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História Unintended - Faça um Pedido


Escrita por: eveelima

Notas do Autor


Olá meus queridos! Passei pra deixar mais um capítulo aqui!
Esse capítulo avança com os anos, e agora nossa Rin já é uma mocinha :3

Capítulo 5 - Faça um Pedido


— Rin! Meus parabéns! – Kagome congratulou com um sorriso, em seu tom mais animado, envolvendo a jovem menina em um abraço amigável.

— Parece que foi ontem que você era uma garotinha, - Sango comentou, equilibrando seu bebê mais novo em um braço. – E olha só você agora. Já é uma linda mulher!

— Sango, não exagere! Ela ainda tem só quinze anos! – Ressaltou a sacerdotisa, lembrando-se das aventuras que viveu ao lado de Inuyasha naquela idade, e de como ela ainda precisou amadurecer muito, antes de se considerar uma mulher.

— Pois então. – Insistiu Sango, sem entender. Aos dezesseis ela já estava a caminho de se casar com Miroku e começar uma família.

— Eu não me sinto nem um pouco diferente de ontem. – Rin comentou, libertando-se do abraço de sua amiga. – Mas obrigada, Kagome e Sango.

— Ninguém realmente sente, mas é importante comemorar essas coisas. – Kagome disse, apegada a datas especiais como ela era. – Agora, faça um pedido!

Todos os anos, Kagome a fazia desejar por algo, clamando ser uma tradição de aniversários e, todos os anos, Rin pedia pela mesma coisa.

Senhor Sesshomaru, eu quero sempre estar ao seu lado.

Pensar nele trouxe um franzir à sua testa. Já faziam alguns meses que ele não vinha visitá-la, o que a deixava inquieta.

Desde aquele dia em que Sesshomaru a salvara das garras daquele monstro na floresta, ele havia mantido uma rotina de visitas constantes a cada dois meses, aproximadamente, sempre trazendo alguma coisa com ele para presenteá-la, o que a deixava boquiaberta toda vez.

Rin nunca precisara vestir nada menos gracioso que a mais nobre seda disponível, o que fazia com que ela se assemelhasse a uma verdadeira princesa na maior parte do tempo. Às vezes ela se sentia um pouco deslocada por vestir peças tão finas na presença de pessoas que muitas vezes não tinham o bastante para comer, mas acima de tudo ela honrava os presentes de seu senhor e fazia questão de usá-los sempre que a oportunidade aparecia.

Entretanto, não eram pelos presentes que ela ansiava, e sim pela presença em si do youkai. Ela amava vê-lo chegando na forma de uma luz brilhante no céu, amava a forma como ele gostava de encontrá-la na privacidade do bosque, onde eles podiam conversar a vontade sem quaisquer interrupções. Rin adorava a forma como ele olhava para ela depois de passarem algum tempo sem se verem, como ele prestava atenção em suas feições e analisava como ela havia crescido.

— Aqui, Rin! – Kagome chamou sua atenção de volta à reunião. A sacerdotisa oferecia um doce de amoras cuidadosamente embalado em uma massa de arroz para a debutante. – Eu fiz para você!

— Ah, Kagome! – Rin exclamou em felicidade, aceitando o doce em suas mãos e tratando de devorá-lo em tempo recorde.

— Uau, Rin, essa foi rápida! – A jovem sacerdotisa comentou com uma risada, se recostando contra o peito de Inuyasha que sorria atrás da humana, envolvendo seus braços ao redor dela.

Desde que Kagome retornara ao vilarejo, ela e Rin haviam se conectado quase como irmãs. Rin torcera tanto pela felicidade de Inuyasha, e sentiu quase como se fosse sua própria vitória quando os dois amantes de tempos diferentes se reencontraram, como estavam destinados a fazer desde o início. Eles eram inegavelmente perfeitos um para o outro da própria maneira deles, mesmo que muitas partes de suas personalidades fossem incompatíveis.

Inuyasha virou sua cabeça na direção da porta um segundo antes de ela se abrir, permitindo a entrada de um jovem alto que vestia uma armadura peculiar, e carregava uma enorme foice com corrente em suas costas.

— Kohaku! – Rin gritou sua recepção, rapidamente se levantando do chão e lançando os braços ao redor do pescoço do recém-chegado.

— Parabéns! – Congratulou ele, correspondendo ao abraço, antes de afastá-la para que pudesse procurar por algo guardado em suas roupas. – Aqui, estava esperando para te dar isso.

Ele entregou nas mãos da garota uma pequena pulseira, que era ao mesmo tempo simples e elegante. Rin sorriu, oferecendo a peça de volta para ele, estendendo o braço, indicando que ela queria que ele a ajudasse a colocar.

Kohaku desajeitadamente o prendeu no fino e delicado pulso, e Rin o inspecionou, satisfeita com o resultado final.

— É linda! Obrigada! – Ela sorriu, fazendo-o corar em resposta.

— Eu tenho que ir agora, já estava de saída. – Ele disse, lembrando-a de que ele tinha trabalho a fazer.

Kohaku se despediu de todos, deixando por último sua irmã e os sobrinhos, nos quais ele se demorou um pouco mais.

Não haviam se passado mais do que cinco minutos desde sua partida, até que Inuyasha mexeu as orelhas de forma peculiar.

— Rin, tem visita para você lá fora. – O hanyou informou, fazendo a garota levantar de seu lugar em um salto, quase tropeçando no próprio quimono de tão afobada.

— Eu volto mais tarde! – Ela avisou por cima do ombro, já metade fora da cabana, antes de sair correndo noite adentro.

Ela se apressou para o ponto de encontro previamente combinado, mal podendo esperar até o momento em que ela veria aquela figura digna dos mais belos contos de fadas mais uma vez.

Com um último passo, ele entrou no campo de visão dela, e naquele momento tudo parecia se acalmar abruptamente, todas as preocupações do mundo insignificantes perto da felicidade que era aquele ínfimo instante.

Rin sorriu, satisfeita, sob a luz do luar. Não importando o quanto o dia havia sido perfeito, nada se comparava à alegria de estar ali na companhia do daiyoukai que protagonizava seus sonhos todas as noites.

Sesshomaru caminhou graciosamente até ela, silencioso e tão maravilhoso quanto sempre fora.

— Olá, senhor Sesshomaru. – Ela saudou, se curvando brevemente, mal se contendo de felicidade.

— Rin. – Ele respondeu, simplesmente.

— Estive esperando pelo senhor. – Admitiu. – Fico feliz que tenha chegado a tempo.

Sesshomaru assentiu, perfeitamente ciente do evento que aquele dia marcava para a humana. Era o dia em que ela completava quinze anos de vida, ainda tão pouco tempo na visão do youkai, mas o que seus olhos viam contradiziam sua opinião.

O que ele via era uma jovem de baixa estatura, mas bem mais alta do que a menininha que ele conhecera oito anos atrás, com longos cabelos escuros que tendiam a formar harmoniosas ondas nas extremidades dos fios que refletiam a luz da lua. Ele via um rosto com feições amadurecidas, mas joviais; o ângulo suave da mandíbula; as maçãs do rosto levemente ruborizadas; e brilhantes olhos castanhos que espelhavam sua maturidade.

Havia se passado tão pouco tempo, e ainda assim Rin havia mudado quase completamente, sem em nenhum momento perder a sua essência, as características que faziam dela sua Rin. Ele descobriu, em vez disso, que encontrava nela mais traços encantadores, quanto mais tempo passavam juntos.

— Como foi o seu dia? – Ele perguntou, quebrando o silêncio, sabendo como Rin gostava de atualizá-lo sobre tudo que se passava em sua ausência.

— Maravilhoso! – Exclamou ela, abrindo ainda mais seu sorriso. – Kagome fez meu prato favorito, e as gêmeas da Sango me fizeram uma coroa de flores ainda mais bonita do que as que eu ensinei a elas! Ah, Kohaku me deu essa pulseira que ele encontrou em uma de suas viagens, não é linda?

Ela exibiu a joia para Sesshomaru avaliar. Ele encarou o aro de metal com a pequena pedra azul opaca no centro sem transparecer uma única emoção.

O youkai não comentou sobre a peça, o que não abalou a humana, que mantinha o sorriso radiante em seu rosto. Nenhum presente poderia ser mais precioso para ela do que a presença dele ali naquela noite.

— Rin. – A voz grave de Sesshomaru chamou sua atenção, adquirindo certo tom de seriedade.

— Sim, senhor Sesshomaru?

— Você completa quinze primaveras hoje, pelas minhas contas. – Começou ele. Os olhos de Rin estavam completamente focados no youkai a sua frente. – Pelo meu julgamento, você finalmente cumpriu com o requerimento da sacerdotisa Kaede.

A garota sentiu sua respiração prender na garganta, como uma barreira que tenta desesperadamente conter quaisquer expectativas irreais que ela pudesse vir a sustentar em seu coração. Depois de todo aquele tempo sonhando, almejando isso com todo o seu ser, ela não podia se permitir acreditar que Sesshomaru realmente queria dizer o que ele queria dizer.

— Rin? – Ele chamou, levemente preocupado que ela estivesse em estado de choque. A humana tinha olhos arregalados, a boca entreaberta, o corpo completamente paralisado. – Rin. – Tentou mais uma vez, apoiando uma mão casualmente em seu ombro em uma tentativa de chamar sua atenção.

Ela piscou, sentindo a palma dele em seu ombro, seu toque provavelmente sendo a única coisa capaz de provar a ela que aquilo era realidade. Ou talvez fosse o contrário, talvez um toque de Sesshomaru fosse, na verdade, a maior prova de que sonhava. Mas provavelmente aquele toque era inocente demais para ter surgido de um de seus sonhos, afinal.

— Rin. Ouviu o que eu lhe disse? – Ele perguntou, chamando-a uma última vez.

— Sim. – Murmurou ela, encontrando sua voz que aparecia com timidez. – Estou ouvindo. Desculpe-me, senhor Sesshomaru.

Ele fez uma pausa breve, como que decidindo por onde começar.

— Você gosta da vida no vilarejo? – Perguntou, da mesma forma que sempre perguntava a cada visita.

Não, pensou Rin, é diferente agora.

Ele sempre perguntava se ela estava gostando da vida no vilarejo, com uma ideia de continuidade da ação. A pergunta agora era se ela gosta, uma resposta final a ser dada, o veredicto definitivo.

Ela só tinha uma resposta franca a oferecer:

— Sim, senhor. A vida no vilarejo tem sido uma experiência muito mais interessante do que eu imaginei que seria a princípio. É bom viver em comunidade, ter tantas pessoas que trabalham juntas por um bem comum. Tenho amigos maravilhosos aqui, uma verdadeira família para preencher o vazio deixado pela que eu perdi. As pessoas daqui se importam comigo, e eu me importo com elas. Sou muito grata a todos.

Sesshomaru desviou o olhar por um longo momento, parecendo encarar o céu, pensativo.

— Compreendo. – Ele disse, ainda sem olhar para ela.

Rin sabia que havia algo que o incomodou na resposta dela, pois ele tentava se distanciar emocionalmente, fingindo não se importar, exatamente como ele fizera no dia em que se conheceram na clareira, tantos anos atrás.

— É essa, então, a sua decisão.

Ela levou um momento para entender do que ele estava falando, tão absurda era a conclusão a que ele chegara. Decisão? Ele pensava que ela havia escolhido ficar, quando finalmente poderia voltar ao seu lorde youkai?!

— Mas é claro que não, senhor Sesshomaru! – Ela contestou, parecendo quase indignada que ele tivesse tão pouca fé nela. – Eu gosto da vida aqui, não é ruim. Sem dúvidas, infinitamente melhor do que minha primeira experiência em um vilarejo. Mas o senhor devia saber que desde que o senhor me deixou aqui, aos cuidados da senhora Kaede, eu já havia tomado a minha decisão.

Ela pausou por um momento, tomando um breve fôlego e falando bem mais suavemente. Os olhos de Sesshomaru voltaram a encontrar os dela, que brilhavam com sinceridade:

— Senhor Sesshomaru... Não houve um dia sequer desde então em que eu tenha mudado de ideia. Nem por um momento.

O youkai nada disse, apenas levou uma mão à dobra do seu quimono, retirando um pacote de papel de seda em cores vibrantes, o qual ele silenciosamente entregou à humana, que o encarava com um olhar confuso de quem esperava alguma resposta verbal à sua recente confissão de perseverança.

— É para você.

Apesar de não ser o que ela estava esperando ouvir naquele momento, Rin sorriu e aceitou o pacote, que parecia mais pesado e volumoso do que os quimonos anteriores com os quais ele a presenteara no passado.

Rin deixou a curiosidade a dominar, por um instante se esquecendo da conversa crucial que eles estavam tendo.

O delicado papel se rompeu facilmente nas suas mãos ansiosas, que ainda sucederam na tarefa de desembrulhar graciosamente o pacote.

Ela arfou, se concentrando para não deixar o presente cair com a surpresa. O material, previamente compactado, alegremente se libertou em toda a sua graça, um quimono como nenhum outro que a menina havia visto anteriormente. Talvez o mais próximo disso fossem os trajes que ela vira a mãe de Sesshomaru usar naquele dia anos atrás que era, ao mesmo tempo, uma memória doce e amarga para ela.

As cores e bordados eram generosos, invadindo sem pedir licença os olhos de quem via. O corte elegante acompanhava perfeitamente a nobreza do tecido fluido e resistente, mas espantosamente delicado ao mesmo tempo. Eram duas peças distintas, além do obi, e o maior responsável pelo peso e volume anormais que ela reparara era o elegante uchikake.

Rin estava, surpreendentemente, sem palavras.

— Senhor Sesshomaru... – Sussurrou finalmente, em um fio de voz tão sutil quanto a brisa noturna primaveril. – É... Lindo... Eu...

Sesshomaru apenas assentiu, aceitando as palavras desconexas da humana como uma aprovação. Para alguém que derramava as emoções em suas expressões faciais como Rin fazia, palavras se tornavam desnecessárias. Era irônico que ela abusasse tanto de ambas formas de se expressar, enquanto ele fazia pouco uso de quaisquer delas.

— Muito obrigada. – Ela conseguiu concluir, retribuindo com um sorriso radiante. – Eu nunca vi nada tão maravilhoso antes.

— Que bom. – Ele comentou brevemente, voltando seu rosto para o lado oposto, antes de acrescentar: - Estarei de volta na próxima lua minguante.

Rin piscou, tentando compreender as simples palavras do youkai. Ela estivera sonhando? Podia jurar que ele havia dito que a hora havia finalmente chegado, no entanto...

Sesshomaru lhe deus as costas, silenciosamente se preparando para levantar voo, uma calorosa luz pálida o envolvendo timidamente. Rin não conseguiu pensar em nada, impulsivamente estendendo uma mão e cerrando o punho ao redor da beirada da manga do quimono dele, restringindo seus movimentos de forma desesperada.

— Espere! – Ela gritou, lutando para fazer o som sair por sua garganta apertada. – Eu pensei que... O senhor tinha dito que... Eu poderia ir junto dessa vez...

O youkai hesitou, atendendo ao pedido dela por um instante, a luz se dissipando.

— Tome esse tempo para fazer seus preparativos, Rin. – Aconselhou. – Quando eu retornar, no período de um ciclo lunar completo, então você virá comigo, se assim ainda desejar.

A humana liberou o ar em uma lufada, se sentindo estúpida por se desesperar por tão pouco e pensar que ele tinha voltado atrás no que acabara de dizer. Era óbvio que ele não chegaria um dia e a carregaria para longe de uma vez por todas em um piscar de olhos. Um mês de aviso era, de fato, muito sensato.

— Compreendo, senhor Sesshomaru. – Assentiu ela, seu sorriso retornando com facilidade enquanto ela finalmente liberava o tecido da roupa dele. – Estarei aguardando, então.

— Pois bem.

E, sem mais, o inuyoukai voltou a reunir seu youki, trazendo de volta a característica luz branca que o envolvia e fazia seus longos cabelos prateados esvoaçarem suavemente.

Assim, em um feixe de luz cruzando o céu, Sesshomaru deixou o vilarejo desacompanhando, pelo que prometia ser a última vez.


Notas Finais


Então, finalmente estou chegando onde eu queria chegar. Eu recebi alguns comentários com a percepção de algumas leitoras, e queria adiantar que meu objetivo com essa fanfic está muito além do vilarejo, por isso não vou me aprofundar muito nessa parte da história. Ainda tem muuuita coisa pra vir e muitas experiências para a Rin, então não se preocupem. Felizmente, estou chegando lá!

Also, não teve fanart nesse capítulo porque eu... bom eu estava um pouco ocupada com umas coisas aqui e...
Ok, estava capturando pokémons, confesso :/ hahahaha

Beijos!


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