1. Spirit Fanfics >
  2. Unidos nas Sombras - Parte I >
  3. Te encontrei

História Unidos nas Sombras - Parte I - Te encontrei


Escrita por: TwilightEyeEddie

Notas do Autor


Yo gente, postando aqui depois de um demorado sumiço. Pelo menos o capítulo não é pequeno, né?

Hehehe...

Capítulo 2 - Te encontrei


Shen sabia de três lugares onde Zed poderia estar: o antigo Templo da Kinkou, o Morro Mágico da Ionia Ocidental ou o bar demaciano na Ionia Oriental. Enquanto namorados, os dois costumavam ir a esses lugares em encontros ou reuniões de amigos. Pensou nisso pois, antes de tudo acontecer, o ninja das sombras dissera-lhe: "Se você não souber onde eu estou, procure nos lugares aonde nós sempre vamos. Tenho certeza de que você vai me encontrar!"

Depois de pensar um pouco, decidiu começar pelo bar. Não era um lugar desagradável, e as pessoas de lá não conheciam a ameaça que o Mestre das Sombras significava. Ele poderia se instaurar lá tranquilamente, e pouco se importar com o perigo inexistente de alguém reconhecê-lo.

Como Ionia era uma região pequena, tudo ficava perto de tudo. Isso foi um alívio para o Olho do Crepúsculo, afinal não seria tão difícil encontrar Zed, não importando para onde ele fugira. O bar estava a alguns quilômetros da floresta, e Shen rapidamente se direcionou ao tal lugar.

Após muitos minutos andando, o ninja recebeu uma transmissão de Xayah, e seu cristal de Nexus começou a brilhar. Shen tirou o objeto mágico de seu bolso frontal e o apontou para o chão, fazendo com que um feixe de luz azul surgisse e recriasse a imagem da Vastaya, com uma expressão corporal de impaciente.

"Olá, Xayah." O ninja iniciou a conversa. "Alguma novidade?"

"Não encontramos nada até agora." A harpia respondeu diretamente, frustrada. "Você não tem uma ideia de algum lugar no qual podemos procurar por ele, não?"

"Não." Mentiu friamente. "Não faço ideia de onde ele pode estar, mas Ionia é um lugar pequeno, tenho certeza de que iremos encontrá-lo rapidamente."

"Mas quem garante que ele está aqui em Ionia?" A híbrida perguntou, com medo de ser obrigada a procurar em outras regiões de Runeterra.

Shen silenciou-se. Xayah havia o encurralado, não poderia mais esconder o que sabia. Depois de um suspiro, ele respondeu: "Existem três lugares onde ele pode estar aqui em Ionia."

"E quais são esses lugares?" Ela perguntou, incomodada com a mentira do ninja.

"As ruínas do Templo de Kinkou, o Morro Mágico e o bar demaciano." Retrucou o azul, olhando para o lado com os braços cruzados, impaciente.

"Bom saber." A Vastaya desligou o comunicador rapidamente, e a reprodução de sua imagem sumiu frente aos olhos de Shen.

Embora tivesse ficado mais fácil encontrar Zed, agora que o casal Vastaya sabia onde procurar, o ninja azul se sentiu incomodado. Ele queria ter seu confronto final com o Mestre das Sombras a sós, não queria nem mesmo que Akali ou Kennen estivessem lá, era algo que ele precisava fazer sozinho.

Deixando os pensamentos de lado, ele continuou seu caminho até o bar. Foi um trajeto tranquilo, pela primeira vez nenhum ninja da Ordem das Sombras apareceu para atrapalhar.

Chegando ao bar, Shen se deparou com a porta aberta, mostrando um balcão cheio de clientes e várias mesas desocupadas. Em meio a elas, Shen encontrou a favorita de Zed, enquanto os dois ainda eram namorados. Ela ainda possuía diversas marcas de arranhões, causadas por um Zed bêbado durante uma das festas noturnas que ocorreu no local.

Desviando o olhar para o barman, o ninja se direcionou ao mesmo, para questiona-lo. Conforme se aproximava, ele percebia que o funcionário lhe era familiar. Era o mesmo homem que havia dado garrafas o suficiente para embebedar Zed de vez, mesmo contra a vontade de Shen.

Embora não recordasse o nome daquele homem, Shen sabia que ele reconhecia o relacionamento que o ninja tinha com Zed.

Quando chegou à frente do balcão, Shen ficou levantado, esperando ser atendido.

Pouco tempo depois, o mesmo barman veio para atender o ninja. Um pouco amedrontado tanto pela altura quanto pela forma que o ninja o encarava, o barista murmurou: "P- posso ajudá-lo com al-alguma coisa, se-senhor?"

Se dando conta de que ainda estava mascarado, Shen removeu a parte metálica de sua máscara e em seguida abaixou o pano, revelando por completo seu rosto.

Assim que reconheceu o ninja, o homem se acalmou, mas estranhou a notável brancura nos olhos dele.

"Ah, Shen..." Disse coçando a nuca, um pouco nervoso. "Há quanto tempo você não vem aqui, cara? O Will sente saudades de você."

Will era um dos faxineiros do local, e um grande amigo de Shen e Zed, ao menos enquanto eles iam frequentemente àquele bar. Ele também deixava claro que Zed era seu interesse romântico, e isso provocava algum ciúme em Shen na época, mas no momento não mais.

"Certamente faz muito tempo." O ninja pensou em se inclinar para uma conversa com o barista, mas precisava ir direto ao ponto. "Você por acaso não viu ninguém vestindo uma armadura cheia de tecidos vermelhos, com uma máscara cheia de espaços pra ventilação?" Descreveu de forma falha Zed, mas pensou que o homem entenderia.

Pensando por um pequeno intervalo de tempo, o barista respondeu: "Não, Shen. Não vi ninguém assim por aqui. Por quê?"

"Estou procurando por essa pessoa. Ela cometeu crimes demais e deve ser punida." Ele preferiu não mencionar o procurado como Zed. "Um deles, inclusive, foi o assassinato de meu pai."

"Mataram seu pai?" O homem ficou impressionado, não esperava por algo assim. "Caramba, Shen... Meus pêsames..." Um sentimento de pena tomou conta dele.

"Já faz um bom tempo, mas infelizmente esse tempo não vai trazê- lo de volta." Lamentou num tom seco.

"Não acho que isso vai melhorar a situação, mas..." Disse o homem enquanto procurava e pegava uma garrafa de cerveja. "Saiba que eu estarei aqui, se precisar." Pegou um copo pequeno e encheu até a boca com a bebida, oferecendo em seguida para o ninja. "Toma, essa é por conta da casa."

Shen encarou o líquido com estranhamento. Por algum motivo, ele lhe era familiar. Após segundos ainda fitando o copo, Shen sentiu-se apagando. Sua visão foi se esmaecendo, até que tudo ficou preto.

×

Quando acordou, o ninja se viu no mesmo lugar em que estava antes, porém as luzes estavam apagadas e apenas pequenos feixes de luz coloridos iluminavam o local. A situação era familiar.

Repentinamente, Shen sentiu alguém abraça-lo por trás, e depois um certo corpo se esfregando nele.

"Ei, amor..." Uma voz bêbada e conhecida o chamou. "Vamos brincar um pouco?"

Desacreditado, Shen se libertou e virou para ver quem era, surpreendendo-se. Aquela pessoa era ninguém mais que Zed, mas o antigo Zed. O Zed que ele amava, só que "um pouco" bêbado.

"Zed?" Perguntou incrédulo, passando suas mãos pelo rosto do outro. "O que--"

Antes de conseguir terminar a frase, Shen foi surpreendido pelos lábios de Zed, que selaram os seus numa tentativa de beijo apaixonado.

Era possível sentir um gosto de cerveja naquele beijo, mas Shen não se incomodou com isso. Logo fechou os olhos para aproveitar melhor o momento, embora ainda estivesse desacreditado.

Para o azul, Zed estava muito dominador. Ele o pressionava contra o balcão do barista, enquanto cobria completamente seus lábios com os dele, vez ou outra mordendo seu lábio inferior.

Era possível sentir a excitação de Zed durante aquele momento, já que o contato corporal entre os dois era quase que completo. Ele queria mais, mas infelizmente o bar não era o local adequado para aquilo, havia muita gente e Shen certamente se sentiria envergonhado. Com isso em mente, ele continuou apenas beijando e se esfregando em seu amado, mostrando todo seu desejo.

Após um tempo, o próprio Zed encerrou o beijo e ficou fitando Shen. "Amor, vamos pra um lugar mais reservado..." O tom bêbado dele era consideravelmente fofo para o azul. "Eu quero... eu quero... foder..."

Essa frase repercutiu na mente de Shen por várias vezes, e só então ele percebeu que estava vivendo um flashback. Aquele momento havia ocorrido pouco antes dele ter sua primeira vez com Zed, logo no seu próximo destino, o antigo templo.

Sua distração foi apagada quando recebeu uma mordida no pescoço e soltou um gemido abafado. Zed estava se apossando cada vez mais dele, e era uma sensação boa. As mãos do dominante passavam por todos os cantos possíveis de seu corpo, inclusive áreas íntimas, e estes movimentos o excitavam, aumentando o desejo dele pelo seu namorado naquele momento.

"Vamos logo, Shen..." Zed dizia entre as mordidas. "Eu quero você pra mim, eu quero..." Zed se empolgada mais a cada gemido que seu amado liberava.

"Tu-tudo bem..." Shen disse com dificuldade entre seus gemidos. "Só vamos sair daqui, tem muita gente..."

Aos poucos, Zed foi parando com as mordidas e finalizou com um selinho. "Certo, meu amor..." Ele envolveu Shen com seus braços e o beijou novamente. "Vamos, então. Estou louco pra entrar em você." A sinceridade estranha causada pelo álcool em Zed era vergonhosa, mas o azul relevou.

"Ah, Zed..." Shen corou um pouco com a última frase de seu namorado. "Tem certeza?"

"Você sabe que nós dois queremos, meu amor..." O branco acariciou as bochechas de seu amado.

"Obrigado..." Shen disse timidamente. "Eu te amo."

×

Depois de ter pronunciado aquela frase, Shen acordou de seu flashback. Estava no mesmo lugar de antes, e o tempo pareceu não ter passado enquanto estava tendo aquele "sonho."

A única coisa diferente naquele momento era sua excitação, embora ele não estivesse com volume algum devido à sua armadura, e ele agradeceu por isso.

Poucos segundos depois, ele olhou novamente para o copo e o empurrou de volta para o barista. "Não, obrigado. Não posso me envolver com essas coisas no momento." Balançou a cabeça em negação.

"Beleza, então." O homem pegou o copo de volta e o guardou no refrigerador abaixo do balcão. "Acho que você já vai, então."

"Sim. Obrigado pela ajuda--" Shen não se recordava do nome do barista, e não conseguiu terminar a frase.

"Warren." Ele deu uma piscadinha para o ninja, demonstrando não estar com ressentimentos por ter seu nome desconhecido.

Shen saudou o barista, curvando-se levemente perante ele, e se retirou aos passos do local.

Seu próximo destino era o antigo templo de Kinkou, lugar onde tivera várias de suas primeiras vezes, e seu antigo lar.

Antes de dar seu primeiro passo fora do bar, recebeu outra ligação, dessa vez, de Akali.

Assim que pegou o cristal, a imagem da ninja verde se formou, com uma expressão corporal cansada, sua máscara partida ao meio, com marcas de sangue espalhadas por todo o tecido. Em seu braço esquerdo, um grande corte se espalhava horizontalmente, todo ensanguentado. Estava explícito que ela havia entrado em combate com Zed.

"Surpreso?" Ela questionou, com um tom enraivecido. "É isso o que acontece quando ninjas trabalham sozinhos. Não é isso que você dizia ser a solução?"

Shen ficou em silêncio, observando detalhadamente os ferimentos de sua amiga. Fechou a mão, pressionando os dedos, Zed precisava ser impedido antes que algo pior acontecesse.

"Caso você queira saber, Kennen está bem." Ela aliviou a fala, ainda um pouco brava com o azul. "Pensei que éramos uma equipe, Shen, mas você nos abandonou por esse seu desejo egoísta."

Bombardeado por aquelas palavras, o ninja se sentiu culpado. Akali não estava indo além de ser realista, e estava realmente magoada.

"Eu pensava que sua melhor habilidade era 'Manter a União'." Ela murmurou e encerrou de imediato a chamada.

Shen percebeu que muitas coisas estavam acontecendo em seguida, e elas se acumulavam em sua cabeça, pesando enormemente. Estava começando a sentir que não queria mais caçar Zed por Ionia, mas que queria ele de volta para si, queria o abraço, o carinho, o beijo daquele homem. Talvez não daquele homem, mas do antigo Zed.

Ele então percebeu que seu noivo não existia mais, somente um ser dominado pelas sombras, e isso lhe doeu profundamente, mas ele resistiu. Já era tarde demais para mostrar algum sentimento.

Mesmo um pouco desanimado, decidiu continuar com sua busca. Estava há poucos quilômetros do templo, por isso decidiu adentrar logo na floresta que o separava daquele lugar.

A floresta era um pouco densa, mas nada que impedisse a visualização do céu. Os raios solares de oito horas fizeram Shen perceber o tempo que havia se passado enquanto estava no bar.

O chão era coberto de folhas caídas das árvores do local - cerejeiras, em sua maioria - devido ao outono, época que havia acabado de chegar às terras ionianas e ainda não havia feito todo seu trabalho. O terreno desnivelado dificultava a travessia do ninja, mas não o impediria de chegar aonde queria.

Depois de uma caminhada tortuosa, o ninja finalmente avistou a estrutura do templo, sofrendo as consequências do tempo. As paredes externas estavam visivelmente cheias de musgo, e um odor "verde" tomava conta do local. Era de certa forma algo belo, o contraste entre o verde do musgo e o azul-marinho da tinta.

Conforme se aproximava, uma emoção estranha crescia dentro dele. Aquele lugar costumava ser o melhor esconderijo para ele e Zed, para fazerem quase de tudo, sem ninguém encontrá-los.

"Será que ele está por aqui?" Shen se indagou, em pensamento. "É provável que não, mas... Eu não sei onde Akali estava quando me ligou... Talvez tenha sido aqui..." Em meio a seus pensamentos, ele não percebeu que mais alguém estava presente lá.

x-x-x

Observava calmamente o ninja, enquanto calculava sua emboscada de acordo com a movimentação dele. Enquanto seus olhos possuídos seguiam a vítima, enrolava uma mecha de seus longos cabelos brancos e mordia seu lábio inferior, em concentração. 

A posição em que estava deixava-a invisível para qualquer um, e ainda possibilitava a visão de tudo à sua frente.

Quando o ninja chegou a uma posição favorável para ela, desceu agilmente de seu esconderijo. Criou uma esfera negra e apanhou-a com o feixe de energia que saía de sua mão. Rapidamente, lançou-a contra o ninja.

Sentindo a energia negativa da esfera negra, antes mesmo dela alcançá-lo, Shen pulou rapidamente para trás, caindo sobre uma pequena pilha de folhas, já sacando sua adaga.

 Procurou rapidamente ao olhar quem havia tentado atingi-lo, e visualizou com sucesso a indesejada imagem de Syndra, a Soberana Sombria. Embora não existissem conflitos entre os dois, ela era uma grande amiga de Zed, e faria muito para agradá-lo, sendo matar Shen parte desta lista de afazeres.

Não havia nada que favorecesse o ninja naquele momento, nem minimamente um galho para que ele se apoiasse. Seria um combate difícil, principalmente por ser contra uma maga, mas isso não o amedrontou.

"O que pensa que está fazendo aqui, insolente?" Ela perguntou, com sua voz distorcida, como se estivesse se repetindo várias vezes.

"Não tenho tempo para você, apenas facilite e saia do caminho." Shen não queria passar o dia todo aturando o ego de Syndra, ele queria chegar logo ao templo para 'riscá-lo da lista'.

Syndra estava ultrajada, seu corpo emanou ainda mais energia sombria e seus olhos brilharam mais, ela estava cega pela loucura, novamente sendo uma alma perdida para os deuses.

"Hoje, jogarei seu corpo aos pés de Zed..." Ela bateu a mão fechada no peito. "...e te verei implorar por misericórdia." As três esferas que giravam ao seu redor começaram a aumentar a velocidade a ponto de quase se colidirem, deixando tudo em um borrão roxo confuso.
O ninja bufou pesado, não tinha como passar por isso sem enfrenta-la, era uma das coisas que ele teria que passa para chegar a Zed, infelizmente não poderia ignorar isso. Ajeitou sua postura e ergueu o olhar para a soberana sombria.

"Esse dia pode terminar de diferentes formas..." Os olhos de Shen começaram a brilhar energia pura, completamente oposta a energia de Syndra, Shen era gracioso, suave e centrado "Mas eu sei que não será pelas mãos de uma maga fraca! Fraca ao ponto de não conseguir controlar seu poder!" A espada nas costas de Shen duplicou e agora ao seu lado flutuava a própria energia dos espíritos, a energia que ele treinou anos para guiar, completamente à sua mercê, ao seu controle.

Syndra fervia de raiva e a magia dela cada vez mais afetava as coisas ao redor, eles mal tinham começado a lutar e tudo ao redor estava sendo sugado por ela.

"Talvez seja hora de por fim à fraqueza de Zed." Shen não entendeu, mas ele guardou aquelas palavras, Syndra não tinha limites, mas muito poder a cercava, as esferas e que ali estavam batiam na parede com sede de sangue.

Ela estava tão raivosa que não conseguia mais discutir joguinhos, elas segurou as três esferas que nunca paravam de girar ao seu redor e as lançou contra Shen, elas vinham com ódio e rasgavam o ar no caminho, mas não era o bastante, apenas um sinal de mão, um selo de proteção, a espada emanou uma zona de proteção que segurou as três esferas com certa facilidade. Elas ricochetearam e caíram no chão.

Syndra não aceitava ser anulada tão facilmente. Mais duas esferas surgiram no chão e outra três começaram a girar em volta de si, haviam oito esferas, Syndra juntou todas elas, com um fechar de mão, um sorriso maligno brotou no rosto bonito dela, enquanto Shen continuava sem expressar reação, ela lançou as esferas e depois uma onda de magia negra da outra mão que exponenciava o alcance de todas as esferas, todas elas, iam em direcão de Shen e ele não se movia, uma risada saiu da boca de Syndra, uma risada que saiu cedo demais.

A espada de Shen veio até a mão dele, os olhos dele brilhavam como estrelas, o olhar dele, Syndra não conseguia compreender, era o olhar de um homem cansado de sofrer, alguém que perdeu tudo, era o olhar, que não importava quem estava a sua frente, ele iria chegar até Zed.

Ele passou por todas as esferas, cortando todas ao meio, era incrível, Syndra podia entender agora a diferença de controlar o poder e ser controlado, ela não era párea para o que Shen estava sentido, tanta dor...

Shen encostou a lâmina de sua espada no pescoço dela.

"Deixe-me passar." Ele disse vazio, carregado de ressentimento.

Um silêncio longo. Shen não se movimentaria até obter uma resposta, mantendo a lâmina firme.

"Droga." Syndra grungiu, enquanto voltava lentamente à razão. "Você venceu, vá em frente."

Em silêncio, o ninja recolheu a espada, guardando-a na bainha, e se direcionou à entrada do templo, passando lentamente pela maga. Quando ela olhou para trás, o ninja já havia sumido de vista.

Era fácil de se localizar no templo, já que Shen havia vivido por lá por muito tempo. Ele passou por várias das salas destruídas de lá, até chegar ao seu quarto.

O ambiente lá parecia diferente de todo o resto do templo. O quarto parecia intacto, tudo em seu lugar. A cama e o criado mudo traziam lembranças ao ninja.

Abaixo do criado, havia uma gaveta. Shen se aproximou do móvel e a abriu, sendo surpreso pelo que viu. Lá estava uma alavanca e um frasco de... lubrificante.

Shen corou ao ver o produto lá, lembrando os momentos nos quais ele e Zed o utilizaram, mas principalmente por ser o passivo.

Ao perceber no que estava pensando, Shen sacudiu a cabeça para afastar os pensamentos e focou na alavanca.

Puxando o dispositivo para a frente, ele percebeu que um alçapão se levantou atrás dele, e estranhou isso. Foi possível visualizar também uma escada, que levava a um ambiente escuro.

Curioso, o ninja desceu os degraus, vendo um lugar bem rústico, cheio de musgo nas paredes. Era um caminho reto, não havia nenhuma porta para os lados, apenas grades no final, assemelhando-se a uma cela.

Shen correu até a cela, para verificar se não havia ninguém preso lá, precisando de ajuda.

Antes mesmo de chegar às grades, ele visualizou uma imagem que o desestabilizou.

Lá estava Zed, o "antigo" Zed, preso a correntes, encolhido, provavelmente chorando. Ele trajava um tecido branco, cheio de marcas de arranhões e rasgos. Estava descalço, mas não aparentava estar sujo. Seu cabelo castanho escuro estavam brilhando com a oleosidade, parecia não ter sido tratado por todos aqueles anos. A musculatura dele havia diminuído, não era possível ver nenhum músculo definido.

Desesperado e desiludido, Shen correu para as grades, já sacando sua adaga para tentar abrir caminho entre elas.

Ele forçou a lâmina da adaga entre duas grades, empurrando, tentando amassá-las. Assim que conseguiu, puxou as duas e as arrancou de seus lugares. O barulho chamou a atenção de Zed, que, ainda com sua expressão chorosa, estranhou aquela presença.

Adentrando facilmente naquele local, Shen de imediato cortou as correntes com a adaga e libertou Zed, que não teve reação nenhuma além de perguntar.

"Que-quem é você?" Sua voz estava fraca e frágil, mas ainda era audível. "O que tá acontecendo?"

"Zed..." Shen 'respondeu', ainda desacreditado, abrindo lentamente os braços para receber seu... noivo.

O outro reconheceu a voz grossa do ninja, e não pôde acreditar. Se levantou com dificuldade, e correspondeu rapidamente ao abraço, envolvendo o azul com um descuido acidental.

"Shen..." Ele apertava cada vez mais o abraço, e sentia toda a sua tristeza indo embora lentamente, enquanto indagava o porquê de seu noivo ter ficado mais alto que ele nos anos que se passaram.

O sentimento de ódio por Zed desapareceu do coração de Shen, sendo substituído por amor e dúvida. Se o assassino de Kusho não era Zed, então quem poderia ser aquele ninja das sombras? Seria ele algum inimigo de seu pai?

Deixando esse pensamento de lado, ele voltou a focar no que importava.

Após um bom tempo no abraço, eles se soltaram um pouco e ficaram encarando um ao outro. Shen subiu sua mão esquerda e começou a acariciar as bochechas de Zed, que ficaram vermelhas com o súbito toque. Pouco depois, os olhos do menor foram preenchidos com lágrimas de alegria, pela primeira vez em cinco anos, e ele abraçou seu noivo com ainda mais força, esperando afundar seu rosto no peito dele, mas sem sucesso devido à armadura que ele usava. Um pouco frustrado, ele afastou um pouco o rosto e inclinou o olhar para cima, fixando-se nos olhos vazios de seu noivo, enquanto as lágrimas paravam de cair.

"O que aconteceu com seus olhos?" Zed perguntou, preocupado. 

 Percebendo que ainda não havia removido o selo, Shen afastou o outro e retirou o objeto de seu cinto, sentindo o poder desbotar e seus olhos voltarem ao normal. Olhou novamente para Zed e viu que ele se encontrava mais calmo. Aproveitando a situação, guardou o selo no seu bolso da frente e retirou a parte de metal de sua máscara, ficando apenas coberto pelo tecido. Jogou o objeto metálico no chão e se aquietou.

Zed não entendeu aquele repentino silêncio, e ficou esperando algo sair de seu noivo.

"Vá em frente." Disse o azul, quebrando o silêncio e apontando seu indicador direito para a máscara e depois juntando as mãos à frente de seu corpo.

Entendendo o que Shen quis dizer, o menor se aproximou e lentamente removeu o tecido que cobria o rosto do outro, se deparando com um sorriso tímido. Aquilo era lindo para ele, e matou rapidamente a saudade. 

Shen soltou suas mãos e envolveu a cintura de Zed com cuidado, trazendo-o para mais perto ainda. Seus corpos já estavam colados, e seus rostos a poucos centímetros de distância. Seu sorriso deu a entender o que ele queria, então fechou os olhos e aguardou uma atitude.

Percebendo que a deixa era sua, o menor fechou os olhos e empurrou a nuca do outro para mais perto, sentindo seus lábios se tocarem. Parecia ser uma sensação nova, como se fosse outro primeiro beijo. Ambos estavam tímidos demais para realizar qualquer outro movimento, então ficaram apenas naquele selo. Sentiam a respiração um do outro, o ar quente que era exalado. Durante o beijo, Shen deixou escapar algumas lágrimas, estava contente demais para segurá-las. Seu dever como Olho do Crepúsculo já havia sido abandonado.

Continua...

 


Notas Finais


Tan tan tan...


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...