-O céu deve ser muito bonito né? – Eu disse para o Andrei
-Não deve ser nada de mais, é só um emaranhado de água e oxigênio – Ele me respondeu friamente, sem saber que meu maior sonho era ver o céu pessoalmente
-Você é muito chato sabia? – Respondi meio brava com a situação
- Chato é um objeto de superfície plana – ele me disse, rindo sozinho. O clássico humor Andrei.
O ignorei e continue contemplando as imagens do céu azul da superfície e das maravilhosas coisas que creio que ainda existam por lá. Um grande pedaço de madeira e com folhas nas pontas, onde habitavam os pássaros que eles chamavam de “árvore”, gramas crescendo para todo lado e o ar puro da Superfície. O lugar que ainda almejo conhecer, mas que por enquanto é um paraíso perdido e proibido... Antes perfeito, hoje inabitável.
- Terra chamando July – diz Angélica.
– Acho que você deveria pensar menos na superfície e viver mais a realidade. – continuou, com o mesmo ar perfeccionista de sempre
-Acho que você deveria cuidar mais da sua vida... – digo brincando, a rudez é uma brincadeira comum entre nós
O sinal tocou. Hora de ir pra aula de química, com a professora Nilma! Gosto de química como a maioria da minha turma, mas parece que sou a única que se preocupa com a superfície...
Mais um dia normal, aula, recreio, almoço e finalmente a caminho de casa, mas quando chego tenho uma surpresa, a porta estava aberta. Corri para ver se não tinham roubado nada, mas na verdade tinha apenas uma carta na minha cama, nada diferente.
Abri vagarosamente, estranhando o acontecido, e li a única frase da carta:
"A superfície te espera, querida July. Estou na estação de metrô, você tem 24 horas."
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