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História U.N.l - True Love Way


Escrita por: bandolins

Notas do Autor


Ai gente, amo como cada letra do Kings of Leon parece ter saído diretamente do coração inseguro e da cabecinha mal penteada do Ashton hahaha

Música: True Love Way – Kings of Leon

Capítulo 55 - True Love Way


Fanfic / Fanfiction U.N.l - True Love Way

 

Eu estive trabalhando muito por você

Mas você não fala

Você só segura sua respiração

Eu não posso tocar o que eu ainda não tenho

LOS ANGELES, ABRIL DE 2014

ASHTON

– Cara, eu mal posso esperar pra subir naquele palco! – digo enquanto entramos no camarim.

– Mas nós acabamos de sair de lá. – Luke argumenta confuso.

– Passando som, Luke. Estou falando de um show de verdade, de ter nossos fãs lá fora com a gente.

– Ah.

Dez shows, ingressos esgotados em cinco minutos. Essa é a maior turnê nos Estados Unidos que já fizemos como atração principal. Essa é a hora de fazer o que amamos sabendo que cada pessoa que está na audiência veio até aqui pela nossa banda e nossa banda apenas e, cara, a sensação é boa.

Eu tenho tentado empurrar toda a frustração e descontentamento em relação à turnê com o One Direction pra debaixo do tapete desde que recebi a notícia. Estou fazendo como o Matt instruiu, pensando em toda a situação como uma pílula ruim que você engole com dificuldade, mas no futuro vai te fazer bem. Eu estou tentando ser otimista quanto ao que está por vir e essa turnê era tudo o que eu precisava. Eu sabia que se eu aguentasse por tempo suficiente até voltar ao palco, eu eventualmente ficaria bem.

Dez shows cercado de carinho e apoio dos nossos fãs. Isso é tudo o que eu preciso.

– E aí, seus escrotos, prontos pra arrasar hoje à noite? – Jack Barakat entra no camarim de braços abertos e um imenso sorriso.

Vou cumprimenta-lo animado, surpreso e grato por ele ter aparecido. É sempre bacana quando outros músicos prestigiam nosso show, faz com que a gente se sinta importante. Fico por ali, mas é difícil estabelecer uma conversa sensata quando Jack e Michael estão na mesma sala. É sempre uma gritaria e um festival de palavrões sem fim, mas acaba sendo divertido.

– Tudo bem, tudo bem, meus fãs, uma selfie de cada vez. – ele brinca enquanto tiramos os celulares pra twittar sobre a presença dele aqui.

No meio do barulho nem percebo que Sophia está no camarim, isso até ela me acenar com a mão, ficando no canto sem querer interromper. Sorrio satisfeito por tê-la aqui.

Nós dissemos a Zoe que Sophia estava na cidade a trabalho e que seria uma boa ideia trazê-la ao show já que não custava nada deixa-la nos bastidores com a gente. Zoe não ficou muito animada com a sugestão, mas não dificultou as coisas.

– Hey, baby! Vem aqui! – lhe sorrindo animado, gesticulando pra Sophia entrar na selfie.

– Oh, não. Pode tirar a foto, eu falo contigo depois.

– Quem é a gostosa? – Jack pergunta pra ninguém em específico, uma vez que ele não tira os olhos de Sophia.

– Ela é uma amiga. – respondo sério, esperando que meu tom encerre a conversa por ali.

– Ela pode ser minha amiga? – Jack rebate com um sorriso malicioso, praticamente devorando-a com os olhos.

– Ei cara, a Sophia não é dessas. Nada de mexer com ela.

Fico na frente dele numa tentativa de bloquear sua visão, mas Jack inclina a cabeça para o lado, acenando na maior cara de pau como se não tivesse ouvido uma palavra que eu disse.

– Ei, gatinha, pode vir aqui! Eu não mordo!

Sophia apenas revira os olhos e cruza os braços, optando por não sair do lugar, mas ela está sorrindo. É um daqueles sorrisos de consideração que ela dá quando Michael faz uma piada ruim, mas ainda me incomoda que ela esteja sendo amigável com uma cantada estúpida e descarada como essa.

– Ash, posso falar contigo um minuto?

Faço que sim e vou ao encontro dela, me dando ao trabalho de lançar um olhar de repreensão ao Jack. Não serve de nada uma vez que ele continua sorrindo e mandando beijos pra Sophia como se eu nem estivesse ali.

– Quem é o pevertido? – ela pergunta risonha e eu bufo com desdém.

– Jack. Ele é um amigo. – paro por aí, não querendo admitir que ele é de uma banda bem mais famosa do que a minha. – O que você queria falar?

– Oh, eu acho que a Zoe vai me expulsar.

– Quê? Claro que não! Tudo está incrível até agora, você está aqui.

A puxo discretamente pro lado e ela me dá um sorriso incerto, segurando meu braço.

– É, mas isso porque o Dave praticamente me abduziu do corredor e me jogou aqui. Zoe disse que mesmo eu sendo da equipe, não posso circular por áreas restritas sem identificação. Principalmente porque não estou aqui a trabalho.

– Isso é besteira, a gente te dá um passe livre e você fica aqui com a gente. – digo, lhe dando um abraço rápido e um beijo na testa.

Ela me segura pela cintura, indicando que eu não devo me afastar e eu espero pelos míseros segundos que o contato dura.

– A passagem de som foi bacana. Vocês vão arrasar hoje à noite. – ela comenta, ficando na ponta dos pés e requer todo o meu auto-controle para não eliminar a distância entre nós e beijá-la.

Olho pra ela rapidamente de cima abaixo, me perguntando o que fazer pra escondê-la dos olhos famintos do Barakat.

 – Por que você está tão bonita hoje?

Sophia recua um pouco desfazendo o contato visual, um meio sorriso nos lábios.

– Ei, isso nem é um elogio, é uma pergunta séria! – esclareço, disfarçando meu ciúme com uma nota de humor – É só um show, não precisava ativar o modo sedução fatal.

Ela ri alto, alcançando minha mão.

– Bem, é o teu show e daqui a pouco centenas de garotas vão estar gritando por você, então é claro que eu tenho que ativar o modo sedução fatal pra sobreviver.

A expressão teatral dela deixa claro que Sophia está brincando, mas minha preocupação é real.

– Você não precisa disso, baby. – lhe garanto sério e ela franze a testa, ligeiramente confusa.

– Ashton, isso é adorável, mas eu estou de jeans e camiseta.

– Exatamente o que eu estou falando! – ergo as sobrancelhas enfatizando meu argumento e ela ri, maneando a cabeça em negativa.

– Bem, ainda que eu estivesse toda banhada em lantejoula você não poderia dizer nada porque essa é a primeira vez que eu saio daquela casa em uma semana e o mínimo que eu posso fazer é sustentar uma aparência melhor do que a de uma prisioneira de guerra.

– Autch. Essa doeu.

– Você quem começou.

– Eu sei, desculpe.

Estamos sorrindo um pro outro quando Zoe entra na sala e eu solto a mão de Sophia rapidamente.

– Oh, ai está você. Eu não tinha te pedido pra esperar lá fora?

– Sim, mas...

– Eu a convidei pra entrar. – digo de bom grado.

– Isso é quebra de protocolo, Ashton. Você não pode simplesmente trazer quem quiser aqui pra dentro. Regras existem por uma razão.

– Mas ela tem o passe.

– Não pro camarim.

– Essa é uma baboseira do caralho. – Michael dispara de longe, sem muita paciência – Vocês não podem dar a ela um crachá tipo esse do Jack e assunto resolvido?

Zoe hesita por um segundo, medindo as palavras do Clifford.

– A bem da verdade isso é possível. – Zoe responde por fim, nos olhando um a um – Mas da próxima vez avisem com antecedência, por favor.

– Pode deixar! – concordo com o meu melhor sorriso.

Zoe nos olha mais uma vez e então pede pra Sophie acompanha-la pra alterar o nível do passe.

Jack suspira se atirando no sofá com uma garrafa de cerveja assim que a porta se fecha.

– Poxa cara, por que você não disse logo que estava comendo ela? Eu tinha ficado na minha.

– Mas que porra cara?! – protesto com um riso completamente nervoso.

– A verdade está servida na mesa, quem aceita um pedaço? – Michael entoa, sentando no outro sofá com o violão no colo.

– Vocês me matam de orgulho, filhotes. Até ontem eu tinha que ficar empurrando vadias pra cima de vocês e agora vocês estão por aí, com uma turnê solo e garotas gostosas a tiracolo. Só me avise quando vocês não estiverem mais saindo juntos, seria bacana ter o telefone dela.

Eu não tenho estômago pra levar esse tipo de conversa amigavelmente então na primeira frase, já dei as costas pra Barakat, batucando na mesa de comida. Por essa razão quase morro do coração quando Zoe toma a palavra.

– O número de quem?

– Daquela divina escultura da natureza que acabou de sair contigo. A namorada do Ashton.

– Ela não é minha namorada.

– Ela não é a namorada dele. – Calum e Luke disparam ao mesmo tempo.

– Como é? Agora eu fiquei confuso. – Jack se ajeita no sofá fazendo careta – Você tá pegando a gostosa ou não?

– Ela tem um nome, sabia? – retruco enojado.

– Que seja cara, sim ou não?

Encaro Jack por alguns segundos. Mesmo com Zoe na sala o meu orgulho me impede de mentir. Eu queria dizer pra todo mundo que eu e Sophia estávamos juntos e foda-se o resto, mas eu estava de mãos atadas.

– Não parceiro. – Calum responde por mim – Sophia é a nossa stylist, nós somos todos amigos.

– Quer dizer que o Ashton não vai vir todo macho pra cima de mim se nós dermos uns amassos durante o show?

–  Faça o que quiser, cara. – suspiro aborrecido.

– Nesse caso, se me dão licença, senhores, vocês tem um show pra preparar e eu uma dama pra conhecer. Eu acho que o resto da banda vai aparecer mais tarde, mas por via das dúvidas, eles mandaram um alô! – Barakat acrescenta rápido antes de sair da sala.

Zoe me olha esperando explicações.

– Tem algo que vocês queiram me contar?

– Não. – dou de ombros – Você viu a coisa toda.

– Certo. Estou resolvendo a questão do passe da stylist, mas eu sugiro que vocês tomem banho e se preparem pro show antes de receberem qualquer outra visita.

A baixinha de olhos grandes nos olha séria e só deixa a sala quando cada um de nós garante ter entendido a mensagem.

– Argh... Foda-se a minha vida. – suspiro chutando o sofá, cobrindo o rosto com as mãos.

– Relaxa cara, a Sophia não vai dar moral pro Barakat. – Calum comenta em um tom amigável.

– É, eu sei.

Eu sei?

– Eu não gosto de toda essa coisa secreta. – diz Luke – Me deixa nervoso.

– Não seja idiota, Luke. – Michael murmura, ainda dedilhando o violão – Pense em todas as histórias que nós vamos poder contar no dia do casamento.

Solto uma risada alterada e todo mundo me olha torto.

– Eu e a Sophia casando. – repito, rindo novamente ao ouvir as palavras em voz alta.

– O que é tão engraçado? – Calum questiona.

– Eu e a Sophie casando! – repito soando meio louco, odiando Michael por colocar a imagem de uma Sophia vestida de noiva na minha cabeça – Nope. Isso não vai acontecer em um milhão de anos.

– Você está começando a me assustar cara. – Luke murmura se encolhendo no sofá.

– E essa vai ser outra história que eu vou contar no dia do casamento. – acrescenta Michael.

– Vocês não estão entendendo, galera. O meu lance com a Sophie é pra ser divertido e casual... Não é nada sério.

Calum me olha apático.

– Divertido e casual foi a garota que eu conheci no Nice Guy semana passada. Nós curtimos, ela era bonita, agradável e se eu encontrá-la novamente eu estarei mais do que feliz em leva-la pro meu quarto de hotel. Mas isso não significa que eu estou disposto a escondê-la na minha casa como a porra da Anne Frank por uma semana inteira. Não é assim que “divertido e casual” funciona, Ashton. Confie em mim, eu saberia.

– Escuta só, eu gosto da Sophia, okay? Eu gosto pra caralho. Ela faz tudo parecer divertido e é sempre empolgante quando nós estamos juntos, mas... Com ela um dia é uma coisa e no seguinte pode ser outra completamente diferente. Não tem como saber.

– Então pergunte, homem! – Calum dá de ombros.

– Você já tentou conversar com aquela mulher? Ela é de longe a criatura mais intimidadora que eu já conheci. Não, na verdade eu acho que ela está empatada com a minha mãe. Ela tem uns olhares que te botam no lugar na mesma hora e... Quem sou eu? Como eu devo chegar nela e dizer que eu não quero que ela fique com outro cara além de mim? Ela vai surtar e vai fugir! Não, não,  é melhor deixar as coisas como estão.

– Você está tagarelando. – observa Luke.

– Porra, ele tá tagarelando. – Michael concorda com um sorriso incrédulo, se endireitando no sofá.

– Calem a boca. – retruco nervoso.

Que bom que eu estou prestes a tomar banho, porque já virei uma bola de suor a essa altura.

– Ashton. – Calum chama sério – Vocês foderam no meu quarto. Vocês deixaram um rastro de destruição e poças d’água por todo o lugar e eu pensei, “hey, Cal, não esquente a cabeça com isso, pelo menos eles estão apaixonados, não é mesmo?”.

– Eu me ofereci pra trocar de quarto com você. – rebato impaciente, tirando o cabelo da testa.

– Essa não é a questão.

– Além disso, nem é o teu quarto! Aquela casa é alugada. – completo perdendo o foco – Amanhã mesmo nós já teremos dado o fora dali.

Calum ergue uma mão me interrompendo.

– Onde estão tuas bolas cara?!

– Onde elas sempre estiveram durante os meus dezenove anos de vida, Calum.

– Por que eu não estou filmando isso? – Michael ri.

– Eu entendo o que o Ash quer dizer. – Luke comenta de longe e eu jogo as mãos pro alto, grato – Eu também ficaria nervoso em namorar alguém como a Sophia. Ela chama muita atenção. Tipo... Eu nem acho que é só pela beleza, ela é bem amigável e tudo mais, mas eu prefiro garotas discretas. Imagina só quantos Jack’s Barakat existem por aí a fora? Eu não ia conseguir dormir em paz sabendo que eu ia ter que competir com eles todo santo dia pra continuar com a garota que eu amo.

Olho pra Luke, me sentindo estranhamente ofendido pela falta de sensibilidade dele, mas por outro lado, me identificando com cada palavra. Quero dizer, quando eu estava na eminência de conquistar toda a fama e fortuna, parecia razoável sonhar em ficar com a Sophia, mas agora? Cara, agora eu não tenho muito a oferecer além de uma temporada no sótão da Anne Frank e uma dúzia de cartões postais.

– A Sophia gosta de ti cara. – Calum volta a falar, captando minha atenção.

– Como você pode ter tanta certeza? – meu gemido é quase uma súplica.

– Ela acha as tuas mãos anormais bonitas. – Michael interfere – Tem prova de amor maior que essa?

Calum suspira pesado e diminui a distância entre nós, colocando uma mão no meu ombro.

– Ashton, você é o Nutella.

Michael desata a rir e eu faço careta, desapontado com a resposta.

– E eu deveria saber que diabos isso significa?

– Não, você só precisa ir lá dizer pra Sophia que você vai esperar por ela. E muito gentilmente pedir que ela espere por você também.

– Esperar no altar, ele quer dizer. – Michael sussurra e eu reviro os olhos.

– Nós temos um show pra fazer e vocês aí falando em nutella e casamento. Quão ridículo é isso?

– Vocês quebraram a minha cama e eu tenho dormido no quarto do Luke desde então. Você me deve essa.

Mordo o lábio inferior, indeciso, e Calum me dá um meio sorriso de encorajamento.

– E se ela disser não? – pergunto na voz mais baixa possível.

– Bem, irmão, nesse caso você mantêm as coisas divertidas e casuais. – ele bate no meu ombro, ostentando um imenso sorriso e eu balanço a cabeça, concordando.

– Valeu cara. Foi um bom conselho.

– É, eu tenho os meus momentos.

Com isso Calum dá meia volta e coloca o som nas alturas, se atirando em cima de Luke enquanto deixa Blink 182 tocar no camarim.


Notas Finais




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