História Unidos - Especial 1: NaruHina e GaaIno!

 (Hinata) 
  
            Eu estava pegando alguma coisa na mesa de salgadinhos quando senti a presença de Naruto-kun atrás de mim. Sua capa idêntica à minha roçou no meu ombro e eu reconheci o perfume caro que ele usava de imediato. 
           Senti minhas bochechas esquentarem e tentei controlar a tremedeira que ameaçava tomar as minhas mãos.
- Oi, Hina.- ele falou no meu ouvido, e senti todos os meus músculos se contorcerem.- Tudo bem?
- O-oi Naruto-kun.- gaguejei, me reprimindo mentalmente por isso.- Tudo sim e você?
- Melhor agora.- ele se aproximou com um sorriso sedutor e senti suas mãos em minha cintura. Me virei de uma vez e encontrei aqueles olhos azuis maravilhosos contornados por lápis de olho preto me encarando de perto.- Será que a gente pode conversar?
- Nós estamos conversando.- respondi, tentando descontroladamente permanecer firme. Ele suspirou e olhou nos meus olhos.
- A sós.- okay. Ele quer falar a sós comigo. Não é nada demais, Hinata. Não é nada demais.
- C-claro.
               Ele sorriu e pegou no meu pulso, me arrastando pra fora daquele lugar abarrotado de gente dançando e música alta.
               Saímos do salão e vi Ino me mandar um joinha e um sorriso enorme. Ela piscou e bateu palhinhas que eu não ouvi. Sorri nervosa pra ela, e Naruto-kun e eu chegamos no lado de fora. 
              A música estava abafada, e o jardim estava quase em silêncio. Continuamos andando por mais alguns segundos até acharmos um banquinho e nos sentarmos.
- Do que você gosta?- quebrou o silêncio.
- Como assim?
- Digo, seus gostos.
- Ah sim!- ponderei durante um curto momento e voltei a encará-lo.- Eu gosto de HQ’s. E séries. Filmes também. Essas coisas mais puxadas pro lado “nerd”...
- Você gosta de HQ???
- Sim, porque?- Naruto-kun me encarou com os olhos arregalados e sorriu. 
- Quer casar comigo?- senti minhas bochechas esquentarem e abaixei a cabeça, ele riu.
- N-naruto-kun…
                  Houve um silêncio entre nós. Durante uns cinco minutos, tudo que fizemos foi andar lado a lado, sem falar absolutamente nada. E aquela situação já estava me constrangendo.
- Então…- começou.
- Então…
- Nossa!- ele soltou uma risada nervosa e bagunçou os cabelos loiros. Então se voltou pra mim de uma vez e suas mãos seguraram as minhas.- Eu vou falar de uma vez.
- O-okay…
- Em primeiro lugar, você está linda hoje.- senti meu rosto esquentar e abaixei Ainda mais a cabeça.- E isso não é motivo pra ficar com vergonha. Hina, eu venho reparando mais em você há algum tempo, e eu confesso que nunca vi menina tão bonita igual a você. 
- A-arigatou…
- Hina, eu acho que tô na sua.
              Okay. O que isso significa? 
- Isso significa que eu quero você.
- Nani!??
- Hina- Naruto chegou mais perto, sua mão soltou a minha e foi para a lateral do meu rosto. Seu olhar estava vidrado na minha boca e senti meu coração acelerar.- eu vou te beijar.
              Fique a vontade. 
- E isso é uma afirmação.- assenti de leve, lhe dando permissão e seu rosto foi se aproximando do meu lentamente. 
              Fechei meus olhos quando o vi perto o suficiente para sentir sua respiração no meu rosto e não demorou muito para que seus lábios colassem nos meus. 
              Aquele beijo foi… nossa.
              Não sei nem descrever! 
              Era algo que começou calmamente, mas foi tomando tamanho e velocidade ao longo do tempo, e quando eu vi, já estávamos nos beijando violentamente. Sua mão apertava minha cintura com força, e a minha estava nos fios loiros e macios de sua cabeça. Nos afastamos minimamente para tomar ar, e quando o fizemos, começamos a nos beijar de novo. 
- Uau!- exclamou.
- Uau.
- Como nunca me disse que beijava assim?- Naruto começou a distribuir beijos pelo meu rosto todo e eu ri.
- Você nunca quis experimentar.
- Erro seu.- me olhou.- Eu sempre quis. Mas te achava inteligente demais pra querer algo comigo…
- Seu bobo.- sorri de lado.- Eu sempre quis.
- Ah é?- ele sorriu mais e eu assenti.- Então eu acho…- me deu um selinho- que nós- outro selinho- devemos aproveitar esse momento o máximo que pudermos.
- Também acho.- eu estava fazendo de tudo pra tentar parecer confiante, e tava bem hard. Esses olhos azuis não colaboram comigo nem um pouco.
- Vem cá.
              Naruto me puxou de uma vez e abocanhou minha boca em um segundo. Não começou calmo dessa vez. Aquele beijo começou selvagem e não diminuiu nem um pouco em seu ritmo. E eu meio que estava gostando disso. Ah, quem eu estou querendo enganar?! Eu estava amando aquilo!
              Ele mordeu meu lábio inferior e puxou de leve. Sua mão desceu da minha cintura e foi pro meu bumbum, no começo achei meio estranho, mas acabei por deixar. Eu estava quase precisando de uma máscara de oxigênio quando ele finalmente parou. Olhei pro rosto de Naruto e não pude evitar começar a rir.
- O que foi?- arregalou os olhos.- Eu fiz alguma coisa errada?
- Não…- tentei falar no meio do riso mas tava complicado.- você… você tá todo borrado…
- Borrado? Borrado de que?!
- De… de batom… roxo…
- AHN?
- Abaixa um pouco a cabeça.- ele dobrou os joelhos e seu rosto ficou na altura do meu. Peguei a minha capa preta e passei pela sua face, enquanto as manchas roxas iam sumindo.
- Hina…
- Sim?
- Você é tão linda…
- A-ah Naruto-kun…- senti minhas bochechas esquentaram e meu coração disparou de novo. 
- Quer saber? Não me importo em ficar todo borrado de batom.- e me beijou novamente. Soltei a capa e agarrei seu rosto, o trazendo ainda mais pra mim.
              Eu estava me sentindo de um modo tão incrível que me consumia. Minhas pernas não tremiam mais, meu coração ainda estava rápido, mas eu não ligava. Eu não estava nervosa. Estava até tranquila, por assim dizer. Não sei explicar se era pela incrível alegria que eu sentia, ou se pelo fato de Naruto me passar uma segurança tão grande. 
              Aquele beijo, era o melhor da minha vida. Aquele abraço, aquele momento. Eu nunca estivera tão feliz. Eu nunca sentira aquelas famosas borboletas no estômago. 
              Não sei ao certo quanto tempo ficamos naquele jardim, mas eu sei que foi muito. Quando finalmente nos “cansamos” de ficar ali, Naruto-kun me chamou pra ir passear com ele. 
              Estávamos andando tranquilamente de mãos dadas pelo campo quando tudo aconteceu.
              Não vi de onde Sakura-chan saiu, mas eu vi quem estava atrás dela. E quando ela nos disse o que houve, pela primeira vez na minha vida, eu tive vontade de mandar alguém pro hospital com as minhas próprias mãos. Sasuke-san apareceu logo depois, e enquanto eu levava Sakura-chan para dentro, ouvi o barulho de algo caindo no chão. Não olhei para trás, os gritos de ódio que Naruto-kun soltou logo depois, foram a confirmação que eu precisava.
              Dias se passaram e nós não tocamos no assunto. Eu via os olhares que ele me mandava e meu coração disparava a cada momento. Não contei a ninguém sobre aquilo. Talvez por estar com medo de ter sido um sonho. Talvez por vergonha mesmo. Eu estava completamente louca para falar com ele, e quando finalmente falei, eu desmaiei.
              Muito bem, Hinata.
              Você está de parabéns.
              Depois do episódio no corredor, nos falamos somente no avião de volta para Konoha.
- Hinata, tá acordada?
- Sim…- tirei um fone e o ofereci. Coloquei Million Reasons, da Lady Gaga pra tocar e ele mordeu o lábio.
- Valeu.- sorriu de canto.- Hina, eu queria falar com você.
- P-pode falar.
- A sós.- lembrei do dia do baile. Ele disse a mesma coisa antes de nos beijar.- O que vai fazer hoje à noite?
- Até agora, nada.- dei de ombros. 
- Será que a gente pode sair?- ele me olhou nos olhos.- É que eu quero mesmo falar com você.
- Pode ser então.
- Te pego às 20:00?
- Okay. 
              E ficamos em silêncio o resto da viagem, dividindo o fone e cantarolando baixinho.

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Dias atuais
Konoha, 11 a.m

(Ino)

- Ei!
              Me virei ao ouvir a voz daquele ser humano irritante que eu tanto odiava e encarei aquela cabeleira ruiva andar na minha direção. Juntei toda minha delicadeza e respondi.
- Que é?
- Mal educada.- Gaara resmungou, ao finalmente me alcançar.- Tô precisando falar com você. 
- Sobre?
- Aquilo.- senti uma onda de energia passar por mim e cerrei os punhos.
- Não há nada para falar.
- Qual é, Loirinha!- ele fez aquela cara de preguiçoso de novo e eu mordi o lábio inferior. O canto do lábio subiu em um sorriso irônico e ele arqueou uma sobrancelha, dando um passo na minha direção.- Você sabe que aquilo foi quente.
- Q-q-quente?- gaguejei, arregalando os olhos e o encarando.- Você está louco? Aquilo foi um erro, isso sim!
- Eu adoraria errar daquele jeito de novo…
                  A mão que estava em sua nuca desceu e eu a senti passar pela minha cintura. Deixou a palma da mão nas minhas costas e, sem muito esforço, me puxou pra perto dele.
- E eu sei que você também iria.- sussurrou. 
                   O arrepio que passou pelo meu corpo foi mais que o suficiente pra me tirar daquele torpor. Encarei o rosto de Gaara por pouco mais de dois segundos e, ver ele abaixando a cabeça na minha direção e com aquele sorriso me levou de volta pra realidade.
                  Parei o movimento daquela ponta de fósforo com a palma da mão inteira em sua cara e o senti bufar de raiva. 
- Hoje não, bonitinho.- sussurrei, me aproximando dele.- Hoje não.
                  Me afastei dele desfilando que nem a angel que eu sonhava em ser e ouvi sua risada sarcástica nas minhas costas. Tentei normalizar minha respiração, mas tava meio complicado. Meu coração batia forte. Porra. O que tá acontecendo? Eu sou Ino Yamanaka. Eu não fico nervosa perto de homens.
- Você me deixa louco, Yamanaka!- gritou e eu percebi um tom brincalhão em sua voz.- Completamente louco.
- Gostoso.- sussurrei, mordendo meu lábio. 
              Arrisquei olhar por cima do ombro “DISFARÇADAMENTE” e o vi me encarando e mordendo o lábio. Nossos olhos se encontraram e ele mandou uma piscadela. Bufei impaciente e continuei meu caminho até sair do aeroporto, onde o carro preto da empresa de papai me aguardava. 
              Entrei rapidamente e senti as batidas fortes no meu peito. 
- Bom dia, srta. Yamanaka.
- Bom dia, Brook-san.
              Ele ligou o carro e deu partida. Fiquei em silêncio o percurso inteiro e meu coração não diminuiu nem um segundo se quer. Eu estava inquieta. Minhas mãos suavam e a minha cabeça nunca trabalhou tanto. A imagem daquele sorriso preguiçoso e daquela postura desleixada não saíam da minha cabeça. 
              E, sinceramente, eu nem queria que saísse. A verdade era que, pensar em Gaara, um badboy do subúrbio, enquanto eu era a herdeira de uma empresa enorme do Japão e morava em um dos maiores bairros de Konoha, me excitava. 
              Eu sabia que qualquer cara carinho que papai me arrumasse, não chegaria nem aos pés daquele idiota metido a delinquente que não saía da minha cabeça.
              Eu sabia que me envolver com ele, me daria problemas.
              E eu também sabia que era exatamente isso que eu queria fazer.
- Gaara No Sabaku…- sussurrei, mordendo minha correntinha de ouro branco.- Você ainda vai comer nas minhas mãos.