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História Unintended - Estrelas


Escrita por: eveelima

Notas do Autor


Olá de novo!
Esse capítulo ainda é um pouco curto. Mas é um capítulo amorzinho então acho que vale alguma coisa :3

Capítulo 7 - Estrelas


Rin o seguiu alegremente noite adentro, talvez um pouco chateada que Jaken e Ah-Un não tivessem conseguido chegar a tempo e se encontrariam com eles depois. Já fazia um tempo que ela não via o pequeno youkai e o dragão de duas cabeças que ela batizara. Além disso, a falta de Ah-Un fizera Rin se sentir culpada por ter trazido mais do que ela mesma podia carregar.

Sesshomaru havia sido um cavalheiro e insistira em levar todas as suas coisas, visto que dificilmente seria um pesado demais para ele, mas, ainda assim, não era apropriado. O status dele ainda era o de nobreza, independente de ele ser muito mais forte do que uma frágil menina humana de quinze anos, ele jamais deveria ter que levar cargas para uma plebeia.

Apesar de tudo isso, não houve discussão. O youkai tratou de recolher todas a bagagem e adentrou a floresta, com Rin vindo logo atrás.

Sesshomaru calculava que levariam cerca de dois dias para eles fazerem a viagem de volta até o resto do grupo no ritmo de Rin, mas ele estava satisfeito em deixar um pouco para trás o incômodo de ser constantemente seguido pelo seu leal, mas irritante, servo. A companhia de Rin, por outro lado, era algo de que ele não desfrutava em um longo tempo. Não em uma jornada, pelos menos, e ele decidiu que era bom aproveitar enquanto aquele sossego durasse.

Enquanto Rin caminhava, ela pensou em como reagira naquele dia anos atrás, quando Sesshomaru a informara que a partir dali, ela passaria a viver no vilarejo e eles dois não mais se veriam.

Tanta coisa havia acontecido desde então, tanta coisa havia mudado nela. Apenas uma coisa não mudava nunca: sua vontade de estar com Sesshomaru, embora Rin agora soubesse que aquilo talvez fosse algo muito maior do que ela dera crédito quando criança.

Começando a corar levemente, Rin sacudiu a cabeça, dispersando seus devaneios. Não havia sentido em ficar pensando sobre coisas que ela não podia ter. Em vez disso, ela devia se preocupar com o que ela tinha agora, que era realmente tudo de que ela precisava. A presença de Sesshomaru em sua vida novamente.

— Senhor Sesshomaru, - começou ela, decidindo conversar um pouco para se distrair. – Por que mesmo que Jaken e Ah-Un acabaram ficando para trás?

— Muitos youkais na região decidiram se tornar suicidas, aparentemente.

Rin inclinou a cabeça para um lado, sem compreender o que a resposta dele queria dizer.

— Ultimamente temos sido atacados por muitos grupos de youkais, isso tem nos atrasado. – Ele explicou, vendo a confusão dela.

— Mas sem nenhum motivo? – Rin perguntou, preocupada.

— Nenhum do qual eu esteja a par. – Sesshomaru respondeu, fazendo pouco caso da situação.

— Que estranho...

Após Sesshomaru atualizar sua protegida sobre os últimos acontecimentos, o silêncio recaiu sobre eles mais uma vez, até que o olfato aguçado aguçado do youkai captou o familiar cheiro de terra molhada, embora o tempo tivesse estado seco nas últimas semanas. Ele pisou cautelosamente, sentindo o solo mole sob suas botas.

— Rin, preste aten-

Antes que ele pudesse alertá-la, Rin já estava a caminho de escorregar na lama, o que seria um acontecimento desastroso para o seu quimono.

Sesshomaru a amparou em um piscar de olhos, antes que ela pudesse sofrer tal destino tão cruel.

As mãos do youkai estabilizaram a posição dela, uma segurando seu pulso e a outra apoiando a base de sua coluna.

Rin corou violentamente com a proximidade, embora estivesse infinitamente agradecida pelo salvamento. A região pantanosa fazia o solo escorregadio se não ficasse atenta, mas não foi nem isso nem as mãos de Sesshomaru que prenderam a atenção da menina. Depois de tanto tempo sendo privada de suas viagens, os fenômenos da natureza ao seu redor tendiam a fasciná-la com frequência.

— Nossa, senhor Sesshomaru! – Ela comentou de repente, antes que Sesshomaru pudesse soltá-la. Do ângulo em que ela estava, levemente inclinada nos braços do youkai, Rin tinha uma visão ampla do céu estrelado de uma noite sem nuvens. – Olhe só essas estrelas... Não são lindas?

O youkai apenas fitou o céu em silêncio, a voz da humana distraindo-o o bastante para que se se esquecesse momentaneamente que ainda mantinha suas mãos sobre ela, embora ela não precisasse mais do suporte.

— Kagome me disse que de onde ela vem, as pessoas usam luzes artificiais tão fortes que mal conseguem ver uma estrela no céu. – Contou ela, ainda observando as pequenas luzes à distância, com admiração.

— Você não devia acreditar nas histórias da sacerdotisa. – Sesshomaru aconselhou, imaginando que Rin não tinha mais idade para dar tanto crédito a contos fantasiosos como aquele.

Rin riu levemente.

— Inuyasha diz que é verdade, ele já esteve lá.

— É claro que ele diz. – Respondeu ele, sarcasticamente.

A humana se virou para ele, involuntariamente forçando-o a liberá-la para permitir o movimento.

— Tem razão, senhor, é mesmo difícil de imaginar que algo assim possa acontecer em algum lugar. – Ela aceitou. – Luzes na terra capazes de ofuscar as estrelas do céu...

Eu consigo imaginar, porém, completou ela, em pensamento, observando a face séria do youkai que voltava a observar o céu. Uma beleza na terra capaz de facilmente ofuscar a de qualquer estrela.

— Venha. – Sesshomaru chamou, sinalizando com a cabeça o caminho do qual eles vieram. – Vamos contornar o pântano.

No meio daquela escuridão, embora ele enxergasse perfeitamente bem, seria difícil para a humana ver por onde anda sem repetir acidentes como aquele. A não ser que ele a carregasse durante o percurso, mas ele preferia evitar essa opção por algum motivo, não importando o quão mais prática fosse.

Rin o seguiu prontamente, feliz por sair daquela zona alagada.

O som de seus passos no solo úmido era a única coisa a ser ouvida além do canto dos grilos ocultos na noite. Alguns vagalumes ajudavam a iluminar o caminho.

Sesshomaru observou a humana discretamente pela sua visão periférica, por curiosidade ao vê-la cercada pelos insetos luminosos, lembrando-se de que a Rin que ele conhecera certamente tentaria capturá-los.

Essa Rin, no entanto, apenas admirou seu brilho com um sorriso sutil, de outra forma ignorando-os completamente. Ela realmente não era mais uma criança, embora muitos dos seus traços marcantes permanecessem intactos, intocados pela passagem do tempo.

O jeito como ela sorria, e a forma como ela parecia ser incapaz de parar de falar uma vez que se fixava em um determinado assunto. O apego dela às belezas da natureza como flores e borboletas, as chuvas no meio de dias ensolarados e, consequentemente, os arco-íris que se formavam depois. A forma como ela construía laços facilmente com as pessoas, apesar da vida tê-la dado muitos motivos para desconfiar de estranhos.

Enquanto eles caminhavam, Rin contava alegremente sobre o que fizera nos últimos quase seis meses que eles não se viram. Ela falara da gravidez da taijya, e de como ela estava um pouco chateada de não estar lá para ajudar com o parto que aconteceria a qualquer momento àquela altura. Sobre a rotina simples de Inuyasha e Kagome que brigavam sobre alguma coisa sem importância praticamente todos os dias, mas sempre se perdoavam no fim das contas. Sobre as novas coisas que Kaede ensinara a ela, e como a idosa ainda tinha um arsenal enorme de conhecimentos para transmitir, mesmo depois de todos os anos de aprendizado que Rin havia tido.

Por último, ela falara das visitas de Kohaku, que ficavam cada vez mais espaçadas, tamanha era a frequência que o chamavam para trabalhos de extermínio. Ele havia se tornado extremamente habilidoso e conhecido, contara ela com certo orgulho. Rin narrara sobre as pescas que os dois faziam juntos e como ela era muito melhor que ele naquilo. Sobre o dia em que ela salvara o grande e temido taijya de ser picado por uma cobra peçonhenta quando estava distraído.

Quando ela terminara suas histórias, às quais Sesshomaru ouviu uma por uma em silêncio, a menina tinha um semblante triste em seu rosto e um ritmo desanimado em sua caminhada.

— Rin, qual o problema? – Ele questionou, chamando a atenção dela ao falar pela primeira vez em tanto tempo.

— Nad... – Ela tentou negar, mas desistiu após vê-lo erguer uma sobrancelha para ela, desafiando-a a esconder algo óbvio dele. – É Kohaku... Eu não consegui me despedir dele antes de partir.

Sesshomaru processou as palavras dela por alguns instantes, antes de oferecer:

— Ainda estamos perto para retornar, se desejar esperar mais tempo pelo regresso do exterminador.

— Não! – Ela rapidamente recusou, automaticamente se afastando da ideia de voltar ao vilarejo depois de finalmente ter atingido seu mais almejado objetivo, não importando o quanto o local de sua antiga residência fosse agradável. – Não há necessidade, senhor Sesshomaru. Eu tive tempo mais que o suficiente para fazer minhas despedidas, não há nada mais que eu possa fazer agora.

— Isso realmente parece te incomodar, entretanto. – Ele insistiu.

— Não mais do que me incomodaria ter que esperar mais para retornar aos seus serviços, senhor Sesshomaru.

Sesshomaru reprimiu o impulso de rir. Como se ele tivesse qualquer serviço para ela além de segui-lo por aí e colher flores. Mas se parasse para pensar, ele não estava disposto a abrir mão de quaisquer tarefas que ela se dispusesse a executar, por mais simples que fossem.

— Além do mais, - Ela completou, interrompendo as ponderações do youkai. – No momento, estou com mais saudades do senhor Jaken e Ah-Un.

— Como quiser, então. – Ele acatou, se sentindo aliviado que ela não quisesse retornar.

Por algum motivo, o assunto Kohaku o incomodava mais do que os outros, e a forma como ela falava dele era sempre um pouco diferente do que ele achava que deveria ser, sempre mais doce que o normal, os olhos mais brilhantes do que o normal. Poderia Rin estar apaixonada pelo exterminador, como as meninas humanas da idade dela comumente ficavam?

E, se sim, por que aquilo o incomodava? Ele não fazia ideia, mas a sensação de ver que independente do apreço que ela nutria pelo menino humano, ela não hesitaria em escolher Sesshomaru, era inexplicavelmente satisfatória.

Ele observou novamente o céu estrelado enquanto caminhava, pensativo. As estrelas nunca iriam a lugar nenhum, elas sempre permaneceriam ali, ao lado da lua. Assim como Rin e ele. E nenhuma luz ofuscante era capaz de mudar isso.


Notas Finais


Fanart do capítulo: https://c2.staticflickr.com/9/8357/28560948593_9e9f6f722d_b.jpg

Finalmente tomei vergonha na cara pra voltar com as fanart, principalmente porque eu escrevi esse capítulo com essa cena na mente e tava super afim de desenhar rs
Sei que não aconteceu muita coisa, mas no próximo prometo um pouco mais de treta. Me aguardem ♥


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