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História Undisclosed Desires - Capítulo 15 - Alleyways


Escrita por: MondGates

Notas do Autor


Oi gente :) Obrigada a galera que favoritou a fic, fico muito feliz!
Capítulo cheio de tretas pra vocês kkkk espero que gostem, boa leitura!

Capítulo 15 - Capítulo 15 - Alleyways



If things were different, we were young
Skinny dipping, having fun, I remember
Back in 1991, when the story first begun, I remember (I remember)
All of these shells, holding the things I've done
I knew myself before I knew anyone
...
And we all grew up, shit got tough
Shit just wasn't simple enough

 

(Alleyways - The Neighbourhood) 
 

 

Já estava escuro demais quando Matt virou a esquina da rua repleta de bares e letras chamativas em neon, aquele era o lugar errado para se estar, toda a sujeira de HB se escondia ali, mas ele sabia bem onde estava se metendo e pelo que procurava. Estacionou o carro ao lado de um bar qualquer, vestiu sua jaqueta e adentrou o prédio antigo e empoeirado que ficava do outro lado da rua.

Um senhor totalmente entediado tirou os olhos da pequena televisão e encarou Matt de um jeito quase intimidador.

                                                   

-Procurando alguém? –Resmungou de má vontade, passando a mão pelo bigode grisalho.

-Terrence Chambers, diga a ele que Sanders está aqui.

 

O homem pegou o interfone, ainda encarando Matt, e teclou alguns números.

 

-Hey, Chambers, um tal de Sanders está te procurando aqui... Certo. – O interfone fora desligado – Fica no quarto andar, pode subir.

-Obrigado.

 

Matt adentrou o pequeno elevador e enquanto era levado até o andar desejado lembrou-se da época em que era adolescente, gostava de curtir com Terrence, matavam aula as vezes para roubar bebidas da mercearia do bairro dele e entravam de penetra em festas na piscina na casa de pessoas que Matt e seus amigos não faziam ideia de quem eram, mas lembrou-se também de todas as vezes que Terrence lhe causou problemas e ponderou se devia mesmo estar ali ou não. Suas mãos começaram a suar, ele não sabia o que lhe aguardava quando aquelas portas se abrissem, Chambers podia ser bem imprevisível. 

 

-Ora, ora se não é meu velho amigo M. Shadows! –Terrence exclamou animado.

 

Os braços mais magros e mais tatuados que antes se abriram de forma receptiva diante de Matt, que correspondeu o abraço forte. Terrence tinha agora os cabelos pintados de loiro na altura dos ombros, os olhos estavam pequenos e vermelhos devido ao uso constante de drogas, o apartamento onde vivia era bagunçado, varias caixas de papelão espalhadas, vasos onde plantas secas jaziam e suas inconfundíveis cortinas vermelhas, o resto da decoração remetia a algo bem esotérico.

 

-O que te traz de volta a costa oeste? –Terrence perguntou indicando um lugar para que Matt sentasse.

-Vim ver as crianças, Val veio passar um tempo na casa da mãe e...

Matt parou de contar quando viu as carreiras de pó branco que o homem a sua frente preparava.

 

-É por conta da casa, presente de boas vindas, vá em frente! –Mostrou seu sorriso mais malicioso.

-Eu não sei se...

-Todos nós precisamos Matt, sei que está precisando dar uma relaxada. Soube o que aconteceu entre você e Valary, como consegue olhar na cara dela e ainda ficar calmo?

-Como assim? Do que você soube?

-Valary e Brent, ele trabalhou para mim por um tempo, me devia bastante dinheiro, mas já está tudo quase certo entre nós.

-O que Valary tem a ver com o irmão do Brian?

-Oh, me desculpe, acho que você não sabe de tudo então.

-Que porra está acontecendo?

 

Chambers suspirou e ajeitou-se na poltrona tragando seu cigarro pela ultima vez antes de apaga-lo no cinzeiro. Ele sabia que corria o risco de Matt não ter conhecimento dessa história, mas a verdade é que ele não ligava, queria mais que Sanders fosse atrás de Brent e quebrasse cada costela que existia em seu corpo, aí sim suas dívidas estariam pagas.

 

-Valary veio aqui várias vezes depois da ultima visita que você me fez, lembra que você estava mal um tempo depois que foi para Washington e me pediu umas pílulas? Pois então, sua esposa veio aqui tirar satisfações comigo, disse que você estava se drogando e que eu era responsável por isso, nessa época Brent Haner trabalhava para mim, aquele cara sempre quis me destruir na verdade, ele sempre conversava muito com Valary e aí... acabaram dormindo juntos.

-Que tipo de brincadeira é essa?

 

O rosto já vermelho de Matt e suas mãos cerradas demonstravam o tamanho da raiva que estava sentindo naquele instante, o jeito debochado de Terrence só piorava tudo.

 

-Não é brincadeira, eu falo sério, nunca me viu falando tão sério em toda a sua vida. Foi por isso que ela te deixou, não foi?

 

Terrence cerrou os olhos e encarou Matthew, como se quisesse saber o que ele estava pensando naquela hora, queria ver mais raiva flamejando em seus olhos. O homem que estava ali diante dele não sabia como organizar os sentimentos dentro de si, tudo o que pensava era em tirar a tal história a limpo.

 

-Como assim você sabe antes de mim?

-Sei tudo de quem trabalha pra mim. –Chambers sorriu relaxado, enquanto aspirava uma parte da droga situada na mesa de centro. –Vá em frente!

 

Apontou o resto com a cabeça e Matt pegou o pequeno canudo feito de papel das mãos dele e se entregou mais uma vez aquilo que havia destruído seu casamento. O corpo esguio do loiro tremia por conta do riso que o contagiava, estava orgulhoso por ter conseguido arrastar mais um.

 

-Agora você está pronto para fazer justiça! –Passou a língua pelos lábios e relaxou em sua poltrona, sabia que Sanders não deixaria barato.

 

...

 

As ruas adquiriram um colorido novo, as luzes da cidade brilhava mais do que nunca, o carro parecia deslizar e Matt sentia que podia fazer tudo, era invencível, mas precisava de respostas. O veículo foi estacionado de qualquer jeito em cima da calçada dos DiBenedetto, a campainha foi tocada várias vezes, já passava das duas da manhã. Minutos de insistência depois a porta foi finalmente aberta.

 

-Matt?! –Valary perguntou atordoada amarrando o roupão que usava – Está tudo bem? O que houve?

 

A gargalhada que saiu da garganta dele fez com que a mulher tremesse, ela conhecia aquela postura, sabia que ele não estava nas melhores condições.

 

-Eu é que te pergunto: o que houve quando você esteve aqui? Várias e várias vezes enquanto eu ficava trabalhando, tentando fazer você me amar. Eu sei que eu vacilei, sei que voltei a beber e a usar substâncias que você não aprovava, mas precisava ter dormido com a porra do irmão do Brian?

 

Sua voz saiu num sussurro sombrio e Valary não conseguia sequer se mover.

 

-Como? Não era pra você ter descoberto assim, Matt, eu vou explicar tudo, mas você...

-Não venha me dizer que esta não é a hora, Val! QUANDO VAI SER A PORRA DA HORA?

-Por favor entre, você vai congelar aí fora. –Pediu o puxando para dentro, fechando a porta em seguida.

-COMEÇA  A FALAR!

-Pare de gritar por favor, não quero que as crianças vejam isso!

-Agora você pensa nelas? Quando estava com ele na cama você não pensou em nada disso. Por que fez isso comigo, Val?

-Eu estava cansada, eu sei que você tentou, nós tentamos muito, mas...  a verdade é que você nunca me quis, Matt. E nunca foi homem o bastante pra assumir isso, o começo do casamento foi ótimo, mas depois, você chegou ao seu limite, cara! Você bebia, era rude comigo, eu não precisava passar por aquilo.

-Por que você não me falou? Eu melhoraria por você, Val!

-Não, você não ia, você sabe disso! Você nunca me ouvia, achava que podia fazer o que te desse na telha. Sei que a melhor saída não era ter saído com outro cara, mas ele apareceu.

-Vocês ainda estão juntos? –Matt perguntou fitando os próprios pés, não conseguia olhar para ela, as lagrimas inundaram seus olhos.

-Não, me afastei dele depois que eu descobri que... –Fez uma pausa e suspirou profundamente, talvez fosse um erro contar, mas a verdade tinha que ser dita.

-Depois que o que?

-Depois... depois que eu descobri que eu estava... –O choro só fazia aumentar e ela não conseguia completar a frase – Eu estava grávida, Matt.

-Você o que?

-Benjamin é filho do Brent!

 

Ele sentiu o chão se abrir sob seus pés, aquela frase ecoava em sua mente, aquilo não podia ser real. Fechou os olhos com força tentando acreditar que tudo não passava de um pesadelo, aquilo estava errado demais para ser real. Abriu os olhos lentamente e lágrimas caíram, olhou para Val ali ao seu lado chorando como nunca antes e se deu conta de como tudo aquilo era real.

 

-VOCÊ NÃO PODIA! VOCÊ DESTRUIU TUDO! – O homem levantou-se abruptamente do sofá e jogou no chão o porta retratos que jazia na mesa de canto.

-Matt, por favor! –Valary suplicou com a voz esganiçada por conta do choro.

-ISSO NÃO PODE ESTAR ACONTECENDO COMIGO! EU VOU ACABAR COM VOCÊS!

 

Um abajur foi jogado contra a parede e Matt agora gritava, possuído pela sua ira. O pai de Valary desceu as escadas abruptamente e tentou segurar o homem que agora esmurrava a parede. As coisas começaram a acontecer em câmera lenta diante de seus olhos, não conseguia mais ter controle sobre seu corpo, ouviu as crianças chorando, suas vistas se escureceram e a partir daí mais nada.



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