História Unexpected Love - Jimin BTS - Capítulo 28 - Set me free

De acordo com o que Mark disse, acordei mais ou menos cerca de três dias depois do dia em que ele me cortou e estrangulou, vamos dizer. Porém já passou um tempo desde que ele disse isso. Na verdade não sei ao certo, mas pelo menos mais de um dia e meio. Como eu sei ? Bom, depois de ele me ter dito o tempo que havia passado, eu comecei a me orientar e a contar o tempo através da câmera, que sempre estava ligada, e que apresentava números no canto superior direito.

Ainda assim, depois de todo esse tempo, meu pescoço doía, assim como as minhas pernas, peito e barriga, onde os cortes, ainda um pouco profundos, iam ficando com um aspeto cada vez pior ao longo das horas e, claro, dias. Estavam a ficar inchadas, mais vermelhas, e um vermelho misturado com roxo foi aparecendo em seu redor. Era horrível ter de olhar elas, ainda para mais saber que estavam no meu corpo. Tentava ao máximo evitar olhar para elas, mas a dor, que só piorava, não ajudava nem um pouco. Isto por elas não terem sido devidamente desinfetadas. Infelizmente não pude e nem posso fazer nada em relação a isso. Não tenho o necessário para tal.

Já o meu pescoço... Oh!... O meu pescoço está marcado com as mãos daquele animal. Mesmo depois de todos esses dias, as marcas continuavam presentes, ainda que não estejam tão acentuadas como antes. Nessas marcas estavam presentes uma mistura de cores. Desde vermelho, a amarelo e -- um pouquinho -- roxo. Vermelho sim ainda, e amarelo e roxo devido às pisaduras que foram deixadas tendo em conta a força que Mark depositou nele. 

Eu não aguento mais ter de ficar aqui. Eu estou cansada de passar pela menina indefesa que ele pensa que eu sou. Tenho que agir, e tem de ser rápido !!

Só de pensar em ouvir a voz do Jimin mais uma vez, pelo menos mais uma única vez... Era como um sonho distante nesse momento. Ver o seu sorriso, ouvir a sua risada, sentir a sua respiração no meu pescoço, as suas mãos passeando pelo meu corpo como um animal selvagem à procura da sua presa, os seus lábios nos meus, o seu olhar em minha direção, focado na minha pessoa, só eu e ele. Eu adoro quando ele me puxa para perto dele toda a vez que dormimos juntos. E no entanto aqui estou eu. Em um colchão sentada e encolhida, onde não me sinto confortável. Sem ele do meu lado a dizer que vai ficar tudo bem, que vai dar tudo certo.

Será que realmente vai ?

Me pergunto. Afinal, será que ele tem andado à minha procura depois da nossa discussão ? Ou será que ele continua tão zangado que nem notou a minha ausência ?

Ahhh o quanto eu sinto a sua falta meu Deus...! Por favor, me ajude a sair daqui. Ou pelo menos a ouvir a sua voz, *uma última vez...

De repente uma ideia surge em minha cabeça. Uma ideia arriscada na verdade, mas esse rico tem de valer a pena.

Eu amo o Jimin. Vou fazer isso por mim e pela minha vida, claro, mas vou fazer, principalmente, por Jimin, Sun e Taehyung. Para que eu os possa ver mais uma vez, para que eles me possam ver mais uma vez. 

Como a minha professora sempre me dizia, quando eu vivia nos Estados Unidos: "Se alguém ama você, eles não vão deixar você cair, não importa o quão difícil a situação seja. Se lembre que a vida está repleta de altos e baixos, e que, sem os baixos, os altos não significam nada."

Vou fazer isso pensando neles, nas pessoas que eu amo. Mas vou fazer também por mim, para que eu possa abraçar Jimin novamente e para que eu possa sentir os seus braços me envolverem com a mesma intensidade.

É claro como água agora. Esse é o único jeito de eu sair desse lugar. Essa porta... É preciso chave para abrir ela, exceto que eu não tenho a mesma. Mas, quando Mark se mexe bruscamente, dá sempre para ouvir um som de chaves esbarrando umas contra as outras, o que indica que é ele próprio que as guarda. 

Vamos juntar todas as peças. Preciso organizar os meus pensamentos antes de tudo.

Primeiramente, Mark tem sempre as chaves consigo. Tenho de conseguir, de algum jeito, retirar elas dele. Segundo não tem rede nesse quarto. Provavelmente não tem em nenhuma zona desse edifício a não ser onde Mark fica a 'relaxar'. Vamos chama-la de sala. Essa sala seria a minha primeira opção, mas é bem arriscado, uma vez que é praticamente impossível eu não encontrar ele lá. Tenho de arranjar outra saída. Assim que conseguir rede vou pegar o meu celular e BOOM, ligar a Jimin e dizer onde estou. 

Sim... Essa era realmente a única solução, e, caso ouvesse mais, eu não consigo pensar nelas, minha cabeça está às rodas.

Era um plano simples de pensar – parecia simples demais até ​–, porém, com certeza, será difícil de realizar. Preciso de ser bem astuta e de estar atenta ao mais pequeno pormenor durante a minha fuga para fora do edifício.

Não irei tentar fugir daqui, até porque Mark conhece essa zona gigante como se fosse a palma de sua mão. Já eu, nunca aqui estive. Se eu andar correndo de um lado para o outro vou acabar me perdendo... ou então Mark vai acabar me achando.

Mas, assim que ligar a Jimin, tenho que voltar. Será pior se Mark vir que não estou no quarto. E o pior de tudo é que a câmera não pára de me gravar um segundo. 

Eu sei também que, sempre que eu desmaio ele saí por completo do edifício. Como eu sei disso, vocês perguntam. Bom, teve umas vezes em que eu, como experiência nesses últimos dias, fingia ter desmaiado quando ele me estrangulava. Claro que sempre chegava perto de desmaiar, mas não de vez. Depois disso, ouvia sempre ele sair de carro. Quero dizer, nem sempre. Tinha vezes que eu não ouvia, o que eu espero que não aconteça hoje. Embora não entre luz dentro desse local que mais parece uma masmorra, o som entre sempre. E como eu dou graças a Deus que entre.

É, só pode ser isso. E vai ser isso. - penso, e olho em seguida para a câmera, acompanhando os segundos que iam consequentemente passando a minutos, me mostrando que a visita de Mark a esse quarto seria em breve.

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- E aí ? Pronta para outra ronda ? - disse Mark, assim que entrou no quarto. Já estava esperando ele aparecer.

- Outra ronda ? Estou sempre. - sorri maliciosa, e Mark sorriu de igual forma, mas com intenções diferentes das minhas - Menos para você, como é óbvio. - disse, dando ombros.

O sorriso perverso de Mark desapareceu instantaneamente.

- Ae ? Com quem então ? - cruzou os braços, em descrença.

- Quer mesmo saber ? - ele apenas assentiu - Ahhh sabe, Park Jimin é um homem. - assim que falei o nome de Jimin, senti a tensão aumentar naquele quarto, e os ombros de Mark ficaram mais tensos como consequência - Ele não é como você. Covarde. Que precisa ficar sequestrando a garota que quer foder. - dei um meio sorriso, que passou despercebido, ao ver o desequilíbrio emocional de Mark. Ponto a meu favor.

- Eu posso te fazer sentir bem melhor que ele !!!! Ele é que insistia em ficar no meu caminho. Você sempre foi minha desde o começo, ele nunca deveria ter entrado nessa história !!!!! - gritou como resposta - E eu não sou covarde. Não sou, você está me ouvindo ?!?! Eu te trouxe aqui por esse motivo. Vou te fazer gritar de prazer pelo meu nome. - riu cínico, se aproximando. Eu me assustei, mas tive de disfarçar, mantendo o meu papel.

- Você tem a certeza Mark ? - perguntei, arqueando uma sobrancelha, e Mark parou de andar no mesmo segundo, como se estivesse esperando eu continuar - O Jimin... Ele me levou para a cama com a maior facilidade. Eu, completamente entregue a ele. As marcas roxas que ele fez se notaram mais intensivamente no dia seguinte. A maneira como ele me mordia, como ele estocava, como ele me fazia delirar, como ele me fazia gemer tão alto que os vizinhos eram capazes de ouvir. - cruzei as pernas, endireitando o meu tronco, e ele apenas observava - Acha mesmo que me pode fazer sentir tão bem como ele fez ?

Claro que essa história era toda uma mentira. Eu nunca fiz nada do tipo com Jimin. Mas agora que penso nisso... seria bom ouvir ele.... Aiii ______, esse não é momento, se concentre.

- Eu posso, e vou provar para você agora o quão eu sou melhor que ele.
Ele se aproximou, gatinhando em cima da cama até mim. Não me afastei, nem mostrei qualquer sinal de medo, apenas deixei com que ele se aproxima-se.

Estava tudo a ir como planeado. Era só continuar e eu iria conseguir.

Seu corpo, em poucos segundos, estava em cima do meu, que, por sua vez, estava deitado no colchão. Mark começou por retirar sua camisa, mostrando o seu abdómen – e a chave, que estava presa no cos da sua calça. Ele não acha estranho eu estar tão entregue assim, de um dia para o outro ? 

Passei meus olhos pelo seu abdómen, como quem mostra interesse pelo que está vendo. Na verdade olhar ele daquele jeito me estava dando nojo.

Ele se inclinou para a frente, colocando os seus lábios nos meus. Felizmente, ele não me deu chance de corresponder – coisa que eu não faria – e partiu para o meu pescoço, onde começou a dar leves mordidas e beijos. 

A cada mordida e som de beijo que ecoavam no quarto a minha vontade de vomitar, de empurrar Mark, de o afastar de vez de mim e de sair desse sítio, só aumentava, cada vez mais rápido. Mais rápido até do que o animal mais veloz que você conhece, seja ele qual for. Sentia nojo de como estava naquele momento. De como me encontrava, na mesma cama com o monstro que matou dezenas – senão mais –de mulheres. Que provavelmente trouxe elas para essa mesma cama. E onde eu acabaria como elas... Jimin... me perdoe por isto... Eu sinto muito.

Ahhh, como eu queria que isso acabasse logo !! 

Ta, se quero que acabe tenho que me apressar. Abri os olhos, que fechei por impulso e por nojo quando o mesmo se aproximou de mim, e avistei a chave pendurada. Comecei a passar a minha mão pelo seu abdómen, indo em círculos para que não fosse demasiado óbvia a minha intenção. Continuei com todo esse caminho, até que decidi aproximar a minha mão da chave. Estava quase lá faltava só mais um pouco e depois eu podia 'dispensar' Mark. Quase... Só mais um pouquinho...!

Mas... não deu certo como eu pretendia...