História Único toque - Sensações - Part 1

Suspiro.

Sinto um incômodo no peito como se o meu coração fosse se expandir. Que saudade desse olhar! O senhor Bieber está maravilhoso. Está perfeito! Trajava uma blusa social branca dobrada aos cotovelos, gola arregaçada, jeans escuro e seus cabelos estavam bagunçados jogados para o lado e estavam incrivelmente grandes a altura das bochechas. Estava lindo! Seus olhos ainda tinham uma expressão espantosa com as pálpebras expandidas e lábios entreabertos. O rapaz atrás de Justin acendeu a luz iluminando o quarto ainda com a sua feição de surpresa. Pude analisar melhor o senhor Bieber apesar de a escuridão ter o deixado com um ar maduro e sexy. Seus lábios tremeram levemente como se quisesse pronunciar  algo, mas não pude ouvir quaisquer som de seus lábios. Minha preocupação começou a se elevar. Não se altere senhor Bieber, por favor.

- Justin – O rapaz atrás de Justin tocou o seu ombro com a mão livre e começou a dizer quando foi interrompido pela voz rouca e engasgada de Justin como se não soubesse o que dizer.

- Ryan – Deu uma pausa e piscou um par de vezes – Me diz que não é apenas uma alucinação, um sonho. Por favor, diga que ela está olhando para nós – Outra pausa – Para mim – Sussurrou como se fosse algo difícil de dizer. Ryan desviou os olhos de mim e olhou para Justin caminhando e ficando ao seu lado.

Então, esse é o Ryan? Preciso o agradecer  por colorir este quarto com muito carinho com as flores e balões que demonstrava o quanto se importava. Muito obrigada!

Gostaria de poder dizer algo, porém, não sei o que dizer. Posso estar pálida pela expressão de Justin sobre mim, parecia um tanto surpreso, feliz e inacreditado.

- Não, Justin. Você não enlouqueceu, ela está aqui, ela sempre esteve aqui por você – Disse Ryan dando leves apertos no ombro de Justin – Ela aguentou firme por você, cara – Balançou levemente o ombro de Justin sorrindo. Justin soltou uma risada fraca que logo vieram soluços o que o fez levar as costas dos dedos da sua mão que estava na maçaneta aos lábios como se aquele ato pudesse parar a sua pulsação de soluços e secar os seus olhos que começavam a inundar suas bochechas. Não Justin, não chore por mim. Não sofra mais, eu sinto muito!

Aquele momento foi tão inesperado que não tenho reação. Claro que teria que enfrentar os meus erros indo até o senhor Bieber e lhe oferecendo minhas sinceras desculpas e o meu apoio como Katherine pediu antes de partir para a claridade, porém, planejei este momento fora do hospital e não no momento em que eu despertasse.

Acordar. Não posso acreditar que estou finalmente acordada após tanto tempo. Acordada, finalmente, e o senhor Bieber está surpreso por me ver, surpreso por me ver e eu poder retribuir o olhar.

Pude ver Ryan puxando Justin para um abraço após Justin apoiar a ponta de seus dedos sobre as têmporas e seus ombros balançarem. Não Justin, por favor. Não chore mais. Não quero ver a dor que estou lhe causando. Meu coração está sendo esmagado pela dor que Justin sente!

Ryan disse algo como ir chamar o doutor fazendo Justin fungar, balançar a cabeça levemente e Ryan o puxar para mais um abraço confortante antes de se afastar.

Ryan, após sair, encostou a porta fazendo com que os meus olhos se desviassem para o homem que me fitava com os olhos molhados pelas lágrimas que, inutilmente, tentou limpar com a costa de sua mão. Justin depositou o seu smartphone dentro do bolso traseiro do jeans se aproximando em passos lentos e ansiosos. Ele parecia nervoso com a situação. Eu não me encontrava de outra forma.

Estava tão ansiosa e ao mesmo tempo apavorada. Não imaginei estar diante de Justin assim que meus olhos pudessem olhar o horizonte. Justin, por sua vez, parecia cheio de esperanças. Era incrível que, mediante a situação, Justin acreditava que tudo no fim daria certo. Sempre me dizendo que as pessoas tinham uma segunda chance e contando o quanto as pessoas que já passaram pela situação de estar na linha entre a vida e a morte souberam aproveitar a sua segunda chance. A segunda chance de viver.

Eu, particularmente, não parei para analisar como seria a minha vida após acordar e ver que todos ao meu redor estivera se importando e até mesmo, perdendo as esperanças, mas sempre estando presente e clamando pela minha volta. Ah tantas dúvidas! Não há mais o que fazer, estou destinada a sofrer por esse amor proibido que sinto pelo senhor Bieber, apesar de saber que Adam está ali por mim oferecendo o seu real amor, e infelizmente, sou incapaz de sonhar e me ver ao lado de alguém que não seja o senhor Bieber mesmo tendo a certeza através de vários momentos que, isso, não irá acontecer.

Apenas torço pela recuperação de Katherine para que ela esteja ao lado de Justin o mais rápido possível devolvendo o sorriso novamente para a sua bela face. A face que sempre sonhei em tocar com meus lábios demonstrando todo o meu amor através do pequeno toque puro e sincero.

- Como se sente, meu amor? – Ouço uma voz fraca que saiu de seus lábios rosados e sorridentes interrompendo meus pensamentos que caminhava pelo lado profundo de  minha mente.

Justin se encontrava ao lado de meu leito sorrindo e apoiando sua mão direita sobre o lençol ao lado de minha mão. Queria poder enlaçar a sua mão, entretanto, seria algo inapropriado, afinal, Justin pode estar aqui apenas para prestar sentimentos por ele se culpar, de alguma forma, pelo meu acidente. Não posso compreender esse pensamento de Justin. Isso estará presente na lista de minhas dúvidas e respostas.

Tentei dizer algo ao senhor Bieber como  um simples “Olá”, porém pude sentir uma fraca dor ao descolar os meus lábios. Fechei os olhos em uma breve careta.

- Sente alguma dor? – Seu olhar demonstrava preocupação e desespero como se tivesse medo que, ao fechar os meus olhos, eu não os abrisse nunca mais. Pude ver quando Bieber segurou a minha mão levando aos seus lábios depositando um beijo suave na pele das costas de  meus dedos e aspirando o meio deles fechando os olhos como se fosse algo tão maravilhoso. Suspirei, voltando a  fechar os olhos podendo sentir a sua proximidade que durará pouco fazendo com que meus olhos se  abrissem lentamente estando semicerrados.

Justin não tirara o seu sorriso dos lábios o que acendeu o meu coração de alguma forma. Consegui fazê-lo sorrir apenas por estar de olhos abertos.

- Eu – Respirei fundo ao sentir um incômodo de dor em minha língua ao pequeno esforço e movimento dos lábios. Minha voz saiu fraca que tive medo de Justin não ter compreendido. Ele aproximou o rosto olhando em meus olhos entrelaçando nossos dedos.

Katherine irá me matar!

Ele entrelaçou nossos dedos.

- Diga, meu amor – Juntou nossas testas fechando os olhos e logo, escorregou a ponta de seu nariz desenhado sobre minha testa e seguindo para as bochechas aproveitando cada  centímetro de minha pele aspirando profundamente o meu cheiro por onde passava. Fechei os meus olhos. O que posso fazer? Estou tão envolvida quanto ele neste momento. Era como se sempre estivéssemos esperando por um longo tempo para nos unir novamente apesar de, apenas eu estava ansiosa para olhar nos olhos de Justin. Não posso simplesmente  dizer a ele que pare, esse momento está sendo perfeito, não há nada que me faça querer o afastar .

Após tanto tempo sem poder olhar em seus olhos, vejo que meu amor pelo senhor Bieber floresceu deixando meu coração transbordando flores do jardim de nosso amor. Do amor que floresce apenas no meu jardim.

O coração do senhor Bieber está transbordando Katherine Moore.

- Como senti a sua falta, meu amor! Como tive medo de te perder. Perdoe-me, amor, por favor, me perdoe! Eu devia ter me segurado naquela manhã. Não devia ter me  sobressaído daquela forma, Kath, - Franzi o cenho com leveza. Kath? Justin levantou o seu rosto novamente encontrando a pele de nossas testas e olhando diretamente em meus olhos. Seu olhar era profundo e obscuro – Eu jamais desejaria fazer você sofrer. Eu amo você, meu amor! Não posso te perder. Eu tenho a total consciência de que a culpa fora minha, não me deixe Kath – Seus olhos estavam cheios como o oceano, logo gotas de suas lágrimas escapariam através de seus cílios – Não viveria sem você. Sou totalmente dependente á você. Não posso te perder. Não suportaria – Justin soluçou alto e  engasgado como se a sua forma de segurar os soluços á garganta fosse falha. Tentei levantar meus braços para unir ao entorno de seus ombros o convidando a uma forma de conforto, entretanto, meus braços não saíram do lugar, não pude movimentá-los, pareciam tão pesados e sensíveis.

Apenas apertei sua mão macia e quente em meio a nossas mãos unidas. Justin deixou um sorriso fraco tomar conta de seus lábios em meio aos soluços fechando os olhos deixando enfim, as suas lagrimas escorrerem por suas bochechas e irem de encontro a pele de minhas bochechas e queixo. Por favor, Justin, não chore! Não sofra mais.

Como eu queria poder abraça-lo e demonstrar o quanto está sendo difícil para mim também, mas que em meio ao sofrimento sempre a uma segunda chance, assim como ele me encheu de esperanças e eu pude aproveitar minha segunda chance e olhar em seus olhos outra vez.

Pude sentir nossas testas se afastarem e Justin passar as costas de sua mão livre em suas bochechas na tentativa falha de ás fazer evaporarem. Pude sentir seu aperto em nossas mãos entrelaçadas e elevei meus lábios em um fraco sorriso.

                Quando Justin abriu os lábios para se pronunciar, a porta sendo aberta o interrompe. Observamos Ryan passando por ela, agora sem sua xícara, em passos apressados e precisos parando ao lado de Justin que o fitou sem separar a nossa união de dedos.

- O doutor Robert já foi para casa, parece que seu plantão terminou faz 4 horas. A recepcionista entrou em contato com o doutor a pedido dele sobre alterações no estado de Kath e de outro paciente que está sobre seus cuidados. Ele está a caminho – Ryan disse com a voz cansada como se ir a procura do doutor fosse moderado por uma corrida de 20km.

- Obrigado, Ryan! – Disse Justin passando novamente a sua mão abaixo dos olhos antes de colocar sua mão sobre o ombro esquerdo de Ryan dando uma leve balançada. Ryan assentiu dando um meio sorriso e seus olhos se desviaram para mim. Ele caminhou até a beirada da cama ao meu lado esquerdo e tocou minha mão embrulhando em seus dedos. Podendo analisa-lo melhor, Ryan era loiro e tinha belos olhos azuis. Me lembravam os olhos de Kath, seriam irmãos? Trajava blusa social vermelha e jeans marinho. Em seu pulso direito havia um relógio dourado brilhante e em seu dedo anelar esquerdo havia uma aliança cintilante. Ele era casado!

- Como você está, Kath? – Observei novamente os seus olhos quando as palavras sobrevoaram para fora de seus lábios rosados. Ryan era um homem muito bonito, admito.

- Eu – Tento dizer, porém, sinto um incomodo na garganta. Como está seca! Preciso de água – Eu... Ryan – Fale logo, Hazel!

- Diga Kath, estou a ouvidos – Diz Ryan aproximando o rosto para melhor ler os meus lábios já que, minha voz era como chiados de um rádio velho.

- Eu – Resolvo apenas mover os lábios para ele – Sede. Água – Digo o vendo voltar a sua posição ereta e olhar para Justin. Oh, Justin ainda está aqui me observando e segurando nossas mãos entrelaçadas. Entrelaçadas.

- Melhor esperar o doutor, Kath. Não sei qual o risco pode ocorrer – Vejo Justin falar olhando para mim, agora, com os olhos calmos e cheios de ternura – Não posso arriscar te perder outra vez – Vejo uma sombra de tristeza passa por seus olhos. Ryan mexe desconfortável ao meu lado. Observo-o.

- Tudo bem para você, Kath? Não se esforce, lhe pedimos – Diz Ryan calmo sorrindo me trazendo confiança. Sorrio levemente.

- Tudo bem – Movo os lábios para ele. Ryan aperta minha mão como resposta.

- Está sentindo alguma dor, meu amor? – Pergunta Justin sentando em uma poltrona pérola ao meu lado direito da cama e se apoiando os seus cotovelos sobre a cama  levando nossas mãos entrelaçadas até os lábios depositando um beijo flutuando carinho. Oh, como eu o amo!

- Estou bem – Movo os lábios pausadamente para Justin que assenti e respira fundo fechando os olhos sentindo meu cheiro hospitalar que emite de minha pele. Ele parece não se importar – Por que Kath? – Preciso saber o que está havendo, eles não podem esquecer que Kath está viva no hospital. Sou Hazel Forbes e não Kath Moore. Kath Moore, gostei da abreviação.

- Pode repetir, Kath? – Diz Ryan fazendo Justin abrir os olhos rapidamente olhando meus olhos desviando para meus lábios esperando algo que eu falasse.

Não posso magoá-lo! Não depois de tudo que causei.

Desvio meu olhar dos de Justin e encaro Ryan.

Resolvo que não é o momento para minhas perguntas apressadas.

- Obrigada, Ryan – Digo rapidamente engolindo em seco. Está difícil de mover os lábios para falar. Não posso simplesmente lhe dizer que sei sobre as flores e balões que tem me enviado.

- Não se preocupe com isso, Kath. Estou com saudade de suas maluquices – Ele dá uma risada nasalada fazendo Justin o acompanhar e vendo minha expressão neutra, cessam e pigarreiam. Maluquices?

O ambiente está tão estranho entre nós.

Está tenso.

- Ryan, você avisou a senhora Moore sobre Kath? – Justin perguntou.

- Não, estava desesperado pelo médico e acabei não me lembrando disso. Ela vai querer nos bater por não estar aqui quando ela abriu os olhos – Um sorriso aparece em seus lábios rosados – Vou ligar para ela. Durma, doce Kath, você precisa descansar para enfrentar a fera da sua mãe – Ele deposita um leve beijo em minha testa e afasta nossas mãos tateando os bolsos de seu jeans logo saindo do quarto.

Olho novamente para Justin, ele está pensativo encarando a lua brilhante através da grande janela.

Preciso me atualizar. Kath acordou finalmente, isso é incrível! Kath pode assumir o seu cargo de bela e elegante esposa Bieber e gerente da bela empresa que trabalho. Trabalhava, afinal. Poderia pedir Kath uma revira volta, mas não sou capaz de me entreter entre o romance de Kath e Justin. Eles serão felizes nem que para isso, eu me mude para a casa dos meus pais.

Como diz Ryan, minha mãe vai soltar os cabelos quando souber que não estava presente em seu momento mais esperado. O meu momento mais esperado.

- Justin, como está Kath? – Está de volta as minhas perguntas. Preciso saber como Kath está. Ela tem estado em meus pensamentos todos esses dias. Não ficarei em paz até saber que ela está de volta em sua casa.  Justin se encontra flutuando em pensamentos olhando para a janela. Aperto levemente nossas mãos unidas despertando os seus olhares que buscam os meus rapidamente. Justin ele sorri. Um sorriso sincero. Como esperei tanto por isso – Como é bom ver você sorrindo – Digo fazendo Justin depositar um beijo na ponta de meu nariz, sorrio sentindo cócegas. Levanto minha mão livre disfarçando meu esforço para que Justin não se preocupe. Sinto meu pulso doer ao se encontrar no ar a caminho das bochechas de Justin. Ao tocar a sua bochecha esquerda,  ele fecha os olhos. Noto que, em meu pulso, se encontra uma tala enfaixada. Eu tive  uma lesão no pulso? Sorrio observando Justin apreciar os meus dedos deslizando pelas suas bochechas ásperas. Sua barba dourada começa a brotar ali. É quase impercebível.

Vejo que Justin está com os olhos fixos em mim enquanto segura minha mão sobre a sua bochecha. Meu pulso não aguentará por muito tempo.

Parecendo saber, Justin vira a sua bela face em direção a minha mão depositando um beijo calmo e lento antes de voltar com a minha mão para baixo a deixando apoiada em minha barriga. Sinto seus dedos passarem levemente por meu ventre antes de suspirar fechando os olhos como se minha pele queimasse os seus dedos através do lençol hospitalar neve que me cobre. Franzo a testa e Justin volta a olhar para mim com seu sorriso de volta aos lábios mas o canto de seu olhar demonstrava o quanto estava triste. Oh não! Arregalo meus olhos. Justin perdeu Rose, por esse motivo se encontra tão perdido em pensamentos. Oh meu Deus! Kath deve estar arrasada. Preciso vê-la.

- Justin – Corrijo rapidamente – Senhor Bieber, me leve para ver Kath? – Ouço uma voz baixa e percebo que saiu dos meus lábios. Consegui emitir um fiasco de voz que fez Justin compreender o fazendo franzir o cenho com a sua mão ainda sobre meu ventre. Não se torture, Bieber!

- O que disse, amor? – Amor? Pensei que Bieber estava demonstrando o seu carinho com ‘Meu amor’. Ele está levando isso muito a sério.

- Me leve para ver Kath, senhor Bieber, eu imploro – Digo com a voz arrastada e dor transmitindo pelo tom de minha voz. Eu preciso vê-la outra vez.

Justin uni as sobrancelhas e os seus belos olhos se arregalam. Ele parece abarrotado e confuso. Se levanta soltando nossas mãos unidas e meus olhos pousam em suas costas enquanto Bieber passa as mãos pelos seus fios dourados. Parecia atordoado.

Sinto o vazio de minha mão sem o seu calor. Volte Justin!

Ele se vira para mim e seus olhos demonstra o quão confuso está a sua mente. Gostaria de saber o que está pensando. Ele não quer que eu veja Kath? Por quê? Não confia em mim o suficiente?

Hazel, ele nunca confiou em você!

Esse pensamento faz meu estomago ronronar e o enjoo atormentar minha garganta. Não posso passar mal logo agora que o senhor Bieber está aqui! Justin olha para as máquinas ao meu lado de olhos arregalados e sigo os seus olhos. Meus batimentos cardíacos estão acelerados. Logo vejo o vulto de Justin que se apoia sobre mim segurando meu rosto com as duas mãos e beijando todo o meu rosto de forma desesperada.

- Não, por favor, Kath! Não me deixe outra vez, por favor. Aguente firme, meu amor! Não me deixe – Disse me abraçando e respirando o ar de meus cabelos. Cabelos? Eu estava com eles tão curtos que mal dava para me olhar no espelho e não sentir a falta de meus cabelos que iam até meus ombros.

Ouço vozes e vejo Ryan afastando Justin de mim. Não Ryan! Deixe ele aqui. Preciso do seu calor.

Droga! Não posso partir, não agora!

Vejo o doutor Robert falando algo, não consigo compreender, estou suando e pareço exausta. Está tudo em câmera lenta, não consigo saber o que está havendo. Justin parece atordoado lutando contra os braços de Ryan que o arrastam para fora do quarto.

Posso perceber doutor Robert segurar o meu rosto clamando ‘senhorita, está me ouvindo? Senhorita!’ e sinto meus olhos pesarem. Luto para mantê-los abertos. Não posso voltar para o coma. Não! Não posso partir. Preciso ser o apoio do senhor Bieber. Ele precisa de mim! Agora posso ver o quanto ele precisa de um apoio, ele precisa de Kath. Ele precisa de mim!

Tenho uma imagem do doutor Robert e uma enfermeira aplicando algo na veia de minha mão direita e adormeço.

- Ele não precisa de mim!

- Por favor, não diga isso, Hazel. Ele necessita de você! – Viro meu corpo e vejo Kath com vestes brancas e cabelo preso em um coque mal feito incrivelmente lindo. Estamos em algum lugar que não posso identificar, todos os lados que olho vejo uma imensidão branca. Parece que fui tomada pela nuvem branca que levou Kath. E a mim.

- Kath? O que faz aqui? – Pergunto e logo me viro procurando algo naquela imensidão branca com vapor de águas gélidas. Sinto um arrepio. Volto a olhar para Kath quando ela diz e vejo que ela se aproximou alguns passos.

- Hazel, não é o que parece, você entendeu tudo errado. Hazel, faça Justin feliz, pelo amor de Deus. Não o deixe sofrer, ele está acabado. Não me faça sofrer tanto – Seus olhos estavam marejados, mas as lágrimas não rolavam.

- Kath, eu não posso roubar o seu lugar, droga! Justin é seu, sempre pertencerá a você! – Digo sentindo o amargo escorrer pelos meus lábios. Oh, como fui rude – Kath, me per...

- Hazel, o que há com você afinal? Justin está á seu alcance. Liberte-se dessa amargura. Justin não é mais meu, ele é seu! Não há mais nada que eu possa fazer em relação a isso. Hazel, ele precisa de você. Você não pode abandoná-lo agora.

- Não irei abandoná-lo. Nunca faria isso. Eu apenas não poderei ficar com o seu marido, Katherine! A s coisas não são assim! Precisa entender que meus sentimentos estão feridos e confusos. Não sei mais o que fazer – Coloquei a mãos na cabeça olhando para baixo atordoada. Vou enlouquecer.

- Você não vai enlouquecer, Hazel. Justin irá te amar. Não me faz ter que repetir a minha bela história de amor. Hazel, ele é o rapaz mais adorável do mundo. Sei que não está sendo fácil para você, apesar de não conseguir entender. Você saberá o que fazer, tenho certeza, você é capaz de ajudá-lo apenas com o olhar. Precisa estar com ele.

- Estarei com ele, mas não significa que irei ser tão ignorante a ponto de forçá-lo a se apaixonar por mim. Ele jamais olhou para mim e jamais irá olhar.

- Ele olha para você, Hazel, acredite! Ela já te ama! – Ela diz com um sorriso franco me puxando para um abraço que aceito enterrando minha cabeça em seu pescoço e suspirando.

- Eu não posso, Kath, não posso! – Digo com a voz embriagada.

- Hazel, ele precisa de você! Você precisa dele? – Pergunta me afastando de seus ombros olhando em meus olhos. Eu preciso de Justin? Conseguiria seguir em frente depois de tudo que passou? Como será minha vida a partir de agora? Não o verei nunca mais? Posso suportar tanta dor? Não! Eu não posso suportar, sou tão fraca que me sinto desprezível. Droga! Eu preciso dele sempre.

- Sempre, Kath! – Digo abaixando o olhar não podendo dizer isso olhando em seus olhos, afinal, ela ama ele mais que a si mesma. Percebo que a mão direita de Kath tem um pontinho preto que ao passar meus dedos em forma de carinho sobre, vejo que é uma pintinha. Uma pintinha fofa!

- Você precisa dele e ele de você. Você saberá fazê-lo feliz. Mantenha a calma e tudo entrará nos eixos – Kath me abraça novamente.

- Kath, o que houve com você? – Digo me referindo a ida dela ao hospital estando na UTI entre a vida e a morte. Ela pareceu compreender. Negou levemente com a cabeça sorrindo fraco logo dizendo:

- Adeus, Hazel.

- Kath! – Digo em alto e bom som fazendo minhas cordas vocais tremerem e arderem a violência de meu esforço. Gemo de dor e levo minha mão direita para a garganta e estranho a minha facilidade de locomovê-la. Massageio a região e passo levemente os dedos sobre os olhos. Me lembro do sonho que tive com Kath, parecia tão real. O que houve com você, Kath, afinal?

Ao abaixar minha mão, observo que a um pontinho em minha mão, uma pintinha fofa. Movo meus dedos levemente, sim, é uma pintinha. Arregalo meus olhos. O que me assusta, afinal, é que eu não me lembro de ter essa pintinha. Eu não tenho pinta nesse lugar.

Essa pintinha fofa pertence á Kath, mas como?

O que?

Vejo o doutor Robert passar pela porta principal do quarto ao mesmo tempo em que Cameron sai do banheiro e se olham rapidamente.

- Doutor! – Cameron o reverencia sorrindo e doutor Robert apenas move a cabeça o cumprimentando sorrindo.

- Bom dia, rapaz!- Diz o doutor caminhando até minha prancheta sem direcionar o olhar para mim. Cameron volta para o banheiro distraído cantando algum som baixinho.

- Bom dia, doutor! – Digo e estranho como minha voz está mais suave e auditiva. Uau! Que melhora. Doutor Robert olha para mim através da prancheta e se aproxima da cama puxando um banquinho para perto ao meu lado esquerdo. Suspiro.

- Como você está, senhorita? – Diz doutor Robert me analisando com um sorriso no rosto. Ele parece bem.

- Estou com fome e sede – Digo após sentir meus estomago reclamar de ter ficado horas de castigo sem comer.

- Você poderá comer após duas horas, senhorita – Diz olhando o relógio prata que se encontra em seu pulso. É um relógio Rolex prateado com detalhes em vermelho.

- Relógio bonito! – Elogio o vendo sorrir sem graça e dizer:

- Meu filho me deu de aniversário – Disse doutor Robert sorrindo parecendo se lembrar de algo. Seu filho. Adam? Provavelmente.

- Como está Adam? – Digo o vendo franzir as sobrancelhas.

- Conhece o Adam? – Oras, claro que sim. O que está havendo? Estão me tratando como uma criança que não sabe nem andar sobre as próprias pernas. Mordo meu lábio inferior.

- Claro que sim, como poderia esquecê-lo? – Digo sorrindo. Seus dentes são belos e brancos. Adam teve a quem puxar sua beleza.

- Me desculpe. Não sabia que se conheciam. Então, ele está sofrendo em dobro – Diz e arregala os olhos como se falasse algo proibido. Era?

- Sofrendo em dobro? – Pergunto o fazendo se encolher. Ele bate a caneta freneticamente sobre a prancheta e logo diz:

- Apenas esqueça senhorita. É algo que não precise se preocupar – Diz de forma amigável – Vamos aos exames? Preciso que me responda algumas perguntas, tudo bem?

- Diga a ele que preciso vê-lo – Digo a ele me referindo ao Adam, sinto tanto a sua falta. Devo estar horrível, meu rosto pode estar desfigurado pelo acidente. Droga, é melhor que ele não venha.

- Direi, ele está na casa dos tios no campo, disse que precisava se distrair. Darei o recado a ele – Diz doutor Robert e escutamos um barulho da porta do banheiro sendo aberta logo saindo Cameron de lá carregando toalhas, cadeira com rodas e uma sacola para fora do banheiro. Ele olha para o doutor Robert e diz que já está de saída, então, desvia os olhos para a cama e me vê deitada, imóvel, inabilitada sem se mexer – Ah sua danadinha. Esperou eu me esforçar tanto para lhe dar banho para acordar dez minutos depois que terminei. Você é má, Katherine! – Diz, fazendo uma careta emburrada o que me faz sorrir. Ele me deu banho? Posso sentir o cheio de sabonete que inala de meu corpo. Cheiro de rosas. Cameron me dá banhos? Só de pensar ele lavando cada parte de meu corpo sinto minhas bochechas ficarem quentes e paro de rir na mesma hora em que doutor Robert o agradece e Cameron deposita um beijo em minha testa antes de deixar o quarto. Mais parece uma suíte de um hotel chique do que um hospital. É confortável estar aqui.

- Ele é uma peça – Diz doutor Robert, me olhando me fazendo assentir sorrindo.

- Doutor, posso me sentar? -  Pergunto sentindo um desconforto ao olhar para o doutor de baixo para cima mostrando o quanto estou impossibilitada. Isso é horrível! – É ruim a sensação de não me mexer. Quero ao menos me sentar – Doutor Robert parece pensar antes de se levantar depositando a prancheta e a caneta dourada no banco e arrumando almofadas que não sabia que tinha no quarto e levantando a cabeceira da cama com o controle remoto e posicionando os travesseiros que eu poderia mergulhar na leveza deles. Fico em uma posição confortável, não completamente sentada, mas estou bem – Obrigada, Doutor!

- Não se preocupe! Não pode se levantar mais do que isso. Não pode se esforçar, compreende? – Balanço minha cabeça afirmando e digo:

- Sim, obrigada! – Sorrio e o vejo se sentar novamente retornando a sua posição – Doutor, por que todos estão me chamando de Kath ou Katherine? É completamente confuso – Meu argumento parece tirar o chão dos pés do doutor Robert. Ele arregala os olhos e deixa a caneta cair a olhando, distraidamente enquanto se choca com o chão. O que há de errado?

Doutor Robert levanta os olhos novamente e parece não ter a resposta que preciso.

- Seu marido é bastante protetor, não é mesmo? – Ele desvira o assunto totalmente do avesso. Que marido? Não tenho um que eu me lembre.

Olho para os olhos do doutor tentando encontrar algum vestígio de brincadeira, mas não encontro o que espero. Há sinceridade em seu olhar.

- Não me lembro de ter me casado – Digo apreensiva fazendo doutor Robert encolher os ombros e anotar algo na prancheta.

- Doutor, o que está havendo? – Estou nervosa, meus pensamentos estão viajando em lugares distantes atrás de uma resposta. O que houve com todos desse hospital? – Por que o Cameron me chamou de Katherine, doutor? Não é possível que ele, meu enfermeiro, tenha supostamente se confundido.

- Senhorita, mantenha a calma, preciso que me diga do que se lembra - Diz olhando para a prancheta parecendo pensar. O que me lembro? Como posso saber, não parei para analisar.

- Lembro que moro com minha amiga Clarke e trabalho em uma empresa como secretária - Posso ver doutor Robert franzindo o cenho - Doutor, o que está havendo? Por que todo esse mistério?

Estou apavorada. Todos enlouqueceram?

- Apenas continue, senhorita. Preciso fazer alguns exames antes de qualquer conclusão - Diz doutor Robert olhando para meus olhos com a preocupação espelhando neles. Preciso saber o que está havendo.

- Tudo bem, me desculpe. Pode apenas me responder por que não estou sentindo dor? - Pergunto alisando a pintinha fofa em minha mão. Como ela foi parar aqui, afinal?

- Lhe apliquei um remédio parente da morfina. É perigoso, você poderia ter falecido, mas o seu marido está arrasado. Estava todos os dias no hospital com esperanças de você acordar e me pediu que, quando você melhorasse, eu não deixasse você morrer - Diz dando uma pausa antes de dizer a ultima palavra. Morrer? Justin seria o meu marido secreto? E por que se preocupa tanto com o meu bem estar? Permitir o doutor que aplique um remédio parente da morfina em mim para que não me perca não seria egoísmo? Ele quer se vingar? Afinal, não posso me prender ao senhor Bieber, ele pertence á Katherine Moore, e eu fiz Kath sofrer. Ele pode estar querendo me fazer sofrer com as próprias garras.

Não! O que? Justin parecia mais abalado do que alguém com a intensão de se vingar. Vingança não existe no vocabulário de Justin Bieber.

- O senhor Bieber é meu marido? - Minha pergunta saiu mais indignada do que eu esperava. Estou um tanto surpresa. Marido?

- Sim, senhorita. Não se lembra? - Perguntou doutor Robert parecendo um tanto agitado.

- Nunca me casei, doutor Robert  - Digo o fazendo unir as sobrancelhas e se mexer desconfortável em seu lugar.

Doutor Robert abre os lábios para dizer algo e é interrompido pelos toques na porta. Quem será agora?

Doutor Robert pigarreia antes de dizer um ‘entre’. Pela porta passa uma enfermeira que acena com um ‘Boa tarde’ e logo avisa que há alguém agitado para poder me ver. Logo doutor Robert se dirige a mim.

- Irei marcar uma consulta com a analista do hospital e exames para amanhã, tudo bem? - Diz guardando a caneta no bolso do jaleco branco impecável e se levantando.

- Tudo bem - Digo e ele me estende a mão que aperto com esforço demais.

- Não faça esforço, lhe peço. Você ainda está sob o remédio, mas se fizer esforço á dor vem mais intensa - Me encolho e o vejo se afastar. Antes de passar pela porta tenho um impulso rápido.

- Doutor! - Ele volta o olhar para mim - Eu perdi o movimento das pernas? - Engulo em seco já sabendo da resposta. Posso ter conseguido mexer enquanto acordava, mas isso não é o bastante. Pode haver casos em que se têm os movimentos, mas não tem forças para manter-se de pé.

- Sim, senhorita. Suas pernas não receberam dano algum - Ele dá um meio sorriso e parte com a enfermeira logo atrás. Oh meu Deus! Isso é maravilhoso! Obrigada! Ainda terei minha vida novamente. Ainda poderei trabalhar.

Agora nada te impede de fazer Justin feliz e ser a gerente da empresa.

Não! Esse pensamento surgiu contra minha vontade. Não posso me arriscar assim. Não posso planejar um futuro de acontecimentos que não me pertence.

A porta se abre passando por ela uma mulher altamente elegante com um suéter marinho e saltos luxuosos. Cabelos cobre, olhos azuis  e sorriso cativante. Ao seu lado está um rapaz de cabelos também cobre e olhos azuis quase cinzentos. Sardas claras nas bochechas e covinhas que aparecem em um sorriso que se encontra em seu rosto. Usa Jeans escuro e blusa branca de manga comprida. Eu poderia me apaixonar por esse rapaz. Ele é lindo! Incrível!

Desperto olhando para os cabelos cobre caindo em minha face e braços me envolvendo. Oh, a elegante mulher me embalou em seus braços em um forte abraço.

- Minha filha! - Disse afagando meus cabelos com sua mão macia e bem cuidada. Minha filha? O que? Essa não é a minha mãe - Minha menina, que saudade! - Ouço um soluço e percebo que a elegante me aperta em seus braços. Oh que hipocrisia a minha! Passo meus braços em torno da cintura elegante e ao contrário do que penso me sinto confortável em seu abraço. Fecho os olhos e aspiro ao seu perfume refrescante e doce. Esse abraço parece despertar algum sentimento em mim, pois o meus batimentos se alteram na máquina fazendo a elegante se afastar  e segurar as minhas mãos. Os seus olhos estão inundados pelas lágrimas que brilham em suas bochechas - Minha filha, como você está? Quando acordou? Sente dor? - Disparou perguntas de forma exasperada e sorrindo como se estivesse muito feliz em me ver. Olho para o rapaz belo e vejo que está sorrindo e segurando duas solitárias flores copo-de-leite. Lindas na verdade! Eu poderia me apaixonar por esse rapaz. Procuro em seus dedos vestígios de aliança, mas não há nada. Ele não é um rapaz compromissado. Mas é lindo!

- Kath, como você está, pequena? - Pergunta o rapaz me fazendo despertar e meu rosto ruborizar. Kath? Ah, não! Ele também? Por que todos me chamam de Kath?

Ele se aproxima e deposita um beijo leve em minha bochecha me fazendo fechar os olhos brevemente. Ele é tão lindo! Seus olhos são tão penetrantes. Perco o folego. Preciso saber qual o nome dele.

- Vamos filha, diga alguma coisa! - Diz a elegante me fazendo suspirar e sorrir levemente sem tirar os olhos do ser maravilhoso a minha frente.

- Estou bem - Olho para a minha suposta mãe e ela sorri agradecida.

- Trouxe essa flor para você, sei que não é sua favorita, mas me lembro de quando amava se sentar perto dessas flores no jardim da mamãe - Ele diz sorrindo e estende a flor. A elegante afrouxa seu aperto em uma de minhas mãos e eu a liberto aceitando as flores estendidas. Eu ficava sentada no jardim? Jardim da mamãe? Minha mãe adorava confeitar e não cuidar de jardim. O que está havendo?

- Obrigada - Digo com a voz fraca, estou estranhamente feliz. Ganhei flores de um rapaz lindo e charmoso - Ahn, qual o seu nome? - Digo olhando para o rapaz e vejo o seu sorriso sumir de seu rosto e o seu olhar decepcionado para a elegante que se mexe ao meu lado desconfortável.

- Filha, não está reconhecendo o seu irmão? Ele veio de Londres só para te ver - Disse a elegante me fazendo arregalar os olhos. Irmão? Não me lembro de ter um belo irmão como este. Oh meu Deus, que pecado! Ele é tão lindo. Aspiro o cheiro das flores e olho para eles a minha frente que esperam por uma resposta.

Desculpe, mas não. Não me lembro de nenhum de vocês.

Gostaria de poder responder isso. Mas não posso. Está estampado em todas as letras que esta é a família de Kath, não haveria tanto carinho de pessoas desconhecidas.

As atitudes estranhas de Justin e Ryan;

O sumiço de minha família, de minha mãe principalmente;

Cameron me chamando de Katherine;

Todos me chamando de Kath e me tratando formalmente;

Esses seres elegantes e belos me tratando como filha e irmã;

A misteriosa pintinha fofa de Katherine em minha mão;

Adam me tratando como outra pessoa;

Doutor Robert agindo estranho as minhas perguntas e dizendo que Justin Bieber é meu marido.

Oh meu Deus!

Sim, há coisas estranhas acontecendo. Estou me sentindo em um habitat que não me pertence. Onde está Clarke? Onde está mamãe, afinal? Por que me abandonou? Por que tenho outra família agora? Por que as coisas fugiram dos eixos de repente? Essa vida não é minha. E o que me assombra é que, mesmo eu negando e não querendo compreender, eu sei de quem essa vida pertence, afinal.

Essa é a vida de Katherine Moore. A vida que sempre desejei.  A vida que não me pertence.