História Under The Sheets - Senti que Selena era diferente de tudo.

Justin Bieber Point Of View

The Stratford High School 

Stratford, Canadá. 

— Porque não podemos tentar? — Ryan pergunta pela segunda vez no dia de hoje, enquanto eu continuo andando tentando fugir de tal assunto. 

— Porque não temos idade para isso. 

— Todos tem identidade falsa, posso arranjar para nós de alguma forma. — bufo. — Você não entende que essa pode ser a nossa salvação social? Precisamos deixar esse posto de nerds chatos. 

— Nós nem somos nerds. Que idiotice! 

— Você é muito difícil sabia? É por isso que os garotos do time nunca vão nos respeitar, nós somos excluídos. — meu melhor amigo diz, agora me irritando para valer. Eu definitivamente odiava esses rótulos escolares. 

— As pessoas costumam dizer isso, mas se você quer ser respeitado é sendo você mesmo. Não se venda por popularidade Ryan, pois eu odiaria você. — sou sincero em minhas palavras o que faz ele ficar quieto enquanto pegamos nossos livros no armário lado a lado. 

Após pegar tudo necessário para as aulas de hoje, fecho o armário dando de cara com Kendall. 

— Olá melhor amigo! — ela diz sorridente, o que me faz rir, pois conseguir ter um bom humor neste horário da manhã é impossível. 

— Olá Kenny. — abraço-a de lado e Ryan apenas acena para ela com a cabeça. 

Não era como se fossemos os três mosqueteiros. Na maior parte do tempo era somente ou eu e Ryan ou eu e Kendall. Os dois não se sentiam a vontade de iniciar uma amizade, na verdade eu sempre penso que Kendall é minha amiga só pelo fato de nos conhecermos a anos. Caso contrário, porque uma menina popular como ela iria querer estar ao meu lado sempre? De qualquer forma ela sempre estava querendo estar grudada á mim, o que só permiti depois de faze-la prometer que suas amigas fúteis ficariam distantes. 

— Você irá a festa que eu vou dar amanhã na boate não é mesmo? 

— Sabe Kenny, você me conhece e eu não vou contribuir com a idéia louca de vocês de fazer coisas contra a lei. 

— Que? Justin! — ela para no meio do corredor e segura em meu pulso. — Você vai sim, eu estou te obrigando. 

— Não seja boba, você não vai me obrigar a ir nessa festa. — digo encarando suas orbes escuras e solto meu pulso de sua mão. 

— Eu simplesmente desisto de você... Não gosta de interagir com meus amigos, não pode sair para festejar comigo, não pode nem fazer a vontade dele. — ela fala apontando em último para Ryan. 

— Exatamente isso. Aliás o nome dele é Ryan e vocês se conhecem por três anos. 

— Tanto faz, apenas não estrague mais meu dia do que você já estragou. — Kendall faz birra e sai andando na frente mais rápido. 

— Eu sinto pena dela por achar que você irá sentir algum remorso com isso. — Ryan fala e eu rio, afinal ele me conhece. 

— A Kendall tem o dom de me irritar, as vezes eu só queria tranca-la numa dessas lojas cheias de brilho e não soltar nunca mais. 

— Duvido que ela reclamaria de todo modo. — diz e eu concordo com a cabeça me sentando na mesa mais afastada do centro da cantina. — Você acha que eles irão fazer algo com a gente? — Ryan pergunta apontando para o outro lado, onde Brooklyn conversa com seus amigos.

— Não sei, confesso que antes eu sentiria medo, agora estou tranquilo quanto a isso sabe? 

— Algum bicho te mordeu? — pergunta e eu franzo o cenho, digo que não entendi. — Você parece um daqueles pacientes doidos do Dr House que mudam de personalidade com mordidas de cobras ou outros animais. — rio alto com sua confissão, pela idiotice de meu melhor amigo completamente fissurado em seriados médicos. 

— Que eu saiba não, mas se o Dr House descobrir me diga pois eu gostaria de ter esse veneno nas minhas veias por um bom tempo. — digo me lembrando da professora e ele ri, dessa vez sem entender o fundo das minhas palavras. 

Horas mais tarde 

— Filho você tem certeza que não deseja que eu mande o Kenny te buscar? — a voz de mamãe soa ao telefone. Ela fazia questão que eu voltasse para casa de carro e não a pé, o que não era ruim de todo modo eram poucas quadras de distância. 

— Não mamãe, já lhe disse que me sinto á vontade em caminhar. 

— Mas Justin nós temos um motorista para isso querido, não há essa necessidade. 

— E eu já disse que não tenho necessidade de andar de carro a todo instante. Pegar sol e exercitar as pernas as vezes é bom sabia? A senhora deveria caminhar mais vezes! 

— O que? Você acha mesmo que eu vou andar pela rua? Eu desisto de você Justin Drew Bieber. Te espero em casa. — ela diz irritada e eu rio alto após finalizar a ligação, logo depois aparece imediatamente uma nova mensagem de Kendall implorando para que eu vá na festa amanhã. 

Me irrito automaticamente ao visualizar diversos emojis de carinhas chorando e diversas mensagens da minha amiga. Digito que não irei e para ela não me incomodar mais, quando esbarro meu corpo com alguém na rua. Olho para o chão lotado de legumes e frutas espalhados pela calçada, me abaixo rapidamente para recolher tudo. 

— Justin? — ouço a voz aveludada e olho-a. — O que você está fazendo aqui? 

— Me desculpe, de verdade não era minha intenção esbarrar em você! Na verdade eu nem notei que era você! Meu Deus, olha isso, eu posso comprar tudo novamente para você. — digo um tanto rápido demais, estou nervoso com suas grandes orbes escuras me olhando. 

— Calma e respira, está tudo bem. Depois eu lavo isso, mas e aí o que está fazendo na zona pobre da cidade? — ela diz em um tom risonho enquanto pega as sacolas da minha mão. 

— Eu.. estou voltando do colégio. Não gosto de usar o motorista como meus pais. — falo um tanto tímido, coço a nuca em um ato nervoso. 

— Então você não se incomodaria de me ajudar a levar esse tanto de coisas para minha casa, não é? — seus lábios são tão bem desenhados que me perco em sua boca. — Justin, você me ouviu? 

— Que? — pergunto desnorteado 

— Meu Deus, você ta legal? Está estranho. 

— Sim.. Só me desculpe de novo por isso. — peço e ela franze as sobrancelhas. — Droga, eu tenho que parar de pedir desculpas né? — ela ri e eu acabo rindo junto, talvez fosse de nervoso, minha professora conseguia me deixar nervoso.

— Eu queria que você fosse até minha casa comigo. 

— O que? Fazer o que? Eu.. eu não posso senhorita Selena. 

— Não é isso, só preciso de ajuda para carregar as compras. — ela diz e me sinto um idiota por pensar besteiras, ela deve estar rindo de mim internamente. Como uma mulher como ela iria querer algo com uma criança como eu? 

— Oh sim, claro, é o mínimo que eu posso fazer por faze-la perder seu tempo. — digo e atravesso a rua ao seu lado. 

— Er.. Justin, as compras, elas estão muito pesadas. — Selena me chama e aponta para as sacolas em suas mãos, me xingo e retiro algumas compras de suas mãos, a fazendo suspirar. 

— Me desculpe de novo, eu só estou meio perdido hoje. — digo e ela maneia com a cabeça. 

— Se quiser conversar sobre isso.. 

— Kendall e Ryan estão insistindo para que eu vá a boate amanhã com eles, mas eu não acho certo falsificar identidades. 

— Justin, a maioria das pessoas fazem isso. Na sua idade eu fazia coisas piores, de verdade! 

— Não me sinto preparado para estar no meio de tantas pessoas velhas e um lugar proibido. 

—  E se eu fosse com você? Quer dizer, eu sou adulta, não deixaria nada de ruim acontecer. — ela diz com um belo sorriso no rosto, e não tenho como negar. 

Pelo resto do caminho andamos silenciosamente, e eu começo a pensar na pessoa maravilhosa que Selena é. Ninguém nunca estava disposto a me ouvir ou até mesmo me ajudar, e ela faz isso, ela quer me entender. Começava a sentir uma necessidade de passar mais tempo ao seu lado e por isso que quando saí de sua casa, simples e de tintura descascada, liguei para meus amigos confirmando minha presença na festa. 

Dia Seguinte – Stratford Club 

10:00 pm

Acompanho Selena que anda despreocupada pela multidão, após nossa mentira ao segurança de que eu era maior de idade. Me sinto sufocado e perdido, agora noto que talvez boates não sejam lugar para claustrofóbicos. 

Selena pega em minha mão esquerda e me puxa entre as pessoas, fico apreensivo e ansioso. Esse fora o maior contato íntimo que já tivemos, o sorriso que se abre em meu rosto evidencia isso. 

— Ufa! Está mais lotada que o normal. — ela diz após se sentar em um dos bancos do bar e passar as mãos nos cabelos. 

— Você já veio aqui antes? 

— Poucas vezes, na maioria delas apenas para beber e esquecer a merda que minha vida é. 

— Porque fala assim? Digo, você é uma mulher normal, tem um emprego e aparentemente uma vida tranquila. — pergunto me sentando do seu lado. 

— Há muitas coisas que você não sabe sobre mim, pequeno Bieber. Mas, que tal bebermos um pouco e nos divertir? 

— Não acho uma boa idéia Selena, eu não era nem para estar aqui. — ela me ignora e pede os drinks ao moço das bebidas, que nos entrega prontamente. — Eu não quero tomar isso, não posso beber. 

— Vamos Justin, é só para te animar, faça por mim! — ela diz mansa e empurra o copo em minha direção, pego e viro tudo de uma vez. — Isso! É assim que se faz. 

Continuamos a descer, acabo por beber mais alguns copos, uma vez que acostumei o gosto azedo e forte da bebida. Depois de um tempo Selena me arrasta pela pista de dança, alegando que queria dançar um pouco. Olho para ela se movimentando, linda e solta, não consigo me mexer de tal forma. 

— Vamos se solte, hoje o dia é para você relaxar e experimentar novas coisas. — diz puxando meu corpo e me balançando no ritmo da música que toca. 

Após algum tempo, me sinto mais extrovertido e menos tímido, talvez por efeito da bebida. Contudo, me arrisco na batida da música acompanhando Selena como sempre. 

— O que significa isso? — Kendall surge em nossas frentes e grita alto. — Porque você não subiu esse tempo todo para ficar com a gente na área vip? 

— Eu.. eu não sei Ken, me esqueci completamente. Cadê Ryan? — pergunto me afastando de Selena, o que eu menos queria era passar a impressão de ter alguma intimidade com minha professora particular, seria um escândalo. 

— Não faço idéia, ele é seu amigo não meu. — ela ri debochada. —Só de pensar que você recusou milhares de vezes vir e agora estava se divertindo com essa daí. Tchau. — Kendall se vira e vai embora, não tenho noção do que fazer por isso permaneço no mesmo lugar encarando em volta. Agora me sinto culpado por ter abandonado Ryan, mesmo que tenha feito minha vontade pela primeira vez na vida e gostado dela. 

— Bebida? — Selena sugere com um copo em suas mãos e um sorriso em seu rosto, sinto como um convite para o inferno e não me recuso. 

02:00 am 

Casa dos Biebers 

Encaro o teto acima de mim e penso sobre essa noite com o pouco de consciência que me resta. Fruto de algumas doses de bebida alcoólica. 

Seu sorriso aberto e misterioso e a primeira coisa que vem à minha mente como resumo da noite. Mesmo tendo certamente decepcionado meus melhores amigos, não me sinto mal por ter compartilhado e vivido experiências diferentes e novas assim. 

E a última memória antes de me render ao sono era dela, trazendo-me em casa e cobrindo-me com as cobertas. De alguma maneira distinta, eu senti que Selena era diferente de tudo que eu havia planejado na minha vida.