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História Under my Skin - Decline


Escrita por: Angeli_que

Capítulo 5 - Decline


Depois de meu período da famosa “bad” por causa de Jack, eu resolvi voltar à ativa.

Esses encontros me rendiam muitas coisas, mas a principal, e que eu mais gostava era o prazer, e não era nem o prazer sexual, essa espécie de encontro funcionou como uma droga, eu gostava da sensação de esperar o cara, de imaginar o sexo, gostava do “adeus” e do “Te ligo mais tarde, se estiver precisando de alguma coisa, ligue no meu telefone particular”, a endorfina que me dava um imenso barato depois do orgasmo funcionou como uma droga para mim, mas como qualquer droga, eu fiquei viciada, e estava sempre em busca de mais.

 Eu nunca contei ou fiz uma lista, mas acho que devo ter ficado com algo entre 30 a 40 caras com a ajuda do site. Inicialmente eu os chamava e ficava com eles apenas por diversão, nós nos conhecíamos, conversávamos, eu sabia o tipo de pessoa que eles eram, no começo eu gostava da adrenalina e gostava da sensação de “novo”. Mas logo tudo isso virou uma rotina em minha vida, e eu comecei a fazer sempre que sentia vontade, era um vicio que estava me afundando, eu parava de fazer atividades esperando por sexo, e logo virou uma coisa apenas sexual. Chegou um ponto que eu simplesmente parei de ligar com quem eu estava dormindo, parei de ligar se eu estava sentindo prazer, se eu estava gozando. Eu estava só entediada, e essa era a única coisa que me dava alguns segundos de satisfação. Uma satisfação momentânea que eu tentava perpetuar dormindo com inúmeros caras. 

Num dia qualquer um cara me chamou em meu chat privado, nós conversamos, o convidei para sair, para nos conhecermos melhor. Nós combinamos de nos encontrarmos todas as quartas em um hotel que ele escolhesse. Seu nome era Ben, ele era um contador aposentado, casado, tinha 3 filhos formados e um neto a caminho. Nessa etapa da minha vida, eu não ligava mais para a ética de meus parceiros, se ele queria dar uma escapada as quartas, quem seria eu para negar? Nós ficamos nesse esquema cerca de 1 mês, e nesse dia, uma quarta pela manhã ele me mandou o endereço do hotel que nós nos encontraríamos e disse que estaria me esperando no quarto 116. Algum tempo depois me arrumei e fui pra lá. 

Cheguei ao quarto na hora combinada, dei leves batidas na porta e ele atendeu sorridente, com champanhe e alguns morangos com chantilly, pois na semana anterior eu disse que gostava dessas coisas. Ele me deitou na cama e começou a fazer uma massagem em mim, ele era muito carinhoso, e estava tudo normal nesse dia. Nós finalmente começamos a ação de verdade, eu estava deitada e ele estava em cima de mim, metendo com força, eu estava quase gozando quando ele parou e caiu em cima de mim com tudo. Todo seu peso ficou sob mim e eu demorei alguns segundos para entender

 - Ben? – Ele não respondeu – BEN?? – gritei seu nome, mas não ouve resposta alguma. 

 Comecei a entrar em pânico nesse momento, minha respiração estava acelerada e lágrimas caiam de meus olhos e enxugavam meu rosto. E lá estava eu, em baixo de um cara que tinha acabado de ter um infarto fulminante, e seu corpo ainda estava dentro de mim. Eu consegui com certo esforço o tirar de cima de mim, e seu corpo caiu mole do outro lado da cama, eu entrei em um desespero maior ainda, comecei a chacoalhá-lo enquanto gritava seu nome, conferi a sua pulsação e não senti nada, liguei para a recepção aos prantos expliquei o ocorrido. Eu estava completamente fora de mim, não sabia o que fazer e nem o que falar. 

Quando os bombeiros entraram no quarto eu estava encolhida no canto do quarto, chorando, completamente transtornada. 15 minutos depois eu já estava no lobby do hotel só de lingerie, vendo o corpo de Ben ser removido envolto por um saco preto, os bombeiros me deram um cobertor, pois eu não queria voltar para o quarto e vestir aquelas roupas, alguns policiais me interrogavam e davam risadinhas discretas um para o outro enquanto faziam as perguntas. Depois desse dia eu fiquei em choque, também fiquei de luto por Ben, eu também me sentia culpada pelo ocorrido. Fiquei algumas semanas parada, não fazia mais nada além de ir ao trabalho, então um dia a mulher dele me ligou. Não sei como, e nem o porquê, mas a mulher de Ben ligou em meu celular, e pediu para nos encontrarmos, e mesmo com receio, eu aceitei. Já tinha recebido diversas ameaças de mulheres que descobriram as traições de seus maridos, mas em nenhum momento nenhuma me convidou para um encontro, para nos vermos cara a cara. 

 - Como ele estava? – Elizabeth me pergunta enquanto acende um cigarro, essa com certeza era uma situação muito inusitada para mim. 

- Como ele estava? Bem?! Eu acho.. Sei que ele não sofreu – respondo meio sem graça 

- Deveria, aquele canalha – vejo algumas lagrimas escorrerem de baixo de seus óculos escuros. 

- Porque me chamou aqui? – pergunto curiosa 

- Não sei, eu estava atrás de respostas, e achei que você as teria, estava enganada. Você esta tão perdida quanto eu – ela tinha total razão, então apenas assenti com cabeça e tomei um gole de meu café 

– Quantos anos você tem, menina? 

- Tenho 20. 

- O que você queria com um homem de 58 anos, garota? 

- Cada um tem seus gostos, não julgo os seus, não julgue os meus. 

- Você estava cobrando quanto? Eu vi seu perfil naquele site de prostituição! Você não tem vergonha? Não tem vergonha de destruir famílias? – ela se levantou, bateu as mãos na mesa e começou a gritar enquanto dizia isso, todos que estavam passando começam a olhar para nós. 

- O SEU marido que veio me procurar – levantei e bati as mãos na mesa também - Eu não obriguei ninguém a nada – joguei um dinheiro sob a mesa e fui embora. 

 Enquanto andava pela rua comecei chorar novamente, e a reavaliar alguns aspectos de minha vida, “destruir famílias” parecia algo pesado demais na minha concepção, nunca tive a intenção que alguém se machucasse. Comecei a pensar que talvez eu devesse mudar..



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