História United by chance - O felizes para sempre

“Um dia você vai encontrar alguém que cale fundo no seu peito, que vai entrar sem pedir licença e lá se instalar como se fosse inquilino antigo, que vai desabotoar o seu sorriso como quem desabotoa a sua blusa, que vai te elogiar não por uma obrigação besta de casal, mas por gostar de dizer a verdade pra você.
Um dia você vai encontrar alguém com voz macia que irá te arrancar suspiros a cada sussurro ao pé do ouvido, que te cantará músicas idiotas aos domingos de manhã, as quais você achará tão lindas como qualquer composição de Chico, que irá ler Adélia Prado pra você antes de dormir, que vai velar teu sono enquanto ouve as batidas do teu coração ecoando no silêncio da noite como uma mimosa melodia, que em noite de lua alta vai te levar até a sacada e dizer olhando nos seus olhos que é você quem ele quer pra vida toda.
Um dia você vai encontrar alguém pra compartilhar alegrias e vitórias, mas que também estará lá pra te levantar depois de uma dessas rasteiras que a vida nos dá, alguém que vai te dizer pra seguir em frente quando o resto do mundo for um sinal vermelho te mandando parar.
Um dia você vai encontrar alguém que não vai te entender completamente e que por isso mesmo vai se esforçar ao máximo em se embrenhar nos seus mistérios, nos seus questionamentos mais íntimos.
Um dia você vai encontrar alguém que a queira por inteiro, porque o amor não vive de metades, alguém capaz de te tirar o fôlego com apenas um sorriso bobo ou um galanteio desajeitado.
Um dia você vai encontrar alguém que vai te mostrar que bonito mesmo é o indizível, aquilo que fica entalado na garganta quando os olhos brilham, que um abraço vale mais que mil palavras, que saudade é o nome que se dá quando a gente mora mais no outro do que em nós mesmos.
Mas tenha calma. Se você ainda não encontrou esse alguém, não precisa se desesperar e sair batendo de porta em porta perguntando se alguém viu o amor da sua vida por aí. Ainda há tempo, sempre há.
Às vezes, o melhor da vida acontece entre um café e um bolero de Gardel, entre coincidências e desencontros improvisados. O amor é jazz.”

-Autor Desconhecido.

Flashback on:

“Ouço o portão de garagem abrir e desço para receber o hóspede e dar uma olhadinha na lasanha, quando chego ao final da escada descubro que não é um amigo que veio aqui, é o amigo, cara se eu não tivesse esse costume, provavelmente eu estaria no pescoço desse cara agora, gente é o Firmino, cara ele joga muito, muito mesmo e...

- Iae Fiona – é eu não contei do apilidinho que o David deu pra mim, mas logo vocês entenderam por que. A questão é que, só quando ele me chamou que eu percebi que já deveria estar bastante tempo olhando pro cara – esse é o Roberto, Roberto essa é minha prima Joice.

- Prazer – trocamos dois beijos na bochecha – mas é Fiona ou Joice?

- Prazer. E é Joice, Fiona é só um apelido que esse trouxa me deu. – falo enquanto reviro os olhos fazendo com que Roberto gargalhasse, gente que linda essa gargalhada, foco Joice, foco.

- E eu posso saber por quê? – perguntou com um tom curioso. La vem.

- é que ela é uma ogra, mas eu sei que dentro dela tem uma princesa – não disse? Eu devo ter salgado a santa ceia, pra merecer esse David.

- Miojo? – ele me respondeu com um “oi” – para de ser tão gay e vai levar o Roberto pro quarto dele pelo amor de Deus – David emburrou a cara e subiu com Firmino logo atrás.”

Flashback off:

Senti meu coração bater descontrolado assim que recebi a ligação de Roberto logo pela manhã, apenas um “bom dia” e a vontade arrebatadora de estar com ele me invadiu em cheio, mas meu dia seria corrido demais para me dar o prazer de desfrutar da companhia dele.

“Meu dia”, o dia hoje seria literalmente meu. Após quase dez anos de altos e baixos posso com toda a certeza afirmar que estou ansiosa com o momento em que finalmente serei declarada a senhora Firmino. Lembrar-me de tudo que já passamos juntos me trazia um frio na barriga. Todos os momentos bons e os ruins, toda a nossa vida daria uma novela, uma boa novela posso dizer. No fundo acabo levando os fatos que ocorreram com nós dois como um grande aprendizado. Como nos filmes sabe? “O amor sempre vence no final.” Pois então, nos fim nosso amor superou tudo que nos impedia de sermos felizes, se tornando cada vez mais forte.

Eu pretendia viver cada dia ao lado dele, como se fosse o ultimo, queria aproveitar cada momento, cada segundo, afinal todo esse tempo que ficamos separados para mim foram um dos mais difíceis que já passei. Em nenhum momento esperei me apaixonar por alguém, muito menos por ele. O amigo CASADO do meu primo. Nunca esperei que ele fosse me dar o presente mais lindo e apaixonante da minha vida. Minha Rovena.

Agora irei, finalmente, construir a minha própria família. Com meu marido, minha filha e o pequeno Dominic, meu mais novo filho. Quero ser para eles o que eu não tive quando era criança, quando minha mãe foi embora de casa, lembro que eu, meu pai e meu irmão sofremos muito, ficamos sem chão, sem saber o que fazer, até finalmente nos acostumarmos que teríamos apenas uns aos outros. Eu tive tanta raiva e rancor dela que não gostava nem que as pessoas falacem no nome dela, mas hoje, depois de tanto tempo, quero poder começar uma vida nova, sem magoas, sem rancor. Não preciso mais disso, na verdade nunca precisei e quero acabar de uma vez por todas com isso.

- Jane? – chamei pela organizadora da cerimônia. – pode me fazer um favor?

- Claro querida. – sorriu.

Chama a Márcia para mim? – concordou e saiu pela porta. As madrinhas se olharam entre si e deram uma desculpa qualquer, saindo logo atrás de Jane. Poucos minutos depois Márcia passou pela porta.

- Pediu que me chamasse querida.

- Sim. – sorri. – Quero conversar com a senhora. – concordou. Continuei sentada e ela se sentou à minha frente. – Quando a senhora foi embora, as coisas foram bem difíceis, mesmo tendo o papai e o Victor, eu senti muita falta de um exemplo feminino ao meu lado. Eu estava apenas entrando na adolescência, era uma fase totalmente nova para mim, e eu precisava muito da minha mãe comigo. Todas as vezes em que alguém vinha me perguntar de você o coração doía e eu sentia tanta raiva que brigava com qualquer pessoa que falasse seu nome. – a vi abaixar a cabeça. Levei a mão até seu queixo e o ergui. – quando você me ligou, eu fiquei assustada, não sabia ter uma reação boa, mas agora, eu te quero perto de mim, perto da minha família, da minha filha. Eu não sinto mais nada de ruim, a única coisa que eu sinto é que preciso da senhora. Porque, em pouco tempo a senhora conseguiu me reconquistar novamente, conseguiu fazer com que eu me sentisse bem estando ao seu lado e eu sinto que não preciso mais guardar rancor. – ela me olhou sorrindo e se levantou me seguindo. – EU TE AMO, MAMÃE! – a abracei apertado e ela retribuiu da mesma forma.

- Eu também te amo, minha filha.

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- Joice? – Belle entrou na sala aonde eu me arrumava. – tenho um pedido do Beto. – a olhei desconfiada. Ela sorriu. – Vem comigo. – ergueu a mãe me minha direção, à segurei e caminhei junto a ela por alguns corredores até chegarmos a um jardim. – Fecha os olhos. – a obedeci ainda desconfiada. Ela me guiou e paramos ao lado do de pareciam duas paredes. – Não abre os olhos, pelo amor de Deus. – sorri concordando. Em questão de segundos senti a mão grande de Roberto segurar a minha.

- Acho que temos que fazer uma coisa que será essencial para que nossa cerimônia dê certo. VAMOS REZAR! – senti meu coração bater descontroladamente assim que ouvi suas palavras. Ergui uma de minhas mãos e respirei fundo.

- “Senhor, fazei com que compartilhemos a vida como verdadeiro casal, esposo e esposa; que saibamos dar um ao outro o que temos de melhor em nós, no corpo e no espírito;
que nos aceitemos e nos amemos como somos, com as riquezas e limitações que temos. Cresçamos juntos, sendo caminho um para o outro; saibamos carregar o fardo um do outro, encorajando-nos a crescer sempre no mútuo amor. Sejamos tudo um para o outro: nossos melhores pensamentos, nossas melhores ações, nosso melhor tempo e nossas melhores atenções. Encontremos um no outro a melhor companhia. Senhor, o amor que vivemos seja a grande experiência do Vosso amor. Cresça, Senhor, em nós, a mútua admiração e atração, a ponto de nos tornarmos um só: no pensar, no agir e no conviver. Para que isto aconteça, estejais Vós entre nós. Seremos então, eternos enamorados.”

- Que possamos juntos construir uma família abençoada e cheia de amor, crescer espiritualmente e sentimentalmente. Buscar um no outro aquilo que nos fortalecerá. Que além de marido e mulher, possamos ser amigos. Que possamos aprender cada vez mais com nosso amor, viver de forma que possamos ensinar aos nossos filhos tudo de mais bonitos que já vivemos até aqui. Que em nossa vida nunca nos falte, amor, carinho, compaixão, serenidade, FÉ, confiança, esperança e muitas vitórias. – meu coração parecia querer saltar pela boca assim que terminei de falar.

- AMÉM. – Dissemos juntos. Belle voltou e pegou na minha mão. Caminhamos alguns segundos e ela disse que eu podia abrir os olhos. Mas estava tudo escuro, não enxergava absolutamente nada.

- Belle? – chamei enquanto procurava por um interruptor. Mas antes que eu o achasse um pequeno facho de luz apareceu no meu campo de visão. E nele surgiu Antônia. Suspirei aliviada. Aos poucos mais velas apareciam e minha amigas e madrinhas surgiam logo atrás.

- Eu me lembro de cada momento que vivi ao seu lado, cada conversar, conselhos. Cada festa, farra, segredos compartilhados. Nos conhecemos desde a adolescência, e você se tornou a minha melhor amiga com uma facilidade incrível. Eu te amo! – Paloma foi a primeira a dizer.

- Quando nos conhecemos eu te achei uma patricinha. – a Japa riu – mas depois eu não acreditei na ogra que você é. Você é uma garota incrível, cheia de carisma e com uma mentalidade forte. Uma amiga verdadeira, que todos sabemos que podemos procurar a qualquer momento e você estará lá. Eu te amo!

- Eu nunca pensei que fosse me tornar amiga de alguém aqui em Paris, mas quando você chegou eu vi uma companheira, uma irmã, uma filha, uma amiga e até mesmo uma mãe. Cuidou de mim em todos os momentos e estava lá para os meus filhos. Eu te amo!

- Eu nunca vou me esquecer daquele primeiro dia na faculdade. – Theo gargalhou. – Só você mesmo para esquecer todas as suas canetas, quando você mais iria precisar delas.

- Lembro-me do seu sussurro pedindo pelo amor de Deus para que lhe emprestássemos as benditas canetas. Seu desespero ao ver o professor passar pela porta, seu jeito desajeitado fez tudo cair no chão.

- Nesse momento sabíamos que você seria a garota ideal para estar conosco para toda a vida.

- Nous Vous Aimons! (Nós te amamos!) – Tônia e Theo.

- Nós no conhecemos desde os seis anos de idade, meu Deus, é muito tempo pra te aguentar. – Tina disse me fazendo gargalhar. – Você foi tudo pra mim nesse tempo, eu sinceramente não sei o que seria de mim sem você. Eu te amo! – Tina

- Já brigamos, nos xingamos, nos reconciliamos, ficamos bêbadas juntas entre outras loucuras. Temos muitas histórias para contar. Mas te ver hoje, de branco, pronta para ir para o altar, me dá tanto orgulho de você. Por tudo que você passou. Você merece isso e muita mais. Eu te amo! – Ronnie. Nos abraçamos em conjunto, um abraço apertado e cheio de carinho.

- Eu também amo todas vocês.

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(Coloquem a musica)

Finalmente a hora havia chego, as madrinhas e os padrinhos já estavam posicionados em frente a porta da igreja. Roberto já havia entrado, estava ansiosa para poder vê-lo. Ansiosa e nervosa. Meu coração parecia querer fugir de mim, eu estava finalmente ali, em frente a igreja aonde estava sendo realizado o meu casamento. Um por um os casais de padrinho iam passando pela porta rumo ao altar. Minha respiração estava funda e falha. Assim que os últimos padrinhos entraram eu parei em frente a porta. Lá de fora eu pude ver o pequeno Dominic no colo da avó, vestindo seu pequeno terno, com um sorriso estonteante no rosto. Ao lado deles estava Rovena com seu vestido lilás, segurava na mão de Dom e conversava com ele. E mais a frente estava ele, meu futuro marido, ele já olhava para cá a um tempo, vestido em seu terno preto, perfeitamente alinhado, estava lindo e encantador. E ainda melhor, era meu.

P.O.V DO ROBERTO:

Eu estava com os nervos a flor da pela, minha mãe já estava encafifada por eu não conseguir parar quieto um minuto se quer, mas eu via todos entrarem na igreja e nada dela. Mil e uma coisas se passavam pela minha cabeça. Será que ela havia desistido? Tinha problemas? Porque demorar tanto? Meu pai tentava me acalmar dizendo a famosa frase de casamentos: “A noiva sempre atrasa”, mas não estava ajudando. Eu já estava a ponto de ir busca-la seja lá onde fosse, quando as portas da igreja se abriram e ela surgiu em meu campo de visão.

Estava linda naquele vestido, estava estonteante. Eu não conseguia nem piscar, nem fechar a boca, se possível nem respirar. Tudo o que eu fazia era olha-la, admirá-la. De todas as formas em que imaginei esse momento, sem sombra de duvidas essa nem passou pela minha cabeça. Nunca imaginei que ela pudesse está tão radiante. Seu cabelo caia sobre seu ombro e seu véu estava jogado para trás, dando um contraste perfeito entre o branco e o preto de seus cabelos.

A vi sorrir e foi como se meu corpo todo entrasse em chamas, meu sorriso apareceu quase que instantaneamente ao vê-la caminhando ao lado de Jair e do Ibra. Eu sabia o quando importantes eles eram para ela, e estava feliz por ela conseguir encaixar todos os dois nesse momento. No nosso momento. Assim que ela chegou até mim, cumprimentei seus pais e segurei finalmente em sua mão, deixando um beijo ali, mesmo que por cima da luva. Trouxe-a mais para perto de mim e deixei um beijo em sua testa. Nos ajoelhamos diante do padre que começou a cerimônia.

- Senhoras e senhores, estamos aqui hoje para celebrar a união de... – a vi interromper a cerimônia e pedir alguns minutos ao padre, ele claro, concedeu e ela pegou um pequeno papel nas mãos de Valentina.

- Eu sei que não é costumeiro fazer votos em casamentos atualmente, mas eu senti uma vontade imensa de lhe dizer algumas palavras. – concordei. – Eu tentei de todas as formas não me apaixonar, tentei mesmo. E quando aconteceu eu tentei não acreditar, tentei fugir desse sentimento. Mas no fim eu falhei em ambas as coisas. O que pra mim era uma catástrofe, era um sentimento tão novo, me deixava desesperada para fugir. Mas não consegui. Então eu decidi que tentaria viver sem você, sem poder te ver, te tocar. Mas isso não passou de planos, sempre ao te olhar, eu percebia que nós dois não tínhamos futuro longe um do outro, que não poderíamos viver tão distante. Só que o destino não colaborou em nada conosco. Apesar de que isso não nos impediu de nada, de estarmos aqui hoje. Eu amo você, de um jeito tosco. Mas eu amo você. Como o Shrek ama a Fiona. Como a Fera ama a Bela e mesmo isso soando tão brega e sentimental, eu digo isso com toda a minha sinceridade. Eu amo você com todo o meu amor. E hoje, olhando a forma como nos envolvemos posso dizer: Fomos Unidos Pelo Acaso. Eu quero construir ao seu lado a família mais linda do mundo, junto com você, o Dom, a Rô e nosso mais novo membro. – a vi colocar a mãe sobre o ventre e sorrir para mim. Meus olhos não acreditavam no que estavam vendo.

- você está falando sério? – concordou. Coloquei minha mão sobre a sua sentindo algumas lagrimas descendo pelo rosto. Eu sou o homem mais feliz do universo.

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- Joice e Roberto, viestes aqui para unir-vos em matrimônio. Por isso, eu vos pergunto perante a Igreja: é de livre e espontânea vontade que o fazeis?

- Sim!

- Abraçando o matrimônio, ides prometer amor e fidelidade um ao outro. É por toda a vida que o prometeis?

- Sim!

- Estais dispostos a receber com amor os filhos que Deus vos confiar, educando-os no amor de Cristo e da Igreja?

- Sim! – Rovena levantou do banco trazendo em uma pequena almofada um par de alianças douradas.

-Eu, Roberto, te recebo, Joice, por minha esposa, e te prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias de minha vida. – disse enquanto colocava a aliança no dedo dela.

Eu, Joice, te recebo Roberto, por meu esposo, e te prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias de minha vida. – repetiu o meu ato, colocando a aliança em meu dedo.

- Com o poder que me é concedido, eu vos declaro marido e mulher. O noivo já pode beijar a noiva. – a puxei pela cintura e olhei dentro de seus olhos colando nossos lábios logo em seguida. Saímos da igreja sob os grãos de arroz que nos eram jogados. Enfim estávamos casados e viveríamos feliz eternamente. E como Joice disse minutos atrás: fomos United By Chance.