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História Undercover - Trouble


Escrita por: loudestecho

Notas do Autor


Oi, gente!! Desculpa a demora, mas eu estava sem celular e os capítulos estão no celular e só hoje consegui recuperar!

Boa leitura! ❤️

Capítulo 5 - Trouble


• Jasmine Maddox

Tentei encontrar qual era o meu problema de ter gostado tanto de ter dormido ao lado de Travis e nem ao menos me sentir culpada por isso. Ontem antes de dormir eu pensei que ia acordar mais sóbria do que nunca, querer pular da cama e me esconder de Travis pelo resto da vida, mas seu corpo estava ultrapassando a barreira de travesseiros e agarrado a mim. Fiquei observando-o dormir por pelo menos dez minutos e queria que sua genuinidade acordado fosse a mesma que transmitia quando ele estava dormindo. Seu rosto tão sereno, sua expressão calma e nada de Travis galinha, nada de Travis mulherengo e nada de Travis marrento. Em algum momento ele se moveu e eu fechei os olhos rapidamente, fingindo que ainda estava dormindo e ele praticamente pulou da cama quando percebeu que estava abraçado comigo. 

- Ah, merda. - pude ouvi-lo murmurar.

- Oi. - seus olhos pararam em mim e ele suspirou. - Obrigada por me trazer pra cá ontem. Que horas são?

- Você precisa ir.

- Oi?

- Você precisa ir embora. Agora.

- Você está me expulsando?

- Sim. - o encarei indignada. - Não literalmente, mas você não conhece meu pai. Ele vai bater na porra da port...

- Travis? - ele foi interrompido por duas batidas na porta. - Por que a porta está trancada?

- Devo me esconder? Não estou entendendo muita coisa. - sussurrei. 

- Não, só... fica aí. 

Travis suspirou, mexeu no cabelo e abriu a porta do quarto, mas bem pouco. Ele não queria que o pai me visse. 

- O que está me escondendo? Por que não abriu a porta direito? 

O pai de Travis entrou no quarto e sua expressão ao me ver fez um calafrio percorrer pela minha espinha. 

- Você não ouviu quando falei que a minha casa não é motel, porra?! - ele se dirigiu a Travis. - Não ouviu quando te proibi te trazer as suas vagabundas pra cá?

- Ei! - me ofendi e levantei da cama. 

- Você cala a sua boca! Não merece respeito aqui dentro. - ele apontou pra mim. Ele estava achando que sou uma garota de programa?! 

- Você está me ofendendo! Eu não sou nenhuma vagabunda do seu filho. Aliás, nós nem ao menos fizemos nada ontem à noite! - falei indignada. - Você não tem o direito de falar assim comigo! 

- Eu falo com uma vagabunda como eu quiser! Aliás, você está embaixo do meu teto. - ele se aproximou e segurou meu braço com força. - E você vai...

- Solta ela, porra! Não fala assim com ela. - Travis tirou a mão de seu pai do meu braço e me assustei com sua gargalhada debochada. 

- Ah, agora você se importa com as putas que dorme, Travis?

- Não. Me. Chama. De. Puta! - sibilei enquanto cutucava o peito dele. 

- Coloca essa garota pra fora daqui. 

- O que está acontecendo aqui? Que gritaria é essa? - ouvi uma voz feminina e uma mulher apareceu na porta. Certamente era a mãe do Travis. 

- Olha, eu não queria mesmo estar causando esse transtorno todo. - comecei a dizer. - Travis me fez um favor ontem, não fez nada de errado e eu não sou nenhuma vagabunda como você está dizendo. Precisa repensar o modo que fala com o seu filho e ainda mais com as pessoas que o cercam! Você foi um babaca. - falei olhando para o pai dele e peguei meu celular em cima do criado mudo. - Obrigada, Travis. E desculpa mesmo pela confusão. - passei pelos três e tentei encontrar a escada. A casa era enorme.

- Minnie, espera! - ouvi a voz de Travis e ele veio na minha direção. Ainda sem camisa. - Foi mal por ele ter te ofendido. Ele é mesmo um babaca. 

- Está tudo bem. - dei de ombros. - Obrigada por ter tentado me defender. Agora preciso ir embora. 

- Eu vou te levar em casa.

- Não precisa. Vou de táxi. - dei as costas pra ele, mas quase esbarrei em uma menina saindo de um dos quartos. 

- Jasmine?! 

- Lacey?! - perguntei surpresa. - Você é irmã do Travis?

- Ah, meu Deus, não acredito que você foi burra de ter caído no papo do meu irmão! 

- Não! Eu não cai no papo do seu irmão. - falei rápido. 

- Vocês se conhecem? - Travis parecia tão surpreso quanto nós. 

- Sim! Fazemos aula de história juntas. - falei. - Bom te ver, Lacey. Preciso ir. 

- Você vai na festa do Leon hoje? - ela perguntou. 

- Sim. Nos vemos lá. 

- Beijo. - ela mandou um beijo no ar e eu fiz o mesmo. 

- Tchau, Travis. 

- Eu te levo em casa. Não tem problema mesmo. - disse vindo atrás de mim. 

- Estou bem. 

- Você está brava comigo, né? Meu pai é um babaca mesmo, eu deveria saber que ele...

- Não estou brava com você. Só estou ofendida. - falei. - Quantas reais prostitutas você já trouxe aqui para seu me confundir com uma? Ridículo.

Abri a porta da frente, mas Travis parou na minha frente. 

- Você se importa com a quantidade de meninas que eu já trouxe pra cá?

- Não, ué. Só acho ridículo o jeito que você vive sua vida. 

- Você não pode opinar no jeito que vivo minha vida. 

- Eu sei. Por isso estou indo embora. - desviei de seu corpo e permaneci indo em direção ao portão. 

Tirei os meus saltos e os pendurei nos dedos. Tinham mais de quatro ligações perdidas da Valerie e duas do Brad. Nem acredito que fiquei tanto com Brad ontem à noite... pelo que me lembro dele, agora ele vai querer se casar comigo! Por isso, resolvi só retornar às ligações da Valerie.

- Oi, Valerie!

- Por Deus, Jazzy, onde você se meteu?

- Eu te conto tudo assim que chegar em casa. - falei. - Vou tentar achar um ponto de táxi. 

- Onde você está?

- Em um condomínio fechado. - olhei em volta e o homem que estava tomando conta da entrada me olhou estranho. - Você sabe onde tem um ponto de táxi aqui por perto? - perguntei a ele. 

- Na próxima direita tem um.

- Obrigada. - falei. - Oi, Valerie. Voltei. 

- Quando chegar em casa me liga que eu vou lá. 

- Tudo bem.

Valerie finalizou a ligação e encontrei o ponto de táxi mais rápido do que eu esperava. Pedi para ele me deixar na esquina da minha casa por motivos óbvios e agradeci tanto por ter dinheiro guardado dentro do meu sutiã. Isso sempre me salvava. 

Pulei a janela do meu quarto e suspirei aliviada quando deitei em minha cama. Pelo menos meu pai não tinha percebido e nada tinha dado errado. Destranquei a porta do meu quarto e fui tomar um banho longo e relaxante. 

- Jasmine, é você? - ouvi a voz do meu pai e ele bateu na porta. 

- Sim. - respondi ainda embaixo do chuveiro. 

- Você acha bonito acordar às onze da manhã?

- É sábado, me dá um tempo! 

- Olha o jeito que você fala comigo!

- Não estou mesmo em um bom dia, então peço para que não me estresse hoje. Facilitaria a minha e a sua vida. - respondi um pouco irritada e o silêncio me deixou feliz.

Assim que sai do banho, tranquei a porta do meu quarto novamente e falei que Valerie poderia vir pra cá.

(...)

- Toma cuidado pra não se tornar o sexo fixo de Travis Warner, Jazzy. - Lacey disse no momento em que cheguei na casa do Leon. 

- Por que está dizendo isso? 

- Você não ouviu o que estão dizendo? 

- Não. 

- Viram você subindo com Noah ontem e...

- Pra pegar o meu celular que estava carregando. - a interrompi. - Prossiga. 

- E depois viram você indo embora com Travis. Estão dizendo por aí que você transou com os dois. 

- Isso é ridículo. O que Travis respondeu quando disseram isso a ele?

- Você acha mesmo que ele ia negar ter transado com uma menina igual a você? Ele continuou se gabando, o que fez as suspeitas aumentarem. 

- Ele não negou?! 

- Não mesmo. Já está meio bêbado. 

Revirei os olhos e avistei Travis conversando com alguns meninos. Segurei meu copo com mais força e fui em sua direção, mas Noah me parou antes. 

- Jazzy, você ouviu o que estão dizendo por aí? 

- Sim. - respondi. - O que Travis disse?

- Sobre isso que eu queria falar. Se quiser que eu de um soco nele por você... tudo bem pra mim. 

- Não mesmo, Noah. Sei me defender sozinha. - falei. - Obrigada. 

Dei as costas para Noah e fui em direção a Travis. 

- Da licença, meninos. - sorri falsa para quem estava com ele. 

Travis pareceu surpreso e os garotos sorriram maliciosos. 

- Qual é o seu problema?! - despejei.

- Como assim?

- Você não vai mesmo nem ter a decência de negar?

- O que eu tenho a ver com isso? Não fui em que comecei com os boatos. 

- Ah, é mesmo? E o que você disse quando te disseram isso? Você sabe muito bem que não rolou nada entre a gente e que nunca vai rolar.

- Nunca vai rolar, Minnie? - ele se aproximou tocando meu cabelo. - Acha que nunca percebi como você fica toda nervosa quando chego perto você? - ele sussurrou no meu ouvido. 

- Eu não fico nervosa! - o afastei. - Pare com esses boatos agora mesmo! Seja igual Noah e diga a verdade, que não rolou nada entre a gente. 

- Por que eu faria isso? Sei que você gostaria que fosse verdade. Ainda bem que os anos no convento não te fizeram santa. - ele tocou meu quadril e me irritei tanto que agi por impulso. Toda a vodca do meu copo foi parar na camiseta dele. 

Travis me encarou indignado e eu saí de lá o mais rápido possível. Ainda mais porque muita gente começou a olhar atraídos pelo "Você não fez isso" de Travis. 

- Quero ir embora, Valerie. - falei chegando perto da minha melhor amiga. 

- Por que jogou vodca nele?!

- Ele me irritou! Disse que eu estava mesmo louca pra... ah, você sabe! E ainda falou que eu fiquei anos em um convento! - senti minhas bochechas quentes de nervoso. - Vamos embora!

- Você vai se ver comigo, Maddox. Pode apostar que vai. - Travis passou por mim sem camisa e realmente sério. 

- Estou morrendo de medo. - ironizei. - Vamos embora, Valerie. 

- Você não vai aproveitar que seu pai te liberou sair hoje? - Valerie perguntou. 

- Puta merda, verdade. E agora?

- Fique. Ignore esse babaca do Warner e curte a festa. - disse. - E não me faça ir embora. 

- Pra você pegar o Leon de jeito?  - sorri maliciosa e ela fechou a cara. - Que foi?

- Acho que ele não lembra de ter ficado comigo. - ela deu de ombros.

- Ele está vindo pra cá. - sussurrei nervosa e a Valerie arregalou os olhos. 

Leon, Nolan e Parker se aproximaram de nós e percebi que Leon realmente não se lembrava. Fiquei triste pela Valerie, ela gostava dele de alguma forma. 

- Então, você foi a garota que molhou a camiseta preferida de Travis Warner? - Nolan disse com um sorriso divertido. 

- Qual é, até parece que ele não tem dinheiro pra comprar outra! E ele me ofendeu!

- Olha, Jazzy, Travis é meu amigo, mas ele é um otário mesmo. - Leon disse. - Ele deve ter te irritado mesmo pra você ter jogado vodca nele. 

- A coisa mais fácil do mundo é irritar a Jazzy. - Valerie disse, certamente lembrando das vezes que perdi a cabeça em Paris. 

- Sério? Você não parece ser do tipo que perde a cabeça. - Nolan disse e Valerie riu debochada. 

- Agora estou tentando me controlar. Faz parte da nova Jasmine. - respondi. 

- Por que? Já perdeu muito a cabeça lá onde você morava antes? - Parker perguntou. 

- Vocês não fazem ideia... 

- Ui, agora me deixou com medo. - Leon disse curioso. - O que você aprontou, Maddox?

- Nada! - falei rindo. 

Nós ficamos conversando por um bom tempo e eu percebi umas olhadas entre Valerie e Leon. Fiquei um pouco confusa. Ele lembrava e queria de novo ou ele queria pela "primeira vez"? Olhei para Nolan e Parker tentando me comunicar por telepatia e fiz um sinal com a cabeça na direção de Leon. Eles pareceram entender. 

- Jazzy, eu preciso te mostrar a bebida que o Ethan inventou de fazer. - Nolan disse me abraçando pelos ombros e eu puxei Parker pelo pulso também. Tentando disfarçar. 

- Ele se lembra de ter ficado com ela ontem? - perguntei quando estávamos afastados o suficiente. 

- Eles ficaram ontem?! - Parker perguntou surpreso.

- Só você não viu, Parker. - Nolan disse. - E não, ele não se lembra. Mas tinha comentado que queria ficar com ela. 

- E a sua mina, Nolan? - sorri maliciosa. 

- Não tenho mina nenhuma. 

- Não mesmo? Você já me falou de uma tal de Summer. 

- Muito complicada. 

- E você já desistiu? 

- Não desisti, mas é foda você fazer de tudo pra ficar com alguém e a pessoa só caga pra você. - me senti mal por ele. 

- Ela não gosta de você do mesmo jeito que você gosta dela? 

- É, basicamente. 

Antes que eu respondesse, Travis passou por nós - ainda sem camisa - com duas garotas penduradas em seu pescoço. Acho que acabei fazendo um favor pra ele, ainda mais levando em conta do quão patético e galinha ele era. Ele percebeu que eu estava olhando e piscou do jeito mais cafajeste o possível. Revirei os olhos e bufei impaciente. 

- Por que a Alexia não frequenta essas festas? - perguntei para o Nolan.

- Ninguém convida ela.

Senti um pouco de pena da minha irmã pela primeira vez na vida. 

- Ela é bem chata, né?

- Porra, chata é pouco. Nem sei porque coloquei essa ideia do Warner namorar com ela. 

- Por que você colocou essa ideia? O que passou pela sua cabeça?

- Sei lá, fiquei com pena dela. Depois que eles dormiram juntos pela primeira vez ela ficou em cima dele o tempo todo e o Warner é meio ignorante com essas coisas. - disse. - Não gosta de ser contrariado, é marrento e cabeça dura demais.

- É, eu já percebi isso. - murmurei. - Qual é a dele comigo?

- Não faço ideia, mas ele queria ficar com você ontem. Até me surpreendi quando ele disse que não rolou nada. 

- Você acha que serei burra de cair na mesma cama que todas as garotas daquele colégio já caíram, Nolan? - falei com deboche. 

- O problema é bem esse. - Nolan balançou a cabeça. - Travis não está muito acostumado com rejeição. Sempre que ele quer ficar com alguém, ele fica sem nem precisar fazer esforço. - disse. - Talvez isso só faça ele ficar atrás de você. 

- Duvido que ele ainda queira ficar comigo depois de hoje. - falei soltando uma risada.

- É... quem sabe?

(...)

Meu humor e paciência para ir ao colégio segunda era igual a zero. Por sorte, a minha situação com Travis ou Noah não piorou na festa de sábado. Eu estava meio irritada por natureza e Noah tinha percebido isso, por isso manteve uma certa distância enquanto Travis ficou a festa inteira com duas meninas no quarto de hóspedes da casa de Leon. Nojento. 

- Que cara é essa pra mim, Leon? - perguntei vendo a expressão dele. Desde o estacionamento até os corredores o colégio ele estava assim. 

- Você não tem mesmo mais acessos de raiva, né? 

- Por que, Leon? O que aconteceu? 

- Warner. - ah, droga, o que ele fez agora? - Ele descobriu que você estava na França e espalhou que você estava em um convento. 

- Eu não estava em um convento!

- Isso nem é o pior. - disse. - Ele conseguiu as notícias das merdas que você fez lá. - parei de andar na mesma hora. 

- Como assim?! 

- Não sei como ele conseguiu, mas ele conseguiu. - disse. - Foi parar até nos jornais de Paris, hein? 

- Não tenta aliviar! - comecei a andar mais rápido a procura de Warner, e vi que vários folhetos estavam espalhados pelos murais dos corredores. Folhetos sobre mim! - Eu vou matar o Warner!

Leon tentou me segurar, mas vi o Warner parado perto de seu armário conversando com Nolan e Sophie. Ele estava rindo na hora e isso só fez meu sangue ferver mais. 

- Ei! - gritei e ele me olhou por cima do ombro, então sorriu da forma descarada o possível. 

Ele saiu de perto de Nolan e Sophie e simplesmente me ignorou! Fiquei com tanta vontade de jogar o meu caderno de capa dura na cabeça dele. E foi isso que eu fiz. 

- Você ficou maluca?! - ele me encarou puto da vida e sorri satisfeita por vê-lo irritado. 

- Machucou, é? 

- Qual é o seu problema?

- Qual é o seu problema?! Por que você fez isso... - parei de falar ao ver que chamamos atenção de pessoas. 

Abri a porta de uma das salas vazias e o empurrei pra dentro. 

- Por que você fez isso comigo se sabe muito bem que eu não queria que ninguém soubesse? 

- Você sabe porque. 

- Por que feri seu ego masculino ridículo?! Por favor, Warner, compara as duas situações! - aumentei a voz mesmo e percebi que isso o desarmou. - Você sabe que eu não queria que ninguém soubesse e agora todo mundo sabe por sua causa. Vão pensar que meu pai me mandou pra longe por ter se cansado de mim e foi isso mesmo, mas era uma escolha minha se as pessoas poderiam saber ou não. 

- Eu... - ele gaguejou e engoliu em seco. Seu olhar tinha pena. - Foi mal, eu não deveria ter me metido nisso.

- Mas agora é tarde, não é mesmo? - balancei a cabeça e ri irônica. - Você é inacreditável. 

- Minnie, sério, eu não...

- Agora bateu o arrependimento e vai me chamar de Minnie? Enfia esse apelido no seu rabo, seu filho da puta. - falei entre dentes. - E se alguma vez já passou pela sua cabeça que você sabe qualquer coisa sobre mim, está muito enganado. Você não sabe nada! Não sei como você conseguiu essas cópias dos jornais, mas você vai sumir com cada uma delas e desmentir sobre os boatos de ontem. 

- E por que eu faria isso? 

- Ah, não me testa, Warner. - falei em um tom de ameaça. - Não me testa. 

- Você está me ameaçando? 

- Não sei. Eu estou? - cruzei os braços. - Continue fazendo o que fazia antes de me conhecer, Warner. Fique na sua, com as suas vadias ou sei lá o que mais você fazia, mas não mexa comigo. Ignore a minha existência do mesmo jeito vou ignorar a sua. 

Dei as costas pra ele e bati a porta da sala. Agora isso chegaria aos ouvidos - e olhos - da Alexia, ela contaria literalmente tudo para o meu pai e eu estaria ainda mais ferrada do que já estou. Meu pai sabia de algumas vezes que fugi de lá e também sabe de duas confusões em que me meti, mas nunca foi citado o nome dele, nem o nome do internato e muito menos o meu nome verdadeiro. Minha ID falsa não continha meu nome verdadeiro e, por sorte, eu sempre conseguia fugir antes de ir parar na delegacia. Tantas histórias, tantas confusões... eu precisava deixar isso pra trás antes que me perseguisse até aqui. 

- Você está bem? - Valerie me acordou dos devaneios e eu a encarei. 

- Sim. - dei de ombros. - Só vou ter que suportar que não vou mais poder sair de casa mesmo se meu pai ficar sabendo de tudo. 

- Pelo menos Travis só colocou uma foto, né? - ela tentou amenizar a situação, mas só bufei irritada.

- Vamos logo pra aula. 

- Ele colocou apenas de três vezes, Jazzy. - Valerie disse. - E não foram as piores. A vez que você invadiu aquela festa fechada e do Strip. 

- Puta que pariu, Valerie, não fala em voz alta! Tem foto minha nessa?

- Não, acho que ele tirou. 

- Ótimo. - murmurei. - Do que mais?

- As duas vezes foram quando você se meteu em briga naquela casa noturna. - disse. - Uma daquele homem ridículo. Você acabou com ele e Travis deveria ficar assustado. 

- E a outra daquela mulher? - Valerie assentiu. - Então, as dos meus seios e a do... você sabe. Não?

- Não. 

Ok, a do Strip e das brigas na boate foram as três menos piores. A pior definitivamente era que eu deixei um cara infértil e a outra é que mostrei meus seios para o policial me liberar de uma enrascada. Um dos policiais ia me liberar, mas o parceiro dele viu o meu meio de cair fora e chamou alguém pelo rádio. E enquanto ele tirava as algemas, eu simplesmente sai correndo. Eles não tinham meu nome, minha idade, minha localização... eles não tinham nada, então só sai correndo. Levei tanta bronca da Valerie nesse dia. Sempre que nós saíamos, combinávamos de nos encontrar as seis da manhã na esquina do internato para conseguirmos voltar antes da inspetora vir verificar se estávamos - só nós duas - e nesse dia eu passei das seis. Fiquei um bom tempo confinada no colégio morrendo de medo que os policiais me achassem e que eu fosse presa, mas tudo terminou bem. 

- Valerie, será que aquele cara ficou mesmo estéril? - pensei alto. 

- Amiga, ele tentou te agarrar e transar com você a força. Você fez certo em tentar se defender.

- Eu sei, mas será que não peguei pesado? Poderia ter sido apenas uma joelhada, né? 

- Ah, não, não se sinta culpada por isso de novo. Ele ia te estuprar e você quer sentir pena dele? 

- Não sinto pena, não mesmo. Você sabe que ainda fico com um pouco de trauma quando me lembro disso...

- Sei. - ela me abraçou de lado e beijou minha cabeça. 

- Queria ter conseguido parar o outro também...

- Não fala isso, Jazzy. Você disse que tentaria esquecer. 

- Eu sei, mas... - suspirei. - Surtei com Travis no sábado. 

- Ele tentou fazer algo com você?! - ela disse indignada.

- Não! Não... - balancei a cabeça. - Mas ele tinha me segurado, não me deixou sair. Lembrei de duas coisas.

- Duas coisas o que? A primeira eu sei, mas e a segunda? 

- É sobre meu pai. - dei de ombros. - Uma vez ele chegou em casa furioso por ter sido chamado na minha escola, me segurou pelos braços e me arrastou pro andar de cima. Eu tentava me soltar, mas ele me machucou inteira. Me trancou no armário do meu quarto. 

- Você está tirando com a minha cara. 

- Queria estar. - revirei os olhos. - Mas nem esquenta com isso. Só lembro que fiquei desesperada, por isso tenho claustrofobia agora. 

- Ele é um monstro filho da puta.

- Eu sei. - dei de ombros.

- Você vai fazer alguma coisa em relação a Travis? - Valerie me perguntou. 

- Se ele me obedecer... ficar bem longe de mim, eu fico quieta também. - falei. - Mas se ele continuar me infernizando...

- Coitado. - Valerie disse soltando uma risada. 

- Exatamente.

Estava recebendo vários olhares e vários cochichos, o que estava me irritando completamente. Eu precisava me controlar, porque sabia que se metesse em confusão aqui as coisas iam piorar muito em relação ao meu pai. Caso contrário, eu daria um soco na cara de cada um me olhando estanho e cochichando sobre minha vida. Ah, se eles pensam que sabem alguma coisa sobre mim... eles não sabem de nada.


Notas Finais


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