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História Uncovering. - Formulário.


Escrita por: kellfox e analpolitano

Notas do Autor


Blo0m: 14 favoritos só no prólogo??????
Muito obrigada!! Consegui ter ainda mais motivos para escrever essa fanfic com a Dami. Eu não sei muito o que falar em agradecimento, não sou boa com as palavras, mas muito obrigada mais uma vez por isso e pelo carinho no capítulo anterior. Kissus e boa leitura S2

greccia: como a nath já disse ali em cima, obrigada a todos que leram e comentaram no nosso prólogo pequeno :) pra ser sincera, eu não esperava nem um "oizinho" nos comentários mas teve gente que brotou lá, então fico muito feliz a isso. Sobre esse capítulo: perdão qualquer erro, eu me esforcei pra formatar ele certinho mas pode ser que meu celular tenha me trollado grrrr
btw curtam o capítulos xuxuz

Capítulo 2 - Formulário.


O som abafado que tocava dentro do pequeno cômodo em que se encontrava era até agradável aos ouvidos de Jaebum, que estava sentado em cima de uma pia do banheiro enquanto tragava mais um cigarro despreocupadamente, sorria sentindo-se extasiado enquanto via a fumaça sair de sua boca e inundar o local com sua névoa.

Por um momento tinha esquecido que sua namorada estava do lado de fora, esperando por ele no meio da pista de dança ou em qualquer outro canto, mas não se importava. Estava cansado de ser pressionado.

Jaebum voltou à realidade quando a porta se abriu bruscamente revelando um garoto moreno tentando, inutilmente, agarrar-se ao braço de um garoto acastanhado que aparentava ser maior que ele a seu lado.

Os dois garotos não perceberam que tinha mais alguém no banheiro junto a eles, o que fez Jaebum rir silenciosamente enquanto assistia o acastanhado debruçar-se até o sanitário e vomitar.

― Você é um idiota, Yugyeom. – exclamou o moreno. Seu rosto se encontrava rubro, denunciando tamanha era a sua raiva.

― Me desculpe, hyung. – lamentou-se o garoto, que deduziu ser Yugyeom, enquanto se apoiava novamente no vaso sanitário pronto para vomitar cada vez mais.

― Você sempre exagera demais. Será que não percebe que é fraco pra bebida? – O garoto passava as mãos nos cabelos nervosamente enquanto vociferava. Percebia-se o quão preocupado com o garoto - que aparentemente era seu dongsaeng - estava.

Depois de um silêncio ensurdecedor, o garoto que parava aos poucos de jogar as tripas para fora e aparentemente o moreno ter se acalmado um pouco, o garoto de olhos pequenininhos virou-se para o espelho que ali continha e se deparou com Jaebum. Olhava-o estupefato, e provavelmente se perguntava como não tinha reparado em toda a fumaça e aquele garoto sentado desleixadamente ali sobre a pia.

Encaravam-se por minutos sem proferir nenhuma palavra. O Im tentava de todas as maneiras formular uma frase, mas se perdia e sentia um frio na barriga toda vez que encarava os olhos escuros do garoto a sua frente. Mas antes mesmo de dizer algo, o moreno desviou o olhar para o seu amigo que melhorara, ajudando-lhe a levantar e caminhar em direção a pia. O mesmo o encarou como se pedisse para que saísse dali e Jaebum apenas saltou de seu lugar calmamente, enquanto observava o mesmo menino ajudar seu amigo a lavar o rosto. E sem mais sequer olhar em sua direção. Era até engraçado na concepção de Jaebum, o modo como o garoto ficara desconfortável em sua presença depois de percebida. Mas o moreno logo tratou de sair juntamente de seu amigo deixando-o sozinho mais uma vez.

Estranhamente ele não sentia mais vontade de sentar sobre aquela pia, e depois de ter terminado mais um maço de cigarro, levantou-se para poder sair daquele ambiente que já lhe sufocava e voltar para a sua namorada. Caminhou lentamente até a porta e a abrindo enquanto uma música qualquer que tocava abundantemente alto entrava-lhe entre os ouvidos.

Procurou Momo por todo lugar, encontrando-a junto com uma de suas amigas dançando lascivamente. Caminhou até ela sorrindo malicioso enquanto a mesma quando o vira chamou-o com o dedo indicador junto com o mesmo sorriso do moreno.

― Onde estava? – Perguntou Momo.

― Precisava ir ao banheiro. – Deu de ombros, a acompanhando em seu movimento sensual de quadris.

A menina loira apenas acenou com sua cabeça minimamente e voltou a dançar, parecendo ignorar o fato de estarem em público e de se expor daquela maneira. Provavelmente ela já estava bêbada ao ponto de ignorar a tudo e todos. 

Jaebum apenas dançou com ela até que ela não se aguentasse mais nos próprios joelhos e tivesse de ser amparada por ele e por uma de suas amigas que estava completamente lúcida. Ele ajudou a colega e levou Momo para um dos pequenos quartos da casa enquanto a observava no processo. Momo era muito bonita, mesmo toda acabada e molhada de suor ainda conservava uma beleza assustadora e invicta. Em seus braços ela parecia muito pequena e frágil.

A menina destravou a porta, encarando Jaebum por cima do ombro logo depois de checar o cômodo com cautela - provavelmente estaria checando se não tinham pessoas se esfregando ali dentro - e então entrou primeiro. O Im apenas esperou alguns minutos, com a loira no colo, seus braços e pernas se cansando, o efeito da vodca fazendo-se presente minimamente.

A garota jogou sua cabeça pra fora, e então finalmente abriu a porta.

― Bom, o quarto não está exatamente livre, espero que não se importe. – Ela alertou, conduzindo Momo ao lugar indicado. A deixou numa cama simples, em seguida esticando seus braços e soltando um longo suspiro. Examinou o quarto. No canto, jogado no tapete estava o mesmo menino que passava mal antes. Ele estava pior ainda, parecia sem forças e prestes a vomitar de novo com o rosto pálido e os lábios visivelmente ressequidos, dessa ele vez estava desacompanhado. Ainda assim ele soltava risinhos virado de barriga pra cima, como se tivesse algo de muito divertido no teto.

― Tudo bem deixar ela aqui com ele? – Perguntou, preocupado. Zelava suficiente por sua namorada e sua reputação. Trancar dois bêbados em estado crítico num quarto não parecia o corretor a se fazer.

― O colega dele disse que já voltaria, provavelmente eles vão embora já que ele parecia bem irritado e sóbrio. – Ela riu, debochada. ― Ela vai ficar sozinha aqui depois que ele se for. – Respondeu sorrindo e ajeitando sua saia curta, acenou pra ele e saiu do quarto logo em seguida.

Ele se sentou na cama com Momo, alisando suas pernas fartas com as pontas dos dedos enquanto encarava o menino no chão entediado. Jaebum não estava exatamente sóbrio, mas com toda certeza não estava naquele nível.

Então ele se virou para a janela, encarando as estrelas. Tinha perdido a noção do horário e dependendo do quão tarde fosse ele estava ferrado num nível bem considerável, já que se fosse pego teria problemas. Jaebum tateou os bolsos atrás de seu celular a fim de checar o horário, mas foi interrompido pelo barulho da porta abrindo - como antes também fora interrompido no banheiro. Pela porta, como ele já esperava, passou o mesmo garoto de olhos rasgados de antes, dessa vez mais calmo. Diferente de antes ele notou Jaebum ali e o encarou profundamente silencioso antes de se ajoelhar ao lado do colega.

― Yug. – Chamou, e o menino no chão levantou a cabeça para olha-lo. ― Vamos embora, eu já resolvi as coisas.

― Hyung... – Ele resmungou, resignado. ― Eu não estou bem, acho que vou vomitar. – Ele riu alegre. ― Youngjae-hyung...

Youngjae o ajudou a se levantar detendo carinho em seus atos, dando tapinhas em suas costas enquanto sorria.

― Eu vou te levar pra casa. – Afagou seus cabelos. ― Nós não deveríamos ter vindo para cá. – Suspirou.

Jaebum conteve uma risada. Observar aqueles dois era levemente engraçado. A maneira como o garoto mais velho cuidava de seu dongsaeng era fofa e preocupada. Quase fraternal. Juntos eles se levantaram meio cambaleantes em direção a porta.

― Quer ajuda? – Jaebum não sabia como as palavras tinham escapado de sua boca tão rápido, mas quando viu o menino havia aceitado sua ajuda e ele estava lá abrindo a porta discretamente, verificando o corredor para que eles pudessem sair sem esbarrar em muitas pessoas. ― Limpo, podem ir.

O garoto de feições delicadas o encarou por um momento antes de sorrir minimamente.

― Obrigada. – Ele tentou acenar, mas o colega estava tão pendurado em si que ele mal conseguia mover o pescoço.

Jaebum sorriu e deu de ombros, o observou sair do quarto lentamente. A porta se fechou e tudo ficou tão quieto quanto um quarto vazio numa festa poderia ser. Solitário ele diria, pois, Momo estava ali ressonando, mas era como se não estivesse. Sua presença era tão leve quanto ela própria, e o Im tinha que admitir que aquilo era meio perturbador. Ele olhou o relógio e soltou um palavrão andando até a cama para acordar a namorada. Se quisesse ter alguma disposição para ir à escola no dia seguinte ele precisava dormir.

 


Quando Jaebum acordou ao som do despertador naquela manhã nublada, ele estranhamente não tinha dor de cabeça e se lembrava do dia anterior. A festa, os momentos em que dançou com Momo, o menino passando mal no banheiro.... Tudo aquilo lhe estava fresco a memória, assim como o fato de quase ter acordado o pai quando chegara em casa também estava. Ele se recordava de ter batido com o cotovelo na mesa desajeitadamente, praguejando alto quase perdendo o controle de suas ações. Também estava fresco em sua memória o suspiro longo que soltou quando fechou a porta do quarto e se jogou na cama sem ao menos trocar de roupa. Jaebum se lembrava.

O Im se levantou, esfregando o rosto e bocejando. O celular ao seu lado apitava com mensagens e mais mensagens, mas ele não se daria o trabalho de verificar nenhuma delas. Provavelmente seria Momo, ou alguns de seus colegas falsos lhe enchendo a paciência logo de manhã.

Andou até a janela, levantando uma das persianas deixando um pouco de luz entrar no cômodo. Olhou para o próprio corpo percebendo com certo desgosto que ainda estava com a roupa do dia anterior. Ele cheirava a bebida e cigarro, e Im Jaebum só costumava fumar em festas ou quando estava estressado; seu pai não podia vê-lo naquele estado. Sem falar que era anti-higiênico, e ele odiava aquele tipo de descuido. Checou o horário rapidamente, constatando que havia tempo ainda para um bom banho.

Tentar tirar aquele maldito cheiro de cigarro misturado juntamente com a bebida alcoólica foi um sacrifício para o Im que sairá do box completamente rubro de tanto esfregar-se, mas parecia-lhe que o odor tinha se instalado em suas . E tentar tirar o mau hálito também não fora lá muito fácil. Depois de três escovações e mais alguns enxaguantes bucal sentia-se apresentável. Condenou-se a nunca mais dormir sem tomar um banho e escovar os dentes depois de uma festa.

Em frente a um grande espelho no canto do quarto ele tentava a todo custo ajeitar os cabelos rebeldes, mas desistindo depois de perceber que não iriam ficar do jeito que queria naquela manhã, logo os escondeu com um gorro negro que se camuflava a cor do cabelo.

Decidido a responder questionários de seu pai logo pela manhã, retirou-se do quarto e foi em direção a cozinha. Estranhou ao não ver ninguém a mesa como sempre acontecia. Deu de ombros e se encaminhou a geladeira para então começar a fazer seu café da manhã. 

》《


Im Jaebum detestava o barulho infernal dos corredores da escola logo de manhã. Odiava mesmo. Ele gostava de seus fones de ouvido e da calmaria que o silêncio podia trazer para si. Ali, no meio de todo aquele bando de adolescentes o Im só queria chegar na própria sala rapidamente para acabar com toda a tortura que o primeiro período podia ser.

Mesmo com os fones de ouvido abafando as conversas altas ele conseguia ouvir os gritos das garotas quando passava por elas e se perguntava o porquê de gritarem tanto logo pela manhã. Sentia o som agudo juntamente com a música adentrando em seu ouvindo até chegar em seu cérebro causando-lhe dor de cabeça.

Ansiava mais ainda por entrar na sala de aula, querendo sair no meio daquele tumulto.

Quando encontrou a sala de biologia logo tratou de rumar para o fundo da classe, sentando - se próximo a janela. O clima frio e coberto por nuvens era agradável naquele dia, ele sabia disso. Desviou sua atenção da paisagem lá fora para a própria sala de aula. Ele detestava Biologia, não conseguia entender aqueles nomes detalhados e complicados e também não fazia questão. A senhora Kwon entrou na classe um pouco depois de Jackson, seu melhor amigo, adentrar o local às pressas com o moletom amarelo amarrotado no corpo. A expressão de quem tinha corrido, com as maçãs do rosto coradas. Ele se dirigiu até onde Jaebum estava, com um enorme sorriso brilhante no rosto.

— Bom dia. – Jackson cumprimentou o amigo vendo este revirar os olhos e sorrir em seguida. — Já vi que o seu humor está ótimo hoje, a noite foi boa é? – Perguntou ironicamente enquanto se sentava, jogando a mochila por debaixo da cadeira de qualquer jeito.

— Ah sim, ótima. – Respondeu, murmurando. Sentiu um toque singelo e rápido em suas orelhas que fez com que um de seus fones caísse. Ele encarou Jackson irritadiço, vendo este rodear os dedos pela peça branca com uma expressão de divertimento no rosto.

— Algo aconteceu e eu não vou ficar sabendo? – Questionou agora em tom divertido. — Hm?

Jaebum suspirou. Quando Jackson queria podia ser bem impertinente.

— Não aconteceu nada, literalmente. Eu não acredito ainda que tive que arrastar minha namorada bêbada desmaiada para fora daquela festa. Foi humilhante.

— Seu mau-humor é por isso? – Arqueou uma das sobrancelhas. — Aposto meu lanche que a Momo não dá a mínima pra reputação dela, que por sinal, já está manchada.

— Ela não dá, mas eu dou! – Exclamou em voz alta, observando a senhora Kwon pigarreando atrás de si. Ela abria a pasta calmamente enquanto mantinha contato visual, como que se pedisse silêncio. Pra merda com o silêncio, todos estavam conversando mesmo. — Sabe Jackson, eu pensei que essa festa podia me animar, mas eu só provei pra mim mesmo que eu estava bem errado. – Completou num meio sussuro, abaixando um pouco o corpo na direção do amigo que suspirou lentamente.

— Eu acho que você precisa de algo para ocupar seu tempo, sua mente. – Constatou. — Essa rotina, esses cigarros e bebidas não te fazem bem, Jaebum-hyung. Você não é assim, não foi feito pra isso.

— E você foi? – Ele soltou um riso anasalado.

— Eu separo as coisas melhor do que você, aparentemente. – Deu de ombros. — Olha eu não quero brigar, hyung. Só estou tentando te ajudar porque sei pelo que está passando. Você deveria contar seus sentimentos a sua namorada também, ela ficaria feliz e seria um sinal de confiança. – Virou para a frente, antes de sorrir mais uma vez e finalmente cumprir com a exigência do olhar carrasco da senhora Kwon.

— Momo feliz em me ouvir reclamar? – Ele riu com uma pontada de tristeza. — Ela não dá a mínima.

— Então acabe com isso também. – Jackson sussurrou para si mesmo, tão baixinho que escapara dos ouvidos de Jaebum.

》《


Era o terceiro período, e a próxima aula seria com o professor Donghae, o professor de matemática pelo qual a maioria das alunas desocupadas da sala vivia suspirando. Jaebum detestava o professor e sua maneira de explicar a matéria, mas era a única aula onde conseguia desenvolver todos os exercícios sem muito esforço, então Jaebum achava que valia a pena fazer uma forcinha pelo bem de suas notas – já horríveis. Donghae mal tinha entrado na sala e o murmurinho feminino da sala começava a crescer tal como uma onda num tsunami, avançando lentamente até se tornar somente um bolo de vozes de toda a sala apenas conversando sem parar. O professor continuava calmo, intacto enquanto checava com toda a paciência do mundo seu material. Ele parou o que fazia subitamente como se lembrasse de algo, e então Jaebum podia jurar que ele tinha olhado em sua direção. Foram só míseros segundos, mas ele pode sentir aquele olhar arrepiante cruzar com o seu.

Depois do professor arrumar suas coisas a mesa e pedir silêncio aqueles que conversavam, ele começou a sua aula. Andava de lá pra cá tentando explicar a matéria e vez ou outra conseguia reparar que o mesmo demorava mais que o habitual quando olhava para si, e também conseguia ouvir os suspiros das garotas a cada palavra proferida pelo professor de olhos esbugalhados, o que fazia-o revirar os olhos. Jaebum já estava se sentindo intimidado com os olhares que o mesmo lhe lançava algumas tantas vezes durante a explicação, encolhia os ombros toda vez que seus olhos se cruzavam e se perguntava o motivo de tudo aquilo. Tentava prestar a atenção nas coisas que o mais velho dizia, não podia entregar que quase dormia de tédio quando ele começava a falar, o que provavelmente aumentaria o tempo de olhar sobre si

Depois de toda a explicação o Im agradeceu aos céus quando o senhor Donghae decidiu passar alguns exercícios, assim podendo ocupar sua mente.

Enquanto seu cérebro estava ocupado tentando resolver aqueles cálculos, Jaebum ouviu o soar do sinal fazendo os muitos alunos ali presentes guardarem apressadamente seus materiais e saírem porta afora para aproveitar o recreio enquanto o Im tentava guardar os seus materiais o mais depressa possível e sair daquela sala que se tornou sufocante em algum momento da aula. Quando estava prestes a levantar-se para poder sair da classe e se encontrar com Jackson que provavelmente estaria bufando irritadiço por estar demorando demais, o senhor Donghae chamou-o calmamente:

— Im Jaebum?

Olhou-o de relance enquanto se punha de pé e ajeitava a mochila a suas costas.

— Sim?

— Será que você pode me acompanhar até a secretaria? Tenho uns assuntos para resolver com você.

O Im se sentia confuso com as palavras do professor, não entendia o porquê de lhe chamarem a secretaria, nunca fez nada de errado ou algo que o fizesse comparecer aquela sala. O garoto apenas acenou seguindo o professor porta afora e acompanhando seus passos firmes em contato com o piso branco.

Para Jaebum a secretaria, pelo que se lembrava, tinha um tom mórbido e velho não muito agradável. Ele teve ainda mais certeza disso quando adentrou aquele lugar que mais parecia um buraco negro. Ali haviam muitos professores e também alguns pais de alunos presos a bancos esperando atendimento do diretor. Jaebum não entendia o porquê de estar ali quando se podia estar beijando Momo por algum canto, ou quem sabe matando tempo numa boa partida de videogame em casa.

Donghae parecia sentir sua ansiedade para sair dali, e como se lesse seus pensamentos, ele parou diante de uma mesinha e abriu a pasta que carregava debaixo do braço, a revirando até puxar de lá uma folha, parecida com um documento. O professor suspirou, parecendo implorar a qualquer divindade que lhe liberasse daquele fardo e estendeu a folha em direção ao Im que apenas a encarou fixo, uma das mãos segurando a alça da mochila, seu uniforme todo descuidado.

— Pegue. – Pediu. Jaebum o fez num movimento rápido, esperando que ele falasse mais. — Sabe que suas notas não estão boas, não sabe, Jaebum?

— Sim, eu sei. – Respondeu, o olhar indo da folha para o professor irritante. Onde ele pretendia chegar?

— A escola está ciente de que você está decaindo, principalmente seus professores, e por isso resolvemos tomar uma decisão. – Apontou para o papel nas mãos do garoto. — Como uma medida da escola, você deverá entrar num clube para reconhecer responsabilidades e interagir mais. Aprender a trabalhar em grupo e também ter a oportunidade de gastar seu tempo em algo realmente produtivo. – Ditou, frisando a palavra "realmente".

Jaebum encarou o formulário incrédulo e irritado. Seus dedos tremeram contra o papel e ele bufou.

— Eu não vou fazer isso. Sinto muito. – Estendeu o formulário de volta a Donghae que o empurrou gentilmente.

— Ordens da escola, Jaebum. Entrar num clube pode lhe ensinar várias coisas, sem falar que além disso, está solicitado que você participe das aulas de reforço.

Aulas de reforço? Eles só podiam estar brincando com a sua cara. Clubinhos e agora aulas de reforço? Passar horas na escola perdendo seu tempo? Não, nem pensar.

— Desde quando eu preciso interagir? Eu sou socialmente ativo se o senhor quer saber.

— Precisa aprender a lidar com os outros. Nós professores observamos nossos alunos, e as vezes reparamos em algumas coisas, sei do que estou falando Jaebum, lhe fará bem. Eu já passei por isso. – Ele sorriu, os dentes tão alinhados que faziam o Im querer soca-los um por um.

— Eu posso pelo menos pensar sobre isso? – Suplicou, as sobrancelhas se unindo numa careta de desgosto.

— Tem até amanhã ao meio-dia para se decidir sobre o clube. Quando o fizer, me procure, eu serei o encarregado por entregar o formulário a um superior.

— Eu estou livre agora? – Pediu, se contendo com a irritação. Seu sangue borbulhava e ele podia sentir suas orelhas esquentando num misto de ansiedade e vergonha.

— Sim, pode. – Sorriu, distribuindo alguns tapinhas superficiais no ombro do Im que deteve a vontade de revirar os olhos. — Não esqueça das aulas de reforço.

Com aquelas últimas palavras ele encarou Donghae e saiu dali tão rápido quanto pode. Estava com raiva, com vergonha de si mesmo. Ele não esperava aquilo, não esperava estar sendo obrigado a participar de pequenas atividades irritantes que lhe prenderiam a escola. Jaebum não era daquele jeito. Sua vontade era de procurar Momo para compartilhar sua frustração, mas ela não dava a mínima. Seu pai não o escutaria, aliás, achava melhor manter aquele formulário fora de sua vista e ocultar as aulas extras ou teria problemas. Sua única opção era Jackson, mas ele não queria incomodar o amigo.

Mais do que antes ele sentiu como se não pudesse contar com ninguém. Jaebum nunca se sentira tão sozinho.


Notas Finais


Obrigada por lerem até aqui S222
Se tiver algum erro foi o nosso catioro quem escreveu.

(a cada capítulo um animal diferente se responsabiliza por nossos erros de português SoCOrro)


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