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História Unintended - Reencontro


Escrita por: eveelima

Notas do Autor


Olá! Estou de volta com mais um capítulo!

Esse capítulo ainda se passa antes da volta da Kagome e estou muito feliz por finalmente postá-lo, porque finalmente vamos começar a avançar com o plot :D

Boa leitura.

Capítulo 4 - Reencontro


Rin observou ansiosamente o sol ficar cada vez mais baixo no horizonte. O tempo estava passando a sua tarefa ainda não fora cumprida. Kaede passara o dia inteiro trabalhando em seus remédios, e a saúde do camponês continuava a deteriorar a medida que o tempo passava.

Há uma semana atrás, aquele homem moribundo havia chegado até o vilarejo, sem ter mais como avançar devido aos seus ferimentos causados pelo ataque de algum youkai. Kaede se responsabilizara a cuidar dele, embora ela tenha comentado com Rin, em privacidade, que era provável que nada pudessem fazer.

Rin havia se dedicado ao máximo como ajudante, mantendo sempre água limpa disponível para Kaede limpar os ferimentos e suprimentos para que os medicamentos pudessem ser preparados.

Mais cedo naquele dia, quando ela estivera com o homem, ele confessara a ela como lamentava não poder mais ver sua esposa em sua terra natal. Falara sobre o bebê de dois anos que ele tinha que criar, e como ele não sabia o que sua amada faria se ele não mais retornasse.

Desde então, Rin estivera esperando até que Inuyasha voltasse de sua mais recente chamada de trabalho, junto a Miroku, para que Kaede pudesse permitir que ela andasse livremente por aí sem se preocupar. E, enquanto Inuyasha não retornasse, ela não podia ir até a floresta buscar mais da erva especial que só crescia no solo úmido à sombra das árvores altas.

E o homem não poderia ter seu remédio pronto antes de começar a piorar novamente.

E Inuyasha estava demorando demais!

Quando o céu começou a alaranjar, Rin pôs-se de pé em um salto, decidida. Lançou um último olhar para o vilarejo atrás de si, antes de correr com sua cesta folhagem adentro, se apressando para encontrar os itens de que precisava para garantir que restauraria a saúde daquele homem de volta ao seu potencial, para que ele pudesse rever sua esposa e seu filhinho.

Ela se embrenhou entre arbustos, arranhando o braço em alguns espinhos, mas seguiu em frente, até estar no coração da floresta, onde o solo era mais úmido e a luz do sol quase não alcançava, devido à densidade das copas das árvores centenárias ao seu redor.

Rin se ajoelhou, observando atentamente as gramíneas que cobriam o solo, tentando reconhecer, com a pouca experiência que tinha, quais delas eram as que ela procurava. Eram muito similares, mas ela tinha certeza de que eram diferentes.

Decidindo, ela começou a pegar punhados sem maior análise. Kaede a ajudaria a separar mais tarde, o importante era conseguir coletar a erva entre todas aquelas outras.

Ela parou sua colheita, tendo a impressão de ter ouvido um galho romper de forma não natural em algum lugar ali perto. Um pequeno lagarto passou correndo em desespero bem ao seu lado, deixando claro que não era dela que ele tinha medo.

— Quem está aí? – Ela perguntou, rezando para ser Inuyasha que finalmente havia retornado e estava vindo buscá-la para lhe dar uma tremenda bronca.

A resposta que ela recebeu foi um rosnado animalesco, seguido da aparição de uma criatura grotescamente humanoide, muito maior do que ela, e com pele doentiamente verde.

Rin largou a cesta no chão, pondo-se de pé e se preparando para correr quando o monstro mostrou enormes dentes amarelados para ela em mais um rosnado que fez seus ossos tremerem.

Ela percebeu que não conseguiria correr, havia uma árvore enorme atrás dela e o monstro estava logo a sua frente, perto o bastante para tocá-la se estendesse o enorme braço.

Ele rosnou mais uma vez, avançando, erguendo os braços sobre a cabeça e expondo garras serrilhadas. Ela observou as garras atentamente, e logo percebeu:

— Foi você. Você que feriu aquele homem. – Ela sussurrou, lembrando dos cortes nas costas dele que não pareciam ter sido feitos por lâmina ou nenhum material cortante de superfície lisa.

O monstro nada respondeu além de mais um rosnado, as garras descendo sem hesitar em sua direção com uma velocidade que Rin julgava ser capaz de rasgá-la ao meio.

Rin fechou os olhos no último segundo antes das garras do youkai tocarem nela, e arfou ao sentir o baque contra a lateral do seu corpo, não exatamente da direção que ela esperava. Ela rolou pelo chão com a criatura estranhamente protegendo seu corpo do impacto, e mais leve do que ela imaginava ser possível.

Ela mantivera os olhos instintivamente fechados, mas os abriu quando se estabilizou no chão, sentindo levemente o peso do outro corpo sobre o dela.

Rin não podia acreditar enquanto o encarava, os olhos dourados se conectando com os dela por um momento que poderia ter durado uma eternidade. Fios prateados se espalhavam pelo seu rosto, bloqueando parte de sua visão, mas não o bastante para que ela não o reconhecesse. O reconheceria em qualquer lugar do mundo.

Ela queria abraçá-lo, nunca mais soltá-lo, mas seu corpo não respondia, completamente paralisado.

— Rin. – Ele disse, e a voz soava como música para ela, imediatamente trazendo lágrimas que se acumulavam nos cantos dos expressivos olhos castanhos.

— Senhor Sesshomaru... – Ela conseguiu sussurrar, ainda sem conseguir acreditar que aquilo tudo não era um sonho, como tantos outros que ela tivera antes.

— Não saia daqui. – Ele ordenou, antes de finalmente sair de cima dela e se voltar para o youkai inimigo, fazendo com que Rin percebesse que o momento só devia ter durado um instante.

Ele saltou de volta para a batalha, deixando a humana completamente desnorteada para trás.

Sesshomaru fez um trabalho rápido com o youkai, encerrando-lhe a vida com um único golpe de suas garras venenosas atravessando a garganta do infeliz que tivera o azar de escolher o vilarejo errado para atacar.

Rin obedeceu e permaneceu onde ele a havia deixado durante o curto combate, mas uma vez que este estava terminado, a menina não pode se conter, correndo até ele com olhos marejados de lágrimas que ameaçavam se derramar a qualquer momento.

Os olhos de Sesshomaru se conectaram com o dela, mel encontrando chocolate, embora o olhar do inuyoukai não traísse nenhum pensamento.

— Senhor Sesshomaru. - Rin sussurrou novamente, ainda sem poder acreditar.

Como ela sonhara com esse dia, como ela temera que ele nunca fosse chegar! E, agora que ele estava bem ali, tudo que a humana queria era abraçá-lo com o máximo de força que seus fracos braços infantis podiam produzir, para nunca mais deixá-lo ir. Não sem ela, pelo menos.

Mas ela conseguiu se conter, não querendo se envergonhar ou acabar deixando-o irritado.

Sesshomaru nada disse, apenas se virou para se retirar agora que ela estava fora de perigo.

Rin entrou em pânico imediatamente ao vê-lo dar as costas para ela sem ao menos uma palavra.

— Senhor Sesshomaru! - Ela chamou, agora mais alto, correndo para alcançá-lo, reprimindo o impulso de segurar a mão dele para detê-lo. - Espere, por favor.

Ele parou, para o alívio da garota, dando a ela uma deixa para que dissesse do que se tratava a interrupção.

— Eu... - Ela começou, sem saber realmente o que dizer sem necessariamente derramar em palavras todo o sentimento de angústia que ela sentia só de imaginar mais um período sem vê-lo. - O senhor precisa mesmo ir? Acabou de voltar...

— Pretendia apenas eliminar a ameaça. - Ele respondeu em seu típico tom monótono.

— Mas... - Ela ponderou por um momento, sabendo que não aguentaria muito mais tempo sem começar a falar besteiras que apenas o irritariam. - ... Eu senti sua falta, senhor Sesshomaru.

— Hm. - Murmurrou o youkai casualmente, fazendo pouco caso da declaração. - Você está sendo bem tratada, eu presumo.

Rin foi pega de surpresa pela pergunta, não esperando que ele verbalizasse preocupação com o bem estar dela, pela forma indiferente que ele agia.

— S-sim... - Ela titubeou em resposta. - Todos são muito gentis.

Ela tinha hesitado em sua resposta por um momento, considerando se ele a levaria com ele caso ela inventasse que estava sendo maltratada, mas sabia que sua mentira teria um preço caro, pois ele provavelmente iria querer tirar satisfações com o culpado, se ele ainda se importasse o bastante.

— Onde está Inuyasha? - Ele perguntou em um tom irritadiço, e Rin percebeu que ele estava bravo com o hanyou.

— Ele saiu, meu senhor. - Ela informou. - Ele e o monge Miroku, às vezes, se ausentam para exterminar youkais em aldeias vizinhas.

A resposta pareceu pegar Sesshomaru de surpresa por um instante, e ele não parecia nada satisfeito com essa informação. Sua postura era rígida e a mandíbula apertada.

— Algum problema, senhor Sesshomaru? - Rin perguntou, um pouco preocupada.

— Não. - O youkai respondeu, virando-se mais uma vez para se retirar, mas dessa vez, ele caminhava em direção ao vilarejo. - Por enquanto.

Rin seguiu-o prontamente, a esperança de que ele fosse ficar mais um pouco inundando seu coração.

Sesshomaru adentrou a casa da velha sacerdotisa sem cerimônias, pegando Kaede de surpresa enquanto ela preparava uma infusão de ervas. Rin apareceu logo atrás, ainda se recusando a se afastar dele pelo menor período de tempo que fosse.

— Mas o que significa isso? – A sacerdotisa perguntou quando se recuperou do susto, encarando o homem a sua frente.

— Você disse que Rin estaria a salvo. – Ele lembrou, parecendo realmente impaciente com toda a situação. Um dos principais motivos para ter deixado Rin para trás era dar a ela maior segurança do que ela teria nas perigosas viagens dele. – Eu gostaria de ser informado do motivo pelo qual eu acabei de resgatá-la de um youkai, no bosque aqui perto.

Kaede arregalou o olho diante da informação, rapidamente desviando a atenção para a menina grudada ao lado de Sesshomaru.

— Você está bem, criança? – Perguntou, preocupada, só agora reparando que ela estava suja de terra. Rin assentiu timidamente.

— E você, Sesshomaru, o que faz aqui, afinal?

— Aparentemente, fazendo o que você me prometeu que seria feito. – Ele respondeu severamente.

— Senhor Sesshomaru, - a menina intercedeu, ansiosa para cessar a briga dos dois. Ela realmente não queria que seu senhor ficasse bravo com a nova tutora de quem ela aprendera a gostar tanto. – Por favor, não briguem. Eu não devia ter ido lá sozinha, de qualquer forma. Foi minha culpa.

— Isso é verdade, Rin. – Kaede concordou. – Especialmente na ausência de Inuyasha e Shippo.

— Desculpe-me, senhora Kaede. – A menina pediu, abaixando a cabeça. – E obrigada por me salvar, senhor Sesshomaru.

— Eu não precisaria fazê-lo se estivessem mantendo-a em segurança como me foi garantido. – Sesshomaru insistiu, insatisfeito com toda a situação. Só de pensar no que podia ter acontecido à Rin se ele não estivesse ali, o veneno já começava a correr por suas veias. – Rin estava vulnerável e desprotegida. Não era esse nosso acordo, sacerdotisa.

— Você estar aqui agora também não era, Sesshomaru. – Rebateu Kaede.

O youkai a encarou com impaciência, desejando poder simplesmente levar Rin com ele para longe daquela gente inconveniente. Em vez disso, ele procurou se acalmar, buscando sua sabedoria para contornar a situação de forma que ele estivesse satisfeito.

— Talvez agora esse seja nosso novo acordo. – Ele sugeriu, seguro de si. – Virei visitar Rin de tempos em tempos.

— Mas isso-

— É minha palavra final. – Insistiu o nobre, sem vacilar.

Kaede recuou um passo vacilante para trás, ao mesmo tempo insatisfeita com a mudança de seus planos e também admitindo seu próprio fracasso e impotência diante da decisão do youkai.

A princípio, Rin pertencia a ele, e Kaede sabia que se ele chamasse a menina para partir ao lado dele agora mesmo, ela iria, e ninguém seria capaz de convencê-la do contrário.

Kaede esperava poder amadurecer a ideia de independência na mente da criança ao longo dos anos, que o tempo longe do youkai a fizesse ver como ela não realmente precisava dele, como ele não era a única luz no fim do túnel para a trágica vida que ela uma vez levou. Nesse momento, ainda era cedo demais, e ela não tinha escolha a não ser ceder à proposição de Sesshomaru.

Rin estava tão eufórica que não achava ser capaz de falar. Sua boca estava aberta, e seus olhos vidrados na figura de Sesshomaru ao seu lado. Ela apenas ponderava, de novo e de novo, se ele realmente ficaria muito bravo se ela o abraçasse agora...

— Afinal, Rin. – Kaede falou, quebrando o encantamento da menina. – O que você estava fazendo sozinha na floresta?

Rin estava prestes a explicar, mas ao erguer as mãos para gesticular e encontrá-las vazias, seus olhos se arregalaram em pânico.

— Oh não! Com toda a confusão eu acabei esquecendo minhas ervas!

— Ora essa, e por acaso não tem ervas o bastante aqui no vilarejo? Por que você foi em um lugar tão perigoso... – Questionou a sacerdotisa.

— Eu precisava das ervas para infecções. – Rin esclareceu, ainda considerando voltar lá para buscá-las. – Para o bom moço que está morrendo...

Kaede abaixou a cabeça em resposta, pesarosa. A menina a encarou em confusão.

— Minha criança... Aquele homem morreu agora a pouco, eu estava preparando a purificação para o corpo... – Relatou a idosa.

Rin arfou, cobrindo os lábios com ambas as mãos em uma tentativa sem sentido de abafar um grito silencioso.

— Não... – Sussurrou ela, a voz embargada por sentimentos mistos de tristeza, desespero e derrota. – Não, senhora Kaede! O homem tinha uma esposa que ele amava muito, e um filhinho pequeno, e...

— Quem é esse homem de quem falam? – Sesshomaru questionou, alheio a toda a situação até então. Ver a figura de Rin simplesmente desmoronando bem na sua frente em resposta à morte do suposto homem era o bastante para ganhar seu interesse.

Rin virou a cabeça na direção dele tão rápido que quase perdeu o equilíbrio, seus olhos passando como um vulto da espada presa em sua armadura para o rosto do youkai.

— Senhor Sesshomaru... – Ela falou em voz baixa, uma mão timidamente se erguendo, apontando para o instrumento de guerra (ou paz) na cintura dele. – A Tenseiga...

Sesshomaru podia ver claramente aonde ela queria chegar, e apesar de sentir-se fortemente inclinado a negar, havia aqueles enormes olhos castanhos olhando diretamente para ele, carregando pesadas gotas translúcidas que ameaçavam se derramar a qualquer sinal de recusa dele.

— Você deseja que esse homem volte à vida, Rin. – Ele perguntou em tom de afirmação, pois não precisava realmente de uma resposta para saber qual seria.

— Sim, por favor, senhor Sesshomaru! – Implorou ela, um desespero tangente em sua voz. – Ele precisa viver para voltar para a sua família! Se ele não voltar, a mãe e o bebê ficarão sozinhos e... Não é bom... Ficar sozinho...

— Pois bem. – Sesshomaru assentiu, sem mais cerimônias. Qualquer aversão a caridades que ele pudesse ter não se comparava à satisfação de ver um sorriso brilhante se abrir no rosto daquela menina. – Leve-me até ele.


Notas Finais


Fanart do capítulo: https://c1.staticflickr.com/9/8286/28084757904_798f661fe5_b.jpg

Aw, o que o Sesshomaru não faria pela Rin né? *-*
Obrigada a quem leu, e aos que estão interessados o bastante para seguir essa fanfic. Estou adorando escrevê-la, por ser uma fanfic bem longa que estou levando bastante a sério :3

Quem quiser, por favor, deixem seus pensamentos nos comentários, é sempre muito bom ler o que vocês estão achando ou mesmo apenas saber que estão esperando por mais haha

Até o próximo :*


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