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História Unidos Pelo Caos - O Acampamento


Escrita por: Monique_Dixon

Notas do Autor


Olá galera!!!
Me desculpa a demora em postar... estava com uns pepinos para resolver.
Espero que gostem:)
BJKAS
Boa leitura

Capítulo 4 - O Acampamento


Capítulo 4 – O Acampamento

 

 

Nós saímos do carro às pressas e Rick nos fez correr. Subimos um morro ingreme e irregular pelo meio da mata até sairmos em um descampado onde se desenrolava o caos.

Eu ouvi gritos e muita correria. Muitas pessoas se refugiavam próximo a um Theiler e outros tantos estavam dispersos afugentando e matando uma dezena de zumbies com armas de fogo, facas e tacos de beisebol.

Nós avançamos com urgência, mas ao mesmo tempo com cautela.

– Emily! – Rick gritou para mim. – Fica atrás de mim! – então ele me puxou para próximo dele. Quando nós nos aproximamos do acampamento, Rick, Daryl, Glenn e T.Dog começaram a atirar e atacar os zumbies. Eu tampei meus ouvidos com as duas mãos enquanto avançávamos para próximo de uma fogueira.

– Oh meu Deus! Oh meu Deus! – eu ouvia Glenn gritar enquanto atacava os zumbies com uma metralhadora.

Em poucos minutos não havia mais nenhum zumbie de pé. Glenn e Daryl entraram novamente na floresta para certificarem de que não havia mais nenhum deles nas redondezas.

– Você está bem, Emily? – Rick me perguntou. Quando eu assenti, ele se afastou e começou a gritar:

– Lori! Carl! Cadê vocês?

Uma mulher morena e uma criança, um menino na verdade, vieram correndo em nossa direção e pularam em Rick envolvendo-o  em um abraço. Eu me comovi com a cena, entretanto senti-me uma intrusa ao presenciar seu momento com a família e, portanto, sai de “fininho”. Comecei a caminhar pelo acampamento em silêncio enquanto, através da pouca luz da quase apagada fogueira, pude vislumbrar muitos corpos caídos no chão. Só saberíamos se eram do grupo ou zumbies quando o dia nascesse novamente.

Muitas pessoas se abraçavam e choravam perguntando por nomes dos quais eu não fazia ideia, mas supus que fossem de integrantes do grupo que ainda não haviam sido encontrados.

– Ed! – gritou uma mulher e uma criança.

Percebi que após o ataque surpresa dos zumbies, a maioria se reuniu em torno de duas mulheres próximas ao Theiler. Uma estava deitada no chão com o corpo ensanguentado e a outra sobre ela. Chorava copiosamente.

– Ela morreu, pai! – ouvi Carl, filho de Rick dizer também despejando lágrimas. Eu parei um pouco afastada deles e observei a cena em silencio. Era realmente uma cena digna de pena. Comoveu a mim assim como aos demais. Percebi que minha vida fora daquele apartamento há muitos quilômetros de onde estamos mudara completamente. Eu estava do lado de “fora” e agora correria perigo constante.

Alguns minutos depois, Glenn e Daryl votaram da mata carregando cada qual uma arma de calibre 12. Quando Daryl se aproximou do grupo e viu a cena, exclamou frustrado.

– Mais que merda!

Então aos poucos, os homens começaram um árduo trabalho de recolhimento dos corpos. As mulheres se uniram para reconfortarem umas as outras. Eu comecei a caminhar pelo acampamento em busca de algo para fazer. Afinal, não os conhecia e meus pêsames seriam de pouca utilidade naquele momento. Estava muito escuro e eu tomava cuidado para não tropeçar nas pedras ou em corpos ainda caídos no chão quando me choquei com uma silhueta. Sobressaltei-me ao pensar que fosse um zumbie. A figura se virou e me encarou de cima, pois era mais alta que eu.

Mesmo com a luz da fogueira se extinguindo, pude ver o brilho dos olhos de um homem me fitando. Era Daryl.

– Você é cega ou o quê? – disse ele rabugento. – Não me viu aqui não?

Eu recuei alguns passos.

– Me desculpa. – Eu disse com a voz rouca, pois estava muito tempo sem falar. – É que está escuro.

Ele bufou, mas não pude ver sua expressão. Ele apoiou pelo que pude perceber, uma picareta no ombro.

– Por que ao invés de ficar zanzando por aí, não vai ver o pessoal. Você não disse no carro que era medica?

– Não. Eu sou enfermeira apenas. – Eu respondi.

– Tanto faz. – ele respondeu virando-se para o outro lado e em seguida ergueu a picareta e furou a cabeça de um corpo que estava caído no chão.

 Eu assenti mesmo que ele não pudesse ver e me afastei alguns passos antes de perceber que não adiantaria em nada se eu não estivesse com minha maleta que por sinal havia ficado dentro do carro. Respirei fundo e percebi que o carro estava muito longe do acampamento, escondido entre as arvores para que não chamasse atenção à luz do dia.

Olhei ao redor, todos estavam longe demais para me ouvir, excerto Daryl que ainda estava furando as cabeças dos mortos com a picareta.

 – Daryl. – Eu o chamei.

Ele apoiou a picareta no chão e me fitou.

– O que foi agora? – perguntou impaciente.

– Pode me acompanhar até o carro? – eu perguntei temendo a resposta.

– Não lembra o caminho? – ele disse ainda soando impaciente e também irônico.

– Eu preciso pegar a minha maleta de primeiros socorros que ficou lá dentro... e... – Eu fiz uma pausa. – Não quero ir lá pegar sozinha.

Ele ficou calado por um momento, ponderando a proposta.

– Tá, tudo bem. – disse vencido. Então bateu com a picareta no chão e se curvou para o corpo. – Mas antes me ajuda a levar este corpo para junto dos outros.

Ele começou a erguer o corpo sem de fato esperar uma resposta. Eu me aproximei para ajudar.

– Eu pego pelos braços. – disse ele.

Eu assenti um pouco enojada e me curvei para pegar os pés.

Nós o erguemos e arrastamos da melhor maneira possível para uma pilha próximo a fogueira. Era realmente nojento aquilo tudo. O cheiro de putrefação, as mucosas úmidas e a epiderme solta e ferida.

Após jogarmos de qualquer jeito o zumbie na pilha eu puxei o cós de minha blusa e levei até o rosto para cobrir meu nariz e boca, pois mais um segundo ali perto eu vomitaria.

– Mas é fresca mesmo... – disse ele com a sutileza de sempre. – Vai dizer que nunca chegou tão perto de um zumbi assim?

– Na verdade não. O prédio em que eu estava tinha bastante suprimentos. – Eu respondi sem me exaltar. Ele limpou as mãos na calça e fez um gesto com a cabeça para que eu o seguisse.

Nós caminhamos em silêncio pela mata. A distância era curta, mas para alguém despreparado podia se tornar perigosa. Andamos apenas uns vinte metros até chegarmos ao carro. A porta estava escancarada, pois quando chegamos ao acampamento e ouvimos os tiros, simplesmente não tivemos tempo para nada.

– Está armada? – ele me perguntou.

– Sim. – Eu respondi insegura mostrando minha arma para ele.

– Já usou isso aí antes? – ele perguntou se aproximando do carro que estava com os faróis acesos.

– Não. – Eu admiti. Ao ver sua expressão descrente eu acrescentei em tom desafiador. – Mas sei usar se é isso que você quis dizer.

Ele não respondeu de imediato, bufou e se curvou para dentro do carro de onde tirou a maleta vermelha. Então bateu às portas do carro e se aproximou de mim me estendendo a maleta.

– E aprendeu com quem? Com jogos de vídeo game? – disse ele zombeteiro.

– Não! Eu não curto essas coisas fúteis. – Eu respondi dignamente, então acrescentei relutante; – Aprendi vendo filmes de ação...

Ele riu debochado da minha cara enquanto eu pegava a maleta de suas mãos.

– Eu sabia...

– E como você sabia disso? – eu perguntei insegura e constrangida.  Pois ele estava me fazendo parecer uma idiota.

Daryl por outro lado, indiferente a minha reação, estendeu a mão em um gesto para que eu dessa minha arma para ele. Eu concordei relutante e lhe entreguei. Ele analisou em apenas dois segundos através da luz do carro.

– Eu não disse? Não está nem destravada. Se um zumbi aparecesse agora e você tentasse atirar a arma não funcionaria e você estaria morta. Fim de jogo.

Então ele abriu o cartucho e verificou se tinha balas e depois puxou uma trava na parte superior da arma que emitiu um clique metálico. Olhou para mim ainda sorrindo irônico e me entregou a arma de volta.

– Pronto. Agora você pode usar. – disse ele se afastando e seguindo em direção ao carro para apagar os faróis.

Eu sem tentar perder minha pose. Olhei para ele com superioridade e respondi.

– E você aprendeu com quem? Na cadeia? Por que no mínimo você deve ter sido um ladrão de carros.

Daryl me fulminou com o olhar e se aproximou de mim. Eu recuei ante sua aproximação até encostar-me em outro carro. Não havia para onde eu fugir.

– Você não sabe nada sobre mim. – disse ele letalmente. Seu rosto agora estava muito próximo do meu. Eu estava quase sentada no capô do carro. Eu senti um calafrio percorrer meu corpo, e eu supus que fosse adrenalina, pois eu me senti ameaçada. Depois de afastou de mim e começou a caminhar.

– Anda logo, ou vou deixar você aí.

Eu me desgrudei do capô do carro e comecei a caminhar rápido para alcança-lo.

– Odeio florestas! – exclamei batendo em meu braço, pois senti uma picada de inseto. Eu estava repudiando aquele lugar. – Tem aranhas, mosquitos e besouros.

– É patricinha, bem vinda ao mundo real.

Eu bufei nervosa. Não ia dar atenção aos seus insultos. Voltamos ao acampamento e os corpos já haviam sidos todos recolhidos. A mulher loira ainda chorava sobre a outra.

– E quem é essa aí? – um homem armado e moreno perguntou para Daryl quando pousou os olhos em mim. Estava sério e desconfiado.

– É uma garota perdida que encontramos na cidade. – respondeu Daryl me deixando ali e seguindo para a fogueira.

– Ela tem nome, sabia disso? – Rick respondeu com censura para Daryl que ignorou o comentário. Então se aproximou de nós. Sua esposa e filho vieram juntos. O restante do grupo, com exceção da loira, se atentou a nossa conversa. – Esta é Emily Taylor. Nós a encontramos em Atlanta.

– Oi. – Eu respondi.

– Oi – disse a maioria. Um homem de cabelo branco e chapéu de praia se aproximou de mim amistosamente. – Prazer em conhecê-la e seja bem vinda.

Não houve muita conversa paralela. Na verdade, nem havia clima para isso. Eu fiz alguns curativos nos que haviam se machucado na luta, porem um deles chamado Jim não me deixou encostar nele e me repeliu quando quis examina-lo. As barracas foram postas mais juntas umas das outras. Como eu não tinha uma barraca para mim, foi me dado uma barraca de um integrante que infelizmente foi morto no ataque.

Eu coloquei minhas coisas na barraca junto com a maleta e me sentei na entrada.

– O que foi? A barraca é humilde demais pra você? – Daryl disse e percebi que ele arrastava sua barraca para bem próximo da minha.

– Por que você não vai dormir, Daryl. – Eu respondi em voz baixa, pois a tal de Andrea, eu fiquei sabendo seu nome depois pelo Dale, ainda velava sua irmã.

– Cuida da sua vida! – ele respondeu largando a barraca do meu lado e depois se afastando.

– Você também, caipira! – eu respondi.

– Calma. – respondeu T.Dog se aproximando de mim. – Ele é assim mesmo, amanhã ele estará pior.

– Senta aqui. – Eu pedi a ele. T.Dog puxou um banco e sentou na minha frente. – Por que ele é tão rude? – eu perguntei tentando entender a personalidade de Daryl.

– Bom, os Dixon não têm o título a zelar aqui no acampamento. Ele e o irmão são bem esquentadinhos. Ele está assim por causa do Merle.

– E o que aconteceu com o irmão dele? – eu perguntei.

Ele me contou o que o tal de Merle fez e que por causa disso foi deixado algemado em um prédio. E que naquele dia em que me encontraram em Atlanta foi na verdade, uma missão de resgate. Contou também que quando chegou lá, Merle havia cortado sua própria mão e fugido.

Eu fiquei impressionada com história e finalmente havia entendido as hostilidades de Daryl. T.Dog se levantou e foi dormir em sua própria barraca. Eu me levantei e segui pelo mesmo caminho feito por Daryl, eu iria falar com ele. Quem sabe a gente finalmente se entendesse.

 

 


Notas Finais


E aí, o que vocês acham que vai sair dessa conversa?
Será que eles vão se entender?
Espero recadinhos até lá.


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