História Unexpected - "Vai ficar tudo bem"

  Agora era comigo, realizar o momento de ficar com a pessoa que gosto ou ser orgulhoso e mandar ele tomar no cu. Ah santa Sehuna, agora vai ó. Dessa vez tomo a decisão certa.

       ~♡~

Sábado, 10 de Outubro.

 Minha cabeça estava uma total bagunça, semelhante ao meu quarto,- cujo eu deveria ter arrumado hoje de manhã e não arrumei-, e meu coração batia mais rápido que de um coelho tendo um ataque cardíaco, uma boa comparação,  eu sei. Podia ouvir minha respiração lenta e profunda, assim como parecia que Jeon tinha prendido a respiração de tanta ansiedade que sentia. Sua mão soltou o pingente de coração e segurou meu rosto delicadamente, ele não fazia nada Além de me encarar. Eu podia dizer que, naquele momento, a casa estava vazia para mim. Eu não lembrava mais de Jéssica, de Hoseok, de Jimin e nem de Yoongi. Era somente eu e Jeongguk ali.

 Engoli em seco, respirei fundo, passei minhas mãos por sua cintura e o abracei. Essa era a minha resposta, o abraçar apertado e deixar meu rosto escondido na curva de seu pescoço enquanto secretamente tentava sentir melhor seu perfume doce, sentir que ele tinha me escolhido e não ela. Sentir os braços, -fortes, devo acrescentar-, à minha volta e a risada baixa e animada dele fora a melhor coisa que já escutei na vida, - Era até melhor do que ouvir minhas músicas do fifth harmony-. Era prova de que ele tinha entendido que já tinha meu perdão a tempos, e sempre teria isso por mais trouxa que isso fosse parecer.

 Podia ouvir passos de alguém se afastando, passo de duas pessoas, passos, provavelmente e obviamente, de Jimin e Yoongi. Como um Flash rápido lembrei do beijo, o beijo que o gato atrapalhou, e lembrei do gosto dos lábios de Jeon. Afastei lentamente meu rosto de seu pescoço e o olhei nos olhos, nunca vi seus olhos brilharem tanto como agora e o seu sorriso tão radiante quanto esse.

- Tae - sussurrou baixinho, aproximou lentamente seu rosto do meu, deixando nossos lábios próximos a ponto de sentir seu lábio roçar no meu a medida em que sussurrava calmamente. Sua mão acariciava minha bochecha lentamente com seu polegar e seu olhar não deixava o meu em nenhum instante sequer .- Vou te beijar agora...sem gato, sem jogo. Apenas porque eu quero muito te beijar.

- Só me beija logo, idiota - digo, em um resmungo baixinho,  fechando meus olhos e o puxando contra mim.


 Seus lábios estavam quentes, com o leve gosto de Doritos, que ele provavelmente comeu a pouco tempo atrás, mesmo que ficássemos apenas naquele selar demorado cada momento sentindo o toque suave de seus lábios era como sentir meu coração bater cada vez mais rápido. Sua mão deslizou de minha bochecha e foi para minha cintura,a segurando firmemente e acariciando ali. Eu me sentia uma manteiga derretida e sem reação apenas aproveitando o momento de estar em seus braços. Seus lábios se moveram, calmamente, dando início ao beijo que eu correspondia tentando demonstrar tudo que sentia em estar ali. Sentia meus lábios formigarem, como se esse fosse meu primeiro beijo, ou o beijo mais importante que já dera em minha vida. Um beijo com gosto de saudade, e principalmente de paixão.

  Ele me puxava mais contra si e deslizava sua língua entre meus lábios, invadindo minha boca e tocando em minha língua, sempre de forma calma e lenta. O ritmo de seu beijo, o jeito que nossas línguas se tocavam,  tudo me deixava ainda mais molenga, mais apaixonado, e mais anestesiado pelo jeito dele. A forma firme e possessiva de suas mãos apertarem,  acariciando hora ou outra, minha cintura e seu beijo tão lento me faziam sentir um frio na barriga, algo como se as borboletas no estômago fossem fogos de artifício estourando a cada segundo em que estava nos braços de Jeon.

 
 Suas mãos, ainda firmes em minha cintura, talvez como garantia para me manter ali um pouquinho mais, se afastam aos poucos, indo até meu rosto e segurando levemente minhas bochechas. Os sorrisinhos bobos que eu deixava escapar me faziam parecer um bocó, mas eu não dava a mínima. Me sentia realizado feat notado pelo crush Barra senpai Barra futuro namorado.

Seu rosto se afastou minimamente do meu, acabando com o beijo que, para mim, tinha durado tão pouco apesar de meus pulmões já gritarem por ar. Seus lábios tocaram os meus novamente, brevemente e rapidamente, algumas vezes deixando alguns selinhos antes de se afastar totalmente de mim, não antes de beijar minha testa, só então afastando suas mãos de meu rosto e dando um passo para trás.

- Então você está solteiro, né? - murmuro baixo o encarando, agora meio pensativo sobre isso ser algo bom ou não.

- Estou comprometido.

- cretino... - o empurro, mesmo que francamente, e dou alguns passos para trás, cruzando os braços e o encarando sério, tentando não demonstrar que estava chateado com o que ouvi.- Sai da minha casa!

- Deixa eu terminar - sorriu, de um jeito estupidamente lindo, mostrando aqueles dentinhos fofos de Coelho e deixando uma breve e baixa risada escapar, me dando uma vontade leve de beijar e bater nele - Eu tô comprometido com você, se quiser estar comprometido comigo.- Se aproximou novamente, segurando meu rosto entre suas mãos, muito macias aliás, e acariciando ambas as bochechas.

- Eu... - desvio o olhar, sorrindo todo bobo igual aqueles uke dos mangá que se acha na Internet, não que eu seja uke nem nada, e logo volto a encarar ele, hipnotizado naquele lindo sorriso de coelho - comprometidos então...

- Isso, você é meu e eu sou seu. Comprometidos. - murmurou baixinho beijando minha testa novamente e sorrindo para mim, me fazendo estar todo derretido de novo.

Acho que morri, fui pro céu, comi pão com GDeus e voltei. Se tem uma coisa que eu vou fazer é voltar pra Coréia hoje mesmo. Nem queria ficar aqui mesmo tsc.

[...]


Jackson pvo on

20h34min:

 A casa completamente vazia e silenciosa deixava um eco em todos os cômodos, minha respiração poderia ser facilmente ouvida no apartamento inteiro e meus passos denunciavam onde eu estava, e mesmo que a casa estivesse vazia ainda tinha o receio de me esbarrar com o ladrão, ou ladra, de móveis.

 Suspirei baixo, e levei meu olhar em direção a janela,- com os vidros quebrados-, a tempo de ver um carro vermelho estacionado em frente ao apartamento, a janela estava aberta e parecia ter uma mulher no volante. Dei alguns passos para trás e voltei meu olhar para o quarto sem móveis, caçando alguma coisa para me dar ao menos um suspeito. Não podia sair acusando a mulher no carro se nem a conhecia, ela só transparecia ser rica demais para esse bairro.

Andava de um lado para o outro, olhava para os vidros quebrados no chão do quarto e então para a janela, em direção ao carro vermelho. Subi lentamente meu olhar me deparando com um adolescente na janela do prédio em frente a este em que estava, ele parecia estar lá a algum tempo. Podia jurar que ele tinha me pedido para esperar, fazendo um sinal com sua mão direita, antes de sumir de vista. Ao longe escutei um toque baixinho de celular, parecia vir do banheiro, passei longos segundos esperando o som parar antes de começar a andar em passos lentos em direção ao cômodo.

Cada passo que dava era receoso, calculado ao extremo, poderia ser que o celular estivesse junto ao ladrão, ou na sorte ele só foi descuidado ao ponto de esquecer. Pensava comigo mesmo que eu deveria sair daquela casa, que eu deveria apagar o número do Taehyung dos meus contatos e deixar a polícia e ele se resolverem sozinhos. Se eu estaria errado? Não. Eu só sou um carteiro, caramba.

Paro meus passos quando chego em frente a porta do banheiro, cautelosamente levo minha mão até a maçaneta da porta, rezando, orando, meditando, implorando a qualquer ser divino que tivesse piedade de mim, prendi a respiração, contei mentalmente até três e então empurrei a porta.

Não aconteceu nada. A porta nem abriu porque ela é para puxar e não empurrar.

 Ri nervosamente, puxei a porta e me deparei com o banheiro escuro e com uns poucos cacos da lâmpada e do espelho espatifados na cerâmica esbranquiçada do cômodo. A luz que vinha da janela, que  também estava quebrada, do banheiro era a única iluminação que tinha, em cima da tampa abaixada do vaso estava um celular, com a tela acesa mostrando a foto de uma adolescente. Peguei o celular, isso depois de conseguir entrar no banheiro sem pisar nos cacos, deslizei meu dedo sobre a tela do aparelho celular suspirando aliviado pelo aparelho não ter senha.

- Nossa isso tá uma bagunça...

Arregalo os olhos ao ouvir uma voz atrás de mim e uma mão tocar meu ombro levemente me fazendo ter um, - desculpe a expressão-, puta de um cagaço. Girei nos calcanhares e encarei o garoto, que antes estava na janela do outro prédio, parado atrás de mim com um sorriso em divertimento no rosto.

- Como...como entrou aqui? - questionei ainda assustado, coisa que tentava não demonstrar.

- Porta, conhece ? - deu um sorriso, em puro deboche, levou a mão até o bolso traseiro de sua calça e tirou de lá seu iPhone7, que eu humildemente invejei, e passou a tirar algumas fotos do banheiro, especificamente das frases que estavam escritas de batom vermelho no espelho e paredes.

As frases feitas com uma letra bastante arredondada, e grandes o bastante para serem vistas diretamente do corredor pequeno do apartamento, não passavam de ofensas homofóbicas como, por exemplo: “bichinha de merda”, “viado”, “verme humano”, etc.

Eu me sentia mal em ler essas coisas, me perguntava como Taehyung iria ficar se fosse ele ali, lendo tudo que era direcionado à ele. Sentia um fraco aperto no peito, como se aquilo no fundo me afetasse também, mesmo que indiretamente.

-Por que está tirando essas fotos? - questionei, o vendo se retirar do banheiro, ainda com o celular em mãos tirando mais algumas fotos de todos os cômodos do apartamento.

-Provas. Namjoon hyung tinha comentado algo comigo no último treino. - me olhou sobre os ombros, avistando minha expressão confusa por não saber exatamente o que isso tinha haver- Você sabe algo relevante por acaso?

-ah, sinceramente? Não. - dei de ombros, sorrindo sem graça e andando vagamente na direção dele. - Qual seu nome?

- Terei muito a te explicar - sua voz saiu daquele tom zombeteiro para um amigável, e não podia negar que para um simples adolescente ele era muito bonito. - Sou Mark Tuan. - estendeu a mão livre em minha direção, guardando o celular no bolso com a outra mão enquanto me direcionava mais um sorriso.

- Jackson, Jackson Wang.- Segurei sua mão, para termos o bom e velho aperto de mãos antes de sua mão escapar rapidamente da minha.

Puta merda, que mão macia.

[...]

Park Jimin pvo on:

17h15min:

Me sentia infantil por estar com um bico enorme no rosto e os braços cruzados enquanto encarava Yoongi. O Min estava olhando para cima, olhando para as nuvens exatamente, com um fraco sorriso no rosto. Eu poderia sim admitir que ele estava lindo assim, mas que estava doendo saber que Yoongi poderia estar incomodado com Taehyung abraçando outra pessoa.

 Me incomodava saber que amar ele me machucava tanto, me destruía, e eu sou covarde o suficiente por pensar em desistir dele sempre que vejo ele olhar para o Kim.

-Sunshine -  seu rosto virou em minha direção, como sempre inexpressivo, e sereno. Seus olhos me analisavam e podia sentir meu rosto esquentar minimamente com seu olhar. - O que te incomoda?

- Nada... - desvio meu olhar, encarando  a grama em baixo de nossos corpos, onde estávamos deitados desde que saímos do hotel.

- Fala - deixo um baixo resmungo escapar ao sentir um beliscão em meu braço esquerdo, que ele obviamente me deu por mentir.

- Aish,  équevocêaindagostadele - digo rapidamente, rápido a ponto de não saber se ele iria me entender realmente, mas sua risada baixa me fez acreditar que tinha me entendido muito bem - Tá rindo do quê?

- Do seu ciúme - disse serenamente, sorri bobo ao sentir sua mão segurar a minha entrelaçando nossos dedos.- Eu não gosto dele. Só é chato ser vela, prefiro ficar sozinho com você - o encarei, arregalando

meus olhos quando seu corpo subiu sobre o meu, sendo apoiado apenas pelos braços pálidos. - É você que eu quero agora, certo? -seus lábios tocaram os meus brevemente, deixando um selinho ali antes de Yoongi sair de cima de meu corpo e se sentar na grama.

Continuei estático ali, apenas levando minha mão até meus lábios e o tocando com meus dedos, sem conter o sorriso que se formava em meu rosto.

- Olá, meus queridos - Jessica disse saltitante como sempre e se sentou ao nosso lado com o violão em mãos.

Encarei o violão com figurinhas coladas, dando um sorriso pelo jeitinho dela, e me sentei na grama, logo tendo o braço de Yoongi sobre meus ombros, me puxando para mais perto dele.

- Aaa música - Tae apareceu de mãos dadas com Jeon, ele parecia feliz e isso era ótimo. Já Jeongguk parecia muito aliviado por ter o perdão de Taehyung, eu ficava feliz de eles finalmente se acertarem. Shippo muito.

Montamos uma Pequena roda, como se faz em acampamentos, e Jessi começou a

tocar seu violão, era uma melodia calma, mas um pouco melancólica. Ao longe vi Hoseok parado a encarando, ele estava em pé perto de uma árvore ainda parecendo abatido de mais para o que costuma ser, sorri quando o vi andar em nossa direção mas logo ficando confuso quando ele parou de andar.

- Com um mundo ainda a descobrir

 Eu queria muito entender cada palavra em que era pronunciada em português, parecia ser algo triste, algo que por algum motivo combinava com a voz doce dela. A cada verso que ela cantava Hoseok afastava um pouco mais, não tardando ao dar as costas e ir para dentro do hotel.

Um pouco preocupado, me levantei e ao avisar onde ia, corri atrás dele, a cada passo rápido que dava sentia uma fraca sensação de saber o que tinha acontecido com aqueles dois. Parei de correr ao ver meu amigo sentado nas escadas do saguão do hotel. Seus braços cobertos pelo casaco de tecido fino abraçaram suas pernas e seu rosto encostou em seus joelhos, talvez para esconder que estava mal.

Sorri fracamente e terminei de andar até ele, me sentei ao seu lado e o encarei, deixando que o silêncio durasse por alguns minutos a espera de que ele estivesse melhor para conversar.

- Hobi, aconteceu alguma coisa? - perguntei num tom baixo, demonstrando um pouco de preocupação em minha voz. Ele balançou a cabeça lentamente , em um sim mudo indicando que algo realmente teria acontecido. - o que aconteceu?

- Eu...a Jessi... - pude ouvir quando este respirou fundo, talvez para ganhar coragem para falar.- Nós...terminamos…

Arregalei meus olhos e o encarei ainda incrédulo, não estava entendendo o motivo disso, não fazia o menor sentido isso para mim. Mas antes de me pronunciar, Jung ergueu o rosto, mostrando um pouco das lágrimas que deslizavam por suas bochechas e deu um fraco sorriso.

- Ela vai ir direto pro Brasil, ela não volta com a gente… - seu olhar parecia um pouco vazio, devia estar doendo tudo isso, eu não queria perder ela também. - Eu nunca mais vou ver ela Jiminie - o encarei vendo seu rosto em um pouco de desespero e o puxei para um abraço apertado. Suas lágrimas molhavam meu ombro e suas mãos me apertavam no abraço.

- Vai ficar tudo bem… vai ficar - Alisava suas costas com as mãos, tentando murmurar coisas que fossem o manter bem, mas neste momento, tudo parecia que ia dar errado.