eu preciso e agora é a hora de eu retribuir. Andamos por um corredor grande e entramos em uma sala, me sentei em uma cadeira e logo uma enfermeira chegou :

-É a primeira vez que você vai doar sangue? -Ela perguntou

-É sim, eu achei que eu ia levar mais um tempo pra eu fazer isso porque não sou muito amiga das agulhas -Falei e ela deu risada

-Não se preocupa, não vai doer nada. Então você deve ter um motivo muito importante pra estar fazendo isso -Ela disse passando o algodão com álcool no meu braço

-É pra alguém muito especial mesmo -Falei sorrindo ao me lembrar do Harry e ela deu um sorriso lindo

   [...]

-Aqui está -A enfermeira disse entregando meu sangue para o médico

-Obrigado, isso vai salvar a vida dele -Ele falou e eu sorri e chorei ao mesmo tempo, mas dessa vez eram lágrimas de alegria -agora vou fazer o meu trabalho -Ele saiu de lá e foi para o centro-cirúrgico

-É melhor você comer alguma coisa, se não vai se sentir fraca, doar quase dois litros de sangue não é pra qualquer um -A enfermeira disse, eu estava me sentindo fraca mesmo, mas isso não importava, o que importava é que o Harry ficaria bem

-Eu doaria o quanto fosse preciso pra salvar ele -Falei sorrindo e ela sorriu junto

-Você já fez a sua parte, agora vai pra casa e descansa, amanhã de manhã quando você voltar ele já vai estar te esperando

-Ir pra casa? Mas a cirurgia mal começou, eu quero estar aqui quando acabar

-Ele só vai acordar daqui algumas horas, quando o efeito da anestesia passar, provavelmente de manhã, vai descansar, vai ser melhor pra você

Realmente seria melhor pra mim ir pra casa e descansar, ficar no hospital não iria adiantar nada, eu só ia ficar mais nervosa e preocupada, o que eu pude fazer já fiz, o resto está nas mãos de Deus, e tenho certeza que Ele vai cuidar do Harry e logo vou poder ver ele sorrindo de novo.