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História Unintended - Fatos e Fados


Escrita por: eveelima

Notas do Autor


Olá meus amores e amoras!

Primeiramente, obrigadaaaaa pelos comentários super entusiasmados do último capítulo, eles super me incentivaram!

Segundamente, AVISO!
Esse capítulo contém (finalmente) cenas de sexo. Se você não gosta, pode pular à vontade, pois não tem mais nada de relevante pro plot além disso. :)
Mas aconselho que não pulem, juro que não é nenhum xvideos da vida, isso aqui ainda é um romance. haha

Boa leitura, vejo vocês lá embaixo ;)

Capítulo 29 - Fatos e Fados


Rin o seguiu pelo castelo, mantendo-se alguns passos atrás, tentando conter sua curiosidade e confusão diante daquele comportamento. Não era incomum para seu senhor convidá-la a segui-lo sem maiores explicações, era verdade, mas da forma como ele fizera, com as palavras que ele usara...

Você e eu temos algo a fazer.

Era vago e ao mesmo tempo sugestivo. Apenas o uso de “você e eu” trazia borboletas para dançarem em seu estômago, revirando-o em ansiedade, mil e uma possibilidades rondando sua mente enquanto ela escutava atentamente o som das botas dele marcarem seus passos calmos sobre o piso dos corredores sem fim.

Os outros habitantes do castelo passavam por eles com breves olhares, como se temessem fazer contato visual, mas Rin reconheceu uma pessoa em particular, mesmo que estivesse parcialmente escondida atrás de uma pilha de roupas sujas que segurava nos braços curtos.

- Asai! - Ela chamou, sorrindo. Não via a criada e amiga há mais tempo do que estava acostumada, desde de toda a confusão com o conselho no dia anterior.

Antes que a lontra pudesse responder, a forma imponente de Sesshomaru se postou na frente dela, intimidando-a de imediato.

- Que conveniente que a encontramos. - Ele falou, para a surpresa de Rin. Os dois normalmente não dialogavam. - Deixe essa tarefa para outra pessoa e retorne aos serviços de Rin, por hoje. Ela precisará estar apresentável.

Asai rapidamente assentiu com uma mesura, virando-se e entregando a pilha de roupas à primeira pessoa que apareceu em seu caminho, antes de voltar-se para a humana que observava o senhor do castelo com uma sobrancelha arqueada. Por acaso não haviam jantado no salão apenas dois dias atrás? Para o que mais ela precisaria estar apresentável?

- Senhorita Rin. - A lontra chamou, convidando-a para ir com ela.

Com um último olhar hesitante e confuso para Sesshomaru, a humana deixou-se ser conduzida pela criada em direção ao seu quarto usual. Incapaz de perdê-la de vista, o daiyoukai seguiu as duas. A atmosfera de desconfiança no castelo ainda era grande.

Sesshomaru guardou a porta dela como um verdadeiro cão de guarda, sua impaciência e ansiedade crescendo a cada segundo em que ele permanecia aguardando. As duas estavam incomumente quietas e, embora a criada não parecesse ser de falar muito, definitivamente não era do feitio de Rin ser tão silenciosa. Aquele comportamento deixou a leve sugestão no ar de que Rin provavelmente já havia percebido que havia algo acontecendo ali, embora ele duvidasse que ela conseguisse adivinhar o que ele tinha em mente, exatamente.

Justamente quando ele estava ponderando simplesmente invadir o quarto, mandar a youkai lontra embora e ter a humana só para si, a porta deslizou com um som suave e ali, bem na sua frente, estava parada a criatura que havia permanentemente mudado sua visão sobre tantas coisas, de forma que a única coisa que ele conseguia ver naquele momento era a beleza estonteante daquela inocente fêmea que o tinha em suas mãos sem nem ao menos perceber.

Rin o olhou com seus característicos olhos amendoados, sua forma pequena ainda mais encolhida em timidez. Estava linda, vestida com um belo quimono e, por um segundo, Sesshomaru precisou lembrar, com bastante convicção para convencer a si mesmo, de que não podia beijá-la ali. Não ainda.

- Isso é tudo. - Ele disse para a criada, mas sem desviar os olhos dourados do rosto da humana em nenhum momento, sem nem ao menos piscar.

- Obrigada pela ajuda, Asai. - Rin murmurou mais educadamente com um pequeno sorriso, observando a lontra se apressar para sair da presença do temeroso senhor do castelo.

Então estavam a sós no corredor, que estivera tão vazio desde que ele havia exilado Mizuno e proibido a circulação livre de servos ali, em uma medida para assegurar a proteção de Rin.

- Senhor Sesshomaru, o que-

Sesshomaru apenas sinalizou com a cabeça para a direita, indicando a última porta da Ala Oeste e, por algum motivo, aquelas enormes portas duplas em madeira escura nunca pareceram tão intimidadoras para Rin, fazendo-a engolir em seco.

Apesar de sua apreensão, ela o seguiu quando ele se dirigiu ao cômodo. Não sabia se seu receio vinha da possibilidade de encontrar os cinco cadáveres que os atacaram naquela manhã ainda estirados no chão em uma poça de sangue seco ou de se encontrar completamente sozinha com seu senhor em circunstâncias que pareciam ter mudado tão drasticamente, de uma forma que ainda fugia à sua compreensão.

Rin sentiu certo alívio quando as portas se abriram para revelar o cômodo vasto e acolhedor da forma como ela se lembrava, perfeitamente limpo e arrumado. Mas havia algo de diferente na atmosfera do quarto, talvez a quantidade de velas acesas fosse maior do que o normal, ou talvez fosse ela quem estava diferente, no fim das contas.

Ela ouviu as portas se fecharem às suas costas, seus olhos fixados em algum ponto aleatório de uma das paredes, propositalmente evitando olhar para o youkai que a acompanhava. As borboletas em seu estômago ainda se recusavam a descansar.

O daiyoukai silenciosamente a rondou como um lobo ronda uma presa antes de atacar, cauteloso e calmo. Ele podia sentir a tensão dela, a incerteza na frequência de sua respiração, a rigidez da postura hesitante. Parando bem atrás dela, ele apoiou as mãos sobre seus ombros, gentilmente coagindo-a a se acalmar pouco a pouco.

A humana amoleceu quase automaticamente sob o toque, como ela quase sempre fazia.

- O senhor eventualmente vai me contar do que se trata a ocasião? - Rin perguntou finalmente, o rosto virando-se para olhá-lo de lado.

- Em breve você descobrirá.

A voz dele era rouca e suave enquanto ele se abaixava para ficar um pouco mais perto do ouvido da humana, suas mãos escorregando dos ombros para os braços, estrategicamente trazendo-a um pouco mais para perto no processo, deixando que seu corpo pudesse sentir o dela, apenas uma pequena amostra do que estaria por vir. Ele não sabia dizer se o ato era para provocar a si mesmo ou à ela, mas pareceu funcionar bem para ambos os lados quando Rin deixou-se apoiar sobre ele, a cabeça inclinando-se para trás, dando a ele uma vista perfeita daquele pescoço delicado, as linhas suaves de sua garganta iluminadas pela chama sutil das velas convidando-o a experimentar mais uma vez daquele sabor do qual ele nunca se fartava.

Lentamente, muito lentamente, ele aproximou os lábios da pele exposta e convidativa, deixando sua respiração controlada acariciá-la primeiro, tratando de erguer um a um os minúsculos pelos que cobriam a derme, quase invisíveis à luz dourada do fogo. Rin liberou uma lufada de ar em resposta, suas mãos largadas nas laterais de seu corpo como se os ossos de seus braços estivessem quebrados. Quando estava a milímetros de tocá-la realmente, prestes a favorecê-la com o que seria o primeiro de muitos beijos naquela noite, Sesshomaru abruptamente a virou de frente para ele, segurando-a pelos braços e puxando-a contra o peito tão repentinamente que Rin teve que abafar um pequeno grito de surpresa, o susto se esvaindo quase imediatamente quando ele a beijou com uma fome que parecia devorá-la, o corpo alto e forte dele cobrindo o dela enquanto ele se curvava sobre a pequena humana, seus braços a envolvendo, apertando-a contra si.

Ela correspondeu o mais avidamente que conseguia, dada a surpresa do ato, suas mãos rapidamente ganhando vida e apoiando-se sobre o peito do youkai, acariciando-o delicadamente, um contraste com a forma como ele a tocava, tão urgente e abrupto.

Sesshomaru liberou os lábios da garota, tentando lidar mais uma vez com a avalanche de emoções que aquela singela criatura provocava nele todas as vezes em que ele simplesmente a tocava. Ainda tentava absorver a vastidão da verdade de que ele genuinamente a amava, como ela provocava tudo aquilo nele sem precisar de artifício algum. E ele não conseguia suportar o quanto ele precisava tê-la.

- Eu te trouxe aqui para te contar alguns fatos. - Ele explicou, finalmente, sanando parte das dúvidas dela e levantando mais uma infinidade. - Algumas coisas das quais eu já sabia há algum tempo. Algumas coisas as quais eu recentemente descobri. Talvez você não esteja preparada para todas elas, mas espero que até o fim da noite isso mude.

Rin o observou com grandes e curiosos olhos castanhos, as sobrancelhas erguidas em questionamento, mas logo sua expressão se suavizou, as pálpebras começando a se fecharem à medida que ela sentia as mãos de Sesshomaru subirem por suas costas enlouquecedoramente devagar, apenas para descerem novamente até a base de sua coluna uma vez que chegavam até a nuca.

Provocantemente, ele a beijou no canto da boca, um beijo demorado e torturante, que obrigou a humana a desesperadamente virar o rosto afim de encontrar os lábios de seu senhor, apenas para vê-los escaparem no último segundo, subindo por sua bochecha e descendo novamente, pela linha delicada de seu maxilar, a língua traçando o formato como um desenhista habilidoso faria, antes de escorregar para a sua garganta, incentivando-a a inclinar a cabeça para trás, dando a ele todo o acesso de que precisasse.

- O primeiro fato, - Ele falou, o rosto enterrado no pescoço dela, entre um beijo e o próximo. - Eu acredito que você já tenha percebido.

Ela queria perguntar, mas não conseguia encontrar sua voz, esquecida no meio de tantos suspiros e arrepios e deuses, o que estava sequer acontecendo ali?

- Não é do meu feitio ser redundante, mas acredito que seria bom deixar isso bem claro. - Prosseguiu o youkai, ainda longe de terminar com seus repetidos beijos absurdamente lentos e sensuais. - Eu quero você.

A humana abriu os olhos diante da confissão, sua respiração automaticamente ficando mais rarefeita. Ela podia sentir seu corpo tremer em um misto de ansiedade e nervosismo, calor e medo, sensações tão fortes e contraditórias que ela teve dificuldade em se situar. Será que era normal sentir o coração batendo tão perto da garganta como ela sentia naquele momento?

Sesshomaru ignorou aquelas reações, suas garras gentilmente traçando linhas delicadas sobre a nuca dela, por baixo dos fios negros de seus cabelos e, por um instante, Rin se deixou entregar, seus olhos se fechando novamente e aceitando que não havia nada que ela pudesse responder verbalmente para aquilo, não sem gaguejar ridiculamente e fazer uma tola de si mesma. Mas logo ela se pegou lembrando de tudo que aconteceu naquela manhã e viu-se afastando-se do youkai brevemente, uma mão hesitante pousando sobre o peito dele em uma tentativa de manter alguma distância entre os dois corpos.

- Não podemos, senhor Sesshomaru. – Ela disse, a voz mais fraca e tremida dos que ela havia pretendido. – Se alguém descobrir...

Sesshomaru meramente moveu a mão dela, como moveria uma flecha insignificante para fora do caminho, para que pudesse puxar a humana de volta para perto de si, restaurando o calor entre os dois sem o qual ele não achava mais que poderia viver sem. Aquela era sua Rin, preocupada com o bem geral do universo justo no momento em que estava mais próxima de ter o que ela mais desejava. Justo quando ele estava bem ali confessando que ela havia vencido, que ela finalmente o teria.

Ele acariciou sua bochecha, procurando acalmá-la e afastar seus temores para algum lugar bem distante. Olhando profundamente em seus olhos, ele respondeu, decidido.

- Rin, não seja tola. Quer nós façamos isso ou não, não mudará em nada o que dirão sobre nós dois. – Explicou, paciente e sério. – Ninguém vai saber, e não importa. Já estão absortos demais nos próprios boatos para se incomodarem com a realidade.

Enquanto ele falava, toda a lógica que trabalhava contra eles ia aos poucos se dissipando na mente da menina, a voz irresistível de seu senhor a atraindo para aquela doce ilusão onde ela realmente não precisaria se preocupar com as repercussões que suas ações teriam, onde ela podia simplesmente ser uma mulher apaixonada e ter o que seu coração desejava.

Ela queria tanto, tanto. Mas, quanta culpa mais ela poderia suportar se aquele envolvimento se agravasse ainda mais?

- Eu só quero ouvir uma coisa de você. – Sesshomaru disse, percebendo a hesitação remanescente do objeto de seu desejo. – Se é a mim que você quer dizer não, então diga e eu lhe darei licença para se retirar agora. Mas, se os seus argumentos são baseados na opinião de terceiros, então eu proponho que use sua boca para fins mais produtivos essa noite.

Rin piscou, perdida em meio ao convencimento de seu senhor e aquela última sugestão impossível de ignorar.

- Isso não é justo. - Ela respondeu em uma voz baixa e acanhada, ainda tentando ir contra os impulsos de seu próprio corpo. - O senhor sabe que eu jamais lhe diria não...

- Então não diga.

Cada palavra sedutora que ele dizia apenas a atiçava, banhava-a com uma onda dos sentimentos mais pecaminosos que ela já havia experimentado. E Rin não sabia se estava realmente pronta para um passo tão significativo quanto aquele que seu senhor estava prestes a convencê-la a dar, mas de uma coisa ela sabia: estava cada vez mais ansiosa para descobrir.

Respirando fundo, reunindo sua coragem, a humana atirou-se sobre ele, selando seus lábios em um desespero abrasador, a tensão daquela conversa dissipando-se como flocos de neve no oceano. Ele estava certo afinal, de que lhes servira toda a discrição, toda a hesitação, até ali? Não os salvara da indignação de seus opositores, nada seria capaz de convencê-los de que estavam errados, de qualquer maneira. Eles podiam ao menos aproveitar aqueles momentos, mesmo que fosse só uma noite, mesmo que não fosse nada além de simples entrega momentânea, Rin honestamente não se importava mais. Não haveria outro homem a quem ela iria querer se entregar, outro a quem ela quisesse da forma como ela o queria. Sua virtude preciosa de nada mais lhe serviria e, se fosse ele quem estivesse pedindo, ela entregaria de bom grado, perfeitamente satisfeita.

Afinal, ele havia lhe dado tanto, não só em coisas materiais, mas também proteção e suporte emocional que Rin jamais esperou obter e nem tinha o menor direito de cobrar dele, muito embora tenha cobrado de qualquer maneira. Era até difícil de absorver as coisas que ele fazia por ela, o quanto ele havia sacrificado apenas com o propósito de fazê-la feliz.

Sesshomaru a abraçou contra seu corpo, rompendo o beijo por um instante, mal respirando por conta própria, surpreso com a própria expectativa que avançava pelas barreiras de seu controle como um desmoronamento. A forma como o toque inocente dela o atiçava, era como uma noite de inverno bem no meio do verão e novamente ele estava mais do que disposto a tomar para si a tarefa de mantê-la aquecida, exceto que daquela vez ele realmente a faria suar.

Tirando os cabelos dela do caminho, mordendo delicadamente a ponta de sua orelha, ele a livrou do primeiro quimono que ela vestia solto sobre os ombros, deixando-o cair ao chão em uma poça de tecidos fluidos. Suas garras se estendiam, ansiando por rasgar o restante daquelas camadas atrás de camadas de finas sedas, que escondiam a preciosidade da pele deliciosamente macia por baixo, mas ele tratou de controlá-las, cuidadosamente desfazendo a primeira amarra da faixa ao redor da cintura dela, com toda a calma que sua ansiedade para tê-la permitia.

Enquanto as mãos habilidosas de seu senhor trabalhavam para despi-la, a humana permanecia de pé à sua frente, suas mãos parecendo paralisadas sobre os ombros dele, seu rosto mais flamejante do que qualquer uma das velas naquele quarto, sua respiração pesada e o coração parecendo um tambor de guerra anunciando uma batalha intensa chegando em breve. Ela apenas podia rezar para que sobrevivesse para ver como aquilo terminaria, arfando quando seu obi foi ao chão, junto aos imensos laços elaborados que Asai perdera tanto tempo atando.

Antes de prosseguir, Sesshomaru a olhou nos olhos, percebendo o estado quase catatônico da menina. Ela o olhou de volta só por um instante, antes de desviar o olhar para o chão, um pequeno sorriso nervoso abrindo-se em seus lábios levemente avermelhados de tanto serem beijados.

Segurando seu rosto entre ambas as mãos, ele a forçou a olhar de volta para cima, observando com atenção as ondas de seus cabelos caindo por seus ombros com o movimento, junto aos quimonos deslizando minimamente pela pele perfeitamente polida como o mais belo mármore. Como ele ansiava por revelar o restante daquela escultura incomparável.

- Agora deixe todas as suas preocupações de lado, Rin. - Ele disse, um tom confiante mas calmamente sério e reconfortante. - Os problemas ainda estarão lá amanhã. Mas, esta noite, você é minha.

Encontrando os movimentos de seus dedos congelados pela timidez, Rin moveu suas mãos ao redor da abertura dos quimonos que o youkai usava, testando a textura das roupas por um momento, deixando uma mão acidentalmente deslizar sobre elas, trazendo junto os tecidos, apenas o suficiente para exibir uma fração do peito pálido e forte de seu senhor, as linhas rígidas dos músculos ocultos exatamente como ela se lembrava daquela noite no Norte, exceto por não estarem cobertas de sangue naquele momento.

Sesshomaru deixou que ela o explorasse até o ponto onde suas inibições retornaram, quando ela removeu as mãos de cima dele, um pouco constrangida com a própria ousadia. Rapidamente, ele as capturou de volta, postando-as sobre sua pele exposta, silenciosamente encorajando-a a continuar. As pontas dos dedos da humana eram como fogo selvagem percorrendo sua pele, alastrando-se sem controle por todo o seu corpo.

Fechando os olhos, reunindo todo o autocontrole necessário para não derrubá-la no chão e tomá-la ali mesmo, Sesshomaru a segurou pelos braços, beijando-a com o mesmo ardor e paixão que seus toques inocentes provocaram nele, suas mãos incontrolavelmente ansiosas indo até os ombros da menina e despindo-a quase rispidamente de todas aquelas roupas soltas que pendiam de seu corpo, implorando para serem removidas.

Antes que Rin tivesse tempo de ficar envergonhada com sua repentina nudez, seu parceiro estava caindo de joelhos à sua frente, seus braços envolvendo sua cintura e puxando-a para impossivelmente perto, seu rosto enterrando-se na pele macia que cobria o abdômen plano da humana, o nariz aspirando seu cheiro doce ao mesmo tempo em que os lábios beijavam seu umbigo, costelas, quadris, os ossos levemente elevados de sua bacia, tudo que estivesse ao seu alcance. Decidindo que apenas beijos não eram suficientes para saciar sua fome, logo era sua língua a percorrer a superfície intocada daquela pele de marfim e Rin viu-se fechando os olhos com força, contendo os sons constrangedores tentando escapar por sua garganta, seus dedos perdendo-se em meio às madeixas prateadas de seu senhor ao mesmo tempo em que ela tentava se apoiar nele, sentindo suas pernas fracas demais para mantê-la de pé.

Sesshomaru deixou sua língua traçar lentamente a linha quase invisível que ligava seu umbigo até bem no início da região onde as pernas dela se encontravam, como uma trilha que guiaria quem a segue até o prometido pote de ouro ao fim do arco-íris, mas ele parou antes de chegar lá, bem quando a humana havia parado completamente de respirar.

Ainda sem soltá-la do abraço no qual ele a envolvia, Sesshomaru simplesmente pôs-se de pé, trazendo-a junto em seu colo como se não pesasse mais que uma pluma. Ele caminhou a passos ansiosos até a breve escadaria que levava até seu futon sobre a plataforma, deitando-a sobre os lençóis de forma pouco delicada, deixando que a infinidade de macias almofadas amortecesse o choque, sentando-se sobre ela, prendendo-a entre suas pernas flexionadas de forma que ela não pudesse escapar de seu olhar predador.

Sesshomaru sentiu, com certo desconforto, a respiração prender na garganta, vendo-a ali, completamente nua entre seus lençóis, os belos cabelos negros brilhando com a fraca iluminação, espalhados ao redor de sua cabeça, o rosto corado que ele tanto admirava, a timidez que ele secretamente achava irresistível. Seu próprio estado não era muito mais decente, seu largo haori havia escorregado pelos ombros com todo o movimento, seu peito e abdômen completamente expostos à luz das velas. Ele terminou de removê-lo, percebendo que as roupas já não estavam mais fazendo um bom trabalho em mantê-lo coberto.

Procurando acalmar seu youki agitado, ele se deitou sobre ela, calmamente acariciando sua bochecha rosada com uma mão, beijando-a nos lábios suavemente, seduzindo-a de volta ao clima de provocação anterior. Rin respondeu com facilidade, suas mãos levemente trêmulas alegremente explorando os novos territórios que a ausência do haori providenciou para ela, as unhas arredondadas e relativamente curtas dançando pela pele firme como se escrevesse caracteres com um significado secreto indecifrável, na linguagem nos amantes, a qual Sesshomaru ainda tinha dificuldade de entender.

Exasperado com as sensações que os toques dela provocavam, tão novas e inusitadas, ele simplesmente a beijou de novo, dessa vez mais urgente, procurando trazê-la para ainda mais perto de si e recuperar o controle da situação, percebendo que havia partes dele realmente ansiosas para prosseguir com aquela noite.

Sentindo a confiança dela crescer, à medida que ela se movia sugestivamente contra ele, de forma sutil e discreta, como se esperasse que ele não fosse perceber, Sesshomaru liberou os lábios dela por fim, a fim de deixá-la respirar melhor. Mas, rapidamente, desceu por seu colo, seu destino bem definido quando ele ergueu uma mão para tocar o pequeno monte arredondado, envolvendo o seio direito da humana sob sua palma, o encaixe ideal como ele já havia premeditado.

Ela suspirou em um semigemido, seu foco mudando imediatamente para as atividades que ele propunha, tendo dificuldades em permanecer parada sobre o futon quando sentiu a língua morna de seu senhor tocá-la ali, a princípio delicadamente, e depois de forma intensa, seus lábios se fechando sobre a pele macia ao redor, em movimento de sucção, o som reverberando pelo quarto, junto aos gemidos baixos que a humana finalmente deixava escapar aos poucos, não conseguindo contê-los por trás de suas inibições.

Sesshomaru mudou sua atenção para o seio gêmeo, dando a ele igual tratamento, fascinado com a textura da pele frágil, desafiando a si mesmo para ver até onde seus avanços poderiam ir sem simplesmente rasgar aquela pele delicada aos pedaços. Sentindo o calor insuportável espalhando-se por seu corpo, quase demais para suportar, ele pressionou os quadris contra os dela, procurando algum tipo de fricção que o oferecesse algum alívio. Pelo contrário, a ferocidade de sua paixão apenas se intensificou, as garras percorrendo a pele dela como se pudessem cavar para encontrar uma resposta para sua sede.

As costas de Rin se arquearam com os toques perigosos, a adrenalina em seu sangue apenas tornando tudo ainda melhor, sua confiança inabalável naquele youkai tornando fácil para ela apenas deixá-lo livre de suas amarras e restrições. Se ele podia protegê-la, mesmo com a fragilidade de sua humanidade, ela podia se entregar a ele de olhos fechados, mesmo com a agressividade de sua natureza demoníaca.

- Oh, deuses! - Ela soltou em um som abafado, sentindo-o descer ainda mais, com mordidas ao mesmo tempo doloridas e deliciosas, uma combinação que confundiu suas terminações nervosas por um momento.

Ele alcançou aquele mesmo ponto onde havia se interrompido antes, seu corpo deitado sobre o futon, posicionando-se convenientemente entre as pernas dela, suas mãos segurando as dela e prendendo-as contra o os lençóis, a fim de imobilizá-la.

Sesshomaru aproveitou-se de sua posição privilegiada, seu nariz certificando-se de memorizar cada cheiro em seu caminho, a fim de reconhecer a intimidade de sua fêmea. Reunindo a delicadeza necessária para uma zona tão sensível, ele a tocou bem ali, justamente no lugar que fazia dela uma fêmea, observando a forma como a barriga dela subia e descia com sua respiração controlada, ansiando pelo momento em que ele a faria perder completamente qualquer resquício daquele controle da mesma forma que ela sempre o fazia perder o dele.

Seus dedos passaram pelo contorno dos lábios externos como uma brisa de verão, suave e quente, atiçando os sentidos dela apenas com a menção de toque, apenas a sugestão, só para ter o prazer de vê-la tremer, as pernas se movendo em inquietação. Satisfeito com aquele início, ele continuou a acariciá-la, abrindo suas pétalas delicadamente para revelar a cavidade por baixo, onde qualquer beija-flor adoraria se fartar. Ele alegremente tomou para si aquela tarefa, deixando sua língua substituir o movimento de seus dedos, o ato automaticamente fazendo-a erguer os quadris em direção ao rosto dele e Sesshomaru prontamente tomou a oportunidade, saboreando-a por completo, arrancando gemidos desesperados da humana, que ele não fazia ideia de que queria tanto assim ouvir até realmente ouvir.

Ele segurou as coxas dela firmemente, prendendo-a no lugar para evitar que ela tentasse escapar antes de ele ter tido o suficiente, seus olhos dourados observando a nova forma como os músculos do abdômen dela se contraiam e relaxavam repetidamente em um frenesi, sem conseguir decidir entre calma e desespero, entre prazer e agonia.

Rin mantinha os olhos fechados com toda a força que possuía, sem ter coragem de observar seu senhor tocá-la daquela maneira tão erótica, embora tivesse certeza de que não conseguiria enxergar nada além do clarão de sensações, mesmo se tentasse. Ela pressionou a cabeça contra o travesseiro como se fosse capaz de atravessá-lo, sem conseguir escapar daquela deliciosa tortura que ela era incapaz de compreender. Ela queria que ele parasse e também queria que nunca acabasse, a contradição das percepções fazendo-a querer gritar.

A humana sentiu a língua morna de seu amante acariciá-la em um ponto impossivelmente sensível, o choque de sensações percorrendo todo o seu corpo, absurdamente divino e ao mesmo tempo infernal, gotículas de suor brotando por seus poros enquanto ela sentia algo dentro dela simplesmente se romper como uma corda segurando um grande peso, aquele peso todo parecendo esmagá-la por um momento insuportavelmente extraordinário onde ela quase podia crer que estava tendo mais uma de suas experiências de morte, exceto pela sensação eufórica que tomava conta de todo o seu ser, algo que ela não conseguia conter dentro de si, que escapava por sua garganta com um grito rouco e tremido:

- Senhor Sesshomaru! – Ela chamou, como o único salvador que ela conhecia, o único que poderia resgatá-la naquele momento de desespero, que pareceu esvair tão rápido quanto viera.

O youkai parou suas atividades, seus olhos dourados brilhantes na semiescuridão, uma expressão vitoriosa em seu rosto impecável. A sua frágil humana respirava como alguém faria momentos antes de morrer, ofegando em lufadas inconstantes de ar. Ele lambeu os próprios lábios antes de deitar-se ao lado dela, acariciando-a gentilmente ao longo de seu tronco úmido, arrancando dela um suspiro entrecortado quando sua garra deslizou brevemente sobre um mamilo enrijecido.

- Eu ainda estou viva...? – Perguntou ela inocentemente, quando encontrou sua voz.

Sesshomaru quase riu em resposta, sua mão movendo-se para os cabelos desgrenhados da humana, correndo os dedos entre os fios de ébano que se misturavam com os dele sobre o futon que eles dividiam.

- Você não tem permissão para morrer ainda, minha Rin. – Respondeu, aproximando-se do ouvido dela, puxando-a para mais perto lentamente. – Eu ainda tenho muitos planos para você.

De alguma forma ela ainda tinha a capacidade de ruborizar, depois de tudo aquilo. Virando-se para ele, quase recuperada de sua experiência de quase morte, ela levou uma mão a alisar o peitoral dele também, um sorriso encantador em seu rosto.

- Não sei se vou sobreviver ao restante dos seus planos, senhor Sesshomaru.

- Me certificarei que sim.

Garras afiadas traçavam lentamente a silhueta da humana, subindo do quadril até as costelas pela lateral de seu corpo, reacordando a chama interna dentro dela com uma trilha de minúsculos pelos arrepiados no caminho. Ela segurou a respiração, os olhos se fechando em deleite, a língua umedecendo os lábios secos de tanto ofegar e gritar daquela maneira. Sesshomaru não perdeu nenhum movimento daquele gesto.

- Eu só preciso saber de uma coisa antes de prosseguirmos. - Ele continuou, a mão voltando a descer perigosamente perto da intimidade oculta entre as pernas fechadas dela. - Que você vai confiar em mim, não importa o que aconteça depois.

Se Rin pudesse parar para pensar racionalmente por um momento, provavelmente teria percebido o quão vaga seria uma promessa como aquela, provavelmente teria pedido por mais detalhes antes de tomar qualquer decisão. Mas, à medida que a mão dele gentilmente a incentivava a abrir-se novamente para mais estímulos de tirar o fôlego, ela simplesmente não conseguia considerar nada daquilo.

- Sim. - Respondeu em um sussurro, as pontas dos dedos traçando as linhas no rosto dele. - Claro que sim, senhor Sesshomaru.

Com aquela confirmação, ele a puxou para mais um caloroso beijo, sua mão livre discretamente desatando os nós que prendiam sua hakama no lugar, livrando-o das últimas peças de roupa que o restringiam enquanto ele a mantinha distraída com seus afetos. Uma vez que aquela última tarefa estava terminada, ele tratou de rolar por cima dela novamente, pressionando os dois corpos nus um contra o outro em uma batalha infindável de calores trocados, a energia entre eles colidindo de forma que ele não teria ficado surpreso se visse faíscas se formando onde eles se tocavam. Era verdade que não era sua posição favorita para tal atividade, mas ele estava disposto a abrir mão de seus costumes para o conforto dela.

Rin fechou um punho ao redor das mechas de cabelo prateadas que caíam sobre ela, os olhos cerrados com força enquanto ele atacava seu pescoço vorazmente, a outra mão percorrendo os músculos tensionados das costas do youkai enquanto ele se esforçava para manter seu peso apoiado sobre os antebraços e não completamente concentrado sobre ela.

Ela nem ao menos reparou o movimento das pernas dele afastando as dela, tirando-as do caminho para que ele pudesse se acomodar entre elas. No momento em que ela o sentiu pressionar-se contra sua intimidade, rígido e ereto, toda a sua sanidade pareceu se esvair e se acumular em uma poça de desejo puro e úmido, bem onde os dois corpos se encontravam. Como ela podia querê-lo ainda mais, depois daquela explosão de êxtase e contentamento com a qual ele a presenteara apenas momentos atrás?

Sesshomaru podia senti-la aos poucos chegando ao nível de entrega ideal, à medida que ele subia por seu frágil pescoço, seus caninos afiados apenas atiçando a pele sensível, antes de seus lábios se fecharem sobre os dela em mais um beijo sedutor. Ele se afastou, os dois apenas respirando o ar um do outro por um momento, mas era o suficiente, era conexão de qualquer maneira. Seus belos olhos castanhos o olharam em um misto de ansiedade e apreensão, seu corpo paralisando completamente quando ele se pressionou um pouco mais contra ela em uma pequena provocação. Ah, como ele iria apreciar ser o primeiro a destruir aquela doce inocência, da mesma forma como ele apreciava destruir seus opositores e inimigos. Provavelmente até mais. Afinal de contas, ele era uma criatura feita para destruição, mas também para dominação e, normalmente, uma não viria sem a outra. Cada parte dele ansiava por tomar posse daquela frágil criatura que tivera a audácia de tentar prendê-lo nas armadilhas de seus contagiantes sorrisos e, pior, tivera completo sucesso naquela tarefa desafiadora.

O quarto estava escuro, tudo que ela conseguia ver era dourado enquanto olhava no fundo daqueles olhos. Era um pouco desconcertante como, ao mesmo tempo em que eles a excitavam, também a assustavam um pouco. Não por causa do olhar quase feral e predador que certamente estava lá, mas por causa da intensidade de todo o resto, de tudo que ela enxergava por trás daquele mar de âmbar. Ela podia ver os anos e anos de violência sangrenta que ela esperava poder reconciliar, os fantasmas do passado que ela esperava um dia poder afastar e, mais que tudo, os desejos sombrios e secretos no fundo daquele coração que batia contra seu próprio peito, que ela esperava, acima de qualquer coisa, ser capaz de satisfazer por completo algum dia.

- Acalme-se. - Ele disse, sua voz baixa e sutil, um verdadeiro contraste com a urgência com a qual ele voltava a beijá-la. - Não pense em mais nada além de mim agora. Feche os olhos.

Rin fez como ele instruiu, soltando a respiração em uma lufada de ar cautelosa enquanto ela se entregava à escuridão por trás de suas pálpebras e deixava seu corpo, literalmente, nas mãos dele. Por um momento, nada aconteceu, além dos beijos quentes e úmidos com os quais ele gentilmente a presenteava.

E então veio a pressão contra a entrada entre suas pernas, sutil no início mas logo tornando-se insistente e invasiva, o desconforto crescente fazendo-a mover os quadris no mesmo sentido, afastando-se instintivamente da investida, rompendo o contato entre eles.

Sesshomaru suspirou pesadamente contra o rosto dela, tendo que se conter para não avançar sobre ela da mesma forma que qualquer canino faria ao ver o objeto de seu foco tentar fugir abruptamente.

- Desculpe... - Ela sussurrou, escondendo o rosto no espaço entre o pescoço e o ombro dele, confundindo a reação de restrição, que ele deixou escapar, com impaciência e frustração.

- Está tudo bem. - Garantiu ele, acariciando os fios negros como a noite em uma tentativa de tirá-la de seu esconderijo e trazê-la de volta para onde ele pudesse consumir toda aquela timidez. - Pode confiar em mim, Rin. Mas seria muito aconselhável que você não fizesse movimentos bruscos.

Ele não a machucaria mais do que o necessário, afinal, os sentimentos de profundo afeto que ele nutria por ela o impediam de tal descuido, mas instintos podiam ser difíceis de controlar. Uma ajuda seria útil.

O amor que sentia por aquela criatura ainda o pegava de surpresa quando parava para pensar nele, em como habitava cada parte dele, dominava cada canto de seu negro coração, escalava por suas defesas, sem fazer a menor questão de ao menos tentar se disfarçar.

Sempre ouvia dizer que o amor é cego. Se Sesshomaru fosse parar para analisar a situação onde se encontrava, estaria inclinado a concordar com tal afirmação. Mas, avaliando um pouco mais cuidadosamente, ele via finalmente que o amor era tudo, menos cego. O amor via muito além das características mundanas, via além das aparências, das raças, das diferenças de status de nascimento, todas aquelas coisas que apenas uma visão pobre enxergava. O amor via dentro da verdadeira alma das pessoas e, naquele momento, quando ele olhava para Rin, a riqueza de suas cores interiores lhe parecia indescritivelmente nítidas. E era linda.

Tão linda que ele mal podia se conter para estar dentro dela e pintar-se daquelas cores também, mesmo que só por um momento. Por apenas um momento eles poderiam ser como um, e ele poderia ser compassivo como ela e ela seria poderosa como ele, e não haveria nada que um precisasse que o outro não pudesse oferecer. E ele queria tomar tudo aquilo para si, como a criatura ambiciosa que sempre fora, ele queria possui-la por completo, tão desesperadamente.

A menina assentiu levemente em resposta ao conselho, deixando que ele guiasse seu rosto de volta para a luz das velas, de volta para o ângulo perfeito para que sua boca fosse beijada novamente. Ela podia senti-lo se aproximando, pretendendo continuar de onde ela o havia interrompido, e tentou se distrair da melhor forma possível com a troca de carícias entre as duas línguas, tentando se prender às palavras dele e apenas confiar, mas quando a pressão voltou a crescer ela podia sentir a si mesma ficando mais e mais tensa. Rin fechou os olhos e se preparou para o que estava por vir, seguindo o conselho dele apesar de sua insegurança e permanecendo quieta, deixando seu nervosismo consumi-la e se espalhar sem controle por seu corpo e músculos, até que ele liberou seus lábios para sussurrar em seu ouvido aquelas palavras que a fizeram esquecer imediatamente de qualquer sensação ruim que pudesse existir naquele mundo:

- Eu te amo, Rin. - Ele pronunciou as palavras mais doces existentes, aquelas que redefiniam o significado de tudo que ela conhecia, que reescreviam em belas letras manuscritas toda a história até ali. - Esse é o segundo fato.

Lágrimas molharam seus olhos, as mãos cobrindo a boca aberta em choque, aquela verdade caindo sobre ela como infinitas estrelas caindo do céu. Inacreditável, mas impossível de ignorar. A humana arfou, lutando para recuperar seu fôlego, as lágrimas acumuladas caindo livremente pelas laterais de seu rosto, as mãos liberando sua boca para acariciarem o rosto de seu parceiro, os dedos trêmulos enquanto ela chorava vergonhosamente, as emoções transbordando por ela como uma represa arrebentando violentamente.

- Você não tem nada a temer.

Antes que ela pudesse formar as palavras em sua mente para uma resposta, ele estava dentro dela, tão de repente que ela nem acreditou em como foi fácil. O seu grito foi mais de surpresa do que de qualquer outra coisa, o desconforto só sendo perceptível quando ela parou para prestar atenção nele.

Sesshomaru moveu-se, a maestria de seu ritmo tão evidente, como tudo que ele fazia, e Rin quase podia rir de si mesma por duvidar por um único momento que aquilo poderia ser qualquer coisa abaixo da perfeição. Mas não foram risadas que escaparam por seus lábios com cada um daqueles movimentos sublimemente executados, e sim sons incontroláveis de prazer e deleite, de entrega e aflição e necessidade e plenitude, ela simplesmente não conseguia decidir o que era, mas deuses, nada poderia ser melhor.

Rin se abraçou a ele como se sua vida dependesse disso e, no momento em que ele tomou aquele pequeno incentivo como uma oportunidade para aumentar sua velocidade, ela honestamente chegou a acreditar que dependia mesmo. Que ele era a única coisa impedindo que ela caísse aos pedaços sobre aquele futon em milhões de caquinhos minúsculos e disformes, que ela não seria nada sem ele. Que ele não seria nada sem ela. Que os dois só podiam continuar existindo naquelas formas intactas enquanto estivessem ali, interligados.

Sesshomaru gostaria de pensar que ele estava mais no controle do que ela, mas os sentimentos dentro dele também rugiam em confusão como o mar revolto em meio à tempestade. E tê-la ali, tão perto que ele podia sentir cada centímetro de tudo o que ela era, era a única coisa mantendo-o são, salvando-o de se afogar embaixo de tudo aquilo que ele não estava acostumado a sentir, que ele não estava acostumado a lidar.

Ele sabia que ele estava chegando perto e ela estava chegando perto, sabia que talvez eles pudessem ter feito muitas outras coisas interessantes e que ainda havia muito que ele queria mostrar, mas Sesshomaru simplesmente não conseguia se importar com nada daquilo enquanto ele a pressionava contra os lençóis e observava aquela obra-prima da natureza que era Rin através de um filtro vermelho enquanto seu controle oscilava e escapava pelas bordas. Mas não importava, ela o aceitava por quem ele era, e ele a aceitaria da mesma maneira, do contrário não encaixariam tão perfeitamente como encaixavam.

- Senhor Sesshomaru... - Rin chamou entre dentes cerrados, como a única forma de conseguir dizer algo coerente sem ser interrompida por seus próprios gemidos de prazer. - E-eu...

Antes que ela pudesse concluir o que quer que estivesse tentando dizer, ele tratou de concluir por ela de forma que palavras não conseguiam pronunciar, erguendo-se sobre os antebraços, seus quadris forçando os dela a se inclinarem no ângulo ideal para o êxtase absoluto, fazendo-a gritar e pressionar a lateral do rosto contra o travesseiro embaixo como se quisesse simplesmente escapar dali, mas ao mesmo tempo levá-lo junto, seus finos braços envolvendo o pescoço dele com força quase suficiente para realmente movê-lo, embora ele tivesse facilitado e deixado que ela o abraçasse contra o peito, a forma pequena e frágil tremendo sob ele.

Sesshomaru quase podia sorrir ao ver como ela ficava linda daquele jeito, indefesa e vulnerável e completamente esgotada, mas seu corpo tinha outro foco, seus movimentos prosseguindo ininterruptos, ansiosos para segui-la até o paraíso que ela tinha alcançado. Rin tentava controlar as contrações incessantes que seu corpo insistia em repetir junto a cada investida de seu parceiro, uma mistura de calma e expectativa construindo-se dentro dela enquanto ela o observava como alguém observaria a lua mais bonita no mais límpido dos céus. Uma estranha onda de satisfação e euforia a atingiu quando ela monitorou aquela expressão tão única e exposta de prazer se exibir no rosto perfeito dele, enquanto ele se derramava dentro dela, como um epílogo impecável para a poesia que eles vinham desenvolvendo e construindo durante toda aquela noite, fazendo-a sentir a si mesma transbordar em prazer também.

O youkai calmamente passou um braço por baixo das costas dela, facilmente virando ambos os corpos de forma que ele estivesse deitado de costas sobre as cobertas, com a humana parcialmente sobre ele. Ele levantou uma mão para acariciar o rosto corado e exasperado dela, um sorriso preguiçoso e satisfeito se formando na face feminina.

- Senhor Sesshomaru... - Rin falou com a voz baixa, aconchegando-se nele. - Aquilo era realmente verdade? Mas como...

Ele a cortou com um simples beijo nos lábios, apenas um toque suave para silenciar as palavras da humana, que começavam a ficar mais emocionais à medida que ela se recuperava das atividades recentes.

- Falaremos mais amanhã. - Prometeu, alinhando os fios rebeldes dos cabelos dela com suas garras, incentivando-a a relaxar e deixar o corpo repousar. - Descanse agora, Rin.

Havia ainda um terceiro fato que Sesshomaru gostaria de compartilhar com ela, mas a conversa seria séria e intensa, o que não parecia promissor para o clima tranquilo no qual ambos se encontravam naquele momento.

Rin demorou alguns instantes para aceitar a sugestão, uma parte de sua mente ansiando por ouvir aquelas três belas palavras dele só mais uma vez. Entretanto, percebendo que ele realmente não tinha a intenção de discutir mais nada naquela noite, ela finalmente cedeu às carícias de seu senhor, deixando-se adormecer enquanto aninhava-se no peito dele.


Notas Finais


Fanart do capítulo: https://c1.staticflickr.com/4/3808/32088937983_ff270b9956_b.jpg (contém sugestão de nudez e cenas sexuais, nada explícito.)

Aaaaw, finalmente gente! :')
Eu não sei nem o que falar, só peço que me desejem aí bastante inspiração porque to muito perdida. Sempre que escrevo um capítulo que eu tava esperando muito pra escrever, eu fico meio que sem gás pra escrever o próximo porque é inevitavelmente menos emocionante.
Mas ao mesmo tempo estou feliz de finalmente ter alcançado esse ponto que solidifica o relacionamento deles! Amém!
Agora vamos ver o que o Sesshomaru está planejando pros dois :3

Beijos e até!


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