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História Unforgiven - Winchesters


Escrita por: NanaMaia

Notas do Autor


IMPORTANTE!!!!!!!! LEIAM PRIXX!!!

oulaaaa, genteenn do meu core, estou super empolgada pra essa fic pq eu amo supernatural e tal, enfim, tenho alguns avisos:

1- essa fic vai ter a mesma história da serie e vai começar quando os selos estão sendo rompidos (pq amo essa temp).

2- a diferença é q vai ser a história no poni d vista da personagem teresa, q vai entrar na vida d nossos babys.

3- vou adiantando q o romance vai ser entre teresa e sam ok? ok.

4- vai ter muuuuuito drama.

5- o sam vai estar d cabelo grande aí, tipo como ele tava no início da temp 9, pq eu quero.

6- se eu lembrar d mais alguma coisa eu aviso kkkk

boa leitura mores.

Capítulo 1 - Winchesters


Fanfic / Fanfiction Unforgiven - Winchesters

         SPRINGDALE - WASHINGTON

Coloquei o avental preto, com as letras garrafais meio afetadas de cor branca escrito: "Bar do Luke" em minha cintura. Joguei um pano em meu ombro e peguei o caderninho de folhas amaçadas com uma caneta azul mordida presa em seu espiral. Andei rápido até a mesa no canto do salão, fazendo meu rabo de cavalo ruivo balançar de uma lado ao outro. Eu estava cansada; exausta na verdade, isso é fato, mas não podia faltar ao trabalho mais uma vez. Hoje é sexta à noite, o dia mais movimentado da semana; quando todos resolvem sair do trabalho direto pra cá e mergulhar seus problemas em várias doses de whisky,  e eu não podia deixar Luke na mão. Então respirei fundo e sorri.

- Já decidiu o que vai querer? - Perguntei, preparando a caneta em minha mão. Billy olhou para mim surpreso e arqueou as sobrancelhas, fazendo sua pele um pouco enrugada da idade se esticar. 

- Não achei que viria hoje, pequena. - Ele disse.

- Não faltaria no dia mais importante da semana. - Eu ri e  Billy fez o mesmo, então ele pareceu lembrar de minha pergunta e se ajeitou na cadeira, jogando as chaves na mesa. 

- Pode trazer o de sempre querida. 

- Uma cerveja saindo. - Fui até o balcão e peguei a bebida, levando-a em seguida à sua mesa. Em alguns minutos todos começariam a chegar e eu ainda precisava limpar tudo. 

Comecei a trabalhar, de uma ponta do bar à outra, sem parar. Quanto mais eu me distrair melhor. Faz apenas uma semana desde o que aconteceu à Adam, e todos dizem que não é assim tão fácil de se recuperar de algo como isso, e que é normal ficar triste. Mas continuo tendo esses mesmos pesadelos terríveis e lembrando do "bilhete" que deixaram para mim estampado na parede dele. Quando resolvi contar isso a alguém - que no caso foi minha mãe -, ela me disse para procurar um psiquiatra, e que eu deveria ter imaginado coisas no calor do momento. Eu sei que não imaginei nada, era tudo extremamente real. Deus sabe o quanto eu queria que fosse apenas um maldito filme de terror, mas não é. 

A porta abriu, rangendo, mas não tirei a concentração da mesa que limpava. Quando terminei, joguei novamente o pano sobre o ombro e peguei meu caderninho e a caneta mastigada, indo em direção aos dois clientes que acabaram de entrar. 

Um deles tinha cabelo curto, enquanto o do outro era longo, e provavelmente melhor do que o meu. Ele também era muito alto, e suas mãos enormes. Os dois vestiam ternos baratos, daqueles que achamos em qualquer brechó na cidade, mas eram elegantes e bonitos, com certeza chamavam atenção. Pareciam conversar sobre algo sério, e remexiam em vários papéis colocados sobre a mesa, variando de cansados demais à energéticos demais. 

- Então, o que os engomadinhos vão querer? - Sorri. Os dois me olharam, e o mais alto deu um sorriso, rindo pelo nariz. O outro cara riu também e fechou um livro antigo, levantando um pouco de poeira.

- Duas cervejas, por favor. - Ele disse e eu assenti, virando-me em direção ao balcão. 

- Ei Teresa! Traz mais uma para mim querida. - Billy gritou, levantando uma garrafa vazia. 

- Não acha que já bebeu demais Bill? - Gritei de volta. 

- Ah, só mais uma, prometo. - Eu ri, pois ele sempre dizia essa mesma frase todas as sextas à noite.

- Sua esposa vai brigar comigo outra vez por te deixar beber demais. - Peguei uma xícara e coloquei um pouco de café, indo até ele. - Aqui, isso é o mais forte que vai conseguir hoje. - Bill revirou os olhos e deu uma risada abafada, se rendendo. 

- Ah, o que posso fazer não é mesmo? - Ele deu um gole no café, em seguida olhando para os dois caras que atendi, enquanto eu levava a bebida à eles. - Ela não vai deixá-los passar da primeira garrafa garotos. É mão firme. - Billy riu outra vez e os outros dois também. Rolei os olhos e coloquei as bebidas na mesa deles. 

- Prontinho. Façam bom proveito.  - Falei. - Se não morrerem de cirrose antes. - Acrescentei, os fazendo parar de beber e me olharem com expressão estranha. 

- Algo me diz que você não é muito fã de... Álcool. - O mais alto falou, franzindo a testa. Virei-me para eles novamente e abaixei a bandeja de metal que eu segurava.

- Minha família não tem um histórico muito bom com isso aí. - Apontei com a cabeça para a garrafa.

- Ah, os tios do fim de ano. - O outro homem levantou a cerveja e arqueou as sobrancelhas. - Me disseram que são inesquecível depois do quinto gole. - Eu ri e assenti, pronta para voltar ao meu trabalho, mas me chamaram novamente. - Parece conhecer as pessoas aqui. - Ele disse. 

- Bom, eu trabalho aqui há algum tempo... E cidade pequena, todos se conhecem. - Afirmei, olhando em volta do bar. As pessoas começavam a chegar e por sorte minha amiga Anne havia acabado de entrar pelos fundos e poderia me ajudar. 

- Então... Teresa, certo? - O mais alto perguntou. 

- Certo.

- Você poderia nos falar sobre o assassinato que teve por aqui? - Respirei fundo e passei o peso de uma perna para a outra repetidas vezes, nervosa.

- São novos na cidade não é? - Indaguei, mais como uma afirmação.

- Como sabe? - O cara mais baixo perguntou.

- Bom, nunca os vi por aqui; estão andando de terno, e a menos que sejam tiras, isso é incomum em Springdale. E como eu disse: cidade pequena. - Sorri, tentando de alguma forma desviar o foco do assunto anterior. Então o de cabelão puxou um pequeno cartão de seu paletó e me mostrou, fazendo-me ver as enormes letras indicando que eram do FBI. Suspirei e me sentei, ao lado do outro homem que continuava apenas bebendo sua cerveja.

- Ok. Agente Will e... 

- Joshua. - O cara ao meu lado completou. 

- Agente Will e Joshua, podem começar o interrogatório. - Me ajeitei na cadeira. - Nem acredito que o FBI se envolveu nisso. - Murmurei. 

- Teresa, o que você pode nos falar sobre Adam Walker? - O Agente Will perguntou, me encarando seriamente, com as mãos juntas sobre a mesa. Tentei me concentrar e manter a calma, e desejei sinceramente os malditos comprimidos para ansiedade que eu odiava tomar. Lembrei de todas as vezes em que vi Adam e todas as vezes que achei que ele estaria sempre aqui. 

- Adam era... - Pigarreei. - Incrível. Acho que é a palavra certa para descrevê-lo. Ele vinha aqui quase todos os dias,  sempre no meu turno. Nós somos- - Parei, analisando a frase. - Éramos melhores amigos. - Corrigi. - Ele ficava sentado ali. - Olhei para a mesa no centro do salão, lembrando-me dele. - Apenas me olhando trabalhar, e quando eu terminava, ele ia me deixar em casa. Mas um dia ele não veio, e também não havia aparecido na escola. Sinceramente não me preocupei muito já que ele costumava fingir estar doente para ficar tocando violão na garagem. Aí eu recebi a ligação.

- Uma ligação? Foi você a garota que encontrou o corpo? - O Agente Joshua perguntou, franzindo o cenho, interessado. 

- Hum. - Assenti. - Era um cara no telefone, ele disse para eu ir na casa do Adam, e que eu não teria muito tempo. Então fiquei preocupada e resolvi ir. Quando eu entrei, senti um cheiro horrível vindo da cozinha, e fui lá. Assim que abri a porta, todos os... - Respirei fundo e continuei a falar com voz falha. - Órgãos dele foram despejados em cima de mim. - Senti uma lágrima escorrer por minha bochecha e apertei meu avental. - Sua cabeça e o coração estavam postos em cima da mesa, e atrás, na parede, estava escrito com sangue: "É sua culpa".

- "É sua culpa"? - Agente Joshua perguntou, levantando a sobrancelha. - Por que seria sua culpa? 

- Eu não sei. - Balancei a cabeça e olhei para o teto. - Eu só... Estou confusa e não sei o que fazer. Quero dizer, eu já passei por bastante coisa, e talvez nem tão ruins assim, mas o suficiente para me destruir completamente, e agora isso. É bem diferente do que estou acostumada no meu circulo de problemas, e não sei como superar isso. - Terminei de falar e pude soltar o ar, olhando para os dois que pareciam confusos. - Desculpa, falo muito quando estou nervosa. - Eles sorriram e fecharam os livros. 

- Tudo bem. Sentimos muito por você ter passado por isso. - Agente Will falou, com um semblante triste.

- É, sabemos como é perder pessoas que amamos. - Seu parceiro completou.

- Aposto que nunca tiveram as tripas jogadas em sua cabeça. - Falei irônica. 

- Bom, obrigada pelo seu tempo. Aqui, nosso telefone caso aconteça algo. - O Agente Will falou, entregando-me um pequeno cartão branco. Os dois se levantaram e eu os segui, levando-os até a saída enquanto limpava meu rosto com as costas da mão. 

Faltava apenas uma hora para o meu turno acabar, então voltei para o balcão e fui contar o dinheiro na caixa registradora. Me sentei no banquinho velho, e meu celular começou a tocar Back to Black da Amy Winehouse. 

Atendi.

"Olá, Teresa." 

Estremeci ao ouvir a voz e me levantei rapidamente, tremendo.

- Por que matou o Adam? - Perguntei.

"É melhor correr para a casa de sua amiga Teresa. Como é mesmo o nome dela? Ah, Amanda.

- Por favor, não a machuque. - Supliquei, sentindo meu coração falhar. Comecei a chorar e andei até a saída do bar.

"Venha sozinha. Não tem muito tempo. Tic tac."

Desliguei o telefone e corri até a casa dela, que ficava a pelo menos dois quarteirões daqui. O vento batia no meu rosto e eu caí duas vezes no caminho. Minha calça havia rasgado, meus joelhos estavam sangrando e eu provavelmente havia torcido o tornozelo, mas eu não ligava. Continuei a correr sem parar. 

Quando cheguei na porta a empurrei com força e passei rápido pelos corredores. 

- Amanda?! - Gritei, ainda com esperança de encontrá-la. Senti o cheiro horrível novamente, e subi as escadas até o seu quarto, esperando pelo pior. A essa altura eu já chorava tanto que nem conseguia enxergar direito. Quando abri a porta tudo caiu em cima de mim como da última vez. 

Fiquei parada, em choque. Em cima da cama sua cabeça e o coração estavam postos, e na parede escrito em sangue: "É sua culpa". Gritei. Sentindo o sangue dela escorrer do meu cabelo até a ponta dos meus pés, eu estava coberta. Eu não conseguia me mexer e fiquei alguns minutos na mesma posição. 

Peguei meu celular e digitei o número, tremendo mais do que qualquer momento em minha vida. 

"Alô." 

Escutei ele falar, mas minha voz não saia.

"Alô?!

Me esforcei para dizer algo e saiu como um sussurro.

- Agente Will? Por favor, e-eu preciso de ajuda. 

"Teresa. O que aconteceu?"

- Estou n-na casa de Amanda Collins, p-por favor- - Chorei. - Venham rápido. 

Desliguei o telefone antes que ele pudesse responder. Meu coração batia forte e eu não conseguia respirar direito. As lágrimas apenas desciam e eu fui até as escadas, com as pernas bambas para me sentar. Fiquei no primeiro degrau, não conseguiria descer o resto, e esperei. Eles descobriram onde ela morava, tenho certeza. 

Alguns minutos passaram, e escutei a porta ser aberta com força, mas fiquei quieta.

- Teresa?! - O Agente Joshua gritou.

- Aqui. - Murmurei. Eles rapidamente apareceram em baixo das escadas, segurando armas prateadas. Quando me viram coberta de sangue e órgãos subiram na velocidade da luz até mim.

- O que aconteceu? - Will perguntou, preocupado. Apontei para o quarto de minha amiga.

- Ele me ligou e me mandou até aqui. - Chorei. - Quando cheguei, ela já- - Parei de falar e abaixei a cabeça. Então eles saíram do quarto da Amanda e o Agente Will segurou em meu braço, indicando para que eu me apoiasse nele. Fiz isso e nós nos levantamos. 

Eles me guiaram até seu carro, um belo Impala 67. Me colocaram lá dentro e Joshua começou a dirigir.

- Por que não nos chamou quando recebeu a ligação? - Ele perguntou.

- Não daria tempo, e ele me mandou ir sozinha. Achei que eu conseguiria. - Funguei, encolhendo-me no banco de trás. - Por que... Por que isso está acontecendo? O que esse cara quer de mim? - Perguntei, e provavelmente pareceu uma pergunta retórica pois eles ficaram calados, mas eu queria respostas, e queria agora. 

Chegamos em frente à minha casa. O carro parou e eu desci. 

- Ei. Pode nos encontrar no bar amanhã? - Joshua perguntou, abaixando o vidro. Assenti. - Ótimo. No seu turno. 

***

Estava sentada na mesma mesa em que eles estavam ontem, esperando-os há pelo menos vinte minutos. Pontualidade não deve ser o forte daqueles dois. Não parava de balançar a perna e ainda tremia devido a noite anterior. Tive mais pesadelos, e minha cabeça está a um milhão. Não consigo sequer tocar em meu corpo sem ter nojo. Meus pais - principalmente minha mãe - estavam acabados. Quando cheguei em casa ontem à noite e expliquei o que aconteceu eles não paravam de me olhar, como se esperassem que eu surtasse em algum momento. 

- Teresa, desculpe o atraso. - Os Agentes sentaram nas cadeiras e sorriram. - Você está bem? - Perguntou Will.

- Bom, tirando os fatos de meus dois melhores amigos terem morrido, de algum psicopata ter jogado seus órgãos em mim, e de eu não conseguir dormir ou comer há uma semana, é, eu estou bem. - Bati as unhas na mesa e respirei fundo algumas vezes tentando me acalmar, mas meu coração parecia que ia pular do peito. 

- Sentimos muito. Mas precisamos fazer algumas perguntas. - O Joshua falou, se posicionando melhor no assento. 

- Ok.

- Então... Eles tinham algum inimigo em comum? Ou você? - Will perguntou, pausadamente, arqueando as sobrancelhas e se aproximando.

- Inimigos? - Ri pelo nariz. - Não!  Quero dizer, além da vagabunda da Stacy que me odeia desde a quinta série, eu não tenho inimigos. Nem Adam ou Amanda. Eram boas pessoas, todos os adoravam. - Eu estava na defensiva. Com certeza estava. E claro, eles perceberam, trocaram olhares duvidosos e me fizeram ficar com cada vez mais raiva. Eu não estava mentindo, pelo menos não completamente. 

- Tudo bem, tudo bem. É apenas uma pergunta que somos obrigados a fazer, certo? - Assenti, pressionando os lábios e batucando as unhas com esmalte preto lascado na mesa. 

- Olha, eu realmente não sei nada. Nada além do que já falei antes. - Os dois balançaram a cabeça, e ficamos em silêncio. Percebi que o Agente Will olhou para meu braço, franzindo o cenho, então segui seu olhar e vi uma enorme mancha roxa, que fiz questão de cobrir rapidamente com o casaco. 

A porta do bar abriu com força de repente, mostrando um cara alto e de cabelo curto entrar, enfurecido. Estremeci quando o olhar de Scott parou sobre mim e este começou a andar em minha direção, com punhos cerrados e passos pesados. Engoli em seco e tentei me afastar no banco, mas bati contra a parede e ele chegou perto, puxando-me pelo pulso. 

- Vamos! - Ele disse com raiva, apertando meu braço. 

- Scott... Está me machucando! - Levantei-me e tentei afastá-lo de mim, mas ele usava cada vez mais força. - Por favor...

- Calada! - Scott gritou.

- Ei! Solta a garota, agora! - O Agente Joshua falou se levantado junto a seu parceiro e vindo em nossa direção. 

- Fiquem fora disso caras. - Puxei meu braço mais uma vez enquanto Scott falava com os Agentes, mas então ele apertou ainda mais forte e me puxou para perto, arrastando-me para fora do bar. 

- Não, Scott, por favor. Me solte. - Me debati, dando tapas fortes em suas costas.

- Eu disse para ficar quieta. - Ele não precisou gritar, apenas me olhou como sempre olha e soube que se não obedecesse a coisa ia ficar feia para mim. Encolhi-me e baixei a cabeça, fitando o chão. - Boa garota. 

- Larga ela! - Will falou chegando perto, pronto para me puxar dos braços dele, mas eu me esquivei e neguei com a cabeça.

- Não. Vai ser pior se você se meter. - Murmurei. - Eu vou ficar bem, não se preocupem. - Scott me jogou no carro com brutalidade e bateu a porta, me fazendo pular, coloquei o cinto de segurança e fiquei quieta no banco. 

Seguimos o caminho em silêncio, eu apenas esperava que ele começasse a gritar novamente, mas ele estava extremamente calmo, e era isso que eu temia. Quando o carro parou, saímos do carro e entramos rapidamente na casa de Scott, ele jogou minhas coisas no sofá e me segurou outra vez pelo braço, levantando meus pés do chão.

- Quem eram aqueles caras que você estava?! - Ele perguntou, apertando-me com cada vez mais força. - Por que não me avisou que os encontraria? - Fechei os olhos e segurei para que uma lágrima não caísse de meus olhos. 

- E-Eles são do FBI... - Scott me largou brutalmente no chão, fazendo-me cair de joelhos. Senti um chute em meu estômago, e foi tão forte que pensei que vomitaria meu pulmão. Então, um soco em meu rosto, e depois mais alguns pelo resto do corpo. Eu  chorava e gritava, pedindo para que ele parasse, mas era em vão, como sempre.

Scott tem uma força incrível, a primeira vez que ao menos tentei me defender acabei com uma perna divida em dois pedaços. Então ele parou, se agachou na minha frente e levantou meu queixo, fazendo-me olhá-lo. 

- Você é minha, Teresa. - Ele disse sério. - Não te quero com mais ninguém. - Puxei o ar com força e o prendi, assentindo.

- Tudo bem. Me desculpe. - Pedi. Scott me soltou e eu tentei me levantar, apoiando-me no sofá.

***

A campainha tocou uma vez, e minha cabeça praticamente deu um estralo. Fiz uma careta e me mexi com dificuldade da minha cama, logo desistindo de atender à porta. Meu corpo estava completamente dolorido, minha barriga já não era mais branca, e sim roxa; minhas pernas pesavam uma tonelada e meus braços pareciam ter quebrado. Então decidi que o melhor seria não movimentar um músculo sequer, mas novamente a campainha ecoou pela casa. 

Bufei e fiz força - que eu não tinha - para levantar. Depois de algumas tentativas frustradas eu consegui, caminhei até a porta e olhei pelo olho mágico, vendo os dois caras do FBI. Fui até a cozinha rapidamente e peguei uma frigideira enorme da minha mãe, logo voltando.

- O que vocês querem? - Perguntei. Havia feito minhas pesquisas. Agente Joshua e Will, não existem. Percebi que tinha algo estranho neles, e eu não gostava de ser enganada, então quem quer que sejam esses dois patetas, é melhor irem embora.

- Queremos saber se você está bem. - Joshua, ou sei lá seu nome, falou. Respondi:

- Eu estou. Agora podem ir.

- Ahn... Não podemos entrar? - Will perguntou.

- Não. 

- Teresa, o que aconteceu? - Fiquei em silêncio, pensando se deveria dizer que havia descoberto que na verdade eles não são Agentes, e que por mais que eu quisesse entender que tipo de fetiche estranho é esse em que os dois gostam de se passar por tiras, eu estava com medo. 

- Eu sei que vocês não são do FBI. - Disse por fim. Eles permaneceram em silêncio, até Will dizer:

- Nós podemos explicar. - E seu amigo completou:

- Nos deixe entrar e explicaremos tudo. Queremos ajudar. - Pensei um pouco e abaixei a frigideira, abrindo a porta devagar. Os olhei pela brecha e os dois sorriram forçadamente, fazendo-me rir. Então abri e os dei passagem. 

Joshua olhou para minha mão e apontou para a panela.

- Ia nos bater com isso? - Dei de ombros.

- Saiba que essa é a mais perigosa arma já inventada, tá? Eu derrubo vocês com uma batida. - Eles riram e eu indiquei que eles sentassem, e fiz o mesmo. Ficamos nos encarando por alguns instantes, dois ou três no máximo, e foi o suficiente para deixar um clima constrangedor. - Então... 

- Teresa, meu nome é Sam Winchester, e este é meu irmão, Dean. Somos caçadores. - O homem de cabelos longos falou pausadamente. - Nós caçamos... Monstros. - Fiquei em silêncio, os olhando e tentando processar. Comecei a rir freneticamente, a ponto de chorar. Minha barriga começou a doer e eu não conseguia parar de pensar que eles eram loucos. 

- Tudo bem, Velma e Daphne, eu vou chamar a polícia. - Peguei o telefone e o desbloqueei, mas Dean começou a falar.

- Estamos procurando um vampiro, e achamos que é o seu namorado. - Me calei outra vez e parei de digitar o número no celular. O encarei seriamente e mordi o lábio inferior. Por algum motivo eu acreditava neles, não sei se era por eles parecerem estranhamente confiáveis ou pelo perfil vampiresco se encaixar perfeitamente à Scott. - Nós o seguimos hoje depois que você voltou para casa. Ele se alimentou de uma garota.

- Foi ele quem matou meus amigos? - Indago, soltando o telefone.

- Talvez. - Inspirei profundamente, prendendo o ar. - Não sabemos ainda, mas vamos descobrir. - Sam falou, fazendo uma expressão fofa, que me deu vontade de abraça-lo. Sinceramente não era difícil aceitar o fato de que meu querido namorado pudesse fazer algo horrível à alguém. Ele sempre teve esse jeito assustador de ser, e eu sempre acreditei que ele era um monstro, de verdade ou não. 

- Então, temos um plano para pegá-lo, e vamos precisar da sua ajuda. - Disse Dean.

- Tudo bem, o que precisar. 

Não sei o que estava dando na minha cabeça para cogitar a existência de monstros reais, daqueles de filmes e tudo o mais, mas por algum motivo que eu desconheço que acreditava veemente. 

Quando falei "o que precisar", não imaginei que eles iriam abrir um porta-malas lotado de armas de todos os tipos em frente à minha casa e esconder facões em todos os lugares. Confesso que me preocupei se eles realmente conseguiriam, e meu coração parecia que saltaria pela minha boca se eu a abrisse por muito tempo, então apenas fiquei calada. 

Eu estava suando demais, não sei se pelo nervosismo ou se o ar condicionado estava quebrado. Tirei o casaco que eu usava e o joguei no sofá, não me importando muito de revelar todas as marcas roxas recentes em meus braços. Mas os irmãos olharam preocupados para mim, e pareciam um pouco contrariados. Os ignorei e fui até a cozinha pegar um pouco de água para beber.

- Ele te machucou demais? - Escutei a voz de Sam atrás de mim e me arrepiei, colocando o copo sobre a pia. Me virei para ele devagar e levantei um pouco minha blusa branca, mostrando as marcas horríveis em minha barriga. Sam franziu a testa e bufou, olhando para o teto. - Deveríamos ter impedido ele. 

- Não. - Neguei. - Apenas pioraria as coisas. Na verdade já estou acostumada com isso. - Ele fez novamente aquela expressão preocupada e se aproximou um pouco, fazendo-me instintivamente virar outra vez para a pia. - Desculpe, isso era para te fazer se sentir melhor. - Eu ri. 

- Por que você está com ele? Quero dizer, nunca te ocorreu que talvez ele não seja exatamente um cara do bem? - Mordi o lábio e enrolei uma mecha de cabelo no dedo, fazendo um pequeno cachinho. 

- Nunca realmente gostei dele. Acho que nunca gostei de ninguém de verdade. Um dia ele me chamou pra sair, e acho que eu gostei da ideia de ser gostada por alguém. - Olhei para Sam, que me escutava atentamente como se anotasse cada vírgula que eu pronunciava. - Era um sentimento novo para mim, fazia com que eu me sentisse especial. Mas quando começamos a namorar, ele mudou. Começou a ficar ciumento e agressivo, e acho que houve um momento em que eu não conseguia mais sair daquilo. Eu estava presa entende? - Sam assentiu, e eu senti um peso sair de minhas costas por conseguir falar isso para alguém. Ele ia dizer alguma coisa, mas Dean apareceu na porta e jogou um dos facões para o irmão, que segurou perfeitamente. 

- Ei, o sanguessuga chegou. - Os dois andaram até a sala e eu fui atrás. - Fique escondida ruivinha. 

Fiz o que ele disse e me encolhi ao lado do sofá, onde Scott não poderia me ver. Sam e Dean se posicionaram atrás da parede e apenas esperaram. 

Talvez tenha tido muita briga e sangue, mas depois que ele entrou na casa eu apaguei completamente. Só me lembro de Scott entrando e aparecendo de repente atrás de mim, com os dentes parecidos com os de tubarões e então uma forte pancada em minha cabeça. Acordei em cima do sofá, com os irmãos sentados nas cadeiras ao meu lado, e me observando atentamente. Quando olhei ao redor da casa tinham móveis jogados em todos os lugares, e Sam e Dean estavam um pouco machucados também.

- O que aconteceu? - Perguntei.

- Ele sentiu nosso cheiro. Entrou pelos fundos e te derrubou. - Dean bufou. - Ainda conseguimos tirar um pouco de sangue do nariz daquele palhaço, mas ele ameaçou arrancar sua garganta se nos aproximasse-mos. 

- Sinto muito. Scott fugiu. - Sam falou, apoiando os cotovelos nos joelhos e me olhando chateado. Respirei fundo e assenti, tentando processar o que havia acabado de acontecer. 

- Ok. Então vou com vocês. - Eu disse por fim.

- O que? - Dean deu um sorriso afetado.

- Eu vou viajar com vocês. Sabe, caçar monstros e tudo o mais. 

- Não vai mesmo. Você vai ficar quietinha em casa e nós vamos atrás dele. - Eu me levantei e limpei minha roupa, colocando as mãos na cintura. 

- Olha só, eu não estou pedindo certo? Eu não vou ficar em casa e colocar minha família em perigo, quero ir com vocês. - Peguei uma arma que estava em cima da mesa e mexi nela, mas logo Sam a tirou da minha mão. - Pelo menos até nós o encontrarmos. 

- Nosso trabalho é perigoso, Teresa. 

- Você acha que eu não sei? - Fiz careta. - Estou fazendo isso para proteger meus pais e minhas irmãs, e não é como se eu tivesse medo de me machucar ou morrer. Não estou nem aí. Então eu vou com vocês, e não se discute mais nada. Depois que o encontrarmos, vocês se livram de mim, até lá, vão ter que me aguentar. - Me virei e subi as escadas, sem esperar nenhuma respostas dos dois, não queria dar explicações e muito menos ouvir sermões sobre como era importante estar segura, que eu deveria ficar em casa e tentar ser "normal". Quero minha vingança, por tudo que ele tirou de mim e por todas as vezes que ele me fez sofrer. 

Entrei no meu quarto e bati a porta, peguei uma mala preta enorme que eu tinha dentro do armário e joguei várias roupas ali dentro. Tudo o que eu precisaria e um pouco mais. Gostaria de dizer que sei o que estou fazendo, mas sinceramente, eu não faço a mínima ideia. Talvez eu esteja me precipitando, sendo irracional, mas me pergunto se em um momento como esse é possível ter algum tipo de racionalidade. Não posso colocar as pessoas que eu amo em perigo, não mais, e se isso significa que eu precisarei ir embora para algum lugar com dois caras que eu não conheço, mas estranhamente confio, eu vou. Não é apenas vingança, é sobrevivência. 

Desci as escadas puxando a mala pesada. Meus pais e irmãs estavam parados na sala, sem entender absolutamente nada e obviamente preocupados. O que piorava as coisas era eles terem percebido que eu estava prestes a partir, e com aqueles dois estranhos. Suspirei e me sentei no sofá, disposta a explicar tudo à eles, não iria mentir em nada, e provavelmente ninguém acreditaria, mas eu iria tentar. 

Só esse ano já desisti umas 500 vezes da vida, mas continuei, se não sou forte ao menos sou persistente, e eles terão de lembrar disso e me deixar partir. O vazio sempre me incomodou, e finalmente encontrei algo que poderá preencher pelo menos uma pequena porcentagem dele. Uma missão, amigos, talvez uma nova família que eu mesma possa escolher. Quero uma nova paixão que talvez não seja eterna, mas seja eterna enquanto durar. Quero ter o desespero de estar no fim dos momentos e ser salva quando achar que não teria mais salvação. Quero a emoção de viver no limite e poder morrer sabendo que fiz o que pude. Não sei se o que estou fazendo é o certo, caramba, nas últimas 48 horas eu não sei nem o que eu devo pensar, mas é o que meu coração me manda fazer. Lembro muito bem das pessoas viverem dizendo: "siga o que seu coração mandar", acho que já está na hora de seguir esse conselho.

Esse é meu propósito para viver, e até lá, viverei cada momento como se fosse o último. Sozinha ou com eles, mas livre

 

"Se meus olhos mostrassem minha alma, todos, ao me verem sorrir, chorariam comigo." - Kurt Cobain.

 


Notas Finais


ai meu Deus! q vcs acharam hein? gnt, comentem ai e digam o q vcs tão pensando q vai ser, o q vcs gostaram o q acham q pide melhorar. amo ler e responder os comentários d vcs, favoritem tb q me ajuda mt.

enfim, espero q tenham gostado. beijocas.


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