História Unexpected Love - Jimin BTS - Capítulo 20 - Abuse

- Eitaa Jimin, você ta com fogo no cu hein?? 

- Pse, eu sou muito bom jogando isso, você esperava o que? - disse rindo, mas tentando prestar atenção no jogo.

Nós estamos nesse momento jogando FIFA. Eu já me considerava boa mas, agora que estou jogando contra o Jimin, não posso dizer o mesmo... ele é bom demais. Ele está jogando com a equipe Busan IPark Football Club e eu estou jogando com a equipe Football Club Seoul. Porque? Porque ele nasceu em Busan e eu estou morando em Seoul, então é como se tivesse nascido cá.

Mas...agora que penso nisso... porque será que o Jimin largou tudo em Busan para vir morar em Seoul? 

O jogo estava 4-2 e ele estava, obviamente, ganhando. Enquanto ficava pensando no porque de ele estar aqui, acabo ficando distraída e, por conta disso, ele marca o seu quinto golo.

- GOOOOOOOOOOOLOOOOOOOOOOO, DO JIMIN!!!  

- Ai os meus ouvidos, se comporte menino.

- Não fale assim comigo ______, eu tenho sentimentos sabe... - disse pousando a sua mão direita em seu peito, por cima do coração e fanzendo cara de cachorro abandonado.

- Ta bom, me desculpe. - ri e me inclinei, o beijando.

Começou por ser um beijo lento e apaixonado, mas depois começou a acelarar e o Jimin lambeu meu lábio superior, como forma de pedir entrada. Eu apenas deixei e nossas línguas começaram uma luta. Uma luta que, claro, o Jimin ganhou. Deixei ele dominar e controlar o beijo, porém fomos interrompidos com o som do meu celular a tocar.

Me levantei do sofá e fui pegar o celular enquanto ouvia o Jimin murmurar algo com uma cara de chateado. Que fofo... Peguei o celular e aparecia escrito na tela Número desconhecido. 

Quem será? - me perguntei... Mas decidi atender do mesmo jeito.

- Alô?? 

Silêncio.

- Alõ?? Com quem estou falando? 

Silêncio.

Já irritada ia desligar, porém a ligação terminou antes de eu mesma o puder fazer.

- Mas que brincadeira de mau gosto. - susurrei.

- Hmmm, você disse algo? - perguntou Jimin - Ah, quem era?

- Não sei, - dei de ombros - não responderam, só havia silêncio...

- Nossa sério? Você não faz ideia de quem terá sido?

- Não, nenhuma...

- Que estranho... - apenas assenti.

Quem será que havia me ligado... isso é estranho, sem dúvida alguma.

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- Jimin - ah... Posso te fazer uma pergunta?

Estavamos na cozinha. Haviamos acabado de preparar o lanche que eram umas simples torradas e suco bem fresco, uma vez que ta fazendo um calor infernal. Daqui a nada o Jimin tem de sair, pois vai ter um jantar, um jantar de família. Ele sempre tem um todos os meses.

- Claro! Qual é?

- Qual foi? - o olhei com cara séria e depois nos rimos juntos - Ta parei, desculpa. - dei uma última risada - Qual foi o motivo para você ter vindo para Seoul?

- Bom... esse é um assunto meio...ahm...complicado e sensível, sabe? 

- Ah, certo. Você não precisa contar.

- Não, eu prefiro contar. Afinal é você e eu confio em você. - sorriu - Eu estou morando em Seoul faz uns sete anos, eu acho. Como você sabe meus pais viajam muito. Muito mesmo, sem brincadeira. Desde pequeno eu ficava sempre em casa, ou sozinho, ou com uma senhora que era paga para cuidar de mim... Porém eu fiquei com um trauma sabe... Ela se importava demais com o dinheiro e sempre que eu pedia ou dizia algo, tipo 'Quero ir no banheiro', ela me batia. Eu tive uma infância difícil. - deu uma risada sem graça - Eu, quando criança, era bem gordinho também. Todos me achavam fofo... - deu uma risada - Menos essa tal mulher. Eu pedia a toda a hora para comer, porque ela não me alimentava do jeito que deve alimentar uma criança, então sempre que eu pedia comida ela me batia com um ferro. Está vendo essa marca? - ele perguntou, se virando de costas e levantando a sua camisola. Ficou à mostra uma cicatriz que eu nunca tinha visto. Não era nem muito grande nem muito pequena, mas dava para ver que tinha sido profunda, tendo em conta o tempo que passou depois disso - Ela me deixou com essa marca. Claro que aqui ela parece pequena, mas como eu era criança e o meu corpo era bem mais pequeno, ela era maior, e doia pra caramba.

- Nossa... eu sinto muito...

- Não sinta. - ele sorriu - Isso me tornou no que sou hoje. Mas, continuando... Depois, já de noite, meus pais voltaram da viajem que tinham feito ao Japão. Minha mãe reparou que eu estava muito calado, porque, normalmente, eu costumava correr para ela e a apertar bem forte, quase a sofucando, então ela decidiu me dar banho naquela noite. Assim que ela retirou a minha roupa ficou preplexa com a quantidade de sangue que estava escorrendo pelo ralo da banheira.

*Flashback on*

- Meu amor, o que aconteceu? Conte para a mamãe. - disse, claramente preocupada. Eu apenas fiquei calado - Jiminie, conta para mim, vai.

- E-eu... Eu pedi à Chine para me dar de comer, porque eu tava com muita fome... Aí ela pegou um ferro que tinha escondido na porta e começou a me ba-bater com ele.... - disse, entre soluços. Minha mãe apenas me olhava, com seu olhos arregalados.

- À quanto tempo ela bate em você Jimin? 

- Acho que... desde sempre... Ah ah, uma vez, quando estavamos eu, você e o papai no parque, eu vi ela lá também. Ela ficou me encarando o tempo todo e quando eu ia avisar você que ela estava lá ela meteu o dedo na boca, pedindo silêncio, e com uma coisa na sua mão que era brilhante e afiada. Como aquelas que temos na cozinha, sabe mamãe?

- Co-como assim? - seus olhos arregalaram mais ainda, como se dessa vez fossem sair de sua cara - SUN WOO!! - minha mãe gritou de repente o nome de meu pai, me fazendo dar um pulo para trás por causa do susto - Não se preocupe meu amor, vai ficar tudo bem. - disse, acariciando a minha bochecha. Entretanto, meu pai chegou ofegante no banheiro.

- O que aconteceu Jagi?

- Cadê aquela piranha? - disse furiosa, mas meu pai apenas a encarou com um olhar confuso - Estou falando da Chine, cadê ela?

- Ela já foi embora, porque? 

- Olha o que ela fez com o Jiminie!!

Flashback off

- Depois de fazerem queixa na polícia, começou uma busca intensa, mas ela não era encontrada em lugar nenhum. Por volta de três meses depois, os policiais desistiram de procurar, dizendo que não pudiam fazer mais nada. Que provavelmente ela já estava fora do país faz tempo. Passou mais um tempo e tudo foi tranquilo, até que um dia, quando eu estava saindo da escola, ela apareceu e me colocou dentro do seu carro. Eu, parvo como era, pensei que ela tinha voltado a ser contratada pelos meus pais... Não tinha ainda noção da gravidade da situação... Ela me levou para uma casa, provavelmente a dela, e pediu para me sentar no sofá. E eu o fiz. Começou a me entregar vários doces e eu comia eles... Depois de muitos doces ela começou a me tocar... ela começou a abusar de mim... eu não conseguia dizer nada porque me sentia sem forças e logo logo havia desmaiado. E, a partir daí, ela sempre aparecia lá. Passou nem dois dias eu contei para meus pais, porque eu estava realmente assustado. Eles, novamente, falaram com a polícia, mas eles acharam que era um absurdo porque, durante todo o tempo em que estiveram procurando, não encontraram nada. Meus pais também não pudiam fazer mais nada, apenas restava uma coisa para manter a minha segurança... Mudar de cidade. - contou, sem parar uma única vez, com seu olhos brilhantes ao relembrar o ocorrido. - E aqui estou eu agora. - me olhou e sorriu, um sorriso falso e triste.

- Eu sinto muito Jimin, sinto mesmo. - o abraçei forte, não querendo largar nunca mais, e o mesmo retribuiu. Mas... infelizmente, ele vai ter de sair às seis e meia da tarde e são, neste momento, seis da tarde...

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Depois de meia hora acalmando, acariciando e tentando reconfortar o Jimin, ele teve de sair.

Eram sete horas já e eu tenho de fazer o jantar, então tenho de ir às compras né... Fazer o que?

Coloquei uma roupa mais confortável e que se adapta-se ao calor que fazia lá fora (foto inicial).

Assim que estava pronta, saí de casa

Fui a correr até chegar na estação do metrô, porque eu sei que esse é o último metrô do dia que vai para onde pretendo ir. Assim que cheguei na estação, o metrô chegou no mesmo instante.

Aish... Tô ficando velha para ficar correndo desse jeito.

Me deixei cair no lugar do canto da carrugem com um suspiro de alívio por finalmente estar sentada. A temperatura da carruagem fresca era muito agradável, tendo em conta o calor que estava do lado de fora. 

Deveria haver uma cama nisso... Já tô cansada até... - pensei.

Fiquei encarando o nada, pensando no que o Jimin havia me contado mais cedo.

Deve ser um assunto bem delicado para ele, mas mesmo assim ele me contou... ele confiou em mim o suficiente para me contar isso. Com certeza foi díficil para ele, tal como foi para mim, por isso eu entendo perfeitamente como ele se sente, - meus olhos ficaram mais baços - Entendo mesmo..... Bom, felizmente ele veio morar para Seoul, caso contrario não o teria conhecido, não é mesmo? Estou feliz por isso.

"Gwangjang Market" - disse a mulher do metrô. Parece que cheguei em meu destino.