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História Under Your Tree - Ben



Notas do Autor


Oieeeee
Tô viajando e não sabia que tinha computador com internet no lugar onde eu ia ficar, então dá para atualizar daqui!

Boa leitura!!!

Capítulo 4 - Ben


     Rosalie ficou mais animada ao saber do retorno de Benjamin Marshall, tanto que decidiu levar toda a comida que havia preparado para a mesa de piquenique que havia nos fundos do quintal, assim seria possível desfrutar o dia ensolarado e comer, enquanto ouvíamos as histórias que ele tinha para contar.

     Rosie e os gêmeos Alexander e Ben Marshall cresceram juntos, assim como os pais deles; e assim também como Thom, Suzan, Anne e eu, nada podia separá-los. Thomas e Suzan tiveram os meninos pouco tempo depois de termos voltado da guerra, e felizmente ambos nasceram saudáveis, após o trauma de Suzan em perder  a bebê primogênita do casal, devido a uma das cartas mais preocupantes enviada por Thom, que a forçou um parto prematuro de seis meses.

     Quando minha filha tinha uns quatorze ou quinze anos, acidentalmente ouvi uma conversa sua com a madrinha, na qual admitia ter uma queda por um de seus filhos. Obviamente, eu não me lembro por qual dos dois garotos ela fora apaixonada – afinal, até então eles se vestiam sempre iguais, e as personalidades não eram tão diferentes assim.

     Eles cresceram e quando chegou a idade universitária, seguiram rumos diferentes, em outras cidades. Rosie era casada – muito mal casada, pelo que vi – e professora. O gêmeo mais velho, Alexander, era cirurgião, um dos melhores de Londres. Mas há cerca de cinco anos, ele sofreu um acidente junto à esposa, do qual nenhum deles sobreviveu e o que gerou a vinda de Vincent para Painswick, já que os avós paternos foram os únicos parentes que lhe sobraram.

     Já o Benjamin, desde a adolescência deu indícios de que seria um Bon Vivant. Isso piorou após a perda do irmão, que era o único capaz de lhe inspirar um pouco de juízo. Ben fugia de responsabilidades, era aventureiro, inquieto, meio rebelde até. Nunca pensou em arrumar um emprego, se juntar á uma mulher e constituir uma família como a maioria das pessoas, e após o acidente de Alexander ele debandou de vez.

     Passava praticamente toda sua vida fazendo acampamentos, trilhas, viagens à lugares exóticos, escaladas, saltos, entre outras atividades radicais que ele julgava serem libertadoras, o que não era de todo ruim; o que tirava do sério era o hábito de sumir e raramente mandar sequer uma notícia, geralmente só algum cartão postal de lugares onde estivera com um reticente “não se preocupem, eu estou bem” rabiscado no verso.

  - Vocês precisam conhecer a Itália! – Ben nos contava animado sobre suas andanças por aí, despertando o interesse de Elias e Vincent. – E também a Nova Zelândia. Rosie, você ia adorar aquele lugar! Quando eu via os vilarejos cheios de cabaninhas e chalés, sempre me lembrava de você; lembra-se, de quando nós éramos pequenos e você dizia que queria morar em um chalézinho encantado no meio da floresta? – ele disse rindo e afinando a voz para imitá-la.

  - Lembro sim - ela respondeu, - e me lembro também que você prometeu construir um para mim pessoalmente, Sr. Marshall!

     Ao dizer isso, ela riu olhando para ele com uma carinha meio boba. Acho que me lembrei qual dos dois meninos era o favorito dela. Em se tratando de Benjamin, eu não sabia exatamente se isso era bom ou não. Ainda mais depois de tantos anos, depois de toda a bagagem emocional e experiências deles.

  - Bom, prometi a minha mãe que almoçaria em casa, e eu não gosto de não cumprir com minhas promessas. Então, se quiser, podemos sair mais a tarde para procurar sua clareira favorita por aqui na propriedade mesmo, e depois olhamos uns detalhes para a construção. O que acha?

     Não sei o que me deixou mais intrigado em relação àqueles dois: o fato deles ainda se lembrarem de uma promessa infantil tão antiga, Benjamin agindo como um cara família e prometendo à mãe que ficaria com ela para o almoço, ou o olhar que eles trocavam. Rosalie estava ruborizada, e respirava descompassadamente. Meu Deus, não permita que minha filha sofra outra vez por causa de “macho”!

  - E então? – Ben perguntou ainda aguardando resposta para seu convite.

  - Ah c-c-claro! – Rosie gaguejou saindo de seus devaneios. – Nós podemos ir sim. Aham – Ela o olhava assentindo freneticamente, e Ben sorriu.

  - Ok então, às duas da tarde volto para te buscar – ele disse e depois me pediu: – Tio Ed, soube que Vincent está te ajudando aqui agora, mas o senhor se importaria se ele fosse almoçar em casa também?

  - De modo algum, Suzan ficará eufórica! Pode tirar o resto da tarde de folga, Vince.

  - Tem certeza, senhor Wilde? – o jovem me perguntou, porém lançou um breve olhar na direção de Emily.

  - Tenho sim. Acho que já temos amoras mais do que suficiente para o festival esse fim de semana – respondi. – Pode ir com seu tio.

     Eles ficaram mais um pouco e em seguida foram para casa. Emily e Rosie fizeram menção de se levantar da mesa, enquanto Elias ainda se lambuzava com a geleia, mas eu pedi que elas voltassem a se sentar. Eu odiava correr o risco de estragar o dia deles, mas queria aproveitar para esclarecer a questão do divórcio e da vinda deles para Painswick.

  - Pessoal, primeiramente gostaria de dizer que vocês três são maravilhosos – comecei olhando no rosto de cada um deles, que estavam intrigados. – Depois, quero dizer que nenhum de vocês tem culpa do que eu vou lhes contar agora.

     Rosie baixou o rosto; provavelmente ela já percebera aonde eu pretendia chegar com aquela conversa. Continuei:

  - O pai de vocês pode até ser um profissional íntegro, porém como pessoa ele falhou, e falhou muito feio.

  - Vovô, o que é intrígo? – Elias me interrompeu.

  - Íntegro, é uma pessoa de valores, honesta, que cumpre com sua palavra, Elias – Fiz uma pausa antes de prosseguir, escolhendo bem as palavras. – David se mostrou um homem sem valores; não foi honesto com vocês, e decididamente não cumpriu a promessa de respeitar e cuidar sempre de sua mãe.

  - E por esse motivo, - Rosie secou uma lágrima solitária e assumiu o fardo de contar aos filhos sobre a situação – por esse motivo eu me divorciei do pai de vocês. E nós vamos morar aqui com o Vô Ed daqui pra frente, ok?

     Eles estavam atônitos, e olhavam de mim para a mãe alternadamente, como se esperassem que um de nós de repente dissesse que se tratava de uma brincadeira. Foi o pequeno Elias quem quebrou o silêncio que já durava alguns minutos.

  - Então papai não ama mais a gente? Por isso que ele te batia às vezes? Ele estava bravo conosco?

  - Ele fazia o quê?! – me levantei quase gritando e olhei para Rosalie que havia se encolhido, o que me confirmou as palavras do filho. – Por que nunca me contou nada disso antes, minha querida? – pergunto segurando em seu ombro e tentando olhar em seus olhos que ainda estavam pregados no chão. Ela simplesmente acenou negativamente com a cabeça e mordeu o lábio inferior na tentativa de conter o choro; parecia envergonhada.

  - Então você e David nunca mais ficarão juntos? – Emily perguntou enquanto tentava consolar o irmão, e para mim ficou óbvio que ela também não morria de amores pelo pai.

  - Não – Rosie disse firme. – Eu juro que eu tentei aguentar, por vocês, meus amores. Mas ele próprio disse que não nos queria mais em sua vida e que havia encontrado outra mulher.

  - Mas temos mesmo que ficar aqui? Nossa vida é em Londres! – A menina insistiu.

     Rosie me olhou como se já não tivesse mais argumentos e precisasse de ajuda, então eu interferi:

  - Ora Emily, e você estaria mesmo pronta para voltar para Londres e deixar Vincent aqui? – Perguntei em tom de brincadeira.

     Ela se levantou como um furacão e deixou a mesa, seguindo na direção de casa pisando duro, sem olhar para trás. Ri um pouco sem graça para minha filha e Elias, que olhavam Emily se afastar.

  - Ér, será que eu disse alguma coisa errada?


Notas Finais


Será que vovô Ed disse alguma coisa errada? quem acha que sim levanta a mão o/
hehehehe
Andressa ( ~headstrong ), parece que tem mais gente pra você shippar!!!
Espero que estejam gostando, pessoal!

Bjoss e até a próxima!


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