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História Under the Moonlight - Capítulo 13


Escrita por: chicamz

Notas do Autor


Vocês estão prontas, crianças? ;)

Capítulo 14 - Capítulo 13



- Para onde madames? - Perguntei as olhando através do espelho central.

- Para a nossa casinha, Tia Mila!

- É pra já, senhorita Luna. - Brinquei e a pequena sorriu.

- Espera. - Pediu. - Vou para o banco da frente. - Ariana disse deixando a bolsa em seu lugar. Tomou assento no banco ao meu lado e partimos.

- Sua música é muito boa. - Elogiei ao parar num semáforo.

- Obrigada. - Respondeu simples e voltou seu olhar para a janela.

Chegamos ao estacionamento e eu me ofereci para levar Luna, que dormia, no colo. Ariana pegou a bolsa e foi na frente se lamentando pelo horário, pois segundo ela Luna acordaria mais tarde e não a deixaria dormir direito na madrugada. Entramos no apartamento e eu deixei Luna em sua cama enquanto Ariana se jogou no sofá da sala. Quando retornei a mulher esfregava as têmporas.

- Camila, me desculpa por hoje. Eu estava fora de mim com toda essa situação.

- Espera, eu devo te desculpar por quê mesmo? Porque primeiro você me beija e a gente passa a manhã super bem, depois você fica toda estranha como se eu tivesse feito algo de errado. - Digo já com a respiração retida.

- A gente se beijou. Foi bom, muito bom e disso eu não me arrependo, mas como você bem disse existe uma terceira pessoa entre nós. Pessoinha essa a quem nós não machucaríamos, então por isso não podemos. - Meu peito sofria uma nova pressão a cada palavra que saía daquela boca linda.

- Uma promessa. - Foi tudo o que eu consegui dizer.

- Estamos bem?

- Sim. - Não soube o que fazer com as mãos e fiquei soltando e guardando a chave do carro. - Bom, acho que eu deveria ir.

- Não, fica. Daqui a pouco Luna acorda e nós temos alguns novos sabores de pizza na noite de hoje.

- Acho melhor eu ir.

- Você está mesmo ficando com ela?

- Oi?

- Você já ficou com ela?

- Ela quem, Ariana?

- Deborah.

Quem é Deborah, meu pai?

- Debby, Camila.

- A amiga da minha irmã?

- É só isso que ela é?

- O que mais ela seria?

- Eu detesto quando você começa a me responder com perguntas.

- E eu detesto quando você assume essa pose indiferente. - Rebato. - É melhor eu ir embora mesmo.

- Vai, vai mesmo. A Debby deve estar te esperando em alguma sorveteria.

- Olha aqui, Ariana, ela é só uma garota. Eu não tenho qualquer interesse nela e se esse fosse o caso você pode ter certeza que eu não teria te beijado essa manhã. Eu não sou assim, pensei que você soubesse.

- Camis, eu...

- Você?

- Eu não paro de pensar no seu toque, no seu gosto, no seu cheiro. Eu quero te beijar de novo e ninguém pode me ajudar. - Ela me estende a mão e por mais que meu cérebro grite para que eu vá embora meu corpo está decidido a ficar.

[...]

Depois de sentar no sofá ela virou minha cabeça e eu perdi o medo. A cada novo sorriso eu ganhava um beijo. Tentava a minha maneira não deixar a proximidade ficar perigosa, mas não deixava de aproveitar os carinhos. Ariana era uma tentação da qual eu não queria fugir, mas não podia me entregar.

- Mamãe, mamãe, mamãe?

- Parece que a ferinha acordou. - Me deu um selinho e foi ao quarto da filha verificar a situação.

Pouco depois ela voltou com Luna no colo. Moveu os lábios sinalizando que a pequena estava enjoadinha e a colocou sentada no sofá ao meu lado. Cutuquei a baixinha e comecei a fazer graça com ela. Logo estávamos rindo e comendo pizza. Luna pediu para ligar o videogame e Ariana concordou. Escolhemos as músicas e ficamos dançando em frente à tv dando os comandos ao kinect.

Luna seguia os passos de Cheap Thrills quando sua mãe se meteu em sua frente e começou a dançar causando revolta na menor. Ariana se jogava na frente da filha exagerando os movimentos enquanto prendia o riso.

- Mamãe, assim não vale! Tia Mila, me ajude aqui. - Bradava a pequena.

Me coloquei atrás de Ariana e seguindo os comandos do player na tv segurei em sua cintura e fui trazendo ela para o fundo. Luna tomou seu lugar no centro e continuou a coreografia olhando para a tv enquanto sua mãe e eu ficamos nos provocando no sofá. Ariana me apertava as pernas e fazia caretas enquanto eu cutucava seu nariz e desviava de seus tapinhas ardidos.

[...]

Luna começou a coçar os olhos e Ariana aproveitou o sinal para colocar a pequena na cama, mas pediu que eu a esperasse na sala. Lavei a louça suja durante a nossa noite e esperei por ela junto a porta. Pouco tempo depois ela me aparece prendendo os cabelos no alto da cabeça.

- Ah não, você já está pronta pra fugir... - Lamentou.

- Acho que nunca fiquei tanto tempo fora de casa.

- Ia te convidar pra dormir aqui.

- Pensei que o quarto de hóspedes estivesse desativado.

- E está. Você não precisa de quarto de hóspedes.

- Pensei que fôssemos levar as coisas devagar.

- E vamos. A noite da pizza aconteceu normalmente. Não precisamos alterar a nossa rotina. Só preciso que você me beije com alguma frequência.

- O que vamos dizer às pessoas?

- Que pessoas, Camila?

- Meus pais, sua filha.

- Pensei em mantermos isso apenas para a gente, por enquanto. Depois a gente decide o que fazer e você pode contar aos seus pais e nós contaremos à Luna. Não precisamos ter pressa.

- Tudo bem, prometo não contar a ninguém.

- Não é segredo. Apenas acho melhor não precipitar as coisas.

- Ok.

- Ok? Então agora vem cá me dá um beijo. Já disse que seu beijo é muito bom? - Ela pergunta enquanto passa os braços ao redor do meu pescoço. - Não? Não acredito. Vem cá.

No momento em que aprofundamos o beijo encostadas na parede do hall a porta do elevador é aberta e o casal vizinho de Ariana nos encara admirado. Ariana não se importa em interromper o beijo e somente ao final, quando ela decide que é o fim, cumprimenta os dois.

- Que foi? - Ela me pergunta depois que eles entram no apartamento e eu a encaro.

- Você não ficou desconfortável?

- Com seus lábios nos meus? Sem chance.

- Ariana!

- Camila... Se depender de mim essa cena vai ser cada vez mais comum. Eles não pagam as minhas contas, não me ajudam com a educação da minha filha e não tem nada a ver com a minha vida e muito menos com a sua. Não há motivos para desconforto.

- Agora preciso mesmo ir.

- Vai com cuidado e me manda mensagem quando chegar. - Sela nossos lábios antes que eu entre no elevador e eu me escoro na parede sem acreditar nesse dia.

[...]

No domingo o dia amanheceu mais lindo e apesar da alta temperatura eu estava radiante e com um frescor diferente no corpo. Organizei o meu quarto e aproveitei para tocar um pouco. Repassei algumas peças que eu sabia de cor e lembrei da música de Ariana. Reproduzi o refrão que eu havia memorizado e gravei com o celular.

Aproveitei o clima quente e retirei a camisa ficando de top esportivo e um short de algodão folgado para lavar minha moto. Coloquei minha caixinha em cima do capô do carro e coloquei as mãos na massa.

- Aproveita o embalo e lava o meu também, flaca. - Jogou a chave, e eu que já estava parcialmente molhada não vi mal em atender a um pedido do meu velho.

Depois de lavar os veículos e guardá-los na garagem de casa fui tomar um banho. De banho tomado peguei meu celular e sorri ao ver uma mensagem de Ariana. Sempre bem humorada, ela fazia uma brincadeira entre o calor e a minha boca. Enviei a gravação que havia feito mais cedo e ela surtou. Me ligou e me convidou para almoçar com ela e Luna. Não tive como negar.

Sofia brotou na porta do meu quarto com roupa de praia e um biquíni por baixo me pedindo carona para a praia. Na verdade, ela veio me convidar para me juntar à ela e uns amigos na praia, mas como ela sabia da minha relutância ao ambiente de dia e também queria evitar situações embaraçosas com a sua amiga Debby, ela se limitou a pedir carona.

Avisei a Ariana do meu desvio de rota e ela disse que iria com Luna na frente. Me mandou o endereço do restaurante, que por coincidência ficava nas imediações da praia. Nesse caso não vi problema em ir de moto.

Fiz meu truque muito bem feito, tendo o cuidado de passar bastante talco para evitar uma eventual coceira e após vestir a segunda cueca, bem apertada, vesti um shortinho floral de tactel e uma t-shirt de malha branca por cima do top esportivo. Como ia de moto tive de calçar um tênis baixinho, já que seria inviável ir de chinelo.

- Vambora, Sofia. - Estendi o capacete para a minha irmã. - Su bendición, mamá.

- Que Díos te bendiga. - Apontou para Sofia. - E você, juízo! - Sofia sorriu e lhe soprou um beijo no ar.

Partimos na 250cc e depois de furar alguns engarrafamentos e tomar algumas fechadas chegamos à praia. Estacionei em local permitido no meio fio do calçadão e acompanhei Sofia até o local aonde estavam seus amigos. Debby logo me sorriu acompanhada de sua irmã Danny, que abriu ainda mais o sorriso ao olhar para Sofia ao meu lado. Um branquelo, todo tatuado, que deveria ter quase 2 metros de altura me fez um sinal de jóia e outras duas garotas apenas acenaram com a cabeça.

- Pessoal, essa é Camila, minha irmã. - Sofia sinalizou.

- Boa praia, pessoal. Eu já vou indo. - Fiz um gesto para dizer que estava de olho e Sofia apenas revirou o olhos e sentou ao lado da tal Danny.

Fiz meu caminho de volta até a moto e enquanto prendia o capacete no apoio de mão na traseira vi a tal Danny e o canzilo da meia-noite tragando cigarros suspeitos. Fiquei me perguntando quem eram aqueles dois, quantos anos tinham, o que faziam da vida e o que representavam para Sofia. Sacudi a cabeça e segui viagem.

Cheguei ao restaurante e fui recebida com um abraço carinhoso de Ariana e um beijo estalado de Luna. Logo fizemos os pedidos e saboreamos os pratos deliciosos. O restaurante era bastante aconchegante e do segundo andar era possível ver a grande faixa de areia da orla. Admirei. Depois da sobremesa Ariana deu a Luna seu celular para distrair a pequena enquanto conversávamos.

- Falei com Sam hoje cedo e ela topou pegar um turno com Luna hoje a noite. Eu sei que você levanta cedo amanhã, mas eu queria dar uma volta com você.

- Aonde quer ir? Eu pensei que com esse calor um programa gelado seria uma boa. Sorveteria?

- Eu adoro seus programas alimentícios. Adoro mesmo. Mas eu queria ir a um lugar mais tranquilo. Não precisa fazer essa cara, não é nada demais. Só queria passar um tempo só com você sem ter que disfarçar a minha vontade de te beijar.

- Cinema?

- Pensei em aproveitar o clima bom a céu aberto.

- Praia a noite?

- É tão ruim assim?

- Não, eu gosto. Às vezes venho só pra caminhar. Dou umas voltas de moto e paro pra ver o mar.

- Ótimo! Pode passar pra me buscar de moto.

- Tem certeza?

- Estou doida para experimentar a sua garupa, motoqueira. - Ela sorri mostrando as covinhas e eu quero gritar que estou apaixonada.

- Ok.

Pedimos a conta e eu levo Luna no ombros até o carro. As duas vão para casa e eu volto pela orla em busca de Sofia, mas não a encontro lá. Quando estou voltando pelo calçadão em direção à minha moto esbarro em alguém com um skate.

- Pô! - Esbravejo após a trombada.

- Foi mal aí.

- Juno!

- Mimi.

- Mimi é o meu...

- Calma, jovem. Tá fazendo o quê aqui?

- Vim ver se Sofia queria carona, mas acho que ela já foi.

- Eu vi ela indo na kombi da Danny com a turma. - Diz segurando o skate na frente do rosto contra o sol.

- Você conhece a hippie?

- Hippie? De hippie aquela ali só tem a cara de brisada e kombi. Danny é dona do maloca.

- O que é maloca? Ela me chamou mesmo.

- É um bar underground supermaneiro. Tá pra estourar!

- Então ela é uma empreendedora?

- Tá interessada na Danny Chaminé?

- O quê?

- É o apelido dela. Aquela lá fuma mais que uma, mas é gente boa.

- Eu quero ela longe da Sofia.

- Ihh... Vai com com calma, Camila.

- Sofia ainda é menor, não acho uma boa ter esse tipo de contato.

- Camila, não julgue os livros pela capa. Olha pra mim, olha pra você. Segura tua onda.

- Quer carona?

- Opa! Na hora. - Passo o capacete para ela e a deixo em casa antes de seguir para a minha.

[...]

- Mami?

- No quarto, cariño. - Abro a porta do quarto de meus pais e encontro minha mãe deitada em sua cama com seus óculos no rosto assistindo a uma programação na tv a cabo. - Que pasa, mi niña?

- Sofia ainda não chegou?

- Está na praia.

- Não está não. Eu passei na volta para oferecer carona e não a encontrei. Juno estava lá e me disse que ela saiu na kombi com as amigas e a tal Danny.

- Hum, interessante. Você implicou mesmo com a garota, né?

- Garota? Quantos anos ela tem? 25?

- 22, tem família, é dona de um bar, muito simpática e está interessada na sua irmã.

- A senhora conversou com ela?

- Conversei.

- E não percebeu nada de estranho?

- Ela é meio lenta e as muitas tatuagens, 'de verdad, no me gusta', mas parece que a sua irmã gosta. - Fala calmamente. - Eu não criei minhas filhas para serem preconceituosas, Camila.

- Mamá, no estoy. Para nada! Eu me preocupo com Sofia, só isso.

- Eu sei, meu amor, mas vamos observar, vamos ver como as coisas se encaminham. Deita aqui comigo, vamos assistir juntinhas. Ajusta a temperatura do ar. - Aponta para o controle e dá um tapinha no espaço ao seu lado no colchão.

Fico ali curtindo o geladinho do quarto de minha mãe e seu colo até que ouço Sofia entrar. Ela passa direto para o quarto e eu espero um pouco até decidir ir lá. Bato na porta e ouço alguns barulhos vindos de dentro. Giro a maçaneta, mas está fechada. Logo Sofia abre a porta e volta para a cama se jogando na mesma.

- Sofi... Aonde você estava?

- Na praia.

- E depois? Porque eu passei lá na volta pra te dar carona e você não estava.

- Você tá me seguindo, Camila? - Ela ficou sentada na cama e eu percebi seus olhos muito vermelhos.

- Eu só estou preocupada com você.

- Eu estava com o pessoal na casa do MGK.

- MGK? Isso é nome de gente, por acaso?

- Camila, sai daqui. Me deixa dormir.

- Sofia, fala pra mim que você não usou nada.

- Camila, sai do meu quarto. Eu peguei muito sol, eu tô com fadiga.

- É só isso mesmo? Não pense que eu não vi aquela tal lá com um cigarro suspeito.

- O nome dela é Danny. E por quê você não cuida da sua vida? Ah, esqueci que você não tem uma.

- Sofia Isabela, acho melhor você ficar longe daquela maconheira ou eu vou falar com o papai.

- Camila, eu te odeio. Sai do meu quarto agora. - Grita.

- Sofia.. - Ela me empurra porta afora.

- Me deixa em paz sua virjona! - Bate a porta na minha cara fazendo uma vibração me atingir o rosto.

Minha mãe me olha da porta de seu quarto e diante do meu queixo tremido não diz nada. Saio pisando baixo até o meu quarto e bato a porta com a mesma intensidade. Meu humor foi arruinado. Mal tenho vontade de levantar para me arrumar e ir encontrar Ariana. Sofia é minha fiel escudeira desde sempre e mesmo nos alfinetando vez ou outra é sempre na brincadeira. Dessa vez magoou.

Passo pela minha mãe que me afaga o ombro e me beija a bochecha antes de me abençoar. Parto em direção ao apartamento e logo avisto Ariana me esperando na portaria. Estendo o meu capacete para ela pelo fato de estar mais limpo e fico com o do carona.

- Pronta?

- Com emoção. - Ela responde e me arranca um sorriso.

Partimos em direção à praia. No caminho sinto seus braços a minha volta e aproveito a sensação até ela repousar uma mão em meu abdômen e me deixar tensa. Percebendo a minha trava ela simplesmente deixa a mão ali e a cobre com a outra estabelecendo uma segurança.

Estaciono em local permitido e deixo os capacetes presos na trava de mão. Ariana segura em minha mão e vamos caminhando pela areia. A cantora inicia diversos assuntos e eu vou correspondendo como posso. Sentamos lado a lado na areia e ela encosta a cabeça no meu ombro.

- Que houve? Você está meio desatenta, cabisbaixa.

- Sofia e eu discutimos mais cedo. Eu acho que passei dos limites do ciúme fraterno e acabei ouvindo o que não queria. - Assumo.

- Ei, não fica assim. Nós que somos ciumentas corremos esse risco de exceção. Queria mesmo era não ser assim, mas não posso evitar. Já fica de aviso.

- Você é maluquinha. Ontem eu...

- Nem vem, Camila. A garota tava te encurralando na parede e mexendo no seu cabelo.

- Elogiando o corte que você me convenceu a fazer. - Rebato.

- Sei que não tenho direito de te pedir isso, mas ficaria feliz se ela mantivesse as patinhas bem longe de você. - Fala com um bico.

- Acho que posso dar o seu recado a ela, mas pra garantir seria bom se você ficasse do meu lado nas próximas reuniões lá em casa. - Me faço de desentendida.

- Está me convidando para ir à sua casa mais vezes ou está tentando me fazer cativa?

- Depende.

- Do quê?

- De qual das duas ideias você gosta mais?

- Da que você me beija mais. - Responde antes de pousar as mãos ao redor do meu pescoço tocando a pele devagar e reivindicar meus lábios com mais propriedade que na vezes anteriores.

O nosso beijo é ritmado e cauteloso. A brisa do mar dá o tom e o barulho das ondas quebrando nas pedras reforça a melodia perfeita da noite. Ariana ganhando espaço entre os meus braços e minhas mãos ganhando vida em suas costas e braços. Mal posso acreditar que isso está realmente acontecendo.

Passamos mais algum tempo ali entre diálogos intercalados por beijos que terminam em pequenas mordidas no lábio, roçadas de nariz ou cheirinho na bochecha. Tão boa a descoberta. O frio nos atinge avisando que é hora de ir embora, mas antes cravo minha mãos em sua cintura e em resposta ela desliza as dela por minha lombar.

- Queria te levar a um outro lugar, mas acho que não teríamos tempo suficiente. - Diz ao olhar meu relógio.

- Que foi? - Pergunto diante de seu olhar curioso para o smartwatch em meu pulso.

- Esse seu relógio é engraçado.

- Ei, ele é muito útil. - Protesto.

- Vem, garota das utilidades. Levanta, calça esse sapato cheio de areia e vamos. Não quero perder meus pontos com a Dona Sinuhe por te fazer chegar tarde.. - Me estende a mão e logo estamos caminhando de volta ao calçadão.

- Falando assim até parece que eu sou uma criança.

- Você esqueceu que é um bebê? Porque eu não. - Pincela meu nariz e sorri mostrando as covinhas.

A volta foi tranquila e eu estava tão relaxada a ponto de não ficar tensa com a proximidade das mãos de Ariana em meu baixo ventre. Apenas aproveitei o calor de seu corpo junto ao meu e fiz uma piada ou outra sobre o quão fofa ela ficou com o meu capacete.

Nos despedimos com alguns beijos na porta do prédio e eu voltei pra casa com o maior sorriso do mundo, que morreu quando eu guardei a moto na garagem e passei pela sala dando de cara com Sofia sorridente ao telefone esparramada no sofá.

Seu sorriso também logo morreu. Eu detestava brigar com a minha irmã. Na verdade, eu nem lembrava quando havia sido a última vez que isso aconteceu. Tomei o rumo da cozinha e peguei uma moringa dágua e um copo antes de ir para o meu quarto. Tomei um banho e me aprontei para dormir.

Largada na cama vestindo apenas uma cueca boxer e uma camisa vermelha do Jordan 23, eu navegava pelas histórias dos meus amigos nas redes sociais. Fiquei com o dedo pressionado nas de Ariana prestando bastante atenção aos detalhes e me deparei com uma captura minha no penúltimo traço.

Eu estava de perfil sentada na areia, nós havíamos acabado de chegar à praia. "The Sun is setting and you're right here by my side" estava escrito na tela com um ícone musical ao lado. Sorri para tela e pensei no que responder, e se deveria. Meu dedo escorregou na tela e eu acabei saindo do aplicativo ao ouvir batidas na porta. Saltei da cama e abri minimamente a porta dando de cara com uma Sofia de olhos tristes e ombros baixos.

- Posso entrar? - Eu apenas abri a porta dando espaço para ela passar. - Camila, eu...

- Me desculpe, eu não deveria ter invadido seu quarto e insinuado coisas sobre você e muito menos julgado seu amigos que eu nem conheço.

- Não! Me desculpa você, eu não tinha o direito de te insultar e bater a porta na sua cara. Nós somos parceiras, Kaki. Você é minha referência!

- Eu te amo tanto, Sofi. - Puxei a menor para um abraço apertado e fiquei ali sentido seu cheiro e desejando que nada de mal acontecesse à minha hermanita. Ela me empurrou para a cama e nós ficamos ali deitadas. Ela mexendo no meu cabelo e eu cutucando suas costelas.

- Me deixa dormir aqui com você. - Pede cheia de maha.

- Nope.

- Que chata!

- Tudo bem, mas só se você for fechar a porta. - Ela revira os olhos, mas vai. Apanho o celular e vejo a mensagem direta de Ariana. "Adoro o jeito que você me faz sentir. Boa noite, baby."

- Pronto, já fechei a porta. - Sofia reclama antes de se jogar no colchão e se enroscar comigo. - Do que você tá rindo, Camila Maria?

- Ai, ai, Sofia de Fátima! Digamos que um rouxinol cantou pra mim hoje.

- Como é que é?

- Ariana e eu estamos nos dando muito bem.

- Anda, conta tudo.

- Vai me contar o que tá rolando entre você e a Danny?

- Se você prometer não surtar...

- Você começa ou?

- Para de enrolar, Camila.

÷


Notas Finais


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É isso, meus anjos. Até logo!

Megabeijo xx


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