História Undisclosed Desires - Drarry - Solidão a dois de dia. Faz calor, depois faz frio.

Acordar com Draco Malfoy era uma surpresa todos os dias. Havia manhãs em que ele estava em um bom-humor imensurável e até acordava Harry com beijinhos no rosto, em outros um grunhido embaixo do travesseiro era suficiente para entender que iria ser amaldiçoado caso insististe em acorda-lo.

Harry se espreguiçou logo após que seu despertou tocou, ele precisava ir até o Ministério e passar em Andrômeda para buscar Teddy. Mas antes de começar seu dia, ele tinha uma pequena batalha. Acordar Draco.

Sabendo que não seria fácil, enrolou um pouco preparando um chá na cozinha e fazendo sua higiene matinal. De volta ao quarto, tudo parecia o mesmo. Draco espaçoso em sua cama, o travesseiro em cima da cabeça.

Harry se ajoelhou no colchão, uma das mãos nas costas de Draco o sacudiu bem levemente.

- Draco, acorda. Já são 7:25.

Nada. Apenas alguns suspiros calmos de quem ainda está no décimo sono.

Harry o sacudiu mais forte.

- Vamos, você tem uma reunião importante, acorda.

Nada.

- Draco, você irá se atrasar e vai por a culpa em mim, mas a culpa não será minha porque você é um idiota preguiçoso.

Harry suspirou alto, sacudiu o loiro com um pouco mais de força. Dessa vez um grunhido baixo veio debaixo do travesseiro. O moreno sussurrou.

- Acorda...

Draco se virou para o lado ainda de olhos fechado e balbuciou algo em meio ao sono. Harry já imaginava o que fosse.

- Você já é bonito o suficiente, quanto mais de sono da beleza você precisa?

Os olhos de Draco se abriram lentamente e muito, muito sonolentos encararam Harry. Houve um suspiro manhoso no processo.

- Você me acordou...

- Eu sei, mas você precisa sair. Sinto muito. – Disse, afastando a franja da testa de Draco, ele estava precisando cortar o cabelo.

- Que horas são agora? – Perguntou, voz rouca de sono.

- Por volta das 7:40, acho.

Draco choramingou, ele estava muito mais que atrasado para reunião. Alcançou o braço de Harry para puxa-lo para cima de seu corpo.

- Eu prometo me arrumar rápido, se, você tomar banho comigo.

Harry se contorceu entre as mãos de Draco e balançou a cabeça.

- Nunca pensei, se entramos o chuveiro juntos não vamos sair dessa casa hoje.

A mão do loiro escorregou para dentro das calças folgadas de moletom de Harry. O herói se esquivou da mão atrevida, se movendo rapidamente para fora da cama, consequentemente caindo no chão.

- Não fuja de mim, Potter!

Harry se arrastou para longe de cama, se pondo de pé, correndo para longe do outro, mas para sorte do loiro a capacidade mental de seu marido era tão limitada quanto os metros quadrados do apartamento e o rapaz foi se esconder justamente, no banheiro.

Draco riu maléfico ao trancar a porta do banheiro e enfiar Potter junto com ele debaixo do chuveiro com roupas e tudo.

- Draco! Não!

Suas reclamação foi silenciada com um beijo.

Bom dia.

-x-

Draco fez uma careta para o bruxo a sua frente que usava vestes azuis de veludo. Pelo amor de Salazar, quem usa azul e veludo ao mesmo tempo, em pleno verão? Ele ficou em dúvida sobre o que a pessoa morreria primeiro, de mau-gosto ou de calor.

Se sentiu aliviado ao lembrar que ainda estava no horário, porque de fato, o seu banho com Harry demorou muito mais do que deveria, como o rapaz havia dito. Potter estava

sempre certo no fim das contas, mas Draco sempre conseguia o que queria independente se era certo ou não.

Se perguntou se era muito cedo para uma bebida, geralmente ele não bebia de forma alguma em reuniões com cliente. Mas esse cliente exatamente era sua amizade infância Pansy Parkinson, então não faria mal se bebesse um pouco de vinho para relaxar. Ele estava na metade da primeira taça quando a garota entrou em seus saltos altos de couro de Dragão e seu vestido preto muito justo para seu próprio bem.

- Potter está te enlouquecendo a ponto de te deixar alcoólatra? – Disse no momento em que se sentiu na cadeira.

- Seu atraso me deixou ansioso. – Revidou, se servido de mais um pouco de vinho.

Pansy estudou o rosto de Draco por um momento, ele sabia, ela estava maquinando algo para provocá-lo em relação ao casamento falso com Potter. Ela nunca aceitou, assim como toda a sua rede de amigos que ele não fazia questão de ver ou falar havia tempos.

- Você deve saber porque te chamei aqui. – Começou.

- Mais uma de suas festas?

Pansy trabalhava com o que ela sabia fazer de melhor. Ser rica. Não é um emprego, todos nós sabemos, mas ela fazia de tudo para estar sempre em evidência nas colunas de revistas e nos jornais com as suas festas luxuosas, seus eventos beneficentes que não beneficiava ninguém alguém do seu ego e sua conta larga em Gringotes. Draco nunca havia parado para pensar em quão fútil isso era, até conviver com Harry e seus amigos, era estranho essa sensação, ele nunca havia parado para se importar com valores.

- Estamos quase em setembro. Você sabe que não faço nada nesse período. – Draco engoliu um pouco de vinho para evitar de dar uma resposta grosseira a garota.

- Então, porque estamos aqui?

- Para isso.

Dentro da bolsa de Pansy foi tirado algumas folhas de pergaminho, esses papéis foram arrastado pela mesa até onde Draco estava. O rapaz olhou por cima dos olhos para a garota que levantou a sobrancelha, fazendo gesto para que ele lesse o que estava escrito.

A taça de cristal foi pousada lentamente sobre a mesa enquanto os olhos cinzas percorriam o texto, uma bola enorme se formou em sua garganta. O pergaminho tinha o selo oficial do Ministério da Magia e dizia com todas as letras que era um documento de

divórcio livrando tanto Harry quanto Draco do casamento acidental que eles se meteram naquele 28 de junho.

- P-Potter que te pediu isso? – Disse, parecendo mais triste do que realmente deveria.

- Claro que não, isso foi eu mexendo os paizinhos. – Respondeu a garota, revirando os olhos.

Draco respirou fundo, seus olhos ardiam agora, ele não perdoaria Harry se tivesse movido uma ação de divórcio na suas costas. Independente de como tudo aquilo se formou, é uma decisão que eles deveriam tomar juntos. Na última linha do papel, havia dois espaço com os nomes de ambos para ser assinado. O loiro girou a aliança mágica em seu dedo, da mesma forma que antes ela apenas brilhou mas não saiu de seu dedo, ele pensou que gostava muito mais do nome de Harry nela do que naquele papel sujo.

- Não vou assinar. – Disse, o rosto da amiga se contorceu. – Pelo menos não agora.

Pansy mordeu o lábio, colocando o cabelo escuro e escorrido atras das orelhas.

- Veja bem, Draquinho. Não é a melhor decisão ficar com Potter, vocês são de mundos diferentes, certo? Assine logo e de a ele para assinar. Acabe com isso, você nem fala mais com a gente!

- Eu ando ocupado. – Se defendeu.

- Como se organizar festas de debutantes e casamentos, te demandasse um tempo eterno. Você está se afundando no Potter Movediço, precisa acabar com isso.

Irritado, Draco puxou a garrafa de vinho e se serviu de mais bebida. Não adiantaria discutir com Pansy, além do que ele saberia o que viria a seguir, uma longa intervenção com toda a elite bruxa que compunha dos seus amigos, além de seus pais que seriam facilmente convencidos pela futilidade das palavras de Parkinson.

- Estou dizendo para o seu bem. – Concluiu ao final daquela reunião, que virou um almoço, seguida de uma discussão sobre como Harry não era o suficiente para o jovem Malfoy.

Draco concordou em mostrar o pergaminho para Harry, afinal, ele não queria que as coisas fosse para esse lado mas e o herói? Ele não sabia em até que ponto o outro estava envolvido naquele relacionamento.

Foi esse pensamento que o acompanhou o resto do dia, em que passou olhando para uma grande fonte de água do jardim da Malfoy Manor, enquanto ele a mãe tomavam um pouco do sol da tarde.

Hoje Narcisa estava calma, alguns lapsos de memória a atacaram quando Draco cruzou a porta do seu quarto. Era um daqueles dias em que ela jurava que o garoto ainda tinha doze anos e estava em Hogwarts. Era de quebrar o coração de qualquer um.

Virou o rosto para observar a mãe que dormia sob o sol, continuava bela, embora dentro de sua cabeça tudo estivesse se tornando velho e vazio. Muita coisa para se aguentar, pensou, suspirando pesado. Talvez um casamento com alguém como Harry Potter fosse demais para ele lidar.

Leu e releu o pergaminho, até mesmo segurou a pena para assinar, girou a aliança que mais uma vez não soltou do seu dedo. Tudo bem, talvez ele devesse esperar chegar em casa.

Estava silencioso quando Draco aparatou dentro do flat e escuro também, exceto por um feixe de luz saindo pela porta do quarto e uma voz infantil que parecia estar lendo algo.

Teddy e Harry estavam na cama, um grande livro aberto em cima das pernas da criança, enquanto do Harry estava com a cabeça apoiada em uma das mãos, sua atenção totalmente voltada ao pequeno de cabelos azuis a sua frente.

Os grandes olhos deixaram a leitura é um sorriso enorme se abriu com a presença do outro adulto no cômodo.

- Draco!

A cabeça de Harry se virou para ele, o cumprimentando com um sorriso. Naquele momento todas as dúvidas e a vontade de escrever seu nome naquele papel estupido de Pansy, desapareceu.

- Teddy está lendo para mim. – Disse quando se sentou na ponta da cama perto deles. Ele apontou para o pergaminho. – O que é isso?

O rapaz havia segurado aquele monte de papel por tanto tempo que o mesmo já estava um pouco amassado. Com um aceno da varinha, fez o documento levitar e se enfiar dentro de uma das gavetas do quarto.

- Só algumas listas sem importância. – Disse dando de ombros. – O que estamos, lendo?

- Ganha um beijo se adivinhar. – Respondeu, Teddy deu uma risada alta.

Draco tentou espiar a capa do livro.

- Estamos lendo sobre lobos! – Exclamou o garotinho animado, as mãos soltando o livro e indo imediatamente para o ar.

O dia acabou daquela forma, com Teddy lendo animado sobre seus assuntos favoritos e Harry fazendo perguntas para o afilhado que respondia sem hesitar. Draco apenas observou os dois até ficarem cansados e acabarem dormindo na cama de qualquer jeito.

O pergaminho foi lido mais uma vez naquela noite longa, pensou em assinar, em rasgar, até mesmo em queimar, mas Harry perguntaria o que a lareira estaria fazendo ligada em pleno verão. Talvez fosse melhor acordar Harry e acabar logo com isso.

- Não consegue dormir? – Draco deu um pulo com a voz de Harry atras dele. – Desculpe, não queria te assustar.

- Eu só estava... Lendo, um pouco. – Disse, se atrapalhando em recolher os papéis do tapete.

- Listas sem importância? – Harry sabia melhor, sabia que ele estava escondendo algo grande, mas também sabia que se Draco quisesse falar o que era, faria sem rodeios.

O loiro respondeu a pergunta com um aceno.

- Se são sem importância, pode ser resolvido amanhã. Vem, é hora de dormir agora.

A mão estendida até Draco era quente, ele a segurou automaticamente porque aceitava tudo que vinha de Harry. Ao se deitar novamente, dessa vez com um pequeno intruso no meio dos dois, se sentiu novamente como se estivesse aonde deveria estar. Merlin, sua cabeça era tão confusa...

Resolveria tudo amanhã.