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História Under my Skin - Knowing Yourself


Escrita por: Angeli_que

Capítulo 2 - Knowing Yourself


Chegando em casa, minha irmã já tinha acordado e estava se arrumando para o trabalho, eu entrei silenciosamente pela porta dos fundos, mas ela ainda me ouviu.

- Onde você tava Megan? – ela me seguia até meu quarto enquanto terminava de colocar os brincos nas orelhas.

- Na casa de um cara – respondi sem dar muita atenção

- Que merda Megan, para de agir igual uma irresponsável, supera e cresce! – ela sempre se exaltava de alguma forma. Fechei a porta do quarto em sua cara, tranquei, e voltei a dormir.

Semana que vem faria 14 meses que meus pais haviam falecido. Foi fatal, pelo que contavam os médicos, um acidente de carro em alta velocidade. Hannah, seis anos mais velha, ficou com minha guarda e com toda a responsabilidade jogada em suas costas também. Eu tinha noção de como as coisas estavam difíceis, mas pra mim era mais fácil passar o dia todo longe daquela casa fugindo das lembranças da minha antiga vida do que me adaptar a tudo aquilo.  

Depois daquela madrugada com Roy nós nos encontramos mais algumas poucas vezes, e todas foram boas, inesquecivelmente boas, mas não me aprofundei em um relacionamento, até porque eu não queria um, e também porque sabia que ele fugiria pra longe de mim assim que descobrisse a minha idade.

Assim que o terminei o ensino médio me mudei para outra cidade, “a trabalho”, eu não tinha planos de fazer faculdade. Sinceramente? Eu detestava estudar, e não sei o porquê as pessoas faziam isso por livre e espontânea vontade depois de um tempo. Meu trabalho serviu para, simplesmente, fugir da minha pequena cidade natal. Foi fácil para mim, e foi mais fácil ainda para Hannah, nossa relação era horrível, ela com certeza me via como um peso, então quando contei sobre meus planos, ela apenas me desejou um seco “boa sorte”.

Me mudei para uma cidade grande, aluguei uma kitnet por 120 dólares ao mês. Comecei a trabalhar em vários lugares, de segunda a quinta eu trabalhava numa cafeteria das 13 até as 17h, de segunda a domingo trabalhava numa boate servindo drinks das 21 até ás 03 da madrugada. E em algumas manhas eu fazia cursos pelos quais sentia interesse, desenho, costura, fotografia. Nesses lugares, a maioria dos meus colegas eram desajeitados de humanas (e garotas de programa), e nesse ambiente mais relaxado eu fui aprendendo a ouvir mais meus instintos. Nessa nova cidade e nova vida, onde eu não conhecia quase ninguém, comecei a me sentir livre para fazer o que eu quisesse sem que nenhuma pessoa ficasse sabendo. Mas infelizmente, nos bares que eu freqüentava com meus colegas, eu nunca encontrava um cara de quem eu realmente gostasse. Eu sentia vontade de conhecer homens mais velhos, com mais experiência sexual que os caras de minha idade.

Foi em um desses meus cursos que eu conheci Anthony, no de artes plásticas se não me engano. Ele tinha 34 anos, e eu tinha acabado de completar 19. Nós tínhamos nos conhecido a poucos dias, e o convidei para um café na sexta a tarde, o único horário que eu estava livre. Anthony era um cara muito irresistível, ele tinha um charme incrível e um estilo meio hipster. Ele tinha acabado de se divorciar, um casamento que havia durado seis anos. Me aproximei dele muito rapidamente, eu estava procurando uma transa casual com alguém com mais experiência, e ele talvez estivesse só atrás de algum tipo de consolo numa menina mais nova. Estávamos do lado de fora do café, numa daquelas mesas ao ar livre.

- E o que você faz pra viver? – o vejo perguntar enquanto acendo um cigarro

- Trabalho meio expediente em uma cafeteria no centro, perto da minha casa. E todas as noites você pode me encontrar até as 3 da madrugada no Devil Pink – vejo um ar de espanto brotar em seu rosto, antes de qualquer pergunta eu já o aviso – Sou barista lá – eu dou uma risada. E ele abre um largo sorriso naquele rosto lindo.

- E você? Trabalha em que? – dou uma tragada e solto a fumaça.

- Web designer – ele da um breve sorriso

- É uma área legal – eu estava cansada depois de tanta conversa jogada fora

- Sabe.. A quanto tempo você fuma? Deveria parar logo, depois de muito tempo fica muito difícil de largar, experiência própria – Odiava levar esse tipo de bronca dos outros. Apaguei o cigarro do pequeno cinzeiro que estava sob a mesa e dei um sorriso forçado.

- Então... Você mora muito longe daqui? – isso nunca falhava

Depois do café ele me levou para seu pequeno ap alugado as pressas de acordo com ele, a maioria das coisas ainda estavam encaixotadas e algumas mobílias ainda estavam cobertas com plástico, a única coisa que tinha em seu quarto eram amontoados de caixas lacradas e um colchão jogado no chão.

Logo que cheguei já fiquei muito animada, ele estava me mostrando sua casa, e quando chegou em seu quarto o joguei naquele colchão e montei em cima dele as pressas, seu beijo era doce e molhado, seu toque era gentil e delicado, ela tocava em mim como se eu fosse de porcelana, pronta para quebrar, nunca estive com um cara tão gentil como ele foi, e eu, daquele jeito todo selvagem e eufórica, tive que ir com mais calma. Tony sabia que eu era jovem demais, e ele me explicou que quando se fica mais velho, se aprende a valorizar cada momento, que o orgasmo por si só não era a única coisa que podíamos aproveitar.

E assim eu fiz, me deixar guiar pelas mãos de um cara mais experiente e aproveitei cada pequeno e delicado toque seu, e devo dizer que foi maravilhoso. Ele não queria que eu fugisse correndo na manha seguinte, ele queria aproveitar o carinho o máximo possível.

Foi inevitável que começássemos a nos relacionar, quando me dei conta já havia levado algumas varias mudam de roupa para sua casa, e ele também já estava super aconchegado na minha. Ele sabia cada problema elétrico e cada infiltração que minha kitnet possuía, e em pouco tempo foi concertando tudo.

Três meses depois e já parecíamos um casal normal, me mudei para seu ap, ele me levava café na cama todas as manhas, nós desempacotamos suas caixas e arrumamos a sua mobília, deixamos o lugar o mais aconchegante possível. Ele me tratava com muito carinho, e tentava me ensinar varias coisas como se fosse meu professor particular. Quando eu chegava de madrugada, ele normalmente já estava dormindo, então eu podia deitar ao seu lado e brincar com sua barba por fazer, coisa que ele nunca deixava quando estava acordado. Eu estava realmente feliz com ele.

Mas as coisas começaram a desandar quando ele começou a implicar com meu trabalho na boate. Tony era muito maduro e cabeça aberta, porem, o seu ciúmes pesava mais que essas coisas, e mesmo que eu só servisse drinks, ele via muito erotismo em meu trabalho, brigávamos constantemente por causa disso, seu discurso repetido era que eu era uma garota muito jovem e bonita demais para aquele mundo, e logo depois dessa frase, sempre vinha um “eu posso te bancar” no final. Ele dizia que só queria me proteger dos “perigos da vida noturna”.

Eu realmente estava feliz com ele, mas tem certas coisas que vão pesando demais. Mesmo curto, aprendi muitas coisas com nosso relacionamento, só de estar ao seu lado me senti mais madura, e agora que ele tinha ido embora e eu tinha voltado a minha kitnet, sentia que tinha absorvido tudo que ele tinha me passado. Anthony ainda estava com raiva de mim, talvez ele me visse como uma frágil garota que deveria ser guardada e protegida, mas eu ainda tinha muitas experiências para viver, e não ficaria trancada na estante de algum cara por ai.

Saindo desse relacionamento eu me senti de certa forma, mais viva. E eu já estava pronta para mais.



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