Dezembro.
Mal podia acreditar que já estávamos perto do Natal. Seria a primeira vez que eu passaria a data especial com a minha "família" em anos. Eu gostava dessa época do ano. Tempo gelado, neve caindo, roupas de frio e os recessos escolares devido aos feriados ou acumulação de neve nas ruas. Depois de pensar muito, resolvi aceitar o pedido de Jamie e Valerie para passar o Natal com elas. Eu não me sentiria a vontade de passar com o meu pai e com a Alexia, e quando perguntei ao Max como era essa época do ano, ele resumiu bem: uma merda. Os nossos familiares não vem para cá porque moram muito longe e os voos sempre dão problema devido a neve, ou seja, é como se fosse um dia normal. Jamie convidou Max para passar comigo e com elas, então eu consegui me sentir menos culpada. Deixar meu irmão de lado seria uma mancada daquelas.
Eu encarava meu irmão mais novo sentado a minha frente, enquanto falava sobre os idiotas do time de basquete. Max e eu temos passado muito tempo juntos, mas ele ainda não aceitou completamente o meu relacionamento com Travis. Existe muita mágoa nele em relação a menina que ele gostava e, sim, Travis foi muito baixo, mas já aconteceu e não tem como voltar atrás. E é engraçado e ao mesmo tempo fofo ver Travis se desfazendo da vida de antes por minha causa. Ele ignorando as garotas, que antes só cruzavam com ele no corredor para receber um selinho ou um ridículo encontro com Travis Warner. Besteira.
- E você vai passar o recesso longe do seu sapo que virou príncipe? - Max debochou. Joguei um salgadinho nele.
- Só o Natal. Vamos passar a virada do Ano Novo juntos, mas não só nós. Todo mundo. - falei. - Aliás, você deveria vir.
- Não consigo engolir aquele cara e você sabe disso.
- Eu sei, mas... poxa, Max. Agora ele é meio que seu cunhado e você mesmo disse que percebe que ele gosta mesmo de mim.
- Sim, mas isso não quer dizer que ele precise ser meu novo melhor amigo. Não mesmo.
- Você tem que dar uma chance para o cara. Em nenhum momento ele jurou amor eterno a garota e se ela te largou, ela é a otária. Você ainda é apaixonado por ela, por isso ainda está bravo.
- Eu não sou mais apaixonado por ela, só... sei lá.
- Ela te magoou, eu sei.
- Vamos mudar de assunto. Você viu o carro te seguindo de novo? - Max perguntou.
- Sim... ontem. O papai parecia não saber nada sobre o assunto, Max.
- Muito estranho, cara.
- Alexia me disse naquele dia que tem coisas sobre a nossa família que eu não sei. O que ela está querendo dizer? Fiquei um pouco cismada... não consigo parar de pensar nisso.
- Bom, se você não sabe eu também não sei. O pai só conta as coisas para a Alexia. Sinto nojo de vê-los desse jeito com o dinheiro da mamãe.
- Exatamente. O dinheiro não é dele. Ele só está onde está por causa da mamãe, não me surpreende que ela sempre quis se separar dele...
- Uma pena que não conseguiu a tempo. Você me disse que ela estava apaixonada por outro cara, lembra?
- Sim... - suspirei.
Max fazia aula de espanhol comigo e como o professor faltou, viemos para o ginásio enquanto o tempo não passava.
- Finalmente achei você! - uma voz ecoou pelo ginásio e avistei Lacey entrando. - Está matando aula?
- Não, o Sr. Gonzalez faltou. - respondi. - O que manda, gata?
- Na verdade, eu só vim passear porque odeio o professor de física. - ela chegou até mim e olhou para Max. - Oi, garoto. Prazer, sou Lacey. Quem é você?
- Ele é meu irmão, Lacey. - falei rindo.
- Prazer, Max. - Max disse todo bonitinho e levantei as sobrancelhas amando aquilo.
- Então, a Natalie convidou todo mundo para uma festa hoje. - Lacey voltou a falar.
- Na casa de quem?
- Do namorado da Natalie. Ela ia te procurar para te falar, mas eu queria sair da sala e você não estava na aula de espanhol, então aqui estou eu.
- Já terminou a lição, né? Até parece que você ia sair se não tivesse terminado, menina prodígio. - falei.
- É, já terminei. Me flagrou. - ela deu de ombros. - Ainda falta vinte minutos para o sinal bater, que saco.
- Se algum professor te ver aqui já era. - alertei.
- Sim. - ela bufou. - Vejo você depois, cunhadinha. E tchau, Max.
Lacey desceu a arquibancada e dei um beliscão no Max ao vê-lo olhando para ela. Para o corpo dela.
- Por que ela te chamou de cunhadinha? - Max perguntou.
- Ela é irmã do Travis.
- Puta merda, sério? - assenti. - Tinha que ter um defeito...
- Ela é muito legal igual o irmão, Max. Para de ser rabugento. - revirei os olhos. - Ela tem sua idade. Dezesseis aninhos.
- Ela é irmã do Travis.
- Sim. E bem difícil. Tem que ver como é difícil um menino ficar com ela nas festas.
- Porra...
- Amor à primeira vista, pequeno Maddox? - brinquei e ele revirou os olhos.
- Vai se foder, Jasmine.
- Claro. - soltei uma risada. - Se quiser vir na festa hoje também... aposto que o namorado da Natalie não vai se importar.
- Vou ter que aguentar você encher a porra do meu saco agora.
- Vai mesmo. - sorri.
- E aí? Como vai seu triângulo amoroso? - arqueei as sobrancelhas em desentendimento. - Sabe... você, Travis, Katie.
- Filho da puta! - mostrei o dedo do meio e ele gargalhou.
Katie veio tirar satisfações comigo quando ficou sabendo que eu contei ao Travis sobre o que Brad me contou. Eu esperava que ela viesse falar comigo, por isso estava preparada quando ela veio com as ameaças desnecessárias. Talvez eu tenha me intrometido na vida dela, sim, mas deixei bem claro para ela que não acho justo meus amigos pensarem que ela é alguém que não é de verdade. Principalmente Travis. Ele está cego pela pessoa que conhecia na infância... eu sabia como era isso. E finalizei a nossa discussão com um: Só espero que não o magoe quando descobrir a megera que você é. E simplesmente dei as costas, cansada dessa rivalidade que não levará a lugar nenhum. Pelo menos não enquanto Travis quer ficar comigo e apenas comigo.
(...)
- Oi! Pensei que tinha esquecido de vir me buscar. - dei um selinho em Travis e ouvi Max bufar ao também entrar no carro.
- Tive que esperar a beleza se arrumar. - Travis respondeu e só ai notei que Lacey também estava no carro.
- Oi, Lacey. - me inclinei para o banco de trás e dei um beijo na bochecha dela.
- Fala, cunhadinha.
- Seu irmão ainda não gosta de mim? - Travis sussurrou para mim e eu assenti com a cabeça, rindo.
- E você? Gostaria que sua irmãzinha ficasse com ele? - sussurrei e ele me olhou de soslaio totalmente sério.
- Eles estão ficando?!
- Não! Se conheceram hoje, mas Max ficou bem interessado.
- Se eu deixar ele ficar com a minha irmã mais nova, ele para de me olhar feio por estar namorando a irmã dele?
- Se você estiver mesmo namorando a irmã dele... - dei de ombros com um sorriso. Travis me deu um selinho.
- Presta atenção na estrada, maninho. - Lacey alfinetou.
- Legal, né? Viramos babás agora. - Travis também alfinetou e eu soltei uma risada.
- Meu ovo, Travis. - Lacey mostrou a língua.
Chegamos na casa do Jeremy, namorado da Natalie, e estava completamente cheia. Avistei Alexia com as amigas perto da cozinha e fiquei apreensiva no mesmo instante. Por que, de repente, ela decidiu frequentar as festas? Eu sabia que precisava tomar cuidado com ela, mesmo sabendo que ela é inofensiva quando resolvo retrucar. Ela não é boa em brigar verbalmente, mas aposto que sua mente trabalhava o tempo todo em maneiras de me ferrar.
- Lacey e Max estão de rolo? - Sophie sussurrou no meu ouvido.
- Meu Deus, você é a quarta pessoa a perguntar isso. Eles só estão conversando. - respondi.
- Lacey é tão extrovertida e alegre, enquanto Max é todo quieto. - Valerie comentou.
- Aquela menina é a que magoou ele? - Melanie apontou com o queixo para a ruiva.
- O que deu no Jeremy para convidar freshmans? - Natalie perguntou vendo as meninas.
- Gente, que preconceito. Max e Lacey são bem maduros. - falei.
- Mas aquelas loucas não. - Sophie disse olhando para as meninas, que secavam os meninos mais velhos.
- Deixem as meninas em paz. Menos a ruiva, ela quebrou o coração do meu irmão.
- E Travis tirou a virgindade dela.
- Tenso...
Meu olhar se encontrou com o do Travis, que estava em uma roda só com alguns meninos do time e comecei a rir ao ver sua cara de desespero. Ele percebeu que as meninas estavam olhando demais na direção deles e não demorou para que uma delas puxasse-o pelo colarinho na maior intimidade. Soltei uma risada quando ele segurou os pulsos dela para afastá-la. Travis apontou para mim com o queixo e quando a garota olhou, eu abri um sorriso. Ela revirou os olhos e voltou para suas amigas.
- Papa anjo! - movi os lábios sem omitir nenhum som quando Travis me olhou.
- Papa anjo o caralho. - ele fez o mesmo e mostrou o dedo do meio.
- Figurinha repetida não completa álbum, né? E o álbum que te faz um papa anjo já foi completo. - continuei provocando.
- Vai se foder!
- Vem aqui me ajudar com isso. - o chamei com o indicador e dei as costas, indo para o corredor vazio.
Não demorou nem dez segundos para ele me prensar na parede, com as mãos firmes na minha cintura e seus lábios macios no meu pescoço. Espalmei seu pescoço, puxando sua boca para minha. Ah, eu nunca conseguia me cansar da sensação da sua língua sobre a minha, das suas mãos pelo meu corpo e de vê-lo excitado desse jeito por minha causa.
- Não tem como fazermos nada aqui, Travis... - sussurrei com a voz rouca.
- Os quartos estão trancados. Porra, Jeremy.
- Vamos voltar para a festa. - Travis bufou, mas se inclinou para me dar mais um beijo. - Fica com as minhas coisas enquanto vou ao banheiro?
- Você não estava de bolsa? - perguntou enquanto segurava meu celular e minha carteira.
- Sim, o Jeremy deixou guardar no quarto da irmã dele. As meninas deixaram lá também, mas segura minha ID e meu celular.
- Beleza. - ele me deu um selinho e foi para um lado enquanto eu fui para o outro.
O banheiro do andar de baixo estava ocupado como imaginei, mas não sabia se o do andar de cima estava liberado.
- Jeremy, posso usar o banheiro de cima? - parei o namorado da Natalie.
- Pode, é a segunda porta à direita.
- Obrigada.
Estava tão apertada para fazer xixi, que abri a segunda porta desesperada. Já passavam das duas da manhã e eu estava sentindo um cheiro de maconha vindo da janela ou talvez até mesmo do corredor desse andar. Jeremy sabia que tinha pessoas fumando perto do quarto de seus pais? Claro que teria drogas na festa, mas fumar dentro de casa era pesado demais. Maconha é liberado aqui na Georgia, mas o cheiro permanece sendo terrível.
Lavei as mãos e abri a porta do banheiro novamente. Estranhei o fato da música ter sido desligada, o silêncio era preocupante. Abri a porta do quarto onde minha bolsa estava e a peguei antes de descer as escadas. Caralho, cadê todo mundo? Dois caras passaram correndo na cozinha e eu desci ainda mais rápido para perguntar o que aconteceu ou o que estava acontecendo.
- Polícia, garota. Tira esses saltos e corre! - um deles parou para me responder.
Arregalei os olhos e ia sair pelas portas dos fundos, mas dei de cara com dois policiais. Puta merda, eu estou tão ferrada! Tentei fugir, mas um deles segurou meu braço. Cadê o Travis? Cadê a Valerie? Cadê o Nolan e Leon? Cadê todo mundo?
- Sua bolsa, menina. - o policial mais alto chamou minha atenção.
- Vocês não vão pegar os outros?
- Tem outros policiais. - disse. - A bolsa.
Entreguei a minha bolsa imaginando que eles pegariam minha identidade e eu estaria livre porque na minha ID falsa, meu nome é Skye Daniels e tenho 22 anos. Bebida não será problema. Deus... o que eu estava pensando?! Eles não são burros!
- Viram só? Vinte e dois anos. Podem me liberar? - falei quando vi um deles olhando atentamente para algo dentro da minha bolsa.
- Você terá que nos acompanhar até a delegacia. - estava prestes a perguntar o motivo, mas ele levantou um saquinho com um pó branco dentro.
Puta que pariu, cocaína!
- Isso não é meu! - falei desesperada. - Eu juro por Deus! Eu não... eu não uso essas coisas!
O policial trocou olhares com seu parceiro e me dei conta de que eu estava exaltada. Fiquei mais ainda quando vi uma algema em sua mão.
- Eu não sou uma criminosa, pelo amor de Deus! Eu não... isso não é meu.
- Quieta, garota. Tudo o que você disser pode ser usado contra você. - e ele me algemou.
Não tinha mais nenhuma alma viva naquela casa. E o momento em que senti mais vergonha foi quando saímos da casa. Muitos ainda estavam sendo obrigados a esperar e meu olhar se encontrou com a da Alexia. E um sorriso brincou em seus lábios.
Filha da puta!
- Foi ela! Ela colocou isso na minha bolsa. - falei baixo e ao mesmo tempo desesperada para o policial que me levava.
- Já disse que será pior se você falar.
- Jasmine?! - ouvi a voz da Valerie e me deparei com ela e Travis. Cadê o meu irmão? - Ela não fez nada! Por que estão levando-a desse jeito?! Soltem!
Travis parecia estar paralisado e parecia se sentir culpado por ter me deixado sozinha. Ele não podia prever que isso aconteceria.
- Eles encontraram cocaína na minha bolsa, Valerie. - falei para ela. - Liga para o meu pai e o mande para a delegacia.
- Mas ele... ele vai te mandar de volta! Lembra o que ele te disse?
- Eu sei. Foi por isso que Alexia colocou isso na minha bolsa.
Tentei me soltar por impulso e o policial me segurou mais forte. A algema estava me machucando.
- Ela não fez nada! - Travis se aproximou, mas o policial fez um sinal para ele se afastar. - Isso não era dela. Era meu! Eu coloquei na bolsa dela para...
- Boa tentativa, garoto. - o policial riu, então me colocou dentro da viatura.
Todos os menores de idade que foram encontrados com drogas também estavam sendo levados. Drake, um amigo da Melanie, entrou ao meu lado na viatura também algemado.
- Fodeu pro nosso lado, Maddox. - ele disse e riu.
- Você está chapado! - falei, indignada.
- Será que é por isso que estou vendo várias estrelas em volta da sua cabeça?
- Ei, alguém tira esse garoto de perto de mim? - gritei na janela e Drake começou a rir ainda mais.
Travis e Valerie vieram correndo até a janela enquanto os policiais pegavam os outros.
- Eu estou tão ferrada! - falei. - Só vou poder sair se o meu responsável for me buscar e eu não posso passar a noite na cadeia.
- Você não vai, a gente vai dar um jeito. - Travis segurou meu rosto e me deu um selinho. - Eu fui tentar te achar pensando que você estava no banheiro de baixo.
- Eu fui para o andar de cima.
- Fiquei te procurando igual louco, aí a polícia entrou. Ainda tentei te procurar, mas quando ia subir, o policial entrou e mandou todo mundo sair. Fiquei quieto, talvez você se livrasse.
- A Alexia ficou fingindo estar preocupada "a minha irmã estava comigo e ela sumiu". - Valerie disse com desdém e balançou a cabeça. - Foi por isso que eles entraram de novo.
- Eu estou tão ferrada. - repeti fechando os olhos. - Travis, minhas coisas estão com você, certo?
- Sim. Vou com você para a delegacia.
- Você não vai poder fazer nada...
- Ah, e você acha que vou te deixar sozinha com vários chapados? - Drake abriu os olhos ao ouvir Travis dizendo isso. - Drake, se você relar a mão nela eu acabo com você.
- Ninguém vai tocar na sua garota, Warner. De nada.
- Cadê o Max? - perguntei.
- Leon, Sophie e Melanie foram levá-lo embora. E o resto foram levar a Lacey.
- Saiam daí. Estamos indo. - o policial disse para Travis e Valerie.
Travis me deu um beijo na testa e os dois se afastaram. Engoli o choro ao lembrar que eu seria mandada de volta para a França e me concentrei nas feições de Drake. Ele estava sonhando acordado ou tendo alucinações. Sorriu, riu, bateu a mão no ar, fez cara feia... seria até engraçado se não fosse trágico.
• Travis Warner
- Vou acabar com aquela filha da puta da Alexia. - Valerie disse entre dentes assim que a viatura saiu com Jasmine.
- Eu ajudo você. - murmurei.
- Sabe o que isso significa, não sabe? O pai dela só estava esperando um vacilo para manda-la de volta.
- Vamos para a delegacia.
- Eu ligo para o pai dela? O que eu faço?
- Porra, eu não faço ideia. Se a sua mãe for não vai adiantar nada, ela não é a responsável pela Jasmine.
- Vou ligar para o pai dela. Alexia vai acabar contando de qualquer forma.
- Merda. - dei um murro no volante, puto com toda essa situação e principalmente com a Alexia.
Dirigi até a delegacia inquieto e Valerie estava do mesmo jeito. Todos que foram pegos com drogas estavam sentados esperando pelos seus familiares virem resgata-los. Jasmine quis levantar quando nos viu, mas a algema estava presa ao seu pulso e ao banco. Tão desnecessário.
- Vocês ligaram para o meu pai? - ela perguntou com a voz baixa.
Seu rosto estava manchado de maquiagem e só de imagina-la chorando fico com vontade de matar a Alexia. Por que a mina não pode cuidar da própria vida e esquecer a da irmã? Caralho!
- Eu liguei... - Valerie disse. - Não acredito que isso está acontecendo.
- Vocês sabem que ele vai me mandar de volta para o internato, certo? - Jasmine disse.
- Talvez não. Tomara que não... - espalmei seu rosto, limpando os resquícios de maquiagem. Ela sorriu para mim. Sorri pra ela também.
Ela ficou séria de repente e vimos o pai dela chegando com um semblante nada bom. Ele nem ao menos olhou para Jasmine, só foi falar com os policiais e com o delegado. Ele assinou alguns papéis e não demorou muito para um dos policiais se aproximar:
- Jasmine Maddox.
- Eu.
O policial a soltou da algema e Valerie - que estava mais perto - a abraçou. Meus olhos se encontraram com os da Jazzy e notei que estavam marejados. Assim que se soltou de Valerie, me abraçou pelo pescoço e eu abracei sua cintura tão forte desejando que ela não se afastasse nunca mais.
- Ele vai me mandar volta. E eu tenho certeza que não terei tempo para me despedir igual da outra vez. - ela sussurrou.
Olhei para Valerie por cima da cabeça da Jasmine e seus olhos também estavam marejados. Puta merda, ele ia mesmo fazer isso. Jasmine sabia. Valerie sabia.
- Vamos embora, Jasmine. - a voz do pai dela soou ríspida e fria.
Ela se afastou e o pai dela segurou seu braço.
- Eu amo vocês. - ela acenou com um sorriso.
Porra, isso não pode ser sério.
Valerie e eu seguimos os dois até o carro, mas ele simplesmente a empurrou para dentro do carro e arrancou. Valerie começou a chorar do meu lado e eu não sabia o que fazer.
- Eu vou matar a Alexia, Travis. Eu vou matar a Alexia! - Valerie limpou os olhos com força. - O pai dela não vai mais nos deixar chegar perto! Ele é louco! Vai comprar uma passagem e vai manda-la de volta amanhã cedo.
- O que a gente faz, caralho?
- Nada. Só sentar e esperar. Você me deixa em casa?
- Sim. - suspirei. - Se a sua mãe não tentar conversar com...
- Não. - ela me interrompeu. - Ela já tentou várias vezes. Ele é um ser humano horrível.
- Eu sei.
Deixei Valerie na casa dela e dirigi o mais rápido o possível para minha casa. Tomei um banho para ver se seria um modo de relaxar, mas a última coisa que estou é relaxado. Tropecei na minha própria calça no caminho para a minha cama e lembrei que o celular e a ID da Jasmine estavam comigo. Tirei do bolso e fiquei um bom tempo olhando o papel de parede do celular dela. Era ela e a Valerie. Ambas sorrindo, mas o sorriso da Jasmine iluminava a foto inteira. Respirei fundo e ia deixar sua identidade falsa no criado mudo, mas algo perceptível me chamou atenção.
Skye.
Skye Daniels.
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