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História Unidos Pelo Caos - "Você chegou ao Terminus."


Escrita por: Monique_Dixon

Notas do Autor


Olá pessoas maravilhosa. Me desculpem a demora, mas desta vez foi grave. Passei por umas situações bem ruins. Acabei tendo de dizer adeus para alguns amizades e isso me deixou profundamente triste. Sem vontade nem criatividade para escrever, mas agora estou melhor e posto hoje um capitulo com quase 30 paginas. Eh, bem longo este, espero que gostem.
Quero a gradecer a Anny_BT/~gabi2106/~Annecha/~Pequena_Pudim/~Jessyca22/~Jessyca22/~Liqu0r/~fofapanda1000/ ~Sra_Isabell/~Chrissy_RDC03/~1D_JB_4ever/~PsychoBoss/~leticiaamorim10/
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que favoritaram a fic desde o ultimo capitulo e claro, A TODAS QUE ESTÃO ACOMPANHANDO ATÉ AGORA!
Boa leitura

Capítulo 43 - "Você chegou ao Terminus."


Daryl:

 

Estávamos ofegantes e perturbados. Os corpos de Joe e seu grupo jaziam sem vida numa vala atrás das árvores. Após o torpor, Michonne correu até Carl e o abraçou como se assim fosse fazê-lo esquecer de todo o perigo pelo qual havia passado. Indiferente a nossa presença, Carl chorou. Não como uma criança, mas sim como um homenzinho que tenta a todo custo esconder as lágrimas.

Rick agora, sujo de sangue, parecia outra pessoa. Seu semblante nunca pareceu tão ameaçador e cruel. Há poucos minutos utilizando-se apenas de uma faca e de suas habilidades como policial inverteu o jogo dominando Joe que lhe apontava a arma. A cena seguinte foi chocante até mesmo para mim. Possuído por um ódio incontrolável Rick golpeou continuamente o corpo já desfalecido até que eu fui forçado assegura-lo pelo ombro afastando-o. Rick parecia fora de si, mas não resistiu a minha interferência. Eu o arrastei para perto do carro, ele não ofereceu resistência, mas seus olhos continuavam vagos. Da minha mochila que estava jogada no chão tirei uma garrafa com água e entreguei para ele.

-Devia guardar para você beber. -Rick disse mostrando resistência.

-Devia ver sua cara agora. -eu retruquei sacudindo a garrafa na sua frente.

Finalmente vencido, ele jogou um pouco da água em um pano que lhe ofereci e após alguns segundos em silêncio, limpou seu rosto. Eu me sentei ao seu lado no chão finalmente sentindo cansaço e as dores causadas pela surra.  Michonne havia posto Carl para dormir dentro do carro e lá permaneceu com ele cantando baixinho para reconforta-lo.

-Eu... -eu comecei balbuciando um pouco por causa dos lábios inchados. -Eu não sabia que eles... eu estava com a Beth e a Emi... ficamos juntos por um tempo...

-Elas morreram? -Rick perguntou em voz baixa, sombriamente.

-Não. -apressei-me a responder. -Quero dizer, elas foram levadas, separadamente...

Minha voz quebrou.

-Então pouco depois eles me acharam... eu estava sozinho. -eu tentei me justificar esperando que minha culpa em tudo aquilo fosse isentada. -Eu sabia que eles eram ruins, mas tinham um código. Um código idiota, mas até que funcionava...

-Eu entendo, você estava sozinho. -Rick respondeu lacônico, colocando a mão em meu ombro. -Você não tem culpa de nada. Estou feliz em vê-lo, Daryl. Você é como um irmão para mim.

Eu não respondi, mas assenti com a cabeça num gesto característico meu. Minha garganta se contraiu. Eu pensava o mesmo que Rick, um cara que se importava comigo mais do que meu próprio irmão Merle demonstrou durante toda a sua vida.

-O que faremos? -eu perguntei tentando mudar de assunto.

-Nós estávamos seguindo para o Terminus. Estamos a um dia de lá.

Eu assenti mostrando que estava de acordo com a decisão. Se Emily e Beth conseguiram escapar, teriam ido para esse tal de Terminus. Rick se levantou e deu duas batidas na vidraça do carro. Michonne então acordou Carl e o faz levantar.

Agora, de certa forma, recompostos, seguimos pela estrada a pé andando um pouco mais devagar do que o costume. Embora eu não admitisse está com dor, as caretas que eu fazia me denunciavam. A boa notícia foi que Rick trouxe consigo a mochila de armas da prisão. Mas a má notícia foi saber que a pequena Bravinha não tinha sobrevivido...

Então após três ou quatro horas de caminhada encontramos os trilhos enferrujados com uma placa ao lado onde se lia:

 

“Terminus, todos que chegam aqui sobrevivem.”

 

-Bem agora nós seguimos por dentro da floresta. -disse Rick.

Eu concordei. Seguir em linha reta até os portões não parecia ser uma atitude inteligente. Não sabíamos se eram confiáveis ou até mesmo se o abrigo já não havia sido tomado.  Juntos, nós quatro saímos da estrada e entramos na floresta.

 

* * *

Emily:

 

Caminhar ao lado daqueles três homens - nossos supostos salvadores - isso deveria nos trazer algum tipo de alívio e até mesmo esperança. Entretanto eu sentia-me oprimida e vigiada. Talvez pelo fato de não me deparar com pessoas desconhecidas o tempo todo eu ainda não estivesse me acostumando com a ideia. Até por que as pessoas com quem me deparei nos últimos tempos eram de má índole. O Governador e do grupo de Brayton eram prova viva disso.

Leander caminhava ao meu lado. Parecia relaxado e descontraído.

-Estamos perto agora. -disse um dos homens, Alex,  apoiando a metralhadora no ombro. –Mais um dez minutos e vocês poderão desfrutar de uma deliciosa sopa e uma cama bem quentinha. Aposto que estão com forme, certo?

-Sim, nós não comemos nada decente a mais de sete dias. -Leander respondeu animadamente.

O homem vendo que eu não me manifestava olhou por cima do ombro em minha direção.

-Emily seu nome, não?

-Sim.

-Anime-se. Temos lindos vestidos que caíram perfeitamente bem em você. –disse ele achando que fosse me alegrar. Mas algo ainda não me convencera. Não sabia dizer o quê, mas sentia que descobriria quando chegássemos ao Terminus.

-Ah, olhem só, chegamos! –disse o segundo homem, seu nome era Greg.

Eu e Leander paramos de andar e admiramos por alguns momentos o portão feito de ferro e arame farpado. Os três homens atravessaram o portão sem hesitar. Alex e Greg desapareceram lá dentro, enquanto Albert mantinha o portão aberto para que pudéssemos entrar.

-Vocês vêm? –ele disse.

Leander olhou para mim e me deu a mão.

-Está pronta? –me perguntou.

Eu olhei no fundo de seus olhos azuis e assenti. Juntos, a passos hesitantes, atravessamos o portão. Preso no gradil havia uma mensagem no quadro branco onde se lia:

 

Você chegou ao Terminus. Você já foi aceito. Baixe suas armas.”

 

A apesar do aviso, eu mantive minha arma a mão.  Atravessamos uma espécie de garagem e chegamos ao fim do pátio onde uma mulher de cabelos sujos cortava alguns pedaços de carne sobre uma bancada. Assim que nos viu ela largou a faca e abriu um grande sorriso.

- Sejam bem vindos ao Terminus! - exclamou ela saindo de trás da bancada enquanto limpava as mãos sujas de sangue no avental preso a cintura. –Como devo chamar o casal?

Eu e Leander lhe sorrimos de volta, pois seu sorriso era muito contagiante.

-Emily e Leander. -eu apresentei-nos sem necessariamente corrigi-la de que não éramos um casal. Mas por hora essa informação era irrelevante.

-O meu é Mary. -ela respondeu ainda sorrindo.

 -Prazer em conhecê-la. - eu respondi sem prestar muita atenção. -Nós estamos à procura de rostos familiares de nossa amiga. Seu nome é Maggie.

A mulher arregalou os olhos parecendo surpresa, mas depois a expressão suavizou-se e ela tornou a sorrir.

-Claro que sim. Ela está aqui sim inclusive com o Bob a Sasha.

Eu sorri aliviada. Aquela informação procedia.

-Venha, eu vou levá-los até eles. –ela me disse caminhando apressadamente em direção ao interior do pátio. -É bem aqui.

Ela parou em frente a um vagão de trem velho enferrujado. Eu estreitei meus olhos, confusa.

-Aqui onde?

Ela assentiu e olhou para o ponto acima da minha cabeça. Eu me virei por reflexo em tempo de ver um homem com um taco de beisebol avançar para mim. Eu me abaixei em tempo de desviar do golpe que acertaria minha cabeça. Leander vendo a cena avançou para ele, mas foi surpreendido por Albert que o golpeou com punho da arma derrubando-o instantaneamente. Caído no chão Leander recebeu um novo golpe fazendo perder a consciência.

 Eu ainda deitada tomei distância. Quando estava a poucos metros longe, tentei me levantar, mas o desconhecido se jogou sobre mim fazendo nós dois rolarmos no chão. Ele segurou minhas pernas e eu o chutei acertando sua boca.  Suas mãos me soltaram brevemente, mas logo ele pulou sobre mim de novo.  Ajoelhando-se sobre mim de modo a me imobilizar entre suas pernas, ele segurou minha cabeça com as duas mãos levantando a poucos centímetros do chão e depois batendo a com força no duro piso. Tudo escureceu.

Quando finalmente recobrei os sentidos me vi em um local totalmente escuro e abafado. Senti uma fisgada na cabeça onde havia sido atingida, mas pouco me importei com a dor, eu estava mais preocupada com o estado de Leander.  Eu apalpei o chão tentando sentir sua presença, mas só sentir algo frio e áspero.

-Leander. -eu sussurrei em meio ao escuro.

-Emily? -alguém me chamou, mas decididamente não era sua voz. Eu tentei inutilmente enxergar no escuro sem sucesso.

-Quem é?

-Sou eu Emi, a Maggie.

 Ainda no escuro senti que alguém se aproximava de mim e com suas mão tentava apalpar o meu rosto em seguida meus cabelos. Ao encostar na parte atingida gemi baixo. Ela sorriu e me abraçou.

-É você mesmo!

Eu retribuí o abraço percebendo que ela começara a chorar.

-Maggie onde está Leander? -ela segurou minha mão e me conduziu no breu até a outra extremidade. Eu me abaixei comecei apalpar o chão. Então meus dedos trêmulos encontraram a pele macia e barbada de Leander. Ele parecia estar bem e se não fosse um pequeno corte superficial em sua têmpora poderia estar apenas dormindo.

-Quem mais está aqui? Quem são eles? -eu perguntei me virando para Maggie.

-Além de mim estão Bob a Sasha não vi mais ninguém do nosso grupo. Estamos aqui é cerca de...

-Cinco dias. -completei antes que ela terminasse.

-Eh, isso mesmo! –ela respondeu surpresa. –Mas como você...?

-Eu vi a mensagem que você deixou para o Glenn. –respondi. –Sou “medica” não é?

Ouvir Maggie sorri, mas logo em seguida ela continuou.

-Eu não tenho ideia do que está acontecendo. Estamos trancados aqui desde que chegamos. Jogam comida pela porta e depois desaparecem. Não há como sair, já tentei de tudo.

Como que, para confirmar sua versão, ouvimos um movimento dentro do vagão achei que fosse Leander recobrando a consciência, mas a voz era outra. Era de Sasha.  Ela se levantou de algum lugar e caminhou até nós.

-Maggie? -disse ela sonolenta. -Quem está com você?

-É a Emily. -ela respondeu entusiasmada.

-Emily? Mas a última vez em que a vi foi quando fugiu da prisão antes de ser sitiada. -ela respondeu amargurada.

-Eu não fugi! -respondi sentindo-me ofendida com comentário. -Fui atrás do Daryl.

Ela não falou mais nada. O entusiasmo de saber que ela estava viva evaporou-se rapidamente. Maggie ignorou a antipatia de Sasha e voltou-se para mim.

-Mas você chegou encontrar o Daryl?

-Bem...

Eu contei toda a história para Maggie. Desde que eu deixei a prisão, o encontro com Daryl, a transformação de Merle, amputação do meu dedo (Maggie suspirou, surpresa), o retorno a prisão sitiada, o encontro com Beth, o meu rapto, o encontro de Leander, a fuga do galpão e finalmente a chegada ao Terminus.

-Oh céus! Vocês encontraram a Beth. - ela parecia eufórica. - Mas ela está com Daryl, ela está segura.

Afirmou. Eu não pude responder, mas intimamente torcia para que a resposta fosse “sim”. Estar com Daryl significava estar seguro; uma coisa que eu não sentia naquele momento.  

Nós duas permanecemos em silêncio sentadas lado a lado naquele chão frio. Eu me perguntava o que fariam conosco. “Certamente algo muito ruim...” Me perguntava agora se o Terminus teria sido um local bom que sucumbiu, ou as placas não passavam de uma fachada, uma armadilha, para algo pior.

Seja como fosse, em breve eu descobriria que é verdade era bem mais macabra do que aparentava ser...

 

* * *

Daryl:

 

Dentro da mata eu me sentia mais seguro do que nos trilhos. Rick fez bem nos trazer por este caminho.  A duzentos metros era possível ver as grades que rodeavam o Terminus.  Era uma Ferroviária antiga com vagões e trilhos enferrujados.  Havia vários edifícios pequenos de dois andares. Rick pediu que eu fizesse vigia enquanto ele enterrada a bolsa de armas atrás de um arbusto e em seguida partimos rumo ao Terminus.

O caminho estava livre excerto por um zumbi que vagava solitário. Na porta encontramos uma placa onde se lia:

 

“Você chegou ao Terminus. Você já foi aceito, baixe suas armas”.

 

 Eu olhei para Rick em busca de resposta. Ele assentiu entendendo a minha pergunta. Então abaixei a besta mostrando-me inofensivo, os outros fizeram mesmo. Atravessamos o portão que estava entreaberto julgando que local estivesse vazio já que por toda a caminhada não encontramos nenhuma pessoa, dando lugar à aparência de abandonado.

Eu estava errado.

Após andar mais um pouco encontramos uma mulher cortando carnes sobre uma bancada. Ela parecia bem concentrada em seu trabalho, mas ao perceber a nossa presença levantou os olhos verdes em nossa direção e abriu um grande sorriso.

-Oh, temos convidados! –disse ela sem esperar resposta. Por cima do ombro, ela gritou. ­– Gareth.

Um jovem com vinte e cinco anos se aproximou.

-Este é meu filho. Acalmem-se. Eu sou Mary.

Ela limpou as mãos no avental para parecer mais aparentável.

-Não precisa dessas armas aqui. Estão seguros.

-Mas onde estão os outros? -Rick perguntou ainda mantendo a arma em posição. - Achei que por ser um centro de refugiados este lugar estaria cheio, mas não avistamos ninguém até o momento.

A mulher e seu filho trocaram olhares indefinidos.

-Eles estão de serviço. –Sabem, para viver aqui tem que trabalhar.

 Rick concordou ainda desconfiado. Eu corri meus olhos pelo local enquanto ouvia a conversa parcialmente. Há mais de trezentos metros havia um vagão estacionado, algumas galinhas mortas estavam penduradas em um varal improvisado e uma mesinha com alguns itens encostada em uma parede. Ao olhar atentamente para a mesa algo chamou minha atenção.

-Ei Rick, olha isso! -eu exclamei pegando relógio da mesinha e mostrando para ele.

A mulher fez uma cara feia para mim em seguida olhou para seu filho, mas não disseram nada.

-Esse relógio se parece com o do Glenn. –Rick disse lentamente como se estivesse calculando as probabilidades. -Onde conseguiram isso?

-Nós encontramos. Pertencia a um cara morto. Faz alguns dias. Já tinha sido transformado. –Gareth respondeu indiferente.

Carl parecia muito abalado. Michonne o abraçou com força. Eu me sentir vazio. O China havia sido o mais emotivo do grupo, mas apesar de tudo era um cara bom, pequeno e esquivo como uma enguia dentro d´água. De todos nós ele era o que melhor teria chance de sobreviver à epidemia. Saber de sua morte me fez sentir incapaz. Inevitavelmente me vi pensando em Emily e o sentimento de impotência aumentou.

-Oh bem... era seu amigo... eu... eu sinto muito. -Mary falou percebendo que havíamos ficado chocados com a notícia. -Mas venham. Vamos levá-los aos banheiros para vocês se limparem enquanto faço algo para comer.

Ela começou a andar enquanto ia pegando as armas e as colocava sobre a bancada. Quando se aproximou de mim estendeu a mão para pegar a besta, eu recuei.

-Calma, eu só vou por ela em cima da mesa, depois de comerem terão suas armas de volta. -sua voz era tranquila e doce então acabei cedendo. Entretanto ao invés de entregar a besta eu mesmo a coloquei sobre a mesa com cuidado.

Mas algo inesperado aconteceu assim que nos afastamos da mesa. Um grito cortou o ar.

Acompanhado do grito escutamos batidas como se alguém esmurrasse uma parede. Todos ficaram imóveis. Os gritos tornaram-se mais claros.

-Não Rick! Não! É uma armadilha!

TUM. TUM.

Quem estava dentro do vagão reconheceu nossa voz. Por outro lado eu também a reconheci. Era de Glenn, mas já era tarde demais. Seus gritos alertaram-nos do perigo, porém também atraíram a atenção dos outros residentes do Terminus. Umas seis pessoas nos rodearam. Estavam armadas. Não havia o que fazer estávamos encurralados...

Tum... Tum... Tum...

-Não adianta. Essas portas não vão ceder. -sussurrou Michonne pela terceira vez. -Você ouviu o Glenn ele já tentou de tudo antes.

Eu a ignorei continue a chutar a porta.

 Eu e os outros fomos colocados dentro do mesmo vagão em que Glenn estava.

Tum... Tum... Tum...

Além dele havia outras pessoas. Sete ao todo. Abraham e Rosita eram soldados em uma missão de levar o cientista chamado Eugenne a cidade de Washington onde supostamente haveria uma concentração CCD, Tara, uma garota de cabelos curtos e mais dois homens loiros tingidos que estavam lá antes da chegada de Glenn.

 Tum... Tum... Tum...

-Ele não vai parar? –Tara perguntou para os demais, estupefata, como se eu não estivesse ali para ouvi-la.

-Daryl, por favor, sente-se. -Michonne disse pacientemente. –Glenn já disse que essas...

Tum!!!

Chutei com força uma última vez, mas a porta não cedeu. Sem admitir que ela realmente tinha razão, me sentei ao lado de Rick. Todos olharam para mim com uma expressão sombria.

-Se encontramos o Glenn aqui, Emily e Beth também podem estar. -eu justifiquei mesmo que ninguém tivesse perguntado.

-Mas Daryl... –Michonne tornou a falar. –E se a Emily ou a Beth estiverem... mortas?

Eu me levantei e desviei os olhos dela.

-Vai se ferrar. -resmunguei.

-Você tem que encarar a realidade! Ela pode estar morta neste instante! –ela rebateu, mas não parecia nervosa.

Eu, ainda pé, olhei para ela.

-A Emi foi raptada! Igual a Beth. E enquanto não houver provas de que ela está morta, eu não vou descansar.

Michonne pareceu aceitar que não havia argumento no mundo que pudesse me tirar da minha busca.

Eu continuei de pé, ofegante. Cego de ódio não tinha reparado que minha pequena cena havia atraído atenção de todos os presentes, que agora me fitavam com seus olhos esbugalhados e assustados.

-Estão olhando o quê?!  Resmunguei.

-Daryl. -Rick falou com tom de voz apaziguador. -Todos nós queremos a Emi de volta, e a Beth também, mas se elas realmente estiverem aqui, precisaremos primeiramente encontrar uma forma de escapar para assim salvá-la também. Eu preciso que você mantenha a calma me ajude a encontrar uma forma de sair, pode fazer isso?

 Eu sequei o suor dos lábios com o dorso da mão e respirei fundo. Ele estava me tratando como se eu tivesse enlouquecido. Talvez ele tivesse razão. Balancei a cabeça em concordância.

-Ótimo. –respondeu parecendo aliviado. Com energia renovada ele se levantou. - Mãos à obra. Tenho um plano. Eles precisam saber que mexeram com as pessoas erradas!

* * *

Leander:

Passaram-se dois dias desde que eu e a Emi chegamos ao Inferno, mais conhecido como Terminus. Pelos buracos feitos para circulação de ar, pude notar que já havia amanhecido. Eu estava sentado com as costas apoiadas no desconfortável metal do Vagão. Fiz o menor número de movimentos possíveis para não acordar Emily que dormia profundamente com a cabeça apoiada nas minhas pernas esticadas. Não tinha certeza sobre o nosso futuro, mas todas as hipóteses eram as mais terríveis. Mesmo assim eu morreria de bom grado se houvesse alguma forma de tira-la a salvo dali. Alisei seus cabelos suavemente para não a acordar. Ela respirou fundo.

-Você gosta mesmo dela, não é? -ouvir alguém sussurrar para mim em meio ao escuro. Meus olhos percorreram o interior do vagão e vi que era Maggie quem me faltava de seu lugar com os olhos grandes e brilhantes mesmo através da pouca luz que entrava pelas frestas. -O jeito como você a olha, como cuidar dela.

Eu demorei a responder. Baixei os olhos para o rosto adormecido de Emi para ganhar tempo.

-Que diferença isso faz? Ela está com Daryl. - eu respondi amargurado. –Depois de tudo que ela passou, não serei eu a separa-los.

Nesse mesmo instante ouvimos um estrondo vindo do lado de fora, mais pareciam gritos angustiados. “Gritos de outras pessoas”.

-Emi, acorde. -eu a balancei devagar, fazendo-a acordar repentinamente.

Assim que ela se sentou, eu me levantei e fui para junto de Maggie espiar pelas brechas. Cinco pessoas estavam sendo arrancadas de dentro do outro vagão. Todos tinham as mãos amarradas nas costas e eram arrastadas sem cerimônia para dentro de um galpão. Não pude ver seus rostos, mas parecera bastante debilitados.

-O que está havendo?- Emi perguntou após acordar Sasha e Bob. Ela se aproximou de mim e também espiou pelas brechas. Era óbvio que os gritos estavam deixando-a perturbada. Ela apertou minha mão para aliviar a frustração. -É horrível saber que não há nada que possamos fazer por eles...

Eu não respondi, mas retribui o aperto de volta. Ela estava certa. Não havia nada que pudéssemos. Nem fomos capazes de achar uma saída.

 

* * *

Daryl:

O plano quase deu certo. Quase. Mas aqueles caras eram muito precavidos e perceberam logo nossa intenção. Esperaríamos que um deles viesse nos deixar a comida e assim que a porta fosse aberta dominaríamos e roubaríamos sua arma. Contudo o plano foi frustrado. Por uma abertura no teto do vagão foi jogado uma bomba de gás, a fumaça preencheu o espaço confinado deixando um gosto ruim na boca e lágrimas nos olhos. A desnutrição e desidratação avançada agravaram os efeitos do gás levando-nos ao estado de semiconsciência. Minhas mãos foram amarradas as costas, e uma tira posta em minha boca o mesmo estava acontecendo a Rick, Glenn e mais dois homens. Fomos arrastados para fora do vagão e empurrados para dentro de um galpão que ficava em frente o local. Era grande e havia apenas uma mesa de cirurgia e uma banheira no centro. Sobre a mesa tinha um corpo de um homem sem braços que pareciam terem sido amputados.

Gareth supervisionava com uma pasta e uma caneta nas mãos. Eu e os outros fomos obrigados a se ajoelhar de frente para banheira, um ao lado do outro. Eu era o quarto da fila. Em silêncio observei dois outros homens, desconhecidos, entrarem no galpão.

-Mike, você abate e o Lock corta. –Gareth disse aos dois.

Eu virei o rosto em tempo de ver o primeiro segurando um bastão e o segundo um facão de açougueiro. Mike se aproximou do primeiro da fila que chorava copiosamente.

Com força descomunal aceitou-lhe a cabeça. O homem caiu inconsciente para frente. Em seguida Loke se aproximou e lhe cortou a garganta com a faca. O sangue escorreu aos montes. Segundos depois, o refém seguinte também teve o mesmo destino.

Glenn era terceiro, e logo eu seria o próximo. Não podia acreditar que aquilo realmente estivesse acontecendo. Depois de tudo que vi, acabei achando que nada mais fosse me surpreender, mas eu estava enganado.

Mike se posicionou atrás de Glenn que começou a tremer violentamente ao meu lado. Mike levantou o taco pronto para desferir o golpe.

BUMM

Um grande estrondo atingiu galpão fazendo o chão tremer e sedimentos despencarem do teto.  Lá fora, vozes gritavam em um frenesi desesperado. Seja o que tivesse acontecido poupou a vida de Glenn por uma fração de segundo.  Gareth largou a prancheta e instruir para que seus capangas o seguissem porta fora. Assim que os vimos dar as costas, Rick tirou de dentro da manga da blusa um pedaço de ferro – que ele conseguira arrancar da parede dentro do vagão – e usou para cortar as cordas que o prendiam. Um minuto depois suas mãos estavam livres e as nossas também.

Ao sairmos daquela sala, entramos em outra mais macabra ainda. Havia corpos de pessoas penduradas em ganchos e varias velas acesas no chão. Não perdemos tempo comtemplando. Sobre uma mesa estavam nossas armas. Eu corri para ela e peguei minha besta e algumas facas. Rick pegou suas armas, inclusive o relógio de Glenn.

Do lado de fora o caos era completo. Além de lutarmos contra os residentes do Terminus, precisávamos enfrentar os zumbis que de alguma forma conseguiram atravessar as grades. Havia fogo por todo lado, como se um botijão de gás tivesse explodido. Pessoas e zumbis atravessavam nosso campo de visão, cobertas por chamas. Para nossa sorte os residentes estavam mais preocupados em atirar nos zumbis.

Eu deixei Rick e Glenn limpando o caminho e corri para o vagão onde estavam Michonne e os outros. Ao ver que eles estavam bem, corri para o outro vagão que ficava a dez metros de distancia e o abri. Estava vazio.

Droga!

Ela tinha que estar ali em algum lugar. Percorri o perímetro com os olhos e encontrei mais um vagão, desta vez a cem metros. Havia dois zumbis no caminho e os matei com flechadas na cabeça. Com um pouco de esforço abri a porta, estava vazio. Maldição!

Eu ia atrás de outro vagão, mas Rick gritou pedindo ajuda. Eu corri para ele e juntos, enfrentamos uma horda de zumbis.

-Achou ela?! –ele gritou por cima dos tiros para mim.

-Ainda não! –respondi.

-O Glenn foi olhar do outro lado, nos outros vagões. –ele respondeu sem parar de atirar. –Enquanto isso a gente segura eles aqui.

Eu ia protestar. Eu também queria ajudar na busca. Mas se não controlássemos a invasão não sairíamos vivos dali. Continuamos a atirar.

 

* * *

Emily:

Nós ouvimos o estrondo e pelos buracos vimos o fogo devorar tudo. Se não saíssemos dali a tempo morreríamos sufocados pela fumaça que entrava, toxica. Ainda espiando pelas brechas vimos pessoas correndo para lá e para cá. Com esperança gritei.

-Aqui! Ei, estamos aqui! Por favor!

Maggie e os outros fizeram a mesma coisa. E juntos começamos a bater nas paredes do vagão. Então através da fumaça vimos alguém. Não deu para ver seu rosto, pois estava chamuscado pela fuligem, mas parecia ser oriental. Ele parou em frente à porta e arrebentou a fechadura.

A claridade invadiu o recinto e nossos olhos arderam. Quando me acostumei com a luz vi que Maggie estava agarrada a nosso salvador aos prantos. Eu olhei mais atentamente. Era Glenn. Eu também pulei nele e o abracei. Antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa ele gritou.

-Vamos!

Obedecemos. Haveria tempo para conversar em outra hora. Leander segurou minha mão para não me perder de vista e juntos corremos atrás de Glenn. Ele nos obrigou a escalar uma cerca de arame farpado. Pulei sem hesitar.

-Aonde você vai?! –Maggie gritou desesperada para Glenn ao ver que ao invés dele pular, ele voltou para o meio do holocausto.

-Preciso avisar os outros! Saiam daqui agora!

-Não a tempo a perder, vamos! –Leander falou impaciente, desta vez pegando a mão de Maggie que parecia relutante e puxando-a para seguir.

* * *

Daryl:

 

-Vamos, vamos. –Glenn se aproximou gritando sem parar. –O que estão esperando? Vamos embora!

-Obedeça ele! –Rick gritou para a gente.

Abraham e seu grupo foram na frente. Eu e Rick ficamos, mas atrás, recuando aos poucos para impedir o avanço dos zumbis. Então chegamos a uma cerca de arames farpados e escalamos.  Finalmente longe do maldito inferno, nos pusemos a correr. Quanto mais distantes melhor. Eu corria olhando aos redores. Se Glenn disse para corremos era porque ele já tinha salvado os outros, mas onde estavam?

Então ele parou e começou a arfar com a mão no peito.

-Então moleque?! –eu esbravejei indo em sua direção e o pegando pela blusa. –Só temos nós aqui! Cadê os outros? Cadê a Emily?!

-Calma, Daryl. –ele tentou balbuciar, mas estava tão sem folego que mal consegui dizer algo nítido.

Então, por cima do ar ofegante de Glenn, por cima dos rosnados dos zumbis e das explosões vindas do Terminus, eu ouvi uma voz. Doce, delicada e arrogante.

-Daryl?

Ainda segurando Glenn pela blusa, eu me virei em direção à voz. Detrás de uma arvore, uma juba negra me fitava. Seu rosto manchado de fuligem e sangue. A roupa rasgada. A poeira cobrindo-a.

-Daryl... –ela sussurrou quase sem voz. As lagrimas escorrendo de seus olhos negros e profundos, fazendo uma trilha úmida pela face suja.

Eu larguei Glenn que se afastou e corri para ela. Para Emily. Ela sorriu mal acreditando que eu estava ali na sua frente. Eu a tomei em meus braços, deixando a besta cair. Olhei-a vorazmente. Como eu sentira falta daquela mulher. Sem me importar com as dezenas de pares de olhos que nos fitavam, a beijei apaixonadamente. Ela gemeu baixinho, tão perplexa quanto eu. Não disse nada, mas sorriu e me beijou de volta.

Atrás de nós, outras pessoas apareciam. Ouvi a voz de Maggie, Leander, Sasha e Bob se fundirem nas dos outros. Mas me mantive surdo para todo aquele caos de vozes e ruídos. O único som que eu queria ouvir, eram os suspiros de Emi em meus braços...

...Eu não queria solta-la. Mas ela fez isso por mim. Afastou-se apenas para apalpar meu rosto e cabelos. Ao ver o hematoma em meu olho, lembrança de Joe e seu grupo, ela chorou.

-Não foi culpa sua. Eu estou bem. –eu disse segurando suas mãos e trazendo-as para perto do meu rosto. –Nós vamos ficar bem. –eu disse tornando-a a beija-la.


Notas Finais


Obg por acompanharem, espero recadinhos,
O que acharam do reencontro de Emily e Daryl?
O que será que acontece daqui para frente?


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