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História Unintended - Centro


Escrita por: eveelima

Notas do Autor


Er... oi?
Entãaaao, tenho algumas explicações para dar não é? Não sei se deram pela minha falta, mas eu acabei não tendo tempo de postar durante a semana do carnaval, porque não estava em casa.
E agora estou na minha primeira semana de aula, depois de dois bons meses de descanso. Não sei o que estou fazendo da minha vida com 8 matérias na grade, mas enfim. Tentei muito mesmo terminar esse capítulo pra ontem, mas não deu tempo. Hoje trouxe o arquivo pra editar aqui no trabalho enquanto meu chefe não chega e aqui estamos finalmente! :D

Espero que o tamanho faça valer a pena a espera :)

Vocabulário:
taka - falcão

Capítulo 31 - Centro


Rin assistiu os primeiros raios de sol se formarem no horizonte, seus olhos sonolentos do despertar recente. Sobre seus ombros, pendia um fino quimono impecavelmente branco, apenas precariamente preso com um laço vermelho, enquanto seus olhos castanhos vasculhavam a imensidão do Oeste à sua frente, pela janela aberta.

Não era a primeira vez que ela fazia aquele ritual, mas ainda a fazia perder o fôlego ao pensar que muito em breve governaria sobre todas aquelas terras.

A expressão de seriedade em seu rosto rapidamente se desfez em um doce sorriso quando ela sentiu um outro corpo a envolver por trás, braços firmes ao redor de sua cintura, compelindo-a a se pressionar contra ele.

Rin fechou os olhos, apertando os lábios em uma linha fina quando a figura às suas costas afastou seus espessos cabelos negros para o lado, para que ele pudesse tocar seu pescoço com beijos mornos e delicados. Ela se virou para olhá-lo, percebendo o imponente daiyoukai ainda perfeitamente nu à sua frente. Mas daquela vez, ao invés de ruborizar e desviar o olhar, ela o admirou com ousadia, suas próprias mãos percorrendo livremente as linhas bem desenhadas dos músculos do seu peitoral e abdômen impecavelmente definidos.

Quando ela tentou se inclinar para beijá-lo, Sesshomaru desviou para encostar seus lábios ao ouvido da humana, sua voz grave e sedutora fazendo-a estremecer.

- Você realmente deveria ir para o seu quarto, antes que sua criada venha procurá-la aqui. - Ele aconselhou, embora não parecesse incentivá-la a seguir a sugestão quando seus braços continuavam a prendê-la contra ele. - E eu receio que ela encontrará uma cena deveras comprometedora, se você continuar a me tocar assim.

Rin riu, o som genuinamente feliz, refletindo perfeitamente seu humor inabalável nas últimas semanas. Sabiamente, ela recolheu as mãos para si, procurando afastar-se de seu amado, enquanto ainda lhe restava força de vontade para tal. Não queira repetir o incidente de alguns dias atrás, quando quase foram pegos por Jaken.

Constrangida com a recordação, Rin tratou de ajeitar melhor suas roupas, procurando falar de outros assuntos para tentar dissipar seu desejo pelo homem despido ao seu lado.

- O senhor irá à cidade comigo hoje?

O daiyoukai balançou a cabeça em negativa, sua mão casualmente se dirigindo aos cabelos dela, as garras desaparecendo entre os fios negros e deixando-os correr entre os dedos.

- Estarei nas fronteiras com alguns homens. - Sesshomaru explicou, deslizando sua mão para o queixo dela, para que pudesse erguer a cabeça que de repente pendia em desânimo ao ouvir a notícia de que não teria companhia naquele dia. - Estou tentando me certificar que mais nenhum mensageiro do Norte esteja planejando fazer uma viagem até seu senhor.

Rin suspirou em pesar, assentindo em aceitação. O primeiro mensageiro havia sido abatido com sucesso, mas devido ao tempo que se passava, os nortenhos começavam a ficar inquietos esperando uma resposta para a carta que nunca chegara ao destino. Uma segunda tentativa viria logo.

- Por favor, tenha cuidado. - Ela pediu, depositando um beijo breve na lateral do rosto do youkai, mesmo sabendo que sua preocupação era desnecessária.

Sem se preocupar em lembrá-la de como era poderoso, Sesshomaru apenas retribuiu o gesto com um beijo um pouco mais intenso, selando os lábios nos dela.

- Agora vá, Rin. Nos veremos à noite. - Prometeu ele, fazendo com que uma onda de ansiedade se formasse sobre ela.

Muito embora fosse adorar poder ficar ali com ele mais um pouco, Rin sabia que era uma questão de tempo até que Asai aparecesse e encontrasse seu futon vazio, sem sinal nenhum de que alguém havia dormido nele na noite passada. Mantendo isso em mente, ela finalmente se retirou para seus próprios aposentos, como era apropriado.

 

Naquela manhã, Rin escolhera belos e elegantes quimonos floridos, estando cada vez mais acostumada a usá-los com tanta frequência, assim como Asai já desistira de lhe fazer tantas perguntas sobre o porquê da mudança de estilo tão repentina. A humana mantinha o cabelo preso, como uma pequena tentativa de aliviar o calor que todas aquelas roupas provocavam, entretanto, quando saiu ao ar livre, sorriu satisfeita ao ver que o clima estava muito mais ameno, depois do calor intenso das últimas semanas.

Tudo indicava que logo as chuvas viriam, mas não havia nuvens negras capazes de estragar seu humor, pois nunca houve para ela um período tão cheio de realizações como aquele. Apesar dos tropeços desastrosos no meio do caminho, ela finalmente tinha tudo o que queria.

Tinha o afeto de Sesshomaru, cujos músculos bem definidos ela já conhecia de cor. Apesar de não terem a oportunidade de dividirem o futon todas as noites, Sesshomaru certificava-se de não fornecer à ela tempo ocioso o suficiente para esquecer, oferecendo infinitas oportunidades para que ela admirasse seu físico nu perfeito, de novo e de novo. Só de lembrar, ela já sentia um arrepio, seu corpo automaticamente sentindo a falta dos toques do amado, mesmo que fizesse apenas algumas horas desde a última vez em que ele a agraciara com tais gestos.

E, como se apenas ter aquele pedaço divino do paraíso que era poder estar nos braços do homem que ela amava e que - por mais improvável que fosse - a amava de volta, não fosse o suficiente, Rin ainda tinha mais. Ela finalmente se encaixava naquele lugar, seus dias de deslocamento e estranheza tendo ficado no passado, fato evidenciado pelas pessoas que lhe acenavam e lhe cumprimentavam por onde quer que ela passasse.

Ela fazia mais um de seus rotineiros passeios pela cidade, mantendo conversas amigáveis com seus conhecidos no caminho, a Guarda do Lírio a acompanhando de perto, com seu mais novo membro, Kotarou, já completamente recuperado de seus ferimentos.

Por mais estranho que fosse, Kotarou e ela acabaram tornando-se bons amigos no fim das contas, apesar do início turbulento da relação dos dois. De fato, Rin se dava muito bem com todos da Guarda. Usami, o irmão mais velho de Kotarou, e Togashi eram ambos agradáveis e divertidos. Já Akamatsu era um homem mais prático e reservado, apesar de extremamente prestativo quando solicitado. Por último, havia Hatainu, que era frio e muito, muito quieto, de certa forma a lembrava um pouco de Sesshomaru. Ela lidava com ele da mesma maneira, apenas deixando-o em paz na maior parte do tempo.

Parecia que, após a crise com as deserções, considerando que praticamente todos que se opunham à presença dela acabaram abandonando a cidade do Oeste ou morrendo na tentativa, o local havia se tornado muito mais acolhedor e a popularidade de Rin só crescia a cada dia, junto com sua confiança nos planos de seu senhor.

Sesshomaru e ela haviam decidido deixar o acordo deles em segredo desde o dia em que ela concordara em se tornar sua parceira, mas, discretamente, ela estava testando a si mesma o tempo todo, se esforçando para se mostrar digna dele quando a hora da revelação chegasse. Com toda a confusão e a poeira que só agora começava a baixar, os dois não tinham mais muito tempo para tentar despertar as habilidades de Rin com a Meidou Seki, então ela se ocupara de outras coisas, como estudos prolongados de documentos entediantes que ele guardava para consulta estratégica em seu gabinete e arquivo pessoal, e passeios como aquele, onde ela procurava se aproximar daquele que viria a ser o seu povo em breve. Porém, agora, não mais se limitava à cidade, mas abrangia todo o Oeste. Visitava os soldados, os campos, todos os lugares onde sua Guarda pudesse levá-la.

Afinal, Seshomaru havia deixado bem claro que seria uma grande responsabilidade, e Rin não estava levando aquele assunto com nada menos que a mais absoluta seriedade.

Enquanto ela caminhava pelas ruas, com crianças pequenas brincando de pique-pega, correndo ao redor das pernas dela, uma pequena comoção começava a avançar pela cidade, chamando a sua atenção.

- Saiam do caminho! – Alguém gritava mais à frente. – Abram passagem!

Aos poucos, a nuvem de poeira ia chegando até ela, as pessoas na rua sendo afastadas para as laterais, enquanto uma bela carruagem de madeira adornada e com ricas cortinas estampadas tentava avançar entre os habitantes.

Ela achou aquilo estranho, visto que havia uma estrada principal para aquele tipo de transporte, muito mais adequada do que as ruas apertadas e apinhadas de gente da cidade.

- Pare aí! – Um dos guardas de Rin comandou quando a carruagem chegou até ele, levantando uma mão e forçando a criatura bestial que a puxava a frear. – Quem vem lá?

Havia uma comitiva de youkais desconhecidos acompanhando a peculiar procissão, lanças em suas mãos. Um deles postou-se à porta do transporte, oferecendo uma mão para uma elegante senhora que descia o breve degrau e pisava graciosamente ao chão, seus quimonos espalhafatosos chamando toda a atenção para si.

- Bom, eu realmente pretendia averiguar a situação do Oeste mais de perto. – Disse ela, com uma voz suave e divertida. – Mas não imaginei que encontraria o que procurava logo de cara assim.

A dama caminhou até a humana calmamente, curiosidade em seus olhos vermelhos. Seus cabelos em tom de rosa pastel eram lindamente brilhantes e adornavam o topo de sua cabeça em um coque impressionante.

Ela não chegou muito perto, a Guarda do Lírio rapidamente sacando espadas e cruzando as lâminas na frente de Rin para bloquear sua passagem.

- Afaste-se dela agora. – A voz de Kotarou comandou perigosamente. A tensão pairava no ar.

- Ora, mas por que toda essa hostilidade? Eu só queria conversar com a humana.

- Identifique-se. – Insistiu Usami, perfeitamente sério, acompanhando o irmão.

- É a senhora Akizuki. – Hatainu falou em reconhecimento, sua voz raramente usada chamando a atenção do resto da Guarda e da protegida. – Senhora das terras centrais, não é mesmo?

A mulher casualmente sacou um objeto de dentro das inúmeras camadas de seu junihitoe, fazendo a Guarda postar-se em defensiva por um instante, antes de perceberem que tratava-se de um simples leque, com o qual ela se abanou brevemente antes de sorrir.

- É bom ser lembrada por alguém depois de tantos séculos desde que estive aqui. – Ela falou, satisfeita. – Como sinto falta da era do InuTaisho.

A posição de defesa dos guardas em nada se alterou diante do reconhecimento. Era verdade que, se ela realmente era a senhora das terras centrais, então, a princípio, devia tratar-se de uma aliada. Mas a cautela apenas crescia, com a desconfiança que tomava conta do Oeste nos últimos tempos. Era difícil confiar em supostos aliados quando seus próprios homens haviam recentemente mudado de lado.

- Não estávamos esperando pela chegada da senhora. - Kotarou disse, seu tom de descrédito quase óbvio por baixo da cortesia. - Soube que já fazem uns bons meses desde que nosso senhor enviou mensagens às suas terras, convocando a sua lealdade.

Rin rapidamente endireitou sua postura, prevendo que aquela hostilidade contida não podia ser algo bom. Mesmo que a amizade dessa Akizuki fosse duvidosa, eles não estavam em posição de confrontá-la ali, devendo aguardar um parecer do próprio Sesshomaru. A humana conciliatoriamente pousou uma mão sobre os ombros dos dois guardas imediatamente mais próximos dela, sinalizando para que relaxassem.

- Por favor, senhores. – Ela pediu, sua voz calma e amigável. – Independentemente da circunstância, acredito que o senhor Sesshomaru ficaria interessado em tratar com a senhora Akizuki, já que ela está aqui.

- Ah, mas não foi para falar com ele que eu vim. – A visitante esclareceu com uma breve interrupção. – Foi para falar com você. A famosa humana do Oeste.

Rin a olhou em surpresa, sua postura automaticamente tornando-se mais cautelosa, as mãos liberando os guardas para que pudessem fazer seu trabalho, se necessário fosse.

- É verdade que eu hesitei por um tempinho em responder ao chamado de Sesshomaru. Mas, qual não foi a minha surpresa quando um dos seus desertores apareceu nas minhas terras para fazer reclamações sobre o afeto de seu senhor por uma menina humana que ele parece guardar com unhas e dentes.

Rin prendeu a respiração, preparada para enfrentar mais possíveis rejeições ou até mesmo um ataque. Se Akizuki sabia das deserções, ela sabia que o Oeste estava mais vulnerável, o que não era algo bom se ela decidisse não ser mais tão aliada assim, como tudo indicava. Com todo o esforço de Sesshomaru para evitar que Tsugaru ficasse ciente sobre os rumores dos dois, o fato de Akizuki saber deles podia representar um grande risco.

- É uma boa coisa que eu tenha te encontrado aqui, longe do alcance dele. – A mulher continuou, seu tom de voz tranquilo adquirindo seriedade enquanto ela tentava olhar a humana nos olhos através da barreira de espadas entre elas. – Tornará muito mais fácil levá-la embora desse lugar.

Rin a encarou com surpresa, dando um passo para trás instintivamente, o coração acelerando em preocupação. A Guarda mudou a posição defensiva das espadas para adotar uma postura de ataque, as lâminas emitindo um som característico quando deslizaram umas sobre as outras. Akizuki não parecia preocupada, e seus próprios guardas permaneciam imóveis, apenas observando o desenrolar da cena.

- O que quer comigo? - Rin perguntou, tentando se manter firme diante da ameaça. - Eu não vou a lugar algum, senhora.

Akizuki parecia realmente surpresa com a negação tão calorosa que recebeu, e quando seus olhares se conectaram, Rin de alguma forma soube que as intenções dela não eram vis, embora não conseguisse compreender ainda o porquê.

- Não quer se ver livre do Sesshomaru, menina? - A dama questionou, o choque permanecendo em suas feições impecavelmente belas. Havia uma certa preocupação no tom de voz, algo que soava quase maternal. - Não precisa ter medo de retaliações. Vamos tirá-la da posse daquele homem horrível, e você nunca mais terá que vê-lo de novo.

- Mas... quem disse que eu quero deixar o senhor Sesshomaru? - Ela rebateu, completamente confusa com a proposta e a forma tão terna com a qual esta lhe era oferecida. Apesar do conforto que aquele tom tentava trazer, Rin não pode deixar de se sentir incomodada com o insulto ao homem que ela amava, não conseguindo conter as defesas que saiam por sua boca. - O meu senhor é um excelente líder. Ele é muito justo e honrado. Não tenho motivo algum para querer sair do Oeste.

Akizuki não parecia nem um pouco convencida e Rin percebeu que sua cautela para impedir a si mesma de simplesmente derramar mil elogios apaixonados sobre Sesshomaru acabou fazendo parecer que ela não dizia a verdade.

- Está tentando me dizer que você, uma humana, não está sendo mantida aqui contra a sua vontade? - A youkai ergueu uma sobrancelha para ela. - Que não é uma prisioneira?

Rin a observou como se a mulher fosse louca, descrença em seus olhos castanhos enquanto ela analisava o quão sério aquela senhora estava falando. Prisioneira? A humana não conseguiu evitar uma breve risada, que ela tentou sem muito sucesso esconder por trás da manga de seu elegante quimono.

- Perdoe-me, senhora, de maneira nenhuma pretendo lhe faltar com o respeito, mas... Se o senhor Sesshomaru quisesse me manter prisioneira, eu não estaria aqui falando com a senhora agora, e sim trancada em uma cela escura nas masmorras.

- Pobre menina, você não conhece as práticas quando se toma uma nobre como refém. - Ela disse, informativa. - Vestem-na com roupas bonitas assim, como você, e a deixam passear por aí, comendo e bebendo do bom e do melhor. Mas tomam a sua liberdade, com guardas que a intimidam ao menor sinal de rebeldia.

- Acontece, senhora Akizuki, que eu não sou nobre nenhuma. - Disse, esclarecendo a situação, cada vez mais inquieta para proteger a reputação de seu senhor. - Eu sou apenas alguém sem família, que o senhor Sesshomaru gentilmente acolheu. Confie em mim, se ele quisesse me tratar com crueldade na frente de todos, não haveria ninguém para se opor em minha defesa. Meus guardas não estão aqui para me restringir, mas sim para me proteger. E eu ficaria grata se parasse de fazer acusações tão desonrosas sobre meu senhor, eu devo muito a ele e sou imensamente grata.

Àquela altura, uma pequena multidão curiosa começava a se formar ao redor do peculiar grupo, enquanto a Guarda do Lírio ficava mais tensa, sem saber bem como proceder com aquela humana falando daquela maneira com uma nobre youkai como Akizuki.

A senhora Akizuki fechou o seu leque, a expressão em seu rosto dissolvendo a seriedade, avaliando a determinação no olhar da humana que tão ferozmente saiu em defesa de Sesshomaru. Aos poucos, ela pareceu relaxar, voltando ao seu sorriso amigável.

- Vocês se perguntaram o porquê de eu não ter vindo em auxílio do Oeste quando convocada e evitei responder as mensagens que recebi de Sesshomaru. - Ela começou a explicar, prendendo a atenção dos ouvintes. - A resposta é bem simples: Eu não gosto dele. É verdade que eu selei um pacto de amizade com o falecido InuTaishou, ele era um bom homem. Infelizmente, não posso dizer o mesmo do filho.

Com aquela direta afronta e declaração de inimizade, a tensão tomou conta da atmosfera completamente, paralisando os moradores curiosos que observavam de longe a interação, seus burburinhos cessando para dar lugar ao suspense que cortava o ar. Rin enrijeceu sua coluna automaticamente, se segurando para não começar um argumento caloroso sobre todas as qualidades maravilhosas de seu senhor, tendo que se lembrar de que não era senhora do Oeste ainda, e provavelmente se colocaria em problemas ao discutir com uma nobre sem um bom motivo, da posição onde ela se encontrava atualmente.

Sem contar que provavelmente acabaria entregando o jogo sobre os sentimentos envolvidos entre Sesshomaru e ela, o que era fortemente desaconselhável no momento.

- Eu nunca concordei com as práticas do infame príncipe do Oeste, ele sempre foi desnecessariamente cruel, insensível e impiedoso. Um monstro. A partir do momento em que soube que ele havia assumido seu posto como Senhor do Oeste, eu decidi que não queria nenhum envolvimento com um governante desse tipo, isso só traz morte e sofrimento. - Ela prosseguiu, aproveitando do silêncio generalizado para oferecer gratuitamente suas ricas opiniões sobre o governante. - Quando soube que ele estava mantendo uma humana aqui, imediatamente decidi vir ao resgate da pobre criatura.

Rin estava boquiaberta. Apesar de ela discordar violentamente da opinião de Akizuki, precisava admitir que, se fosse verdade o que ela dizia, suas intenções eram realmente louváveis. No fundo, ela devia ser uma boa pessoa, para ter todo o trabalho de se deslocar até ali só por acreditar que o suposto aliado cometia alguma injustiça contra uma humana indefesa, a fim de resgatá-la de um opressor e conduzi-la até a segurança.

- Senhora Akizuki, eu agradeço pela preocupação, de verdade. - Ela disse, vestindo um pequeno sorriso em retorno, com uma breve mesura de gratidão. - Mas não há nada disso ocorrendo aqui. O senhor Sesshomaru e eu acabamos nos esbarrando pelo acaso, e aconteceu de eu poder ajudá-lo com uma coisa e ele poder me ajudar com outra. Ele nunca foi menos do que cordial comigo, eu o respeito imensamente. Acredito que a senhora precise rever os seus conceitos sobre o meu senhor.

A nobre youkai a observou com olhos atentos e curiosos, a ponta do leque apoiando-se no lábio inferior enquanto ela parecia ponderar aquelas palavras. Porém, antes que pudesse dizer qualquer coisa, sua atenção pareceu prender-se em algum outro lugar à distância e todos os olhares se dirigiram à mesma direção, apenas para ver um certo daiyoukai furioso voando em direção à pequena reunião.

Sesshomaru pousou logo à frente de Rin, a Guarda do Lírio abrindo espaço para que ele se aproximasse dela. Seus duros olhos dourados encaravam a youkai visitante, ameaçadores e hostis. Akizuki apenas sorriu para ele, acenando brevemente com a cabeça.

- Oh. Olá, Sesshomaru! - Ela saudou, ainda sorridente. - Estávamos justamente falando sobre você.

O inuyoukai não perdeu tempo com cortesias, sua voz grave e firme cortando o ar.

- O que quer aqui, Akizuki?

- Apenas visitando um aliado, por que não? - Respondeu ela, evasiva. Aquela resposta apenas pareceu inflamar ainda mais a fúria de Sesshomaru.

- Imagino que minhas mensagens para o Centro tenham se perdido no caminho.

Akizuki suspirou em desistência, observando a plateia ao redor e trocando um breve olhar com a humana que tentava olhá-la de volta por trás da proteção intransponível de Sesshomaru.

- Talvez devêssemos tratar em privado, não acha?

 

Por mais que desejasse simplesmente bater com a porta na cara daquela mulher, Sesshomaru relutantemente desviou da ideia. Ele não estava em posição de arrumar mais inimigos, embora já contasse com as terras centrais em sua crescente lista àquela altura. De qualquer maneira, seria uma má ideia expulsar todos aqueles invasores insolentes dali na base da força. Se houvesse alguma forma de evitar mais confrontos ou, melhor ainda, conseguir alguma cooperação, ele deveria fazer o necessário para que acontecesse.

Acenou para o interior de seu gabinete, do corredor onde o grupo formado por líderes, soldados e uma humana havia ido parar, no fim das contas. Seus olhos cruzaram com os de Rin por um breve instante. Sentia-se secretamente aliviado que nada de ruim tivesse acontecido à ela durante sua ausência, lembrando-se do desespero que enfrentou quando um dos seus homens o abordou nas fronteiras para avisá-lo sobre os visitantes na cidade.

- Rin, já pode ir.

- Ah, não, não! - Akizuki interrompeu, antes que Rin pudesse sair do lugar. - Rin deve comparecer também. Afinal, foi ela quem me convenceu a conversar amigavelmente com o senhor.

Sesshomaru ergueu uma sobrancelha para sua amante em segredo, a cabeça inclinando para o lado levemente enquanto ele absorvia aquela informação.

- Não sei porque não estou surpreso com isso. - Comentou, humor oculto em seu tom de voz, para que apenas Rin o reconhecesse.

Ela segurou um sorriso enquanto ele sinalizava para que ela entrasse também, dispensando a Guarda do Lírio com mais um gesto silencioso enquanto Akizuki fazia o mesmo com seus próprios guardas.

O peculiar trio adentrou o relativamente pequeno cômodo, as paredes em madeira concedendo-lhes a devida privacidade para os debates que certamente se seguiriam. Sesshomaru automaticamente sentou-se em seu lugar de costume, enquanto Akizuki ocupava a almofada diretamente de frente para ele e Rin desajeitadamente se acomodava na lateral, perfeitamente quieta depois de toda a exaltação que tivera na cidade.

- Eu vou direto ao ponto. - Começou a youkai fêmea, decidida. - Eu simplesmente não desejava dar meu suporte a uma região governada por alguém cujas condutas eu desprezo. Por isso não respondi, nem pretendia fazê-lo.

Sesshomaru ouviu com o rosto inexpressivo, suas garras postando-se sobre a mesa casualmente enquanto ele aguardava, sabendo que havia mais, já que ela estava ali, afinal de contas.

- Eu ouvi rumores sobre você e essa jovem humana. Eu sabia que o Sesshomaru que eu conheço jamais protagonizaria tais histórias fabulosas, por isso decidi averiguar por mim mesma o que estava acontecendo aqui. - Explicou, enquanto os outros dois apenas escutavam atentamente. - Rin gentilmente esclareceu as coisas para mim. Bom, acho que pessoas mudam, não é verdade?

Ela deu de ombros com sua conclusão, como se seus meses de silêncio não tivessem sido mais que um pequeno estorvo para o Oeste. Sesshomaru não parecia nem um pouco mais satisfeito, mesmo com a explicação.

- Sim, pessoas mudam. - Concordou. - Pessoas que primeiro se comprometem com uma aliança e, depois, decidem dissolvê-la sem comunicar ninguém a respeito, de acordo com os próprios caprichos morais.

- Eu não dissolvi coisa nenhuma. Estava apenas guardando minhas opiniões. - Defendeu ela. - Além do mais, não pode me culpar por não querer me envolver com seus assuntos, depois do que você fez naquela v-

A youkai parou no meio da frase, tanto por sua própria consciência quanto pelo sutil olhar de aviso que o inuyoukai lhe lançou. A estranha situação não passou despercebida por Rin, que estava prestando tanta atenção, tentando compreender o máximo daquela conversa, visto que em breve aquele poderia ser o papel dela também.

- Esqueça. - Disse a senhora, desviando do assunto. - A garota parece pensar que você é um santo e, se ela realmente acredita nisso, você deve ter se esforçado muito para parecer assim. Não vou estragar essa doce ilusão, você tem um certo crédito por tentar.

- O que você quer, Akizuki? - O inuyoukai repetiu a pergunta que fizera mais cedo, ansioso para resolver logo aquilo que deveria ter sido resolvido meses atrás e saber logo se terminaria em um acordo vantajoso ou em sangue.

- Desculpar-me pelas minhas conclusões precipitadas, primeiramente. - Respondeu com honestidade, a cabeça se abaixando minimamente em um sinal nobre de arrependimento. - Eu acredito agora que você realmente possa ser alguém do nível de seu pai, se é capaz de tratar uma humana como Rin com tanta benevolência. Eu me enganei a seu respeito.

- Meu pai era um tolo de muitas maneiras, ser como ele não está entre minhas ambições. - Sesshomaru rebateu, não comovido com as palavras de conciliação. - E eu tenho meus próprios interesses a respeito da Rin, isso é tudo. Não são desculpas que eu quero, mas sim números.

A elegante senhora deu de ombros mais uma vez, suspirando pesadamente.

- Use quantos homens precisar.

Rin arfou em surpresa, sem conseguir se conter, chamando a atenção dos dois youkais para ela.

- Desculpe, é só... As terras centrais têm o maior exército dentre os youkais... - Ela explicou, a voz baixa e envergonhada por ter se intrometido. Mas, com aqueles números...

Akizuki a encarou com olhos vermelhos surpresos, as sobrancelhas finas se arqueando em sua testa lisa.

- Que estranho para uma humana saber disso. - Comentou, interessada. - Você e Sesshomaru debatem muito estratégias de guerra?

Rin enrubesceu, constrangida com a exposição desnecessária. Aprendera muitas coisas com os estudos dos últimos dias, lendo todos os tipos de informações relevantes em pergaminhos velhos e empoeirados do arquivo, inclusive sobre as terras centrais, que, devido à sua posição geográfica privilegiada, conseguia manter fluxos intensos de provisões vindas de todas as direções e, assim, garantir o sustento de um número descomunal de ocupantes. Ela negou com a cabeça, prontamente pensando em uma desculpa para ter aquele conhecimento, que não fosse o fato de estar esperando ocupar a máxima posição para uma fêmea naquelas terras em breve.

- N-não, eu... Eu sou muito curiosa sobre youkais...

- Ah, bom... - Akizuki aceitou, levemente divertida, antes de voltar-se para o youkai à sua frente. - E então, o que me diz, Sesshomaru? Estamos de volta em bons termos?

Sesshomaru a observou calmamente, deixando-a esperando por uma resposta por alguns instantes, antes de assentir em concordância, aceitando aquela proposta irrecusável. Depois de semanas e semanas de dores de cabeça provocadas por tentativas falhas de conseguir colocar o Oeste de volta nos eixos, a solução simplesmente aparecera em sua porta quando menos esperava.

Akizuki sorriu, satisfeita também.

- É bom ver o Oeste e o Centro novamente com interesses em comum. - Ela desabafou, lançando um olhar amigável para a humana que observava o acordo em silêncio, mas igualmente animada. - E é bom ver pessoas como você por aqui também, Rin, esse lugar estava mesmo precisando respirar novos ares.

Rin sorriu abertamente em resposta, se curvando educadamente em agradecimento. Era realmente renovador ter um pouco de amabilidade vinda de youkais de alta classe, de vez em quando. Talvez o mundo lá fora não fosse tão desalmado quanto os incidentes da vida podiam nos fazer acreditar, no fim das contas.

xXx

Assim que Akizuki se retirou, o casal remanescente trocou um olhar cúmplice, o clima de alívio inundando o cômodo por completo. Com os homens das terras centrais, eles não só tinham de volta todos os números que haviam perdido com as deserções, como acabaram ganhando ainda mais do que antes. Embora não fossem tão poderosos quanto os inu, os números contavam muito mais em uma batalha de grande magnitude.

Rin respirou fundo, tentando dissipar um pouco da animação que sentia com o resultado daquele encontro, querendo se focar em Sesshomaru agora que finalmente estavam a sós. A privacidade que se estabelecia ficou ainda mais evidente quando ele se esticou sobre a mesa, puxando-a para um beijo intenso que entregava toda a sua satisfação diante dos acontecimentos.

O coração da humana acelerou imediatamente, amor preenchendo quase todos os espaços vazios dentro dela, a alegria daquela significativa vitória tomando conta de seu ser e a compelindo a celebrar junto a ele, suas mãos o envolvendo ao redor do pescoço em um abraço apertado. Mas ainda havia aquele fundo de preocupação em sua mente que se recusava a desaparecer, atenta ao inimigo que ainda espreitava nas sombras.

Era realmente possível que as coisas dessem tão certo assim? Será que ela ao menos tinha permissão para ter tanta felicidade em sua vida, quando lá fora havia tanta dor e sofrimento? Rin sentia como se estivesse causando algum tipo de desequilíbrio na ordem natural das coisas, como se não fosse justo, como se houvesse um preço a ser pago por todas aquelas realizações.

- Senhor Sesshomaru, eu estou com um pouco de medo. - Ela confessou, chamando a atenção do youkai que a observou com um olhar atencioso. - É mesmo possível que eu possa ter o senhor e que possamos ter de volta um grande exército, aliados fortes e a simpatia da população? Eu sinto como se fosse um pouco demais...

Ele balançou a cabeça para o raciocínio dela, divertido com os tolos questionamentos que ela conseguia levantar.

- Vitória e prosperidade são o prêmio que bons governantes recebem, cedo ou tarde. - Ele respondeu, confiante. - E eu devo isso a você.

- Não, senhor Sesshomaru. O restabelecimento da aliança com o Centro foi uma conquista toda sua. - Rin contradisse, com um sorriso. - A senhora Akizuki queria que o Oeste tivesse um líder capaz de bondade e compaixão... Esses são atributos que o senhor mesmo decidiu ter para si no momento em que salvou a minha vida anos atrás, e que agora fazem parte do seu legado. Foi uma escolha que ninguém poderia ter feito no seu lugar.

Sesshomaru ouviu atentamente aquelas palavras, percebendo a verdade por trás delas com mais surpresa do que teria esperado. De certa forma, ele sempre considerou que seu comportamento a respeito de Rin fosse uma anomalia em sua própria personalidade, algo que ele não conseguia explicar, então apenas ignorava e prosseguia tentando se agarrar à reputação que sempre tivera. Mas, de fato, ela não o obrigara a fazer nada do que ele fizera por ela, foi uma escolha dele tê-la em sua vida, o mérito de ser digno de uma aliança com alguém tão movido pela moral como Akizuki era realmente dele.

- Talvez nós dois nos devamos dar mais credibilidade a nós mesmos. - Ele comentou, fazendo-a rir e concordar com a cabeça.

Tomando um longo fôlego, ela finalmente permitiu a si mesma relaxar, percebendo a sabedoria por trás das palavras dele. Akizuki não estava exatamente certa quando disse que Rin vivia em uma ilusão, ela já sabia há um bom tempo que eventos sombrios e cruéis cercavam o caminho que seu senhor havia trilhado ao longo de sua vida. Mas Rin sabia também que, independentemente desses eventos, havia sido ele a salvá-la de uma morte horrível e de uma vida de miséria e abandono, o ato mais piedoso que qualquer pessoa havia lhe oferecido até então. Pessoas que talvez nunca tivessem machucado uma mosca, mas que eram incapazes de oferecer uma mão amiga a uma criança indefesa e faminta.

Quem quer que ele tivesse sido no passado, ela sabia que o homem que estava ao seu lado agora era verdadeiramente alguém justo e de bom coração.

Tranquilamente, ela se levantou de seu assento graciosamente, caminhando os dois passos de distância até ele e atrevidamente convidando-o para um beijo apaixonado e confiante, ao qual ele correspondeu avidamente.

Apesar do local completamente inapropriado onde se encontravam, as mãos desinibidas de Sesshomaru começavam a deslizar os quimonos de sua humana pelos ombros dela, deixando os lábios dela para se ocupar da pele recentemente descoberta.

- A-aqui? - Ela perguntou, hesitante e envergonhada ao pensar no risco, ao mesmo tempo que a adrenalina a invadia, deixando-a um pouco eufórica.

Sesshomaru lambeu lentamente ao longo de sua clavícula, os braços pressionando-a o mais firmemente possível contra ele.

- Você terá que fazer bastante silêncio dessa vez. - Ele murmurou, antes de continuar com sua sequência de beijos.

Ela sorriu com os toques calorosos e o desafio lançado, tornando-se igualmente despreocupada com o cenário que os cercava. À medida que se entregava àquele que sempre possuiria seu coração inteiro nas mãos, Rin se permitiu se desprender de todas as preocupações e aceitar as bênçãos em sua vida.

Bem que Sesshomaru havia dito: Se estivessem juntos, o que poderia dar errado?

xXxXx


 

Hayashi assistiu o sol se pôr lentamente no horizonte visível da colina, suas feições ocultas pela sombra que o capuz cinza que ele usava projetava sobre elas. Com um suspiro pesado, ele se distanciou da borda, voltando-se para o precário acampamento de inuyoukais que se organizava atrás dele, no limite da floresta. Seus olhos dourados observavam aqueles homens com desprezo, sua memória trazendo à tona momentos do passado, momentos em que ele os considerou como amigos e aliados, quando lutaram lado a lado e comemoraram vitórias. Agora, tudo aquilo estava perdido, a mancha na lealdade dos traidores tão suja quanto a lama que eles pisavam.

Mas, naquele momento, Hayashi era um deles. Ou assim eles pensavam.

Estava farto daquela companhia indesejável, das conversas impossíveis de ignorar, a maioria delas envolvendo os nomes de Sesshomaru e Rin em um mar de palavras obscenas que reviravam seu estômago. Ele procurou se isolar, explorando a floresta sob o pretexto de estar procurando por soldados do Oeste. Infelizmente, não conseguiu se livrar dos companheiros por completo, visto que um deles vinha logo atrás para ajudá-lo.

Apesar da aparência de Hayashi estar escondida sob o manto, seu cheiro denunciava sua identidade para aqueles que o conheceram mais de perto. O inuyoukai seguidor lhe lançou um sorriso cúmplice enquanto caminhavam floresta adentro.

- Então até você cansou das merdas do Sesshomaru, hein? - Ele disse, em uma tentativa de puxar conversa.

Se esforçando para manter seu personagem, Hayashi deu de ombros, antes de responder:

- Ele passou totalmente dos limites.

Sentindo-se encorajado pelo comentário, o desertor começou um falatório animado sobre as aventuras que envolveram sua fuga do Oeste, sobre as conspirações que se desenvolveram e, principalmente, opiniões livres e desinibidas sobre a infame humana, Rin.

- Francamente, eu não sei o que os machos da família dele têm na cabeça. - Prosseguia, sem pausa. - Como ele consegue sequer encostar naquela prostituta imunda dele, uma humana desprezível! Quem ela pensa que engana com aquela carinha de inocente dela? Nós devíamos tê-la feito aos pedaços antes de sairmos, mas é claro que ela estava grudada nele, aquela aproveitadora barata...

Hayashi desacelerou o passo, deixando que o traidor passasse à frente, suas garras se contraindo enquanto ele fechava as mãos em punhos e escutava as palavras nocivas que o homem continuava a cuspir livremente. O infiltrado fechou os olhos, tentando reunir toda a paciência necessária para lidar com tamanha inconveniência.

- Você via o jeito que ela andava por aí, como se fosse a dona de tudo, só porque é a vadia do general? - Ele continuou com os insultos, nem um pouco incomodado com a falta de participação do companheiro na conversa. - A vagabunda pensa que é alguém, por causa daquela pedra inútil que o Sesshomaru deu à ela, sem dúvida um pagamento por ela dormir com ele. Sabe, a minha vontade era pegar aquela pedra e enfiar bem fundo na-

- Deixe eu te falar uma coisa. - Hayashi interrompeu, não suportando mais um segundo daquilo.

Ele se aproximou do outro youkai, como se realmente tivesse algo a acrescentar sobre a humana que ele tão entusiasmadamente degradava. Em vez disso, suas garras se ergueram em um movimento calculadamente rápido, indo direto para a garganta de sua vítima antes que ela pudesse reagir, com o intuito de impedi-lo de gritar por socorro.

O desertor o encarou com olhos arregalados de surpresa, enquanto seu sangue escorria pelo pescoço e brotava por sua boca aberta.

Sem remover as garras, Hayashi aproximou o rosto do dele, sua voz saindo com um rosnado baixo quando ele falou.

- Eu acho que você está confundindo a Rin com alguma cadela sua, alguma baixa o suficiente para aceitar ir para a cama com um lixo como você. - Hayashi disse em um tom ameaçador, enquanto o outro engasgava com o próprio sangue, as mãos inutilmente tentando forçar o pulso do agressor a recuar enquanto as forças se esvaíam, junto à sua vida. - Eu te diria para nunca mais falar dela dessa maneira novamente, mas algo me diz que você não terá a oportunidade de fazê-lo, de qualquer maneira.

Finalmente, Hayashi o liberou, empurrando-o para trás. O traidor cambaleou, desnorteado, antes de cair sobre os joelhos, seus olhos quase perdendo a consciência, mas ainda tendo tempo de ver o youkai encapuzado sacar a espada para o golpe final.

- Se Rin estivesse aqui, ela provavelmente ficaria com pena de um miserável como você e me pediria para não te matar. - Ele informou, sua expressão divertida e cruel, a lâmina se erguendo, brilhando alaranjada com os últimos raios de sol. - Uma pena, ela não está.

 

O cheiro de sangue inu em suas garras poderia denunciar o assassinato daquele que deveria ser seu companheiro e Hayashi ainda não podia entregar os esquemas de Sesshomaru. Não até encontrarem Takayama.

Seguindo o grupo à uma distância segura, ele avançou sobre o sul ao longo dos dias, deixando que os desertores questionassem os youkais e mercenários que encontravam no caminho, procurando pistas sobre o paradeiro do inimigo a quem eles pretendiam se aliar.

Takayama era cauteloso o suficiente para ocultar bem sua localização, estando perfeitamente ciente de que Sesshomaru cortaria a cabeça dele no momento em que a descobrisse. Por isso mesmo, Hayashi ficou deveras surpreso quando uma barreira se abriu para o grupo de inuyoukais, sem a menor necessidade de insistências.

Hayashi o amaldiçoou em pensamento, lembrando da última vez em que esteve procurando por aquele lugar e tudo que conseguiu foram rumores vagos de sua existência. E agora ele simplesmente brotava bem na sua frente, o desgraçado.

Decidido a confirmar sua descoberta, seguiu o grupo de antigos companheiros enquanto adentravam o pátio de uma modesta mansão, sendo recebidos por outros tipos de youkais armados os encarando de soslaio.

Hayashi instintivamente colocou a mão sobre o cabo da espada quando sentiu alguém tocá-lo sobre o ombro, mas se restringiu ao ver que se tratava de outro inu. No momento em que o outro abriu a boca, entretanto, Hayashi se arrependeu de não tê-lo atravessado com sua lâmina quando teve a chance.

- O que diabos você está fazendo aqui? – O homem questionou, acusação em seu tom de voz hostil. – Hayashi, o homem de maior confiança de Sesshomaru!

A voz agravante do acusador não falhou em chamar a atenção de todos os youkais que os cercavam, olhos atentos sobre a figura encapuzada.

Sem titubear, Hayashi tratou de responder:

- Costumava ser, verdade. Claramente, eu estou aqui porque já não mais sirvo ao Oeste.

Sua explicação pareceu apaziguar o desconforto de alguns, mas o homem na sua frente não parecia nada convencido.

- Nem perca o seu tempo, Hayashi. Você estava lá antes de eu sair, e eu vi você e seus homens matando todos que tentavam desertar ou chegar até aquela humana asquerosa! Você mesmo nunca desgrudou dela!

Em uma medida de precaução, os youkais locais rapidamente tomaram a frente, procurando restringir uma possível ameaça, suas espadas parcialmente fora da bainha. Hayashi xingou mentalmente, sabendo que precisava convencê-los de sua versão da história antes que sua missão fosse por água abaixo, junto com sua vida. Infelizmente, as coisas não pareciam estar indo bem para o lado dele.

- É verdade que minha lealdade ao Sesshomaru não seria rompida tão facilmente. – Explicou, calmamente, a voz coesa e calculada. – Mas muitos homens aqui estavam presentes em algumas das reuniões e sabem que eu sempre o pressionei a cruzar com a senhora Mizuno. Infelizmente, ele não me deu ouvidos.

Algumas figuras na multidão assentiram em concordância, confirmando a história contada, como Hayashi sabia que fariam quando reconheceu os rostos familiares. Felizmente, aquela parte era perfeitamente verdade e ele podia usá-la em seu favor.

- Eu desisti de tentar convencê-lo quando vi que mesmo depois da rebelião, ele ainda insistiu em manter a humana ao seu lado, ao ponto de dormir com ela no próprio quarto. – Continuou. – Eu não vou ficar sentado lá, assistindo o território que eu e muitos outros demos o sangue para erguer, desmoronar por causa da teimosia e estupidez de Sesshomaru.

Os nervos dos inu pareceram se acalmar enquanto Hayashi os convencia, alguns até mesmo o exaltando com os punhos erguidos no ar em apoio. Os soldados locais, por outro lado, ainda o observavam com desconfiança, até que um grupo de lagartos se postou ao redor dele, suas feições sérias e pouco amigáveis.

- Não é a esses cães que você deve explicações. - Um deles disse, as palavras saindo arrastadas através de sua língua reptiliana. - Vamos levá-lo até o chefe e ver o que ele acha disso.

Apesar do desconforto de ter aqueles guardas empurrando-o sem delicadeza alguma em direção ao interior da mansão, Hayashi quase podia sorrir em vitória ao perceber que finalmente ficaria cara a cara com o inimigo que vinham tentando rastrear há meses. Dependendo das circunstâncias, poderia pôr fim à vida do miserável ele mesmo, embora Sesshomaru provavelmente fosse ficar furioso de ter sua presa abatida por outro.

Com uma lança sutilmente incentivando-o a avançar, ele adentrou a sombria edificação, absorvendo a atmosfera escura do lugar enquanto percorria os corredores, cruzando com diversos outros youkais no caminho.

Finalmente, ele foi guiado até uma grande sala, as portas abertas de uma forma quase convidativa, mostrando a figura de um único homem sentado no centro do cômodo, parecendo analisar muito cuidadosamente um certo objeto em suas mãos. Seu cheiro imediatamente denunciou para o nariz aguçado do inuyoukai a origem da energia sinistra. Cheirava como um tipo de ave de rapina. Falcão, ele concluiu, após uma análise mais cuidadosa.

Com mais uma pontada da lança em suas costas e um empurrão extra dos guardas, Hayashi foi lançado ao chão, apoiando-se sobre os joelhos. O homem no centro da sala não desviou os olhos do objeto que segurava em momento algum.

- Chefe, o cão apareceu aqui com um grupo de desertores do Oeste, como o senhor disse. - Um dos lagartos explicou calmamente. - Mas os outros o denunciaram como um homem de extrema confiança de Sesshomaru.

Finalmente, o youkai ergueu a cabeça para olhá-lo com olhos alaranjados intensos. Hayashi o encarou de volta firmemente, sua mente ponderando diferentes maneiras para matá-lo.

- Olá, Hayashi. Vejo que finalmente nos encontramos. - A voz profunda preencheu o silêncio, a menção casual de seu nome pegando o inu de surpresa por um instante.

- Então você me conhece. - Hayashi respondeu com um sorriso forçadamente amigável. Se aquele fosse mesmo o caso, seu plano de convencer os inimigos de que realmente era um desertor tinha poucas chances de funcionar. - Já que vamos mencionar nomes antes mesmo de devidas apresentações, então... Olá, Takayama.

Com um sorriso igualmente falso, o inimigo assentiu em reconhecimento, erguendo uma mão com longas e espessas garras negras nas pontas de cada dedo, para ajeitar seu cabelo cinza-escuro que caía sobre o rosto.

- Não precisa perder tempo com suas ladainhas. - Takayama alertou de antemão. - Eu sei quem você é e porque está aqui.

- Posso perguntar como você sabe disso?

Adquirindo uma expressão de seriedade, o takayoukai delicadamente ergueu o objeto que estava oculto em suas mãos, o reflexo batendo diretamente nos olhos de Hayashi por um momento, antes que ele pudesse focar propriamente no pequeno e prateado espelho de mão que o outro exibia.

- Talvez a sua pergunta devesse ser porque eu estou tão determinado em eliminar Sesshomaru e Rin.

Hayashi apenas aguardou, seus olhos curiosamente analisando o espelho, seu nariz tentando obter alguma informação à distância, sem sucesso. Apesar de seu silêncio, Takayama prosseguiu naturalmente.

- E talvez você acabe descobrindo que verdadeiramente quer se juntar a mim para fazê-lo...

Aquilo chamou a atenção do inu, fazendo com que pensasse nas primeiras teorias. O espelho seria algum tipo de instrumento de controle da mente? Seria a única coisa capaz de fazê-lo erguer uma espada contra Sesshomaru ou Rin.

- Eu sabia que vocês estavam vindo para cá. Eu sei de muitas coisas que poderão acontecer. - Continuou o proprietário do espelho, fazendo com que Hayashi recordasse das palavras de Rin sobre o encontro dos dois no Meidou.

“Você não me fez nada, Rin, tem razão. Mas, confie em mim, ainda vai fazer”, ele havia dito.

- Previsões do futuro? - Riu, um pouco decepcionado. - É esse tipo de baboseira que te motiva? Sério?

Perdendo toda a sua cuidadosa compostura, Takayama pôs-se de pé subitamente, suas enormes asas acinzentadas se agitando em suas costas com a mudança brusca de posição. Havia fogo em seus olhos, um ódio claro e profundo, indomável. Hayashi tentou se postar em defensiva, mas os lagartos o pressionaram a continuar sentado.

- Você é um tolo, não compreende ainda a verdade do espelho! Se tivesse ouvido o que eu ouvi, também estaria enojado! - Argumentou o falcão, sua voz retumbando no cômodo. - Essa é uma relíquia do submundo, como a Tenseiga que Sesshomaru tão descuidadamente jogou fora e a Meidou Seki que a cadela da mãe dele escondeu em algum lugar antes de morrer.

- Relíquia do submundo? - Hayashi ecoou, curiosidade e receio em sua voz. Como aquele miserável conseguiu colocar as mãos sobre um artefato como aquele?

- Através do espelho, eu posso falar com os mortos. E os mortos sabem de absolutamente tudo.

O youkai encapuzado permaneceu sentado, absorvendo aquelas palavras. Então era daí que vinham todas as profecias que motivavam os youkais a se mobilizarem contra Sesshomaru. Mas, mesmo que fosse verdade, que credibilidade um bando de mortos poderia ter?

Takayama repentinamente fechou a distância entre eles, cortando sua linha de pensamento quando olhos flamejantes o encararam com urgência.

- E você vai me dizer como a humana conseguiu se comunicar comigo. Ela tem a pedra?

Hayashi apenas aproveitou a oportunidade para cuspir no inimigo com desgosto, o gesto lhe rendendo um golpe no rosto, proferido por um dos lagartos. Os répteis o seguraram, restringindo seus movimentos.

- Se você sabe o que acontece, sabe que Sesshomaru vai te reduzir a uma poça de gosma quando encontrar você. - Afirmou o leal inuyoukai. - E você jamais vai chegar perto da Rin, a não ser que seja para beijar os pés dela antes de morrer. Seus amigos não te contaram essa parte da história?

Takayama apenas o encarou, parecendo não ter argumentos. Hayashi riu.

- O que foi que eles te contaram, afinal? Que Sesshomaru está apaixonado pela Rin? - Sua voz era debochada, ridicularizando a estupidez do outro.

As penas das asas do youkai se eriçaram por um instante, antes de retornarem à posição original. Ele respirou fundo, procurando ser paciente.

- Eu entendo que você o admire, Hayashi. Mas você não faz ideia de onde essa suposta paixão vai levá-lo. Mas eu te direi, e então você verá que estou certo. - Começou ele. - Uma coisa é Sesshomaru se apaixonar pela garota, por mais repugnante que seja, acontece o tempo inteiro por aí e ninguém realmente se importa. Mas, imagine agora, que ele não vai se satisfazer apenas em dormir com ela, mas vai querer elevá-la ao posto de Senhora do Oeste.

Os olhos de Hayashi se arregalaram em surpresa, sua tentativa de permanecer descrente falhando enquanto ele lembrava dos olhares que Sesshomaru dirigia à humana de estimação o tempo todo, a forma como ele estava sempre querendo fazer de tudo para dar à ela as melhores condições de vida possíveis. Mas ele não chegaria tão longe, certo?

- Mas, ainda assim, o que eu e os outros temos a ver com isso, não é verdade? - Continuou o falcão, uma seriedade sombria em sua voz. - Se Sesshomaru quer uma humana governando o Oeste, é problema dele e dos outros cachorros. Só que não para por aí, meu amigo-

- Eu não sou seu amigo. - Interrompeu, quase por impulso.

- Não para por aí... - Prosseguiu, não deixando seu raciocínio se perder. - Porque Sesshomaru vai querer todos os territórios, ele vai querer governar sobre todos nós. Com uma humana nos dando ordens, forçando youkais a servi-la pateticamente, como ele serve! Vai nos forçar a andar na linha, de mãos dadas com a espécie imunda dela! Vai nos privar de nossa própria natureza!

Hayashi estava quase comprando aquela história insana, mas naquele ponto ele simplesmente desistiu de dar alguma credibilidade aquele lunático. Sesshomaru estava muito perto de perder o Oeste, se ele quisesse se unir oficialmente à Rin, certamente seria a gota d’água! Como diabos eles conseguiriam não só manter o Oeste, mas também conquistar mais territórios? Era uma previsão completamente absurda e inviável!

- Você certamente não quer passar o resto da sua vida sendo humilhado a esse nível, Hayashi. Ainda há tempo de impedi-lo, enquanto a garota ainda é imatura. Me diga, ela tem a pedra?

O inu o fitou com olhos frios e inflexíveis, antes de empurrar os lagartos um para cada lado com toda a força, fazendo-os atravessar as finas paredes da mansão. Takayama puxou uma espada, agilmente assumindo postura de luta. Hayashi o copiou.

- Eu não sei quem foi o desocupado que te disse todo esse conto maluco, mas, independente do que meu general decidir fazer, eu vou apoiá-lo. - Decretou, determinado, seus pés se movendo para começar a procurar uma boa posição para o ataque. - E, se Rin realmente for minha Senhora, me certificarei de estar lá para felicitá-la pessoalmente, trazendo a sua cabeça como um presente.

- Imbecil, você não tem escolha! - Takayama esbravejou, dando o primeiro passo, com a espada empunhada. Uma lâmina se chocou com a outra, a força do golpe lançando ambos os espadachins para trás. - Ou você vem para o meu lado, ou morre aqui e agora. Será que a princesinha humana vale tal destino?

Hayashi apenas riu, investindo contra ele em um novo movimento, o barulho da luta e a destruição das paredes do cômodo chamando a atenção dos outros youkais que aos poucos começavam a correr até eles, a fim de ver o que estava acontecendo.

Quando notaram seu chefe lutando, os outros imediatamente correram para ajudá-lo, incontáveis lâminas aparecendo quase do nada para forçar Hayashi a recuar. Ele sabia bem suas opções e sabia melhor ainda qual escolheria. Decidido, o inuyoukai impiedosamente começou a eliminar os inimigos que o cercavam, enquanto habilidosamente bloqueava o maior número de ataques que conseguia.

Havia pelo menos uma dezena de corpos no chão quando sua barriga foi finalmente perfurada por alguém, os outros rapidamente tratando de imobilizá-lo, forçando-o a deitar no chão inundado de sangue. Hayashi podia ver apenas as botas de Takayama à sua frente, já que seu rosto estava pressionado contra o piso por mais de um pé pisando sobre sua cabeça.

- Ainda pode voltar atrás, me dê as informações que te pedi, cão. - O takayoukai exigiu mais uma vez. - Do contrário, será a sua cabeça que a sua senhora vai receber de presente.

Hayashi fechou os olhos por um instante, tentando respirar com o peso que todos aqueles soldados aplicavam sobre ele e o corte aberto em sua barriga. O momento era quase como um sonho em câmera lenta, como se os deuses estivessem lhe concedendo tempo infinito para as últimas lamentações e arrependimentos. Estava relativamente feliz por ter muito pouco de ambos.

Ele pensou em sua infância e as pegadinhas que armou para Sesshomaru infinitas vezes, que quase causaram a morte dos dois. As batalhas e aventuras de tempos distantes, antes de tantas responsabilidades recaírem sobre os dois aliados. Por fim, acabou pensando um pouco em Rin também e no que ela lhe contara sobre seu amor por Sesshomaru, a forma firme e decidida que ela falava dele. Lembrou-se dos sorrisos contagiantes da humana e seu amor por flores, da sua lealdade igualmente inabalável para com o atual general do oeste.

Por fim, pensou na estúpida profecia que causou tudo aquilo, na tolice de Sesshomaru, e concluiu que torcia mesmo era para que fosse tudo verdade. Sabia que Sesshomaru podia ser um líder bastante conturbado algumas vezes - bom, muitas vezes - e imaginou como seria ter a doce Rin como um contra-peso para certas atitudes descabidas do daiyoukai.

Sim, eles funcionariam muito bem juntos, e não era necessária nenhuma relíquia do submundo para que soubesse disso.

Quando abriu os olhos novamente, nada havia mudado. A bota de Takayama batia no piso repetidamente, impaciente. Pela visão periférica, observou alguém erguer uma enorme espada acima de seu corpo, alinhada com seu pescoço, preparada para o golpe.

- Suas últimas palavras, cão.

Hayashi usou suas forças restantes para erguer a cabeça o suficiente para olhar o inimigo nos olhos, antes de dizer em uma voz firme movida pelo seu último fôlego:

- Todos se curvem perante Rin, a senhora das terras do Oeste!

Com uma mínima pontada de dor aguda, o mundo se apagou para ele.


Notas Finais


MEU DEUS ME DESCULPEEEEEM!!!! Eu nem consegui dormir quando tava escrevendo esse final só de remorso, porque muita gente me pediu pra não matar o bichinho mas não tinha como! Já estava predestinado desde o primeiro rascunho do plot dessa fic, ele tinha que ir :'(

Me perdoem! DD:

Podem me xingar se quiserem, eu mereço. Além de atrasar o capítulo e não ter fanart, ainda faço uma coisa dessas né.
Mas tá aí, agora vamos ver como vai ser nossas vidas sem Hayashi :/

Até a próxima semana, vou tentar ter o cap pronto a tempo dessa vez mas não prometo nada.


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