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História Unidos Pelo Caos - Separados


Escrita por: Monique_Dixon

Notas do Autor


Olá minhas lindas leitoras!
Me desculpem pela demora em postar, mas eu estava ocupada fazendo um trabalho para meu Chefe, pois terei uma apresentação.
Mas não fiquem tristes, pois este aqui tem quase 5 mil palavras. Finalmente terminei, ufa!!!
E a todos os recadinhos que recebi. Obrigada lindas e
Boa leitura:

Capítulo 24 - Separados


 

Capítulo 24 – Separados

 

Eu me aproximei dele e nossos lábios se uniram.

Quando seus lábios se encostaram aos meus, senti-me como se estivesse em queda livre. Meu corpo deixou o acolchoado da cama e agora flutuava entre as nuvens.  Foi um beijo rápido e tímido. Eu me afastei apenas o suficiente para poder observar o seu rosto.

Daryl fitava-me sério, mas ao mesmo tempo tímido e receoso como se esperasse eu tomar a iniciativa. Nós nos olhamos em silêncio por alguns segundos, eu com um sorriso tosco nos lábios, pois era impossível para de sorrir em sua presença e ele, por outro lado, fitava-me com seus olhos estreitos e sua íris azul, sua testa estava franzida dando-lhe a impressão de estar sempre de mau humor, o que assustaria até mesmo o homem mais corajoso.

Como eu amava aquela expressão.

  Uma de suas mãos que estava em meu ombro desceu por meu braço e pegou minha mão. Com a outra começou a remexer o bolso da calça marrom de onde tirou um objeto pequeno e brilhante. Eu observei em silencio, ele erguer minha mão e encaixar o objeto em meu dedo anelar. Quando o soltou, eu ergui minha mão diante de meus olhos para ver o que era.

– Oh Daryl!  Você o encontrou! – eu disse abraçando-lhe. – Onde estava? Eu o procurei por todos os cantos.

– Na verdade você o deixou aqui quando me costurou naquele dia. – Ele respondeu apontando para a cômoda ao lado da cama onde havia um abajur.

– Mas por que não me devolveu naquele mesmo dia? – eu perguntei analisando sua reação.

– O que é? – ele respondeu rispidamente. – Você vai quer o anel de volta ou não?

– Claro que sim!

– Então pra quê tanta pergunta? Virou detetive também?

Eu balancei minha cabeça negativamente tentando afastar as inúmeras respostas que se formularam em minha mente para lhe dar. Deu certo, pois quando o olhei novamente, não senti raiva.

– Por que tá me olhando assim? – ele perguntou incisivo.

– Nada. Você é um bobo muito fofo, só isso. – Respondi sorrindo, pois sabia que ele ia odiar ouvir isso.

– Cala essa boca patricinha. Só fala besteiras. – Ele disse me empurrando com o braço.

Uma batida na porta nos trouxe de volta a realidade. Nós depois paramos de brincar e rir e olhamos para a porta. Shane estava parado a entrada com a mão ainda sobre a maçaneta.

– Oi. – Eu disse e percebi que o clima de repente esfriou e ficou tenso.

– Você está bem? – ele respondeu entrando no quarto e me dando um beijo na bochecha.

– Sim. – Respondi, mas sem muita convicção. Olhar para Shane me fez lembrar a morte de Dale e isso me fez sentir um buraco dentro de meu peito e um nó dentro de minha garganta.

Shane deve ter percebido meu desanimo e tristeza, pois acrescentou bagunçando meus cabelos.

– Não se preocupe. Na verdade, foi melhor assim. Dale pensava diferente da maioria de nós e ele não estava preparado para o que estamos vivendo hoje. Bom, já que você está melhor, vou pedir a Maggie ou a Lori que te traga alguma coisa para você comer. Daqui a pouco enterraremos o Dale.

Shane então se virou para Daryl.

– O Rick quer fazer uma reunião com a gente. Parece que o Hershel deixou a gente ficar aqui dentro da casa e o Rick está querendo fazer uma varredura aqui na propriedade em busca demais zumbies para evitar o que aconteceu com o Dale.

– Tá. – Daryl respondeu com um aceno brusco.

Eu confirmei com a cabeça e dei um sorriso tristonho ao vê-lo sair do quarto.

– Ele tem razão. – Daryl disse para mim soando misterioso.

– Sobre o que? – perguntei receosa.

– Você precisa comer alguma coisa ou então vai sumir. – Ele disse se levantando da cama e em seguida se espreguiçando. Eu joguei o cobertor para o lado e me levantei também, um pouco zonza é claro, mas ainda sim consegui ficar de pé.

– O que quer dizer com isso?!

– Quando te trouxe para dentro ontem, era como se eu segurasse uma criança de dez anos.

– Eí! O.K. Senhor fortão Huck porque não vai procurar um zumbie para você arrancar a cabeça?

Daryl não respondeu a minha ironia, começou a caminhar em direção a porta e olhou para fora.

– O quê que é? É hoje que você vai descer? Porque não temos o dia todo. – Ele ironizou voltando a olhar para o interior do quarto quando viu que eu não tinha respondido.

– Não é isso. – Eu disse sentando-me na cama. – é que minhas pernas estão com câimbras.

– Affs! – ele resmungou caminhando de volta ao interior do quarto. – Deixa que eu te ajudo.

Daryl então me apoiou com o braço, pois eu me recusei a ser carregada de novo como se fosse uma invalida. Nós descemos a escada devagar, Daryl ia à frente para me segurar caso eu caísse. Inúmeras pessoas, a maioria mulher, me cumprimentaram e me desejaram melhoras. Eu tomei café em silêncio junto com Daryl. Às vezes sorriamos um para o outro sem precisar pronunciar uma palavra.

Quando relógio marcou dez horas, nos reunimos ao Rick que estava próximo dos carros e das barracas e seguimos para o terreno onde Dale seria enterrado ao lado de Sophia e dos parentes de Hershel.

Foi realmente muito doloroso para todos nós o que aconteceu. Eu me mantinha abraçada a Daryl o funeral inteiro e sabia que era observada fixamente por Shane do outro lado enquanto Rick dizia poucas, mas belas palavras a seu respeito.

Andrea e Glenn estavam destruídos, pois eram os mais próximos a Dale do que nenhum de nós jamais foi.

Ao fim do funeral, voltamos para junto dos carros onde Rick e Hershel conversavam sobre a nossa estadia em sua fazenda.

– Vai ficar apertado. Quatorze pessoas dentro de uma casa. – Rick começou dizendo para ele.

– Não se preocupe com isso. – Hershel respondeu. – Com a terra do pântano endurecendo e o córrego secando fica muito mais fácil eles chegarem até aqui.

Eles, eu percebi, significavam os zumbies, pois Hershel ainda não conseguia chama-los assim.

– E com cinquenta cabeças de gado em nossa propriedade, é um grande convite para eles. – Maggie emendou.

– Ela está certa. Já devíamos ter posto vocês para dentro antes. – Hershel disse.

– Ok. – Concordou Rick, então começou a nos dar ordens. Eu fiquei feliz pelo menos agora tínhamos alguma coisa pra fazer para ocupar a mente. – Vamos colocar os veículos próximos a todas as portas em direção à saída. Construiremos um mirante no celeiro que dê para ver toda a extensão da propriedade. T. Dog você fica com todo o perímetro ao redor da casa, fica de olho em todos que entram e saem.

– E quem vai ficar de guarda? – T. Dog perguntou.

– Eu pensei em você e o Daryl em dois turnos, pode ser?

– Tudo bem por mim. – T. Dog respondeu.

Rick olhou para Daryl esperando a resposta.

– Sim. – Foi o que respondeu.

– Lori, você, Maggie, Carol levem as coisas lá para dentro. – Lori assentiu e começou a desmontar as barracas, enquanto Carol e Maggie enchiam caixas com as mochilas e utensílios.

– Eu vou estocar comida e água no porão para alguma eventualidade, caso precisemos sobreviver lá por alguns dias. – Hershel disse ajudando– as a carregar as coisas.

– E quanto às patrulhas? – Andrea perguntou.

Depois eu vou deixar o Shane dividir as duplas enquanto eu e o Daryl tiramos o Randall daqui. Nós vamos leva-lo mais longe dessa vez.

– O quê? – eu perguntei alegre me intrometendo na conversa. – Ele está vivo, vocês não o mataram?

– Não. O Rick foi bonzinho demais. – Shane me respondeu sarcástico então os dois começaram a discutir os prós e os contras e eu decidi me afastar, não queria me envolver nas decisões dos dois.

– Emily! – Rick me chamou quando eu virei às costas e comecei a caminhar. – Aonde você vai?

– Eu vou ver se o Randall está bem. – Respondi.

– Não. – Ele disse sério. Então se aproximou de mim.  – Eu não quero ninguém tendo contato com ele. Você e a Andrea vão andar pela fazenda e vão verificar se todas as cercas estão em ordem. Se não tiver, quero que concertem, pode fazer isso?

– Sim. – Respondi.

– Ótimo. – Ele disse então caminhou até a camionete azul e pegou um fardo de arame farpado e me entregou junto com um alicate de cortar ferro. – Está com sua arma?

– Não.

– Tome essa aqui. É leve e fácil de atirar.

Eu assenti e dei-lhe as costas e segui junto com Andrea pela fazenda em direção oposta aos demais.

– Eh. As mulheres sempre com a parte mais difícil. – Andrea disse sorrindo.

– Concordo. – Respondi meio desatenta. Minha mente estava no estado de Randall, eu não o vi desde que Daryl o espancou. Andrea percebeu que minha atenção estava voltada para o celeiro naquele momento, pois disse para mim.

– Se quiser, vai lá. Eu dou cobertura.

– Ahãn?

– Você quer ir lá ver como ele está. Então vai.

– Eu não poderia. Rick me proibiu e além do mais, Daryl não iria gostar. – Eu respondi imaginando se eu realmente fizesse isso e ele descobrisse.

– Então vocês se acertaram? – ela perguntou soando estranha.

– Sim.

– Até que é uma estratégia boa a sua, tenho que admitir. – Ela disse irônica deixando as palavras pairarem no ar.

– Não entendi aonde você quer chegar. – Eu disse para ela já prevendo a resposta.

– Se fingir de pobre coitada para atrair a atenção dos homens. Daryl, Shane...

Eu parei de andar e olhei para ela.

– Então é isso? Você acha que eu faço corpo mole para dar em cima dos dois?

– É, eu acho sim. – Ela respondeu também parando.

– Então você está muito enganada. Pelo menos não sou eu que abri as penas para o Shane e depois comecei a dar em cima de um cara que já tá com alguém. – Eu disse para ela fazendo– a arregalar os olhos. – É, eu sei que naquele dia em que treinávamos ao alvo você e ele ficaram e também já reparei o jeito que você olha para o Daryl e te digo uma coisa, se olhar para ele de novo eu arranco seus olhos com esse alicate aqui.

Andrea ia responder quando ouvi a voz de Daryl me chamando de algum lugar longe.

Eu o procurei e o encontrei na parte de cima do celeiro junto com T.Dog construindo o mirante.

– O que foi? – eu lhe perguntei gritando para que me ouvisse. Andrea fechou a cara e cruzou os braços.

– Onde você vai? – ele perguntou gritando também.

– Eu e a Andrea vamos verificar as cercas. – Respondi erguendo o alicate e o fardo de arame.

– Quer que eu vá junto?

– Não. Eu e a Andrea damos conta. – Respondi sendo um pouco irônica ao fitar a loira ao meu lado.

– Não demora senão eu vou procurar vocês.

Eu assenti e comecei a caminhar junto com Andrea. Eu não estava a fim de discutir, ainda mais depois da morte de Dale, mas se Andrea dissesse um A... Eu não responderia por meus atos.

– Eh, você ganhou. Ele está caidinho por você mesmo. – Ela disse soando estranhamente amigável.

Eu olhei para ela desconfiada enquanto andávamos até a primeira cerca.

– Você acha? – perguntei.

– Sim. É obvio que o machão do Daryl gosta de garotas frágeis. O jeito que te trata é só pra chamar sua atenção.

– E como sabe disso?

– Ah, eu namorei um cara assim na faculdade uma vez. O nome dele era Tomie...

Até que foi agradável a companhia de Andrea nas duas horas seguintes. Eu havia deixado claro para ela que gostava do Daryl e que se ela quisesse que ficasse com o Shane. Eu não me importava.

 

* * *Daryl:* * *

 

Finalmente as cosas se acertaram. O Hershel nos deixando dormir dentro da casa foi uma coisa boa. Ele cedeu o quarto dele para o Rick e sua família, pois a magrela está gravida e eles têm um pirralho. O idiota do china se recusou a dormir com a fazendeira, aposto que está com medo do pai dela. Então ela cedeu seu quarto para a Emi e eu enquanto ela dividia o quarto da irmã perturbada e sem noção.

Eu já havia terminado de construir o observatório quando Rick me chamou com o papo de que queria que eu fosse com ele levar o garoto para longe. Eu não me importei, quanto mais longe ele tivesse melhor.

– Vamos leva-lo para Senoia, uma hora até lá. Dá tempo de voltarmos antes de o sol sumir.

– Aquele garoto era um xarope, não vai deixar saudade. Já vai tarde. – Eu comentei.

– A Carol está preparando alguns suprimentos pra ele levar, vai durar alguns dias. – Rick disse. Nós dois estávamos na varanda da frente com um mapa. Rick olhou para mim. – Aquilo que você fez ontem à noite...

– Não tem razão para você carregar tudo nas costas. – Respondi, eu não precisava de agradecimentos nem nada disso.

– E você consegue ficar em paz com tudo isso? – ele me perguntou se referindo ao fato de que fui eu quem matou o Dale.

– Eu não me vejo trocando socos e pontapés com você. Ninguém iria vencer essa briga.

Então um carro chegou e de dentro dele Shane desceu. Eu me levantei e entreguei o mapa para o Rick.

– Eu vou tirar uma água. – E saí para deixar os dois se entenderem como quisesse eu não suportava o Shane mesmo.

Depois de me aliviar, procurei algo para fazer, então encontrei Jimmy e T. Dog pregando tabuas nas janelas de baixo. O moleque pregava as tabuas com tanta delicadeza que parecia uma bichinha. Eu perdendo a paciência, tomei o martelo de sua mão e comecei a pregar eu mesmo. Emily estava demorando muito para chegar e eu precisava ocupar minha cabeça com algo para não precisar ir atrás dela.

– É sempre assim... – O garoto começou a dizer. – É só virarmos as costas e elas já estão aprontando.

– Do que você tá falando, garoto? – perguntei.

– Você tem que cuidar dela cara, se não...

– Tá falando o que moleque! Você que deixou a louca da sua namorada se suicidar tá querendo dar concelho agora?

– Calma cara, a Beth está bem.

– É, não graças a você, bichinha. – Eu respondi pregando a última tabua, então lhe devolvi o martelo e segui para a varanda.

Não demorou muito e lá estava ela.  Seus cabelos negros balançando ao vento, as mãos ocupadas. Ela subiu as escadas e me beijou. Eu retribuí sentindo-me menos tenso, agora que a vi.

– Onde está a Andrea? – eu perguntei.

– Está ajudando o Glenn a trazer o Theiler pra cá. Por que quer saber? – ela perguntou desconfiada.

– Por nada. – Respondi indiferente dando de ombros.

Então eu lhe contei sobre a novidade de que agora ela teria um quarto definitivo para dormir.

– Nossa! Que legal. – Ela respondeu largando as coisas no chão e passando seus braços finos por meu pescoço. – Você já levou suas coisas lá para cima?

– Claro que não. A Maggie deu o quarto para você e suas coisas já estão lá. As minhas, eu deixei ali na escada depois eu arranjo um lugar para pô-las.

– Não. Você vai dormir comigo. Chega de palhaçadas. Vamos.

Então ela pegou as coisas no chão com uma mão e com a outra segurou a minha me puxando para dentro da casa. Eu peguei minhas coisas no pé da escada e em seguida subimos os lances de degraus da escada até o quarto. Eu joguei as a minha mochila em cima da poltrona, próximo à janela. A cama ainda onde a gente havia dormido ainda estava bagunçada então me sentei nela. Emily me olhou por um tempo e depois se sentou ao meu lado.

Nós ficamos em silêncio por um tempo.

– Até que vai ser bom termos um lugar para dormir agora, não é? – ela me perguntou olhando fixamente para mim.

– Fala isso por que tem dormido aqui já um bom tempo. – Eu respondi desviando meus olhos dos seus.

– Daryl. – Ela me disse suavemente. Eu relutante, olhei para ela. – Eu acho que gosto de você... não me pergunte o porquê, mas só sei que... oh, deixa para lá.

– Você não “acha” que gosta de mim. – Respondi me aproximando. Ela me olhou espantada. – Eu sei que você está louquinha pra ficar comigo de novo. Admite.

– Eu o quê? Não seja convencido, isso pode matar você.

Mas antes que ela pudesse começar a implicar comigo, eu grudei minha boca na sua.

 

* * * Emily:* * *

 

Ele me agarrou antes que eu pudesse terminar a frase. Nossas bocas se uniram e eu senti a mesma sensação característica que antevia os seus beijos. Ele estava por cima de mim. Suas mãos deslizavam por meu corpo e eu sentia o seu calor me aquecer. As palavras de Andrea me vieram a mente novamente. “ele está caidinho por você.” Será que era verdade? Será que Daryl gostava também de mim ou por acaso, estava comigo apenas por não ter tantas opções?

Eu ia lhe perguntar, mas então ele começou a beijar meu pescoço e meus colo... em segundos estávamos sem roupas.

Nossos corpos se juntaram mais, se é que era possível. As caricias foram aumentando, tornando-se cada vez mais intensas e mais desesperadas. Seus braços fortes me puxaram para ele e eu passei as mãos pelas suas costas. Eu senti sua “rigidez” quando seu quadril se encostou ao meu. Então eu me agarrei firmemente em seu pescoço e suas costas. O barulho de nossa respiração descompassada e de nossos beijos alucinados foi abafado pelo toc– toc do martelo lá embaixo. Suas mãos desceram para minhas coxas me dando calafrios. Eu fechei meus olhos e deixei meu corpo explorar todas as sensações e emoções presentes naquele momento. Foi maravilhoso.

– Daryl, prometa que não vai me deixar. – Eu disse entre sussurros e gemidos.

– Eu prometo. – Ele respondeu...

 

* * *Daryl:* * *

 

– Tá na hora de ir. – Eu disse para ela que estava deitada nos meus braços. Ela fez bico e pediu para que eu não fosse. – Nós temos que nos livrar do moleque antes que seja tarde demais.

– Daryl...

Eu ignorei seu pedido e me levantei. Eu precisava por um fim nisso, então comecei a vestir minha roupa. Quando estava pronto peguei minha besta e lhe dei um beijo na boca antes de sair do quarto. Não via a hora de voltar logo pra ficar junto com ela.

Quando desci, T. Dog Já estava arrumando as armas na caminhonete para sairmos.

– Eu vou buscar o garoto. – Ele disse caminhando até o celeiro e o abrindo. – Essa não! – Gritou ele. – O garoto fugiu!

Eu corri em direção ao celeiro e vi que realmente o moleque não estava mais lá. Chamamos o Rick e de repente todo mundo começou a aparecer cheios de perguntas.

– Há quanto tempo ele sumiu? – Hershel perguntou.

– Como ele conseguiu fazer isso? – Carol disse entre soluços.

Então o Shane saiu correndo da floresta com o nariz todo arrebentado, gritando.

– Rick! Rick!

– O que houve? – Lori perguntou.

– Aquele desgraçado está armado! Ele me acertou e saiu correndo!

Eu sabia que alguma coisa do tipo ia acontecer, mas a história do Shane não me convencera. Como que um garoto acorrentado ia sair correndo e ainda roubar a arma de um policial? Mas que minhas dúvidas fossem respondidas depois, o momento agora era crítico. O moleque fugira e nós precisávamos achar ele.

– T. Dog eu quero que você volte para casa com o Hershel e os outros. – Rick gritou sacando sua pistola. – Glenn, Daryl, venham com a gente.

Eu assenti e peguei minha arma.

– Daryl! – alguém gritou saindo de dentro da casa. Eu olhei e vi que Emily descia as escadas correndo assustada enquanto vestia a camisa xadrez por cima da camiseta que usava. – O que aconteceu?

– O moleque fugiu, precisamos achar ele.

– Mas como? Ele estava amarrado.

– Não importa. Eu quero que você entre agora e obedeça ao T. Dog. Não saia de lá enquanto não chegarmos. Ouviu bem?

Ela balançou a cabeça assustada e beijou meu rosto.

– Toma cuidado. – Ela disse. Eu assenti e sai atrás de Rick e dos outros.

– Voltem todos pra casa! E bloquem todas as portas e saídas! – Rick gritou para Emi e os outros.

Nós andamos alguns metros dentro da floresta, quando Shane começou a nos dar instruções de onde ele poderia ter ido.

– Ele não foi longe. Está cansado e exalto além de uma perna machucada. – Rick disse.

– E armado. – Glenn rebateu.

– Nós também. Pode rastreá-lo? – Rick perguntou para mim.

Eu olhei para o chão por um momento.

– Não, não tô vendo nada.

– Escuta, nem precisa rastrear. Ele foi por ali vamos atrás dele. – Shane disse exaltado. Vamos nos separa em duplas e cada um segue de um lado.

Eu me virei para ele sério.

– O garoto era um bunda mole, covarde. Tá dizendo que ele atacou você?

– Uma pedra. Equilibra bem as coisas você não acha? – ele respondeu irônico. Aquilo não me convenceu.

– Ei, vamos parar com isso. Você e o Glenn comecem pelo lado direito e eu e o Shane pelo lado esquerdo. E lembrem– se, o Randall não é a única ameaça aqui... Fiquem juntos de olho um no outro.

Eu e o china começamos a caminhas em direção oposta.  Eu ia a frente.

– Isso não está adiantando nada. Me dá a lanterna. – Eu pedi. Glenn me estendeu– a e eu a acendi para iluminar o caminho. – Ah qual é?!

Seguimos por mais alguns metros em direção ao centro da mata.

– Acho que voltamos à estaca zero. – Glenn disse quando voltamos para o ponto e partida.

– Se formos fazer alguma coisa é melhor fazermos direito. – Respondi apontando a lanterna para o chão.

– Tem dois rastros por aqui. – Eu disse ao visualizar dois tipos de pegadas no chão. – Shane deve ter seguido o garoto por mais tempo do que disse. Tem sangue fresco nessa árvore. Está vendo?

Eu disse apontando para uma árvore onde escorria um filete de um liquido vermelho.

         – Tem mais rastros. Andaram um ao lado do outro. É parece tudo remexido.

– O que você quer dizer?

– Que alguma coisa aconteceu. Tiveram problemas. – Então ouvimos um barulho de galho quebrando e nos escondemos atrás de duas arvores. Quando espiei pela brecha vi um zumbi caminhando lentamente próximo de onde estávamos. Eu preparei minha besta e Glenn o bastão de madeira.

O zumbie veio em nossa direção e avançou no Glenn. Eu o iluminei com a lanterna e vi que era o moleque transformado. Ele derrubou o Glenn e avançou em mim me empurrando na parede estava escuro e eu não conseguia mirar nele, então Glenn veio por trás e o acertou na cabeça. Nós três lutamos por alguns momentos até que finalmente o matamos com uma facada na cabeça.

Eu e o Glenn nos curvamos para o corpo. Eu peguei a lanterna no chão e o analisei.

– O pescoço foi quebrado. Ele não tem nenhuma mordida. Eu estou dizendo que ele se transformou sem ter sido mordido. O Shane o matou.

– Nós temos que avisar o Rick. Ele está correndo perigo! – Glenn gritou apavorado.

Eu assenti e nós corremos de volta em direção ao local onde eles estavam. Quando estávamos próximos ouvimos um tiro.

– Calma moleque. Vamos com cautela. – Nós andamos rápido, mas ao mesmo tempo com precaução até chegarmos a entrada da casa onde batemos na porta. Maggie foi quem abriu a porta.

Eu entrei primeiro ao mesmo tempo em que colocava a besta nas costas. Avistei Emily apreensiva perto da escada e fui até ela que me deu um abraço.

– Você está bem? – ela perguntou apreensiva.

– Sim. – Respondi pra ela depois me virei para os outros. – O Rick e o Shane voltaram?

– Não – respondeu a Lori se levantando do sofá.

– Ouvimos um tiro. – Glenn disse.

– Devem ter achado o Randall. – Lori disse de novo.

– Não. Nós o achamos. – Respondi.

– O colocaram no celeiro? – Carol perguntou.

– Tinha virado zumbie.

– Você achou o zumbie que matou ele? – Hershel perguntou.

– Não. – disse Glenn. –  O estranho é que ele não foi mordido.

Eu levantei minha cabeça para ele.

– Como assim não foi mordido? Se virou zumbie...

– Encontramos ele com o pescoço quebrado. – Eu disse abaixando os olhos para ela e passando meu braço por seu ombro para reconforta-la. Eu sabia o quanto Emi era sensível e tinha que prepara-la para o que ainda precisava ser dito.

– Então ele lutou. – Ela disse tentando acompanhar.

– O caso é que encontramos o rastro do Shane junto com o dele. e o Shane não sabe rastrear.

– O que você quer dizer com isso? – Emi me perguntou erguendo seu rosto para mim.

Antes que eu pudesse responder, Lori se aproximou preocupada.

– Pode ir atrás deles? Achar o Rick e o Shane e descobrir o que está acontecendo?

Eu assenti.

– Pode deixar. –  Então soltei-me de Emily e caminhei até a porta. Andrea e Glenn vieram juntos.

 Quando saímos para a varanda, pudemos avistar pelo menos uma centena de zumbies andando pela propriedade, próximo ao celeiro, estavam a apenas trezentos ou quatrocentos metros de onde estávamos.

A porta foi aberta de novo e aos poucos o pessoal lá dentro foi saindo.

– Patrícia apague as luzes. – Hershel disse em voz baixa.

– Eu vou pegar as armas. – Andrea falou entrando junto com Patrícia na casa.

Talvez seja apenas um bando passando que nem o da estrada. – Emily disse encostando-se à amurada da varanda. – Não devemos entrar e esperar que passem?

– Não. A não ser que tenha um túnel. Um bando desses vai por a casa a baixo.

Lori voltou correndo até nós dizendo que seu filho havia sumido. Aquilo me deixou muito nervoso. Uma criança burra como essa devia ficar amarrado.

– Não vou sair daqui sem meu filho! – ela disse desesperada.

– Não mesmo! – Apoiou Carol. –  Vamos procurá-lo de novo.

Andrea apareceu alguns segundos depois com a mochila e distribuiu armas para todos nós. Emily não queria pegar, então eu mesmo me abaixei para a mala e peguei uma e lhe dei.

– Toma. – ela pegou e a engatilhou.

– Essa é minha fazenda e eu não vou sair daqui. – Hershel disse.

– Tá bom. Essa é uma boa noite como qualquer outra. – Eu ironizei e desci da varanda e caminhei agachado para um pouco mais para frente.

O celeiro começou a pegar fogo então sacamos que o Rick e o Shane estavam lá dentro atraindo os zumbies.

– O Rick está lá dentro, precisamos atrair os zumbis para longe pra eles poderem fugir. – Eu disse.

Então eu subi na minha moto, T. Dog e Andrea na camionete, Maggie e Glenn no carro prateado e Jimmy no Threler e seguimos para a entrada do celeiro que estava em chamas e começamos a atirar nos zumbies que estavam mais perto. Jimmy seguiu para trás do celeiro que seria o local onde Rick e Shane escapariam.

Foram vários minutos de apreensão. Atiramos sem parar, torcendo para que os dois estivessem bem.

 

* * *Emily:* * *

 

Depois de Hershel, havia restado apenas a mim para defender o pessoal lá dentro, pois o restante não participou das aulas de tiro. Beth e Patrícia estavam na porta vendo o celeiro arder em chamas, Lori e Carol procuravam por Carl em algum lugar da casa.

Não demorou muito e elas desceram as escadas desesperadas dizendo que não o encontraram.

Eu ouvi disparos próximos a casa e percebi que os zumbies haviam nos alcançados então juntei-me a Hershel e começamos a atirar.

– Lori, peguem as coisas e saiam daqui! – eu gritei para as mulheres lá dentro. Então Lori saiu correndo com Carol, Beth e Patrícia atrás.

– Emily! Hershel! – Lori gritou. – Vamos!

Eu obedeci e vire-me para Hershel.

– Vamos sair daqui à fazenda foi tomada. – Ele por outro lado pareceu não me ouvir. Então eu corri para junto das mulheres.

– Me sigam! Atrás de mim! – eu gritei para elas. Enquanto corria procurava por Daryl, mas eu não sabia onde ele estava e senti muito medo de não conseguir protegê-las.

Um grito atrás de mim me fez parar. Era de Patrícia. Ela havia sido pega e Beth tentava ajuda-la em vão. Eu e Lori a puxamos e quando ela se libertou eu dei um tiro na cabeça de Patrícia para que ela não sofresse ou virasse uma. Então T. Dog apareceu com a caminhonete e Andrea desceu do carro e foi dar cobertura para Carol. Lori e Beth entraram na caminhonete e como não havia mais espaço eu subi na caçamba. Era verdade que não era um lugar bom, mas que outra opção eu tinha?

O que aconteceu com Andrea e os outros eu não sei dizer... Eu me ergui a procura de alguém que precisasse de ajuda, mas tudo era apenas um borrão de cores e formas. Eu só me matinha atenta a matar todos os zumbies que se aproximavam demais. Eu gritei por Daryl e os outras, mas não obtive respostas.

– Onde você está Daryl... – murmurei para mim mesma.


Notas Finais


E aí gente!
gostaram dos dois juntos?
Será que a Emi e o Daryl se verão de novo?
espero recadinhos :)


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