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História Unintended - Mizuno


Escrita por: eveelima

Notas do Autor


Oi! :D

Boa leitura!

Capítulo 13 - Mizuno


À distância, uma cadeia montanhosa abrigava em suas rochas a estrutura impressionante de um castelo que se erguia, imponente, com seus bons cinco andares de altura, paredes brancas como a neve e telhados belamente adornados, pintados de um azul profundo. Várias construções se conectavam diretamente ao castelo principal, formando um polígono fechado ao seu redor.

Circundando a estrutura, havia um muro de pedra inimaginavelmente alto, com onze torres redondas igualmente dispostas ao longo de sua extensão, contendo pequenas janelas para permitir a locação de arqueiros.

Do lado de fora dos muros, várias casas menores se espalhavam, uma verdadeira cidade formada de moradias e comércio. Rin podia ver, mesmo de tão longe, pessoas pequenas como formigas fazendo a província borbulhar com atividade, andando de um lado para o outro em seus afazeres diários.

Ela estava sem ar.

Sesshomaru aumentou a velocidade, ansioso para finalmente atingir seu destino. Ah-Un o acompanhou, carregando os outros dois companheiros. O inuyoukai, senhor daquelas terras, desceu ao solo enfim, assim que alcançaram os muros. Rin e Jaken desmontaram, postando-se de pé em suas melhores posturas logo atrás de seu mestre.

Havia um guarda mantendo vigia do alto de uma das torres e, ao ver o grupo aguardando na entrada, imediatamente gritou para alguém lá embaixo.

— Abram os portões para o senhor general Sesshomaru!

Com um ruído de correntes, os portões robustos de madeira se abriram, revelando um pátio calçado em pedras lisas perfeitamente posicionadas uma ao lado da outra, dando um acabamento plano ao piso.

Sesshomaru avançou, sem dizer uma palavra. Seus seguidores não perderam tempo em acompanhá-lo, não querendo ficar para trás. Os três guardas que cuidavam dos portões se curvaram quando ele passou, com saudações sussurradas de “meu senhor”.

O grupo não estava nem na metade do pátio quando uma figura apareceu na frente de Sesshomaru, fazendo-o parar imediatamente.

— Então você tem a cara de pau de voltar aqui depois de todo esse tempo? – Perguntou o recém-chegado, puxando a espada da bainha.

Era um youkai, com estatura alta, mas corpo esguio. Sua pele era levemente bronzeada, e os cabelos de um lilás muito claro, que caíam lisos até o meio de suas costas, a parte de cima presa em uma trança fina. Ele portava a mesma armadura que os guardas, com o característico símbolo de três hexágonos com flores circunscritas estampado no peito. Os olhos eram dourados, como os de Sesshomaru, e eles também compartilhavam das mesmas orelhas pontudas, caninos e garras afiadas.

Sesshomaru não respondeu, apenas sacou a Bakusaiga em resposta.

Rin e Jaken observaram de olhos arregalados. Um inimigo? Dentro do castelo? O que significava aquilo?

Sem mais uma palavra, os dois espadachins começaram uma batalha feroz, deferindo golpe atrás de golpe um contra o outro.

Não demorou até Sesshomaru descer a espada com força o bastante para lançar o outro ao chão, fazendo-o cair de costas contra as pedras do pátio. A Bakusaiga se pressionou contra a sua garganta enquanto Sesshomaru o encarava de cima, inexpressivo.

— Tsc. Você ficou melhor nisso. – O perdedor elogiou, rindo.

— Você sempre foi patético, Hayashi. – Rebateu Sesshomaru, ainda perfeitamente sério, recolhendo a espada para permitir que ele se erguesse.

Uma vez de pé, Hayashi bateu a poeira das roupas, o sorriso ainda em seu rosto. Rin e Jaken observavam a cena completamente confusos, sem compreender o que acabara de se passar entre os dois, mas verdadeiro choque tomou conta de suas expressões quando o youkai derrotado pousou uma mão pesada de forma amigável no ombro de Sesshomaru.

— É bom te ver de novo, Sesshomaru. – Ele disse, guardando a espada finalmente.

Sesshomaru repetiu a ação, descansando a Bakusaiga em sua bela bainha decorada.

— Já faz algum tempo. – Respondeu o inuyoukai, aceitando o cumprimento amigável, para a surpresa de Rin e Jaken. – Vamos entrar.

Mas Hayashi não permitiu que Sesshomaru desse o primeiro passo, imediatamente passando por ele e indo até os três acompanhantes que o observavam com receio.

— Como o Sesshomaru não tem cortesia, deixem que eu me apresente. – Ele disse. – Meu nome é Hayashi, guardião do castelo na ausência, muito longa por sinal, do general. E, coincidentemente, também sou o braço direito dele.

Braço direito? Como um amigo? Sesshomaru tinha amigos?

Jaken ainda estava chocado com a revelação, mas Rin rapidamente se recuperou, sua personalidade facilmente atraída pela simpatia de Hayashi.

— É uma grande honra conhecê-lo, senhor Hayashi. – Ela saudou, se curvando brevemente. – Eu sou Rin, esse é o senhor Jaken, e aqueles são Ah e Un. Somos companheiros de viagem do senhor Sesshomaru.

Hayashi a analisou por um instante. O cabelo que parecia ter sido bem trabalhado em algum momento, mas agora estava totalmente desgrenhado. O quimono elegante com manchas de poeira e terra. E, principalmente, o cheiro completamente humano.

— Você vai me explicar essa história mais tarde. – Ele disse, se virando para olhar para Sesshomaru.

— Há muito a ser feito além de contar histórias.

— É verdade... Você veio por causa das notícias. – Hayashi lembrou, seu sorriso radiante esmaecendo completamente. – Sua mãe está morta.

— Sim. – Sesshomaru afirmou sem maiores emoções. – Vamos para dentro.

Dessa vez o subordinado assentiu, seguindo-o pelo restante do pátio até a entrada do castelo, onde mais dois guardas abriram as portas. Sesshomaru entregou as rédeas de Ah-Un para um deles, comandando que levassem-no para os estábulos, antes de seguir em frente e adentrar o grande hall do castelo.

Rin tentou seu melhor para ver por cima dos ombros dos dois youkais altos na sua frente, ficando na ponta dos pés, até conseguir uma boa visão do salão amplo que se abria, com paredes altas tornando-o ainda mais espaçoso.

Ela estava tão maravilhada com a estrutura interna do castelo que não viu a chegada de mais uma nova figura, até ouvir a voz feminina, suave e morna como uma tarde de outono, soar:

— Meu senhor! Enfim retornaste!

Rin se virou na direção do som a tempo de ver uma dama coberta em sedas que se derramavam em camadas de elegância aos seus pés chegar até Sesshomaru, se debruçando sobre ele livremente, os lábios pintados de carmim se selando contra os dele com uma naturalidade inquestionável. Rin paralisou, congelada no lugar. Não conseguia respirar.

A mulher possuía a pele alva característica da nobreza, e longos cabelos prateados em um corte reto, a parte de cima presa no alto da cabeça e caindo livremente em seguida, com delicadas joias em pedras e prata. Os olhos eram azuis tão claros que pareciam cinzas. Seu rosto apresentava uma listra azul em cada bochecha, o formato levemente tremido. As garras eram pintadas de vermelho, a mesma cor dos lábios, e o corpo coberto por um junihitoe em camadas que explodiam em estampas e cores ricas. Era absolutamente linda.

Sesshomaru segurou a mulher pelos braços sem muita delicadeza, afastando-a dele, sua expressão claramente incomodada.

— Mizuno. – Ele disse, a voz inexpressiva.

— Meu senhor não sabe como eu esper – A mulher começou a dizer, mas se interrompeu de repente, como se tivesse percebido algo importante. Sua cabeça se virou na direção de Rin bruscamente, seus olhos de um azul-prateado arregalados por um instante. – O que é isto?

— Esta, – Sesshomaru corrigiu. – É Rin. É minha protegida.

— Perdão, mas não compreendo...

— Senhora Mizuno, a humana está com Sesshomaru. – Hayashi tentou esclarecer. - O verde é Jaken, seu mais novo servo.

— Mais novo? Saiba que eu tenho servido o meu senhor por mais de cem anos! – Jaken protestou.

Mizuno agia como se Jaken nem tivesse sido mencionado, seus olhos ainda fixos em Rin que se encolhia, intimidada.

— Pois é justamente isso que não compreendo. – Ela insistiu. – O que quer dizer com “a humana está com Sesshomaru”?

— Não cabe a você questionar. – Sesshomaru disse, seu tom autoritário facilmente aparecendo. – A humana é minha protegida e não deve ser tocada ou incomodada. Meus motivos não lhe dizem respeito.

— Anh... Como quiser, meu senhor. – Ela acatou hesitantemente, seu cérebro ainda tentando processar como uma humana havia ido parar ali de qualquer forma. – Rin, não é?

Rin saltou de seu estupor ao ouvir seu nome, focando na dama youkai à sua frente.

— Sim, senhora...

— Se é protegida do nosso senhor, estará a salvo aqui. – Mizuno disse, mas sua voz não soava confortante. – A propósito, eu sou Mizuno. Noiva do senhor Sesshomaru.

Se Rin já estava chocada antes, não havia palavras para descrever como ela se sentia naquele momento. Era quase como se o chão tivesse sido removido de sob seus pés, como se ela estivesse caindo livremente de um precipício, sem chance de sobrevivência. Seu coração batia tão forte contra o peito que ela podia senti-lo nas costelas, seus pulmões pareciam paralisados, completamente inúteis. A boca estava aberta, os olhos arregalados em absoluta descrença. As mãos tremiam sem parar.

O desespero começou a se alastrar por todo o seu corpo, parecendo garras contra a sua pele. Ela sentia como se estivesse se afogando num mar de absoluto terror. Sua cabeça ecoava aquelas palavras como o badalar de um sino incessante:

Noiva do senhor Sesshomaru.

Noiva do senhor Sesshomaru.

Noiva.

Ela queria chorar, talvez já estivesse chorando, mas não tinha certeza sobre nada. Toda a realidade que ela conhecia estava espalhada em cacos aos seus pés. Era como se ela estivesse perdida em outra dimensão onde nada mais fazia sentido.

— Qual o problema dela? – Mizuno questionou, intrigada com o comportamento incomum da menina.

— Rin? – Sesshomaru chamou, se aproximando da humana que parecia ter visto um fantasma.

Talvez ele devesse ter contado à ela sobre aquilo com antecedência, afinal. Ele não havia pensado ser uma informação de grande importância.

— Isso é normal? – Mizuno perguntou, confusa. – Eles fazem isso o tempo todo?

Sesshomaru analisou a expressão de Rin por um instante mais demorado, parecia que ela estava vendo Naraku renascido em sua frente, ele podia ver lágrimas se acumulando rapidamente em seus olhos castanhos. Ela estava prestes a desmoronar, por algum motivo.

Normalmente ele lidaria com isso, mas com a presença de Hayashi e Mizuno ali, e tantas coisas para serem resolvidas, a melhor opção era deixar a menina com seu guardião secundário de sempre, por enquanto. Ele falaria com ela mais tarde.

— Jaken. – Ele chamou, fazendo o servo imediatamente endireitar a postura. – Fique com ela. Encontre um criado e diga que eu ordenei que fosse preparado um quarto para ela na ala oeste-

— Ala oeste? – Interrompeu Mizuno, surpresa. – Somente nobres podem se hospedar lá. Mesmo usando esse furisode, essa menina não engana ninguém. Não é nenhuma princesa, isso é fato.

— Como eu estava dizendo, – Ele prosseguiu, ignorando completamente a interrupção. – Mande que preparem o quarto e a mantenha lá dentro até segunda ordem. Escolha uma criada para que fique à disposição dela, caso precise de algo.

— Agora mesmo, senhor Sesshomaru! – Acatou o pequeno youkai, se curvando.

— Vocês dois, venham comigo. – Ele chamou, se virando para se retirar do salão, sem esperar uma resposta.

Hayashi e Mizuno o seguiram, e restaram apenas uma menina humana paralisada pelo choque e um youkai verde completamente confuso.

— Riiiin! – Ele chamou, puxando-a pela mão em uma tentativa de chamar sua atenção. – Pare com isso agora mesmo e venha comigo. Temos instruções a cumprir, e você se lembra do que o nosso senhor disse sobre você ignorar as instruções dele, não lembra?

A humana arfou como se emergisse à superfície depois de um longo mergulho, seu peito descia e subia freneticamente enquanto ela tentava recuperar o ritmo da respiração negligenciada.

— Se-senhor Jaken... – Ela sussurrou quando encontrou sua voz.

— Ora, mas qual é o seu problema afinal?

— Você... Sabia disso? – Rin perguntou, quase sem conseguir fazer o som sair.

— Disso o quê? Você não está falando coisa com coisa! – Ele disse, exasperado.

Ela fechou os olhos, abaixando a cabeça. Não queria dizer, colocar em palavras apenas tornaria aquele fato mais tangível, mais real. E ela não queria acreditar, mas precisava saber.

— Você sabia que o senhor Sesshomaru tinha... – Ela respirou fundo, tentando reunir forças para pronunciar aquela palavra. – uma noiva?

— Fale menos e ande mais, já disse que temos instruções a cumprir. – Jaken ordenou, se apressando para cumprir a vontade de seu senhor, e ainda mais afobado por não ter ideia de onde eles deveriam ir para encontrar um criado.

Rin o seguiu, não querendo ficar sozinha naquele lugar desconhecido.

— Sobre sua pergunta... Eu não fazia ideia da existência daquela mulher. – Ele respondeu enquanto se apressavam por corredores vazios. – Mas não estou surpreso. É a coisa mais normal do mundo o senhor de toda uma província ter sempre uma pretendente definida, não é verdade?

 

—----

Sesshomaru apoiava um cotovelo sobre a mesa, e usava a mão para apoiar o queixo, claramente entediado, enquanto ouvia Hayashi atualizá-lo sobre o que se passara em sua ausência.

Agora que a regente estava morta, não havia escolha para ele a não ser retornar ao lugar que era dele por direito. O de líder daquele castelo e daquelas terras.

Justificara a sua ausência de mais de dois séculos com a sua jornada por mais poder, deixando tudo nas mãos da mãe e do braço direito. Herdara o castelo do pai, mas não o que ele almejava: o poder absoluto da Tessaiga. Se recusava a governar enquanto não tivesse certeza da supremacia de seu poder, e somente aquela espada poderia garantir aquilo. Ou assim ele pensara.

Em vez disso, conseguira a Bakusaiga, como uma prova de que ele havia superado a obsessão pela herança de família, e passara a acreditar em seu próprio poder. A Bakusaiga era uma parte dele, era quem ele era. Ela só era capaz de causar destruição enquanto ele acreditasse que seu poder agora era inquestionável e absoluto, maior do que o de seu pai jamais seria. Maior do que a Tessaiga. Maior do que tudo.

Ele se lembrava da breve conversa que tivera com Rin dias atrás, quando ela questionara o porquê de ele não ter decidido retornar ao Oeste após conseguir o poder que almejava. Ele havia respondido que o poder já não era mais tão significativo. Voltar ao Oeste e tomar seu posto em um reino de youkais, e trazer Rin com ele... Ele não gostava da ideia. Uma humana não devia estar ali, nem mesmo seu próprio pai se atrevera a fazer um movimento desse. No fim das contas, a verdadeira resposta para a pergunta de Rin era bem simples: Ele preferia ficar com ela, enquanto ela durasse.

Entretanto, com a morte da mãe, a escolha fora tirada dele abruptamente. Ele precisava voltar, mas ainda não podia abrir mão da companheira humana. Então, a trouxera com ele sem a menor hesitação. Ele prometera que ela poderia escolher viver com ele quando fosse madura o bastante, e não era justo agora devolvê-la à sacerdotisa anciã só porque o cenário havia mudado drasticamente. Ele cumpriria a promessa, mesmo que tivesse que quebrar tradições tão sólidas quanto as rochas que sustentavam aquele castelo.

— Sesshomaru, você está ouvindo o que eu estou falando? – Hayashi interrompeu seus pensamentos, trazendo-o de volta ao gabinete.

— Prossiga. – Ele disse, não achando necessário responder que não, ele não fazia ideia do que tinha sido dito.

— Estávamos falando sobre a convocação do conselho. – Mizuno lembrou mesmo assim, sabendo que ele não estivera ouvindo.

Sesshomaru estreitou os olhos para ela.

— Não convocarei o conselho. – Disse ele, com desprezo. O conselho era um poder secundário, que adorava influenciar nas decisões oficiais. Sesshomaru detestava a existência de um poder secundário. Ele jamais aceitaria ser controlado como uma marionete.

— Mas agora que o senhor retornou, há muito a ser acertado com eles. – A dama insistiu. – A nossa consumação, primeiramente.

— Senhora Mizuno está correta. – Hayashi concordou. – A regras são bem claras. O oeste não pode permanecer sem um herdeiro. Com a morte da senhora sua mãe, você passa de herdeiro a governante. A posição está vaga.

— Não perca meu tempo me dizendo coisas que eu já sei. – Sesshomaru disse, impaciente. – Não convocarei o conselho.

— O senhor sabe que não pode mais adiar isso. Não agora.

— O castelo da regente foi atacado por um inimigo oculto. Todos os soldados foram mortos. A regente foi morta.— Ele listou os acontecimentos. – Você acha que eu tenho tempo para brincadeiras domésticas com você, Mizuno?

— A promoção de um herdeiro para o oeste não é nenhuma brincadeira. – Respondeu ela, a voz levemente revolta, o nariz elegante erguido em superioridade.

Sesshomaru a encarou, lendo perfeitamente o que ela realmente queria dizer: “A promoção de uma nova senhora para o oeste não é nenhuma brincadeira.”

— Preste atenção no tom com o qual fala comigo. – Ele rebateu, ameaçador, pousando a mão aberta sobre a mesa entre eles, as garras em exposição fazendo um leve som ao encostar na madeira.

— Vamos nos acalmar, meus amigos. – Hayashi intercedeu. – Ambos os assuntos de que falam são de extrema urgência.

— Eu me recuso a tomar qualquer providência que não tenha como resultado a cabeça do assassino de minha mãe aos meus pés. – Sesshomaru declarou, em um tom que não deixava espaço para questionamentos. – O conselho não será convocado. O herdeiro não será providenciado. E você fará bem em se lembrar com quem está lidando.

Ele olhava diretamente para a fêmea a sua frente, olhos dourados desafiadores queimando sobre olhos frios como gelo.

Mizuno sustentou o olhar dele por apenas um segundo, antes de abaixar os ombros e inclinar a coluna em uma singela mesura.

— Perdoe-me pela minha conduta. – Ela disse em voz baixa.

Sesshomaru não respondeu. Voltou-se para o amigo ao lado, decidindo ignorá-la.

— Hayashi, atualize-me sobre nossos números atuais.

— Cinco mil homens. – Respondeu ele prontamente. – Sem contar nossos aliados.

— As montarias?

— Mil e trezentas feras com selas e armaduras completas.

A postura de Sesshomaru era alerta agora, sua atenção sendo facilmente atraída quando o assunto eram batalhas. Ele ponderou os números por alguns instantes, estratégias e posições fluindo livremente por sua mente.

— Eu quero patrulheiros espalhados por todo o país. – Ele decidiu. – Devem olhar embaixo de cada rocha, cavar o mais fundo dos buracos, e descobrir o responsável pelo atentado.

Hayashi assentiu, pensando em suas próprias estratégias também.

— Sesshomaru, eu posso cuidar disso facilmente. Até que nosso inimigo seja revelado, não há muito que você possa fazer. – Ele começou, um pouco preocupado com a recusa do líder de tratar da outra questão mais urgente. – Deixe a investigação por minha conta, e estará livre para se ocupar com sua outra obrigação.

Os dois pares de olhos se voltaram para Mizuno ao mesmo tempo, que permanecera calada enquanto os homens discutiam planos de batalha.

— Eu pensei que tivesse sido bem claro. – A impaciência de Sesshomaru era o bastante para ele se irritar até com Hayashi. Estava tão farto daquele assunto.

— É um direito todo seu escolher ignorar essa questão, mas... – Ele insistiu, confiante o bastante para falar livremente, devido ao grau de intimidade que ele possuía com o daiyoukai. – Seus subordinados não vão ficar contentes. Principalmente se você pretende começar uma guerra ou algo do tipo, algo que te exponha a risco de morte... É imprescindível que o oeste tenha um substituto à altura a caminho. Se começarem a duvidar da permanência da sua linhagem no poder, podem começar a haver deserções e mudanças de lado.

— Esses youkais servem à sua família. – Mizuno acrescentou ao raciocínio de Hayashi. – Se perceberem que ela está com os dias contados, vão procurar um outro comandante mais bem estruturado.

— Deve se lembrar que é o último da sua linhagem, Sesshomaru. Tem um grande fardo em suas costas, e uma grande responsabilidade. Realmente não devia adiar isso mais do que já tem adiado.

Sesshomaru precisou respirar fundo para não responder à chuva de argumentos com um rosnado. Ele jurava que se Hayashi dissesse mais uma palavra, ele o nocautearia com um único golpe. O youkai correndo risco de vida foi poupado no último instante, graças a uma breve batida na porta.

— Entre, Jaken. – Sesshomaru disse, sentindo o característico cheiro do seguidor por trás da porta. Normalmente não caberiam interrupções em uma reunião como aquela, mas, se tratando de Jaken, ele sabia que possivelmente se tratava de Rin também.

— Com a sua licença, meu senhor. – O pequeno youkai verde deslizou a porta e se curvou em saudação. – Senhor Hayashi. Senhora Mizuno.

— O que quer? – Sesshomaru perguntou, seu humor ainda não recuperado da discussão recente.

— É... A Rin. – Ele respondeu hesitantemente. – Ela está... hum... bem aborrecida.

— E o que temos com isso? – Mizuno questionou, sem entender o que levaria um servo a interromper um debate importante porque uma humana está aborrecida, como ele dissera.

— Bom, ela... Eu realmente acho que o senhor deveria ir vê-la, senhor Sesshomaru. – Jaken disse honestamente, cansado de tentar lidar com a confusa humana. Ela só ouvia Sesshomaru, no fim das contas.

— Nós estamos extremamente ocupados c-

— Estão dispensados. – Sesshomaru interrompeu a fala de sua prometida sem hesitar. – Terminaremos isso outra hora.

Ambos Mizuno e Hayashi ficaram surpresos com a dispensa. Apesar de Hayashi não ter exatamente nada contra a humana, ainda assim ele realmente não via como ela poderia ser mais importante do que o que eles estavam discutindo naquele momento. Ela estava morrendo ou algo do tipo? Realmente, ela não parecia bem da última vez que a viu.

— Mas-

— Saiam.

Diante do tom definitivo e urgente de seu mestre, os dois inuyoukais puseram-se de pé hesitantemente, saindo do gabinete de Sesshomaru com uma última mesura.

Uma vez a sós com o companheiro de viagem dos últimos anos, Sesshomaru se levantou de seu assento também, dirigindo-se ao pequeno youkai:

— Leve-me até ela.


Notas Finais


Fanart do capítulo: https://c2.staticflickr.com/6/5064/30100278265_3156796ec9_b.jpg

Então, introduzi dois personagens originais aqui hohoho
No próximo capítulo vamos ter mais explicações, calma (principalmente você, Rin).

Essa semana eu estava meio ocupada com uns trabalhos, então coloquei aqui só uma arte da Mizuno que eu já tinha a base antes e, pra completar, mais um rascunho rápido da cena do capítulo em si porque tava corrido. Eu queria mesmo colocar as duas porque na cena não dá pra ver a Mizuno muito bem porque né...
Tinha mais coisa que eu queria desenhar, como o castelo e o Hayashi, mas só é permitido uma imagem por capítulo e eu já forcei com duas em uma (além de não ter tempo, socorro!), então fica pra próxima talvez.

Por enquanto é só! Não se esqueçam de deixar seus pareceres aí se quiserem :)
Beijinhos!


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