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História Unintended - Terras Nortenhas


Escrita por: eveelima

Notas do Autor


Olá pra vocês mais uma vez! Finalmente tenho uma semana menos carregada, com menos coisas pra me preocupar, yay!

O capítulo de hoje é meio curto, mas não tinha o que ser feito. O próximo vai ser bem comprido então não dava pra emendar. Mas fica a expectativa rs

Aproveitem :)

Capítulo 18 - Terras Nortenhas


A jornada de Sesshomaru e Rin rumo ao reino do norte estava finalmente chegando ao fim, depois de quase uma semana.

Rin vestia um pesado quimono naquela manhã quando eles entraram no território. Ela não havia entendido o porquê de seu senhor tê-la instruído a vesti-lo, lembrando-o de que estavam no auge da primavera. Mas, agora que estava ali, a compreensão a atingia, apesar de o cenário a confundir ainda mais.

Havia neve cobrindo cada centímetro de chão, se acumulando sobre árvores e telhados que soltavam nuvens de fumaça à distância. O vento que soprava era gélido, fazendo-a tremer e apertar mais as roupas contra o corpo em uma tentativa de se aquecer.

- Como...?

- As terras do norte são controladas pelos youkais do gelo. – Ele explicou, percebendo a confusão da acompanhante. – Eles gostam de usar youki para manter o ambiente onde vivem confortável para a espécie deles durante todas as estações do ano.

- Incrível... – Ela sussurrou, maravilhada com a paisagem branca e gelada.

Sesshomaru seguiu em frente, passando pelo arco de madeira que marcava a entrada do estado. Rin e Ah-Un foram logo atrás, os pés se afundando na neve fofa, fazendo a humana se perguntar como seu senhor conseguia andar tão graciosamente como sempre em um terreno daqueles.

Uma vez dentro da cidade, Rin tremia à medida que eles se aproximavam do centro da região, onde o frio era ainda mais intenso. Ela esfregava as mãos uma na outra repetidamente, soprando hálito quente entre elas para mantê-las aquecidas.

- Pobre criatura. – Uma voz chamou, fazendo os viajantes se virarem para encararem a figura que falou. – Por que não faz uma pausa para uma quente xícara de chá?

Era uma moça, claramente youkai, que estava parada na porta de um dos estabelecimentos dali. Havia clientes bebendo o mencionado chá, sentados à varanda.

Rin estava prestes a agradecer e negar, não querendo atrasar seu senhor depois de uma viagem tão longa, mas Sesshomaru já estava caminhando em direção à cabana de madeira. Se ele podia fazer algo para ajudá-la a parar de bater os dentes por um momento, ele faria alegremente.

- Vamos querer dois. – Ele disse, tomando um assento de frente para uma pequena mesa.

A humana se apressou para acompanhá-lo, desajeitadamente amarrando as rédeas de Ah-Un em uma cerca ao lado.

Em um instante, a proprietária retornava com o chá pedido, pousando uma xícara na frente de cada um de seus novos clientes.

- Muito obrigada. – Rin disse, rapidamente tomando sua bebida, ansiando por um pouco de calor extra em seu corpo.

- É um belo colar esse que tem. – A mulher comentou, reparando na Meido Seki que a garota usava. – Eu tenho um também, ele é muito especial.

Rin observou com curiosidade enquanto a moça erguia uma simples pequena pedra presa por uma fina corrente para que ela analisasse.

- É um amuleto do amor e do destino. – Ela explicou, deixando a pedra azul polida girar em frente aos olhos da humana. – Revela o seu verdadeiro amor, se segurá-la.

- Verdade?

A adolescente, animada com a possibilidade, rapidamente abriu as mãos com as palmas para cima, deixando que a pedra se alojasse ali. O mineral era estranhamente morno para um lugar tão frio. Ela esperou um momento, primeiro olhando para Sesshomaru, que observava o lado de fora parecendo perfeitamente desinteressado, e depois para a dona do objeto mágico.

- Não acontece nada. – Rin disse, desapontada. – Não funciona.

- Bom, o amuleto só lhe mostrará se você já tiver conhecido essa pessoa. – A youkai justificou, recolhendo de volta seu colar. – Ou então...

Ela olhou sugestivamente para Sesshomaru, que tomava elegantemente um pequeno gole de seu chá, ignorando toda a situação.

- O amuleto não tem necessidade de gastar energia lhe mostrando o que já está bem em frente aos seus olhos.

Os olhos castanhos de Rin imediatamente se dirigiram de volta para o inuyoukai sentado de frente para ela e, dessa vez, os olhos dele encontraram os dela, fazendo-a tremer com um calafrio que nada tinha a ver com o peculiar clima invernal.

- Quanta tolice. – Ele comentou, pousando a xícara vazia de volta sobre a mesa, junto a um pequeno objeto disforme de metal nobre para o pagamento. – Se já terminou de ludibriar minha acompanhante, nós já vamos indo.

- Oh, pois bem. – A youkai fêmea disse com um sorriso. – Vejo que o senhor é um cético.

Sesshomaru não respondeu, pondo-se de pé e sinalizando com o queixo para que Rin o seguisse.

A garota ainda estava distraída, pensando no significado do que a moça dissera. Ela provavelmente fazia essa brincadeira com todos os casais que passavam por ali, mas Rin realmente sentiu um calor emanar do objeto, então...

Ela não conhecia ainda seu grande amor ou... ele estava bem na sua frente...

- Rin. – Sesshomaru chamou quando viu que ela não se mexia. – Vamos.

Rin saltou em alarme, rapidamente pondo-se de pé.

- Sim, senhor Sesshomaru!

 

Com apenas um pouco mais de caminhada, o grupo de Sesshomaru alcançou os muros do castelo, cujos portões foram imediatamente abertos uma vez que ele se identificara para os guardas como o senhor das terras do oeste, entregando Ah-Un para que fosse levado aos estábulos.

Feito de pedra, mas coberto de gelo, o castelo do norte era impressionante. A fraca luz do sol batia sobre as rochas congeladas, fazendo com que os cristais de gelo lançassem pequenos arco-íris em todas as direções.

Rin observava aquela construção tão maravilhosa, se distraindo tanto que seus pés esqueceram de andar. Logo, uma mão tomava o seu braço, assustando-a.

- Não fique para trás. – Era Sesshomaru, delicadamente forçando-a a acompanhá-lo lado a lado. – Permaneça sempre perto de mim.

Ela assentiu, lembrando-se de que estavam em um território desconhecido, pelo menos para ela. Apesar daqueles youkais serem supostos aliados do Oeste, Sesshomaru dizia não confiar nem em sua própria corte quando se tratava dela, quem dirá naqueles nortenhos.

- Senhor Sesshomaru. – Um guarda saudou quando eles chegaram às portas principais do castelo. – A humana é um presente para o meu senhor? Devo levá-la às masmorras?

O guarda já estava fazendo menção de tomá-la pelo braço, mas parou quando Sesshomaru lhe dirigiu um baixo rosnado.

- A humana é minha. – Ele respondeu, territorialista. – Ela vem comigo.

- Oh, nesse caso, me perdoe.

Rin tratou de seguir seu senhor porta adentro, praticamente colada nele depois de quase ter sido confundida com o jantar de um senhor feudal youkai. Seu rosto ainda estava corado pela forma como ele se referira à ela, embora ela soubesse que havia sido apenas uma forma de dizer que ela pertencia ao oeste.

À frente deles, se abria um largo salão. O chão era coberto com tábuas de madeira perfeitamente lisas, e alguns youkais se postavam sentados nas laterais, aqui e ali. No fundo do cômodo, havia uma plataforma elevada três degraus acima do nível do piso, onde um homem se sentava.

O homem era um youkai de cabelos azul-celeste, aparentando ser mais velho que Sesshomaru, mas ainda distante da aparência de um idoso. Os cabelos eram presos em um coque alto, e ele possuía sobrancelhas e cílios brancos como a neve. As írises também eram perfeitamente claras, praticamente impossíveis de se diferenciarem das orbes. Sua pele era levemente azulada. Vestia roupas elegantes, extremamente formais, os tecidos se acumulando ao seu redor.

- Sesshomaru, seja bem-vindo. – Ele disse quando os viu. – Espero que tenha feito uma boa viagem.

- Tsugaru. – Sesshomaru saudou em resposta, prosseguindo até estar logo à frente da plataforma. – Sim, minha viagem foi sem grandes incidentes.

Os olhos perturbadoramente claros de Tsugaru rapidamente se voltaram para Rin, que ainda se postava logo ao lado de seu senhor.

- Vejo que traz uma humana com você. – Comentou o senhor invernal, com divertimento. – São interessantes criaturas. Eu tive uma também, certa vez.

Sesshomaru o encarou, levemente surpreso. Não se lembrava de rumores sobre qualquer um dos territórios aliados do oeste terem envolvimento com humanos, além de seu próprio pai, é claro.

- Era uma mulher bem bonita, assim como essa. Bom, talvez não tanto assim. – Continuou. – Mas eles não são muito rápidos, não é verdade? A caçada fica muito menos divertida se a presa é pega tão facilmente, não acha?

Rin imediatamente enrijeceu sua postura diante do conto, de alguma forma tentando ficar ainda mais perto de Sesshomaru. Ele logo percebeu que não estavam falando do mesmo tipo de “envolvimento”.

- De fato. – Concordou o inuyoukai, para a surpresa dela.

Rin o encarou, confusa, mas não via nada em sua expressão perfeitamente sem emoção. Ele a ignorou.

- Ah, eles também gritam demais e resistem demais. – Tsugaru acrescentou, entretido com a possibilidade de haver um passatempo em comum entre eles. – Aí é sangue por todo lado, minha nossa. Foi a última vez que tentei.

- Devia tomar mais cuidado para manter o abatimento limpo. – Sesshomaru aconselhou. – Caso contrário, realmente será uma bagunça.

- Bom, eu ainda prefiro os youkais de baixo nível. – Opinou, antes de dar de ombros. – Mas não foi para discutir preferências de caça que o senhor veio até aqui, não é verdade?

Percebendo que a conversa sem sentido finalmente chegara ao fim, Sesshomaru começou com os negócios. Rin permanecia perfeitamente quieta enquanto eles compartilhavam informações sobre o sul, falavam sobre seus suprimentos e disponibilidades de trocas, sobre os números dos exércitos e seus respectivos subgrupos, além das habilidades mais marcantes dos youkais recrutados e como cada uma poderia complementar a outra.

A conversa se seguiu por tantas horas que já era noite, e tiveram que trazer uma almofada para que Rin pudesse se sentar. Sesshomaru permanecia de pé, não querendo ficar nenhum nível mais abaixo do aliado com quem negociava incansavelmente.

- Essa é a maior quantidade de homens que posso lhe oferecer, Sesshomaru.

O inuyoukai franziu o cenho, insatisfeito. Já estavam discutindo números há um longo tempo, sem chegar a um acordo. Ele negou.

- O dobro disso.

Dessa vez foi o demônio de gelo quem fez uma carranca, balançando a cabeça em negação.

- Impossível.

- Eu vou discordar. – Disse Sesshomaru. – O restante é mais que o bastante para defender o norte.

- Sabe que não. – Insistiu Tsugaru. – É meu número final, pegar ou largar.

Sesshomaru o encarou por um longo instante, olhos dourados queimando sobre gelo, os cantos dos lábios curvados para baixo em insatisfação. Finalmente, ele relaxou, ainda não parecendo contente, mas cedendo:

- Está certo, então.

Rin suspirou pesadamente, finalmente percebendo o clima pesado ao seu redor começar a se dissipar. Os outros ocupantes do salão começaram a se levantar, sinalizando que as negociações haviam terminado. Ela rapidamente fez o mesmo, postando-se de pé com sua melhor postura.

Apesar das insistências de Tsugaru para que eles passassem a noite no castelo, Sesshomaru recusou, não querendo permanecer ali mais tempo do que o necessário. Seu trabalho estava feito, e ele estava farto.

Ele pensou em voltar atrás em sua decisão no momento em que saíram da cidade. A noite era escura, e o vento chiava de tão forte. A neve tinha voltado a cair, aumentando a profundidade da camada que se acumulava no chão. Para ele, nada daquilo era um problema, mas Rin parecia ter dificuldade de se locomover, além de estar claramente incomodada com o frio, ainda mais intenso que o de quando chegaram.

-  Podemos voltar e passar a noite, se desejar. – Ele disse, observando-a tremer.

- Eu prefiro não voltar, senhor Sesshomaru. – Rin respondeu, rejeitando a ideia de pernoitar em um castelo de um youkai que aparentemente devorava pessoas por passatempo. – Por que o senhor disse aquelas coisas, afinal? Sobre a caçada.

Sesshomaru havia percebido o incomodo dela com o assunto, então já estivera esperando que ela o mencionasse eventualmente.

- Deve-se evitar contrariar a pessoa com quem você precisa barganhar. Dar uma palestra sobre como devorar humanos é um ato abominável não é uma boa forma de conseguir simpatia de um youkai como ele.

Ele achou melhor omitir que não queria que Tsugaru soubesse que Rin e ele tinham qualquer tipo de relação de afeto, em qualquer nível que fosse. Aquilo sim enfraqueceria qualquer credibilidade que ele pudesse ter para negociar com um youkai.

Rin aceitou a explicação, compreendendo a lógica por trás dela.

- O senhor não pareceu feliz com o resultado final. – Ela comentou.

- Pelo contrário, Rin. Estou perfeitamente satisfeito com os números que obtemos.

A garota o encarou em confusão, não compreendendo porque ele passara tanto tempo discutindo algo que já estava satisfatório desde o início. Ela tinha certeza de que ele estava extremamente chateado com o rumo das negociações.

- Eu estava fingindo. – Ele esclareceu, vendo que ela tentava entender. – Dessa forma, Tsugaru pensa que fez muito pouco por mim como aliado, quando, na verdade, ele me deu exatamente o que eu queria. Isso me dá abertura para pedir mais favores dele futuramente.

Rin assentiu com a elucidação, admirada com a esperteza de seu senhor. Ela gostaria de conversar mais, porém seus dentes batendo de frio dificultavam a sua capacidade de falar.

Surpresa, a humana sentiu algo pesado e macio ser colocado sobre seus ombros. Ela se virou para Sesshomaru, que lhe entregava a pelagem que ele sempre carregava. Era tão quente que Rin não resistiu a enrolá-la ao seu redor, pressionando o rosto contra os grossos pelos que lhe acariciavam a pele.

- O-obrigada. – Ela agradeceu timidamente.

Sesshomaru apenas assentiu, fazendo menção de prosseguir com a caminhada, mas voltou a parar, seus olhos atentos à frente.

- O que houve? – Rin perguntou, puxando Ah-Un mais para perto.

- Há youkais aqui. – Ele respondeu, sua postura alerta e defensiva. – Muitos deles.


Notas Finais


Fanart do capítulo: https://c7.staticflickr.com/6/5743/30929167486_aa3ee24306_b.jpg

Awn, não resisti a mais umas fofurinhas sugestivas pro Sesshomaru ficar fingindo que não é com ele HISAHEIHA Uma hora ele vai ter que encarar a realidade neah.

De resto, muito obrigada pelos comentários anteriores e pelos que - esperançosamente - estão por vir! Vocês são demais.

Beijinhos e até o próximo!


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