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História Unidos Pelo Caos - WoodBery


Escrita por: Monique_Dixon

Notas do Autor


Ola minhas caras leitoras tenho um comunicado a fazer...
Bom, primeiramente peço desculpas pela demora, mas tive alguns problemas em meu casamento. E não estava preparada picicologicamente para postar um cap. Mas agora graças a Deus, estamos bem (eu e meu marido) e não abandonei a fic lindas.
Obrigada pela compreensão e podem me xingar se quiserem 
Mas vamos dedicar este capitulo enorme que levou mais de 5 dias pra terminar (ufa!) a EMBLEMECTION ***** NIM ***** SAKURA_RIGGS ***** SOPHIASHADOWS ***ROCKSTAYSTRONG *** LUPPI *****KAROOLJDB56 ***** GYGY_DO_RIGGS_1 ***** NALU_HP ***** LADYBONNIE e
~FUCKME3LICA_

Capítulo 31 - WoodBery


Emily:

 

A viagem seguiu-se por cerca de duas horas. As mais terríveis de minha vida. Eu estava acostumada a correr de zumbies, mas de humanos... com certeza eu não estava preparada para isso. Glenn dirigia o carro com as mãos tremulas. Eu, e Maggie íamos no banco de trás, separadas por Merle que ia no meio. Ele apontava a faca presa em seu braço no meu pescoço e a pistola para Maggie. Ela chorava em silencio.

Apesar do pânico que eu sentia, mantive-me atenta a estrada. Se conseguíssemos fugir, achar o caminho de casa seria um dos grandes problemas. “Precisamos encontrar uma maneira de fugir.” Eu tentei-me ajeitar no banco. Estava muito apertado para nós três que íamos atrás. Então senti algo duro roçar sob minha coxa direita.

Olhando de esgueira para Merle, abaixei minha mão lentamente até minha perna com pretexto de coçá-la. Ele nem se deu o trabalho de olhar. Quando finalmente alcancei o objeto que tanto me machucava, uma surpresa misturada com alegria me invadiu. A automática que eu havia deixado dentro do carro quando entramos na casa abandonada ainda estava ali, e eu por sorte ou acaso sentei em cima dela quando entrei e Merle que entrou depois não viu.

Essa era nossa chance!

Eu respirei fundo e tentei segurar minhas emoções para que ele não percebesse. Talvez eu fingisse que estava apertada e quando ele parasse o carro... Não. Seria muita tolice de minha parte tentar. Eu esperaria o momento certo...

***

 

O desgraçado começou a cantar uma musica antiga e que eu a muito não ouvia. Sua voz alta e despreocupada me fez ter mais raiva. “Como Daryl pode ser irmão desse trate”, eu me perguntava.

Eu me sentia muito tentada a sacar a arma e atirar bem no meio de sua testa. Mas eu sabia que seria suicídio tentar.

-Bem vindos a Woodbury!!! –ele disse por fim quando chegamos a um ponto da estrada que era bloqueado por uma infinidade de carros, tabuas e portões de ferro. Uma mulher e um homem que estavam em cima da barricada desapareceram do outro lado do muro improvisado e segundos depois apareceram por um portão aberto por eles na lateral da rua.

Os dois, acompanhados de mais duas pessoas se aproximaram com arma em punho. Ainda não tinham visto Merle.

-Quem são vocês? –um deles perguntou a Glenn.

-Ei cara, não tá me reconhecendo, não? –Merle disse alto para que as pessoas do lado de fora notassem ele.

-Merle o que faz com essas pessoas? –o homem voltou a perguntar, desta vez surpreso.

Não tivemos tempo de dizer nada, pois as portas foram abertas e Glenn e Maggie foram postos para fora sob a mira de muitas armas. Merle saiu em seguida, atrás da Maggie.

“Esse é o momento!”

Quando fiquei apenas eu no carro, saquei a arma e a coloquei no cós da minha calça na parte de trás e a ocultei pela blusa que por sorte, era bem folgada.

-Nossa, cara. Quem são essas princesas e esse coreano aí? –outro perguntou se aproximando e pegando Maggie pelo braço e puxando-a para si. Glenn avançou, mas foi obrigado a parar quando apontaram uma 12 no peito dele.

-Fica calmo, aí. –Merle disse apontando a arma para seu comparsa. –Eles são do Governador. Não é para tocar nenhum dedo nelas e nem no fracote.

Então ele pôs a arma no bolso. Já não precisava mais dela, já que havia pelo menos quatro pessoas armadas nos conduzindo. Maggie foi à frente, ainda presa pelo homem de barba e Glenn foi o segundo.

-Vamos! Está esperando um convite? -Merle pegou-me pelo braço e me puxou seguindo em direção ao portão, atrás dos outros.

Eu ergui a cabeça quando passei por de baixo da muralha de ferro retorcido. Alguém atrás estava trazendo o carro para dentro. Era uma cidade incrível, tive que admitir. Tudo era impecavelmente limpo e organizado. Se não fosse por aquele muro improvisado, até pareceria que estávamos em uma cidade comum antes do apocalipse. “Nada mal para um bando de sequestradores.”

Nós fomos conduzidos para um galpão afastado do “centro” da cidade. Merle me puxava sem descanso. Assim que fomos posto para dentro a força, nos separaram em salas diferentes. Eu fui arrastada para uma sala escura, suja e cheia de coisas penduradas nas paredes. Merle acendeu uma luz e eu pude ver uma mesa de madeira redonda e duas cadeiras, uma de frente para outra, bem ao centro da sala. A lâmpada improvisada era sustentada por um fio bastante comprido que quase tocava a superfície da mesa. “Uma sala de interrogatório.” Pensei comigo.

Eu fui levada até a cadeira onde tive de sentar a força. Minhas mãos foram presas com fita isolante. Merle se abaixou para ficar da minha altura, em seguida pousou seus olhos azuis sobre os meus. Sua única mão se moveu até meus cabelos que ele começou a tirar de meu rosto com incrível delicadeza. Eu o fitava em silencio. Como era repulsivo sentir seu toque em meu corpo. Eu virei o rosto para o outro lado a fim de me livrar daquela frustração que ousava me engolfar. Ele por outro lado, desceu sua mão lentamente por minha face, depois meu pescoço e por ultimo em meu decote, então parou. Parecia travar consigo mesmo um conflito interior, pois seu corpo queria que ele prosseguisse, mas algo dentro dele o segurou. Respirando fundo e sorrindo maliciosamente de meu pavor inicial, se levantou e caminhou até a porta e me mandou um beijo.

-Fica triste não. Mais tarde eu venho lhe fazer companhia. –ele disse sorrindo e mostrando-me seus dentes amarelados pelo cigarro.

-Mas antes, não se esqueça de escovar os dentes. Sinto seu mau hálito a quilômetros de distancia. –eu ironizei enquanto sustentava o olhar.

Ele riu.

-Pode deixar. Eu escovo direitinho pra você boneca.

Eu fiquei ali. Em silencio. Sozinha. Assustada. Mas não era hora de ter medo. Com certeza alguém ficaria na porta fazendo vigia. Era só eu me soltar e em seguida libertar Mag e Glenn. Eles estavam em salas ao lado da minha, pois eu podia ouvir suas vozes e de seus opressores como se estivessem muito perto.

Os minutos se arrastaram lentamente. Eu estava quase esgotada, tentado me libertar, mas ele havia dado muitas voltas na fita de modo que eu não conseguia nem alarga-las. Não demorou muito e eu ouvi a voz cruel de Merle na sala ao lado. Ele estava interrogando o Glenn. Perguntava-lhe onde estava Daryl, onde nós estávamos morando e o que fazíamos ali próximo. Então veio a pior parte.

Batidas surdas chegou a meus ouvidos, como se alguém estivesse chutando a parede ao lado. Gritos, berros e depois... Silencio.

Silencio... O mais puro e terrível silencio.

Minhas mãos começaram a suar. Lagrimas escorriam de meus olhos. Meu corpo começou a tremer descompassadamente. “Não Glenn, você não pode ter morrido, Oh Deus, por favor.” Eu me vi rezando novamente. Aquele silêncio estava me matando. De que adiantaria fugir se Glenn e Maggie morressem? Eu não me perdoaria.

Era só uma questão de tempo. Agora ele viria atrás de mim ou de Maggie. Eu precisava fazer algo. Comecei a balançar a cadeira na tentativa de me soltar, mas um barulho de passos me fez parar.

Eu respirei fundo e olhei para a entrada. Um homem alto, branco e charmoso encarava-me da porta entreaberta. Ele vestia-se com uma calça jeans, uma camisa azul marinho e sapato social de marca. Bem diferente do “estilo Merle” de se vestir. Uma de suas mãos segurava a maçaneta e a outra, um copo de vidro contendo um líquido âmbar.

-Eu não tentaria isso se fosse você. –ele disse entrando finalmente na sala e trancando a porta em seguida. Com a voz amigável, mas soando para mim como uma ameaça se aproximou alguns passos.

Eu não respondi.

-Espero que você seja mais cooperativa que seus amigos. –ele continuou, indiferente ao fato de conversar com uma mulher presa a uma cadeira por fita adesiva. –Qual seu nome?

Ainda sim fiquei em silencio. Ele se aproximou mais um pouco. Bem devagar ao mesmo tempo em que me analisava com os olhos levemente estreitos.

-Sua amiga Maggie e seu amigo Glenn não quiseram cooperar... talvez você possa nos ajudar. Afinal, não queremos estragar esse lindo rostinho não é mesmo?

Sua voz era mansa e sedutoramente perigosa. Havia muito mais malicia em seu jeito de falar do que em seus olhos. Ele colocou o copo na mesa e sentou-se na cadeira em minha frente. Apoiando os cotovelos sobre a mesa, fitou-me longamente em silencio.

-Sabe, você parece ser bem mais inteligente do que a loira. E menos fácil de dobrar também.

-O que você fez com ela?! –eu finalmente disparei sobre ele. –Se você tocar um dedo nela ou no Glenn, eu te faço em pedaços!

-Ah! Você fala... pena que não tenha tantos modos. Mas já é um começo. –então ele se inclinou para trás como se tivesse tomado uma decisão. Em seguida se levantou e contornou a mesa até me alcançar. –Talvez isso te ajude a falar.

Eu senti as fitas de repente se afrouxarem de minhas mãos. Então percebi que estava livre. Era agora. Levantando-me com rapidez dei uma cotovelada nele que ainda estava curvado. Quando caiu no chão, eu me afastei e puxei a arma, apontando para ele.

-Quem é você? –eu perguntei para ele. –Você é o tal de Governador?

-O que sabe sobre mim? –ele perguntou se erguendo e cobrindo o nariz que agora sangrava. –Olha o que você fez comigo? Acha que é certo? Eu te libertei e assim que você me trata?

-Sai da minha frente! –eu gritei apontando a arma com ele.

-OK. Pode ir. –ele disse erguendo as mãos. –saia, você não quer ir embora? Então vá.

Eu respirei fundo. “ele está falando sério?”. Quando ele deu um passo para trás, eu corri para a porta para abri-la. Por um momento de descuido, não percebi que o Governador se aproximou, puxou-me pelo cabelo e me jogou para trás. Enquanto caia senti que a arma era arrancada de minha mão.

Eu me ergui assustada. Meu peito arfava. Ele olhava para a arma que acabara de arrancar de minha mão, analiticamente. Em seguida a desmontou como se fosse um brinquedo. Cartucho, cano e gatilho. Tudo desmontado.

-Você acha que sou idiota? –ele disse. Então me puxou pelos cabelos e me jogou do outro lado da sala. Eu bati na parede como se fosse uma simples marionete. Antes que eu pudesse me erguer, fui arremessada sobre a mesa. Bati minha boca na tampa e meu lábio se cortou. Droga! Como ele era forte. Mais dois minutos e eu estaria toda quebrada.

-Isso só está começando... –ele disse para mim, erguendo-me pelos braços e me virando de barriga para cima.

* * *

Daryl:

A paisagem passava por mim em alta velocidade, indiferente ao meu sofrimento enquanto eu olhava pelo vidro da janela. Eu estava sentado na frente, no banco do carona. A besta ia em minhas mãos rígidas.

-Você está bem? –perguntou Rick enquanto  dirigia o carro. Ele me olhava com uma expressão preocupada. Eu apenas assenti com a cabeça.

-Nós a encontraremos. Todos eles. –Oscar completou.

Mais uma vez não respondi. Ninguém precisava dizer nada para mim. Eu sabia exatamente o que devia fazer. Porra! Quando não é uma coisa é outra! Estava farto de apenas sobreviver, sobreviver e sobreviver. Desde que deixamos a fazenda que não tenho mais um minuto de sossego. Vida de merda! Acho que não nasci para ser feliz. Um pai alcoólatra, uma mãe fumante, um irmão drogado. E agora para completar uma patricinha metida até o ultimo fio de seu cumprido cabelo em encrenca.

Quem era esse Governador? O que ele pretendia fazer como eles. O que pretendia fazer com ela? Ah! Mas se eu e aquela garota saímos dessa vivos, garanto que nunca mais a deixarei por um milímetro se quer daquelas unhas cumpridas para fora da prisão sem minha companhia.

As horas se arrastaram lentamente até que enfim, a mulher disse que estávamos perto da cidade, então mandou deixarmos o carro para trás e continuar a pé.

-Há muitos patrulheiros, melhor caminharmos a partir de agora. –disse ela. –Falta um quilometro e meio, acho.

Descemos do carro. Eu fui até o porta-malas e peguei algumas armas e as distribui entre nós quatro. Começamos a caminhar. A magrela na frente. Encontramos muitos zumbies pela floresta, nosso caminho, mas por sorte não precisávamos nos preocupar com eles naquele momento. A noite caia rápido e quase não dava para ver o caminho que tomávamos. Mas eu pouco ligava. Só queria encontra-la e tê-la de novo em meus braços.

* * *

Emily:

 

Eu estava ofegante. Minha barriga estava doendo assim como todo o resto de meu corpo. Minha boca estava amarga por conta do sangue que saia de cortes em meus lábios tanto na parte externa quanto interna. Minha blusa se rasgara em vários pontos. Meu ombro também sangrava, pois era sempre o primeiro ponto a receber o choque quando eu era arremessada ora na parede ora na mesa e cadeiras.

-Tenho que admitir. Você até que é bem durona. –ele disse novamente.

Eu sentia seu corpo másculo empurrando e pressionando o meu contra a parede. Eu estava de costas para ele, mas podia ouvir sua respiração quente em meu pescoço, bem diferente da temperatura fria da parede onde meu rosto estava encostado. Ele começou a alisar meu corpo, primeiro a cintura, depois meus braços e em seguida meus cabelos.

-Vai se ferrar! –eu exclamei. Eu sabia que ele tentaria de qualquer maneira arrancar a informação de mim. Primeiro tentou bancar o legal e bom samaritano. Como não surtiu efeito, me agrediu e agora apelava para medo. Medo daquilo que ele sabia toda mulher ter.

Assedio. Abuso. Estupro.

Mas o que ele não sabia, é que não adiantaria. Talvez , quando tudo começou, eu estivesse em pânico agora. Mas passei muito tempo convivendo com Daryl, “O senhor-não-tem-medo-de-nada-Dixon”. Aquilo não iria funcionar.

-Vai se fazer de difícil, não é? –ele sorriu malicioso. Tudo parte de sua encenação diabólica.

-Vai fundo. Já enfrentei coisa pior. –respondi, sabendo que só iria aumentar a sua frustação. Quando ele pareceu que ia concretizar o que disse, a porta se abriu e Merle apareceu na brecha.

Ele olhou a cena por um momento em silencio antes de prosseguir.

-A magrela já contou. Estão na prisão.

praguejei. “Por que você contou Maggie, aguentei tudo isso pra nada?!”

O Governador me soltou e sorriu para mim.

-Você teve sorte. –então se afastou em direção a porta e mirou o outro. –Leve ela para junto de seus amigos.

 

* * *

Daryl:

Devia ser umas sete, oito horas quando chegamos à cidade. Eu me abaixei perto do muro mais baixo e fiquei observando a região em busca de alternativas. A tal da Michonne tinha razão: eram muitos. Não daríamos conta sozinhos. Precisávamos pensar rápido. De onde observávamos havia pelo menos cinco deles sobre o muro principal que dava apara a estrada.

-Psiu! –Alguém sussurrou. Eu me virei e vi que era a Michonne. Ela gesticulava para que a seguíssemos.

“Filha da mãe, encontrou uma brecha” pensei comigo um pouco mais alegre, pois agora que conseguiríamos entrar, a única parte difícil agora seria sair com os garotos sem sermos pego.

“Uma etapa por vez, vamos nos preocupar em salva-los primeiro. Depois pensamos em como sair”.  Nós contornamos o muro principal e chegamos a um ponto onde era mais baixo. A Michonne foi à primeira, logo em seguida, Rick, depois eu e por fim Oscar. Não foi tão difícil quanto pensei. Era tanto entulho que lugar para por o pé não faltava. Caminhamos encurvados por cerca de trinta metros até chegar a um galpão pequeno.

Michonne que já esteve lá antes abriu a porta com extrema facilidade. Dentro do galpão havia vários corredores. Todos eles entulhados de porcarias, camas quebradas e madeira.

-Foi aqui que você ficou presa? –Rick perguntou indo a frente.

-Não. –ela respondeu. –Fui interrogada.

-Parem de papo vocês dois! Temos um resgaste pra fazer! –eu resmunguei para que eles calassem a boca e continuassem andando. –Alguma ideia de ondes eles estão?

-Não faço ideia. Talvez esteja no apartamento dele. Lá sempre fica fechado. –ela respondeu sem parar de andar.

-Vamos para lá então. –Oscar completou atrás de mim.

-Não. –eu respondi nervoso. Aquele papo estava me deixando irritado. Eu caminhei para ela. –É uma cega guiando cegos. Vamos nos separar! Onde mais podemos procurar?! Fala!

Michonne se retesou um pouco e me encarou com raiva. Ela não estava aprovando o jeito que eu a tratava, mas que se danasse. Eu não tinha tempo para isso.

-Tem um galpão que não é usado. Parece abandonado. Você pode procurar por lá. –ela respondeu de má vontade.

-Ei! –alguém gritou entrando na sala, pela voz era um homem. Após o susto nós nos escondemos atrás de alguns objetos e aguardamos o homem sem aproximar. -Eu vi vocês entrando aqui! Não podem se esconder.

Quando os passos ficaram mais próximos eu saí do esconderijo e avancei nele apontando a besta em seu peito.

-Cala a boca e fica de joelhos! –eu gritei para ele que me obedeceu prontamente. -Rick amarra as mãos dele para trás!-Cadê nosso pessoal, eu sei que vocês estão escondendo gente aqui. Fala!

-Eu não sei de nada. - choramingou o homem. Ele parecia ser muito sincero.

Rick ao perceber que não arrancaria nada daquele homem, deu-lhe uma coronhada na cabeça fazendo-o desmaiar rapidamente.

-Por que fez isso Rick?! –perguntei. –Ele poderia nos contar a verdade.

-Por que ele não sabia de nada. Calma Daryl. Eu sou policial e sei quando alguém esta mentindo.

Eu assenti. Por mais que desaprovasse aquela atitude, eu respeitava Rick e sabia que ele faria de tudo para resgatar a Emily.

-Oscar, esconda o corpo dele e tampe a boca dele pra não gritar quando acordar.

* * *

Emily:

Eu fui levada através de corredores apinhados de quinquilharia e matérias diversos que se espalhavam dos dois lados. Ao fim do corredor chegamos a uma sala com a porta trancada. Merle me arrastava indiferente a minhas reclamações de dor.

-Entra. –disse ele após abrir a porta. Em seguida inclinou com a cabeça para que eu entrasse na sala.

Eu não respondi, mas obedeci. Caminhei até a porta da sala. Eu estava apreensiva. Não sabia o que ou quem eu encontraria dentro da sala. Temia por Glenn e Maggie e foi pensando neles que tomei coragem de continuar caminhado até o interior. Sorri ao ver os dois milagrosamente vivos dentro da sala. Eles estavam sentados no chão ao fundo da sala. Eles sorriram de volta ao me verem e correram em minha direção. Nós nos abraçamos. Meu sorriso logo morreu ao ver o estado dos dois. Maggie não apresentava nenhuma marca, mas estranhamente usava a camiseta de Glenn e tinha uma expressão mortificada. Glenn estava pior;  sua boca e o nariz estavam manchados de sangue e seu olho direito enxado. Havia varias escoriações em seu corpo.

-Deus! O que fizeram com você? –eu perguntei.

Merle saiu da sala e trancou a porta pelo lado de fora.

-Eu estou bem, mas e você?  –ele me perguntou de volta. –Está toda machucada.

-Eu estou bem. Agora meu medo é o pessoal na prisão... –eu murmurei.

-Me desculpa; ele ameaçou matar o Glenn. Se eu não contasse... –Maggie me disse chorando. –Eu tive que... tive que...

-Não adianta ficar se lamentando. Tempos que achar um jeito de sair daqui e pronto.

Nós três ficamos em silencio por um tempo. Então Glenn foi até uma cadeira destruída no chão e pegou um pedaço de madeira. Eu e Maggie o imitamos.

-Quando eles vierem nos pegar, nós os matamos. –Glenn disse.

-Mas eu não poderia matar alguém vivo. –eu disse analisando o pedaço de madeira.

-Você precisa fazer isso, Emily. Acabou a hora de salvar pessoas. Agora devemos mata-las! –Glenn gritou para mim de maneira encorajadora e quando viu que eu ia protestar continuou. -E se fosse o Daryl preso você não faria de tudo para salva-lo?

-Claro. –eu disse sem hesitar. Por Daryl eu faria tudo. –Sim. Eu faria.

-Ótimo! –disse Maggie se postando ao lado da porta. –Quando eles abrirem a gente avança.

Eu e Glenn ficamos do outro lado da porta. Não demorou muito e ouvimos passos se aproximando. Merle e mais dois caras invadiram a sala prontos para nos levarem. Nós fomos mais rápidos e avançamos neles.  Eu fui em Merle, Glenn no cara que estava armado e Maggie no terceiro. Foi tão rápido que não sei como consegui derrubar Merle. Maggie matou seu oponente enfiando a ponta da madeira em seu pescoço. Glenn teve dificuldades, pois o homem que estava armado com uma metralhadora, começou a disparar.

Foi um pandemônio, onde com muita sorte conseguimos fugir e deixar nossos atacantes caídos no chão. Era a nossa chance. Corremos como loucos pelos corredores, mas não sabíamos onde era a saída. A cada passo nossa situação agravava. Depois daqueles tiros, o bando todo devia estar indo para lá.

-Droga! Não vamos conseguir! –Praguejou Maggie ao ouvir inúmeros passos se aproximando.

“Faço minha, as suas palavras...” pensei comigo.

* * *

Daryl:

-Ouviram isso? –Oscar perguntou parando abruptamente e olhando para nós.

Claro que ouvimos, pensei comigo. Tiros vindos de uma única metralhadora podiam ser ouvidos do outro lado da cidade. Meu coração acelerou e a adrenalina pulsou em minhas veias.

-Vamos. Devem ser eles. –Rick respondeu. –Mas vamos com cautela. Agora eles estão tentos.

Eu assenti, assim como a Michonne e o Oscar. Nós quatro saímos correndo em direção ao barulho. Pela rua principal, vários homens, todos armados, corriam em varias direções. Além de sermos rápidos, precisávamos ser silenciosos e invisíveis.

* * *

Emily:

 

O barulho de passos foi aumentando. Precisávamos achar uma saída e logo. A primeira porta a nossa frente paramos. Tentamos abri-la. Trancada. Droga! Mas que maldição!  Não havia escapatória.

-Tá esperando o quê?! –eu gritei para Glenn. –Chuta essa porta. Arromba ela!

Glenn que ainda estava bem machucado e cansado assentiu. Ele era o único que tinha mais força que nós duas ali.

-Se tentar abrir essa porta eu mato a sua namoradinha, Glenn. –uma voz disse atrás de nós.

Eu e Glenn nos viramos. Merle estava segurando Maggie pelo braço e em sua mão havia uma arma. Cinco homens estavam atrás dele. Todos armados.

-Achou mesmo que podia fugir? –ele perguntou novamente.

Os homens avançaram em nós e nos pegaram pelos braços e cabelos. Por ironia, fomos levados para a mesma sala de onde escapamos. Colocaram-nos de joelhos um ao lado do outro.

-Foi uma bela tentativa... –Merle começou nos rodeando calmamente.  –Estou feliz por este reencontro.

Um dos homens de boné se aproximou com sacos de pano nas mãos. Eu sabia do que se tratava. Seriamos executados. Maggie chorava copiosamente. Glenn segurou a mão dela pedindo para que ela o olhasse.

-Eu te amo. –Maggie disse entre soluços.

Eu que não havia derramado uma gota de lagrima até aquele momento, senti que meus olhos ardiam se preparando para a enxurrada que ameaçava me engolfar. Nós três morreríamos. Glenn e Maggie ainda tinham a chance de se despedir um do outro. Se verem antes do fim. Mas e eu? Eu morreria sem ver o rosto de Daryl uma ultima vez. Onde ele estaria? Será que pensava em mim? Será que agora estava nos procurando? Não sei. Não sei o que ele estava fazendo, mas esperava que ele estivesse pelo menos pensando em mim; fechei meus olhos e me concentrei em lembrar todas as nossas brigas e nossas reconciliações. Eh, quem diria que eu e um caipira bruto ficaríamos juntos? Mas não mais. Nunca mais nos veríamos. Nunca mais...

Ele colocou o capuz nas cabeças de Maggie e depois Glenn, em seguida se virou para mim.

-Quais são suas ultimas palavras? –perguntou sorrindo debochadamente como se matar pessoas não passasse de um de seus hobbies.

Eu ergui meus olhos e fitei os seus. Os mesmos que de Daryl.

-Se um dia encontrar seu irmão, diga que o amarei mesmo após a morte.

Por um momento Merle pareceu confuso. Seu sorriso morreu e ele me olhou como se estivesse juntando as peças. Talvez ele não fosse tão burro assim... O cara de boné se aproximou por trás de mim e colocou o capuz em minha cabeça sem cerimonia antes que Merle, que havia aberto a boca para dizer algo, falasse.

Então um barulho ensurdecedor me fez ter medo. Alguém tinha invadido a sala, disso eu tinha certeza, pois ouvi os capangas de Merle gritarem e atirarem em direção à porta.

* * *

Daryl:

Eram eles! Eu tinha certeza, pois ouvi a voz de Emily. As palavras “diga que o amarei mesmo após a morte.” ainda estavam sendo processadas pela minha cabeça quando Rick abriu a bolsa e jogou uma bomba de gás dentro da sala.

Nós invadimos e no meio da fumaça e gritaria, encontramos os três de joelhos sendo empurrados pelos  sacanas que tentavam revidar o nosso ataque. Rick puxou a Maggie, Oscar, o Glenn e eu fui atrás de Emily. Mesmo com aquele capuz em sua cabeça eu sabia que era ela. Seu corpo delicado e frágil, seus cabelos longos descendo por baixo do pano. Não havia duvidas. Era ela.

Corremos o mais rápido que pudemos. Emily mais se arrastava do caminhava. Eu queria muito leva-la no colo e poupa-la do sofrimento, mas se fossemos atacados eu precisava estar com as mãos livres. Eu queria muito dizer para ela que estava tudo bem, mas se eu falasse alguma coisa poderiam nos denunciar.

Encontramos uma casa com a porta aberta e entramos. Glenn e Maggie caíram no chão. Eu pousei Emily com cuidado no chão e tirei o capuz de sua cabeça.

Estava escuro, mas era possível ver o seu estado. Vê-la daquele jeito me fez crescer um ódio dentro de mim sem precedentes. Sua boca estava enxada e seus braços cheios de corte a arranhões. Ela mal ergueu o rosto. Eu segurei seu rosto com as duas mãos e o ergui.

-Emily sou eu, Daryl.

Ela abriu os olhos ao som de minha voz e arregalou-os ao me ver.

-Oh céus! –ela começou a chorar presa em meus braços que agora a abraçavam fortemente.

-Calma, eu vou tirar você daqui. Eu prometo. Vamos tirar vocês daqui. –eu lhe disse sussurrando.

Me surpreendeu sua força interna. Respirando fundo ela cessou as lagrimas e seu rosto enrijeceu. Eu sequei suas lagrimas e beijei sua testa.

-Me dá... Me da uma... Arma. Por favor. –ela pediu suspirando. Eu fiz que não com a cabeça. Ela implorou. –Por favor...

De má vontade lhe dei uma arma que ela destravou. Se segurando em mim, se levantou com dificuldade. Michonne havia sumido.

* * *

Emily:

 

Eu morri. Morri, pois Daryl estava em minha frente. Era um lindo sonho. Pensei tanto dele que meu espirito foi ao seu encontro. Era a única explicação.

-Consegue ficar de pé? –ele me perguntou segurando-me pela cintura. Não. Não era um sonho. Eu estava viva. Sentia dores em todo o meu corpo.

-Sim. –respondi segurando a arma que parecia pesar uma tonelada em minha mão machucada.

-Como acharam a gente? –Maggie perguntou enquanto cuidava de Glenn. –Cadê aquela mulher que estava com vocês?

-Que mulher? –eu perguntei olhando para Daryl.

-Uma estranha que nos ajudou a achar vocês. –ele respondeu relutante.

-Eu não sei. Mas ela que se vire sozinha temos que leva os três embora agora. –Rick respondeu.

-Daryl. –Glenn o chamou. -Foi o Merle. Foi ele que fez isso com a gente.

Rick se aproximou e nos encarou.

-Você o viu?

Sim. –ele respondeu. Eu olhei para Daryl para ver sua reação. Ele estava parado em silencio fitando Glenn. –ele jogou um zumbi em mim. Nos atacou.

-Então ele é o Governador? –Daryl finalmente saiu de seu silencio.

-Não. –Maggie respondeu. –Ele é tipo o tenente dele. Foi o Governador que fez isso com a Emily e ele tentou é me... eh...

Daryl olhou para mim que não disse nada e depois olhou para Maggie novamente.

-Ele sabe que estou com vocês?

-Agora ele sabe. –eu disse finalmente. Cada palavra que eu dizia me fazia sentir mais dores. –Nós contamos para ele sobre a prisão. Rick desculpa. Não conseguimos mais aguentar.

-Vocês não tem nada que se desculpar. –Rick disse com urgência, mas também com compreensão. –Temos que voltar para avisar os outros. Glenn, você consegue andar? Ótimo. Temos um carro do lado de fora. Oscar ajude ele e Maggie ajude a Emily a entrar no carro.

Oscar que vigiava a porta assentiu e apoiou Glenn em seu ombro direito, depois Maggie me estendeu a mão. Daryl parecia um pouco relutante de se afastar de mim, mas no fim deixou que eu me fosse. Eu não queria me separar de novo dele. Mas que utilidade eu teria naquele estado?

 

* * *

Daryl:

 

Emily finalmente estava segura e salva. Agora eu podia pensar no meu irmão. Se ele realmente estava lá eu precisava falar com ele.

Rick não queria deixar que eu me fosse. Disse que precisávamos ficar juntos.

-Olha o que ele fez. –dissera ele na tentativa de me fazer esquecer.

-Mas ele é meu irmão. –eu disse mais uma vez. –Quem sabe se eu falar com ele...

-Daryl, você não esta pensando direito. –Rick me disse pondo a mão em meu ombro, talvez achando que eu fosse fugir. –Mesmo que conversemos, o Glenn mal pode andar. O que faremos se tivermos que enfrentar zumbies pelo caminho? E se esse governador alcançar a gente? Daryl eu preciso de você! Pense na Emily. Vamos tirá-la daqui primeiro. Está comigo?

Se faltava algo para me fazer voltar atrás na minha decisão, Rick acabara de dizer “Emily” ela estava a salvo, mas não totalmente segura. Ele tinha razão. Agora que eu sabia onde encontra-lo depois eu voltava.

-Estou. –respondi. Um pouco aborrecido é claro, Merle é minha família. Eu sabia que se conversasse com ele, podíamos parar com tudo aquilo, mas a Emily estava ferida e precisava de Hershel assim com Glenn também.

Rick abriu a porta.

-No três. –ele disse  ativando uma bomba de gás. Então começou a contar. –um... dois... três... vai!

Rick arremessou a bomba que começou a nublar toda a visão. Oscar e Maggie caminharam com dificuldades enquanto carregava os dois mais feridos. Rick ia à frente e eu atrás dando cobertura.

Um deles que estava sobre o muro nos viu.

-Eles então aqui! –berrou o desgraçado. Rick o fuzilou. Então o tiroteio começou.

* * *

Emily:

 

Eu não sabia o que estava acontecendo, mas aquele barulho de tiro em meus ouvidos estavam me deixando mais confusa ainda.

-Corre Emi, mas um pouco. –Maggie me incentivava.

-Estou tentando. –eu gemia.

Oscar subiu em um ônibus que era usado como barricada e ajudou Glenn, depois me ajudou. Quando ia puxar Maggie, ele parou de repente olhando confuso para nós. Então percebi que ele foi atingido e morto. Maggie ainda lá embaixo. Chorava enquanto chamava por Rick. Quando o xerife se aproximou, Maggie deu um tiro na cabeça de Oscar e subiu atrás de mim. Eu estava em choque. “ele morreu para nos salvar”, mas que mundo cruel era esse em que vivíamos?

-Rick! Sobe! –Maggie gritava para ele. Eu já estava lá embaixo do outro lado do muro. Eu e Glenn nos abraçamos e começamos a “correr” para o carro. Estávamos sangrando e se um zumbie sentisse nosso cheiro estaríamos mais ferrados ainda. Maggie e Rick surgiram logo em seguida.

-Cadê o Daryl? –eu perguntei fazendo menção de sair do carro. Rick me segurou e me empurrou de volta para dentro do carro. –Cadê o Daryl?!

Ouvimos um farfalhar no meio do mato. Pensamos que fosse Daryl ou então um zumbie atraído pelo barulho dos tiros, mas ao invés disso. Uma mulher negra com os cabelos em rastafári segurando estranhamente uma espada. Eu apontei a arma para ela.

-Ela esta com a gente. –Rick me disse. Depois se voltou para ela. –Onde esteve?! Já fez o que queria?!

-Cadê o resto do seu pessoal? –ela perguntou ignorando a raiva de Rick.

-O Oscar foi morto. –Maggie disse. –E o Daryl sumiu.

-Você o viu? –eu perguntei desesperada.

-Não. –ela respondeu me encarando com seus olhos grandes e esbugalhados.

Ficamos em silencio por um tempo. Aguardávamos que ele fosse aparecer correndo para que fossemos embora. Mas isso não aconteceu. Ele não voltou.

-Temos que ir atrás dele Rick. –eu choraminguei.

-Sim. Eu vou atrás dele com a Maggie e a Michonne. Você fica aqui com o Glenn. –ele me disse muito sério.

-Não me deixe aqui.

-Você fica aqui! Sem reclamar! Cuida do Glenn ele precisa mais de você.

* * *

Daryl:

 

Sacanagem! Uma hora estou eu dando cobertura para Rick e os outros e outra hora estou preso com a droga de um saco na cabeça. “Rick cuida da Emily”. 


Notas Finais


Obrigada por lerem este capitulo até o fim .
espero que tenham gostado tentei deixa-lo o mais detalhado possivel
Obrigada lindas até a proxima.
bjos


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