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História United by chance - Gostinho de vingança


Escrita por: SraM1kaelson

Notas do Autor


Olá meninas! Como estão?
Eu juro que pretendia postar na terça, porém tive uma dor absurda no ouvido e não consegui terminar o capítulo antes. Passei os últimos três dias péssima, e hoje (no caso ontem, quinta) tive uma melhora, aproveitando também que não tem aula hoje terminei.
Gloria a Deux!
Comentem bastante!

°°°°°°°AVISO QUE HÁ CENAS PESADAS NESSE CAPÍTULO°°°°°°°

Espero que gostem.
Boa leitura!

Capítulo 26 - Gostinho de vingança


Fanfic / Fanfiction United by chance - Gostinho de vingança

PVO. Megan Scott

 

A morena me sorri colocando as mãos na cintura franzindo o nariz. Seu avental sujo com farinha, minha mãe nunca foi uma pessoa que surtava quando se sujava, ela sempre amou o jeito em que ficava quando melava-se de farinha. Nunca foi organizada, ao extremo, e nem se importava se estava ou não suja ao atender a porta. Ela se aproxima de mim, me abraçando e em seguida beijando minha cabeça. O seu perfume doce invade minhas narinas, sorriu, sempre o mesmo perfume de flores. Suas mãos fazendo carinho em meus cabelos. Tinha me esquecido do seu jeito doce e carinhoso.

– Eu, finalmente, acabei de fazer os biscoitos. –Falou se afastando de mim, fico desapontada por ela me soltar. Queria nunca me soltar de seus abraços calorosos, sinto tanto a falta dela. Sigo a mulher com os olhos pegando um biscoito e escondendo-o nas costas– Escuta aqui mocinha se rir do jeito em que eles ficaram vou te deixar sem sobremesa por dois dias! –Eu sorri assentindo, ela mostra o biscoito que escondia

O biscoito não tinha uma forma normal que um biscoito deveria ter, pois esse não tinha uma forma redonda. Sabe quando quebramos o ovo em uma frigideira e ele fica todo espetado, é exatamente assim que está seu biscoito de chocolate. Pressiono os meus lábios um contra o outro reprimindo a vontade de rir de seus biscoitos totalmente estranhos.

– Parece um ovo estalado –Falei, ela solta uma gargalhada

E fora só aí que percebi que já vivi isso. Já tinha acontecido isso. Foi duas semanas antes dela ser possuída. Olho tudo à minha volta de novo, estou no meu quarto com bonecas espalhadas pelo chão. Esse foi um dos melhores momentos em que vivi com minha mãe, fizemos biscoitos e brincamos a tarde toda. O momento em que mais vivia antes de dormir depois do acontecido. O seu sorriso contagiante, suas risadas altas e sua maneira de menina que sempre vinha para brincar comigo. Sinto meu coração apertar ao lembrar o que aconteceu depois de alguns dias. Sempre dizemos uma para outra o quanto nos amávamos. Antes de dormir ela e meu pai vinham em meu quarto para me dar boa noite e antes de saírem do quarto ouvi-a eles dizerem em uníssono “eu te amo”. O que mais me doeu é que meu pai depois da morte dela não conseguia fazer o que todo dia fazia com a esposa.

Minha mãe morde o biscoito que está em uma mão, enquanto a outra mão arruma de uma maneira falhada os cabelos arrepiados da boneca. Sua cabeça virada levemente para o lado, ela franziu os lábios ao perceber que estava piorando o estado do cabelo. Sorriu. Não sei o que está acontecendo, nem o porquê d’eu está aqui, mas sei que não vou desperdiçar nenhum segundo sem estar abraçada com a mulher que tanto amo e que tanto fez falta na minha vida. Sento do seu lado e abraço-a forte.

– Eu senti tanto a sua falta, não sabe o quanto foi difícil crescer sem você. Sem seus abraços, sem seus carinhos, sem escutar o seu “eu te amo” antes de dormir. –Não consegui segurar as lágrimas, sinto sua mão alisando meus cabelos– Eu te amo, mãe. Queria que isso tudo fosse real e você pudesse conhecer Caroline.

– Ora querida, eu só sair por 10 minutos. Quem é Caroline? Sua nova amiga? Você não me falou dela, não me lembro. –Afastei nossos corpos, e fitou seu rosto– Está tudo bem? –Assenti– Eu te amo tanto, tanto, tanto, tanto –Fala beijando minha bochecha a cada tanto que diz, seus dedos secam minhas lágrimas– Quer provar o biscoito com formato de ovo estalado?

– Quero! –Respondi rindo, ela estica o braço para trás pegando um biscoito na bandeja em cima da cama e me entregando, mordi

Apesar de ter um formato muito estranho e de parecer queimado o biscoito estava delicioso. Um sabor único que só ela consegue fazer. Talvez feito acidentalmente, mas só ela sabe fazer. Saboreio o biscoito com ela me fazendo cafuné, e então quando pisco os olhos e o cenário muda completamente. Estou agora sentada de frente para a árvore de natal, vestida com um pijama rosinha. Minha mãe aparece na porta e cruza os braços ao me ver.

– Acordou antes de todos apenas para abrir os presentes? –Ela me questiona, há algumas caixas de brinquedos aberta aos meus pés– Marcus você viu isso? –Mãe fala olhando para trás e meu pai surge e minhas lágrimas também

Meu pai sorriu ao ver a cena e sentou-se ao meu lado me dando um abraço, pois estou chorando descontroladamente. A sensação de estar em paz comigo mesma finalmente chega à minha alma. Meus pais estão aqui na minha frente, de verdade, sorrindo e me tocando. Não é um sonho.

Então eu... morri.

– Você fez a Meganzinha chorar. Meu amor, está tudo bem, a mamãe não quis brigar com você. –Ele sussurra em meu ouvido, acariciando meus cabelos

– Eu te amo tanto que acho que vou explodir de tanto amor. –Eu digo aos prantos

– Eu também te amo, minha princesinha. Nada de mau vai acontecer com você. Papai está aqui, está tudo bem agora.

Doeu. Doeu muito, ele não sabe o que acontece depois de alguns anos e ele por mais que tentasse não conseguiu me livrar do mal da perda. Mesmo assim Marcos Scott fez todo o possível e me amou muito. Meu herói.

– Ah meu anjinho, não fica triste, mamãe não brigou com você. –Senti os beijos da mulher em minha bochecha e então ela balança perto de mim o boneco do Scooby

Eu tinha 5 anos. O primeiro natal em que a casa ficou completamente cheia de decorações natalinas. A árvore de natal era gigantesca. Ganhei muitos presentes e brinquei com os meus pais o dia todo e também assistimos vários filmes. Foi a primeira vez em que me senti amada ao extremo. Eles não brigaram, eu não chorei por causa do joelho ralado, vimos um coral se apresentar antes de voltar para a casa e assistir mais filmes bebendo chocolate quente.

E então pisco, meus pais somem, as decorações e a grande árvore também. Enxergo o teto do hospital com a luz bem em cima de mim. Uma mão que repousava em minha testa sai. Me sento na cama. Não, não, não. Aquilo não poderia ser um sonho, não pode!

– Mãe? –Chamo-a mesmo sabendo que ela não vai responder. Estou em uma sala com três pessoas deitadas em um tipo de maca com lençóis os cobrindo, todas as três parecem… mortas. Olho para o meu lado, um homem de sobretudo marrom me observando como se fosse algum tipo de ser estranho com poderes especiais a espera de soltar arco-íris dos dedos, ou sei lá– Quem é você? –Pergunto, confusa

Minha voz está normal. Como a muito tempo não estava. Até tinha me esquecido de como soava. Minhas mãos também estão normais, como se nunca tivesse estado em uma tremedeira infinita. Estou curada?

– Sou Castiel, o anjo do Senhor –Responde da forma mais natural, como se fosse normal se intitula anjo do Senhor. Franzo a testa o encarando. Dean havia me dito quando nos reencontramos em NY, que foi salvo do inferno por um anjo chamado Castiel.

Por que o anjo que tirou Dean do inferno está na sala onde se colocam os mortos, e o que diabos eu faço aqui?

– Por que está aqui?

– Caroline me pediu para salvar sua vida.

– Minha filha? –Ele assente– Ela... sabe que eu estava... –Paro não conseguindo terminar a frase

Além das nossas respirações, escuto o som do meu coração batendo rápido cheio de dúvidas. Eu morri e ele me salvou? Oh, então não verei meus pais novamente.

– Estava morta não foi? –Ele assente. Meu corpo se arrepia e não tenho certeza se é por causa da temperatura da sala. Respiro fundo tentando digerir tudo o que aconteceu

Eu tomei a sopa e passei mal. Morri e vi meus pais em algum tipo de visão. Voltei porque Caroline pediu para Castiel me trouxesse de volta. E... coloquei a mão na barriga, senti o medo dominar meu corpo. Encarei o anjo que apenas fica parado me olhando.

– Você está bem? –Ele pergunta

– Eu perdi meu filho? –Minha respiração está descontrolada

– Não consegui senti-lo em você. E também não seria possível trazer o pequeno humano de volta.

Assenti com lagrima nos olhos e o coração despedaçado. Eu perdi uma parte de mim que não há como trazer de volta. Cruzo meus braços a fim de parar o frio que sinto, o lugar está em uma temperatura muito baixa. E também estou vestindo uma roupa de hospital, como poderei me esquentar assim? Castiel apenas fica me observando. Ele é estranho. Pelo que o Sam e Dean falaram os anjos são extremamente inocentes.

– Nunca viu ninguém com frio antes? –Pergunto

– Já vi sim. Vi vocês descobrindo o fogo e ficando felizes o adorando. Por que vocês gostam tanto de adorar fogo? –Ergo uma sobrancelha

– O que?

Ele fica em silêncio.

– Tenho que te tirar daqui. Precisamos encontrar o Dean. –Eu concordo balançando a cabeça

– Ou vou morrer de frio –Falei

– Você não vai morrer de frio. Humanos não morrem de frio nessa temperatura.

– Posso pegar uma pneumonia e morrer, sim.

– Isso duraria dias. –Reviro os olhos

– É só uma expressão, Castiel. Uma maneira de falar, não quer dizer que vamos realmente morrer de frio. Mas é possível.

Pulo da maca, gemo baixinho ao pisar no chão gelado. Castiel pegou uns papéis que estavam na ponta. Paro ao seu lado para ler o que diz. É o meu óbito. Nele diz que eu morri envenenada, o que me fez ter uma hemorragia e perder o bebê. Fui envenenada?

– Aqui diz que fui assassinada. Alguém tentou me matar aqui dentro do hospital. –Falo para o anjo

– É o que está escrito aqui. –Ele diz o óbvio

– Castiel, alguém me matou e com certeza essa pessoa ou coisa pode ir atrás dos Winchesters.

– Porque diz isso?

– Porque estou com uma sensação ruim no peito. Sei lá, como se sentisse que eles estão correndo perigo. Principalmente o Dean. Ele deve estar arrasado agora. Frágil, uma presa fácil. Sem contar que fizeram muitos inimigos durante os anos. E também, eu nem sei porque alguém queira me matar, a não ser ferir os Winchesters e fazer, sei lá, uma vingança por algo que eles fizeram. –Digo, terminando com minha teoria

Castiel me encara.

– Estou morrendo de frio, me empresta seu sobretudo.

– Você não está morrend....

– Eu sei. Anda logo, Castiel! –Apreço ele, o frio está piorando está quase insuportável. Castiel me entrega seu sobretudo sem questionar, visto-o ficou um pouco grande nas mãos, sou pequena comparada a ele. Me dirijo a porta do lugar. Está trancada. Castiel se aproxima e quebrar a maçaneta abrindo a porta– Obrigada.

Ando pelos corredores do hospital sem saber para onde estou indo, Castiel atrás de mim. Chego em uma recepção e perguntei se alguém viu o Dean, dou a descrição dele. A mulher nega. Pego no braço de Castiel o aproximando de mim, olho o anjo de olhos azuis vivos. Eu estou apavorada.

– Cass, você sabe onde está o Dean agora? –Pergunto– Quando você veio para o hospital, o viu?

– Apareci direto no lugar onde você estava morta. Faz muito tempo que não consigo sentir o Dean. –Suspiro frustrada

– Precisamos achá-lo. –Voltei a andar, puxando o anjo junto comigo– Quanto tempo faz em que estava morta?

– 7 horas.

Paro bruscamente sentindo a sensação ruim crescer ainda mais. São sete horas dada como morta. Sete horas em que o meu Dean está sofrendo a minha morte. Muitas horas em que ele está sozinho.

Continuamos a andar pelo hospital e nenhum sinal do Dean. Não sei se ainda é possível ele estar por aqui, mas não custa tentar. Posso dizer que me encontro em um ponto de quase desespero. Castiel continua em silêncio, ele não fala nada, segundo o anjo está tentando sentir o Winchester mais velho, porém não consegue e ele está confuso. Um ser celestial que presenciou a criação está confuso sobre não conseguir sentir o Dean. O medo me invade e minhas pernas formigam, acho que irei pirar. Depois de abordar a 7º enfermeira, ela me diz que viu alguém nas descrições do Dean no quarto onde eu estava, a algumas horas atrás. A mulher franziu o cenho para mim, ela não era as que me acompanhavam diariamente, mas de vez em outra a via pelo hospital. Me esquivei dela antes que uma confusão maior se instale.

O quarto está vazio e revirado, parece que ocorreu alguma luta por aqui. Castiel vai em direção ao banheiro para averiguar. Sangue, há sangue no chão. Encontrei o celular do Dean embaixo da cama, assim que o peguei o aparelho tocou a música anunciando a chamada de Sam.

Dean? –Sam pergunta assim que atendo

– Não, Sam, é a Megan. –Digo sentindo um calafrio

Puta merda!? Mas... O que está acontecendo aqui? –Ele diz confuso

– Olhe, preste bem atenção. Castiel me trouxe de volta, passei sete horas morta. Dean sumiu do hospital e o quarto onde estávamos está todo revirado.

Eu sei. Estou o procurando faz duas horas! –Engoli em seco– Ele me disse que iria buscar umas coisas no quarto e eu fiquei o esperando no estacionamento e como estava demorando desconfiei. Eu não sei onde ele está e sinto que tem algo muito estranho, principalmente porque você foi envenenada.

– É sangue de metamorfo. –Castiel balbucia depois de cheirar o sangue

– Como assim metamorfo? –Estou mais confusa que antes. Digo ao Sam o que Castiel descobriu e ele xinga

Faz todo sentido agora! Sabia que aquela infeliz estava sendo prestativa demais para uma enfermeira! –Ele solta, ofegante, deve estar correndo– Megan, vou procura-lo nos andares aqui embaixo e você ai em cima com Castiel. Qualquer coisa me liga. E tome cuidado, estamos caçando dois metamorfos.

– Dois? –Pergunto– Mas... como é que...

Não temos tempo, Megan! –E encerrou a chamada

 

Tempo é tudo o que não temos. Estou igual uma louca procurando o Dean em todos os quartos de todos os corredores da porra desse hospital que me parece cada vez maior. Congelo ao parar em frente à porta onde ele está deitado amarrado e ainda se remexe tentando soltar-se. Suspiro aliviada por não o encontrar morto. Depois de muito procurar finalmente o achei. Liguei de imediato para o Sam e lhe disse onde estávamos. Minha respiração está ofegante, esperei um pouco e observei a sala e me parece vazia. Castiel seguiu adiante, disse ter visto alguma coisa. Abri a porta e corri de encontro ao caçador imóvel.

Seus olhos se arregalam ao me ver. Vejo a confusão em suas esmeraldas e então ele faz o que eu não esperava, me grita me acusando de ser o metamorfo. Começou a se remexer enquanto eu tentava tirar suas amarras, ele está cego de dor, só consigo afrouxar um pouco pois ele não me deixa encostar nele.

– Dean, sou eu. Sua Megan, não o metamorfo. –Digo tocando seu braço, mas ele não para

– Não toque em mim seu monstro maldito! –Exclama com todo ódio– Não vou cair nessa. Vou te matar por você está usando ela desse jeito. Ouviu? Vou te matar!

Segurei seu rosto com minhas mãos, mesmo assim ele não se rendeu e não se renderia. O forcei a parar de balançar a cabeça e me olhar e me reconhecer, porém é difícil depois de tudo que ele passou, me sinto mal por isso. Colei os nossos lábios, Dean se manteve firme, mas enfim se rendeu para mim. Quando achei que tudo estaria bem senti sua mão em minha nuca e sem demorar mais puxar meus cabelos e me afastar de seu rosto. A mão em que eu tinha afrouxado a amarrada está livre.

– Eu vou te matar da maneira mais lenta e dolorosa possível. –Ele rugiu, a raiva consumindo tudo

Segurei a mão dele que puxa cada vez mais meus cabelos, a dor aguda quase me faz socar a cara dele, mas me segurei. Girei o braço dele lhe causando dor mesmo assim ele não me solta, está possesso. Forço mais e mais, estou forçando demais não quero o ferir mais do que já fiz, porém se isso o fizer despertar dessa cegueira irei fazer. Ele desiste quando chego ao seu limite e estou prestes a deslocar seu braço e, enfim, solta-me.

– Idiota! –Digo próxima ao seu rosto o obrigando a olhar em meus olhos– Castiel me trouxe de volta, porque Caroline o pediu. Sam está louco lhe procurando, e eu tentando lhe ajudar e você vem agir igual a um cego!

Ele não fala nada apenas fica me olhando. Estudando meu rosto, pelo menos desistiu de se soltar do meu aperto, se ele se mover demais irá deslocar o próprio braço. Me estico por cima dele e solto a outra amarra com dificuldade, pelo menos agora ele está quieto. Sei que ainda não acredita que sou eu, ainda. Dou passos para trás me afastando dele, o caçador se senta e desamarra apressado os pés presos. Pego a pequena faca de prata em cima de uma pequena bancada, chamo-o e quando tenho sua atenção faço um corte meu braço lhe provando de uma vez que sou eu.

Seu olhar muda. Não consigo decifrar suas emoções. Ele desce da maca e vem devagar ao meu encontro, está ferido para poder se apressar, há alguns cortes distribuídos pelo seu corpo, uns mais profundos que outros. Engoli em seco ao vê-lo nesse estado. Dean para na minha frente, me encarando profundamente, passa os dedos em meu rosto. Fecho os olhos sentindo seu contato.

– Ainda bem que voltou para mim. –Ele sussurrou, a voz grave fez-me arrepiar por completo

Eu sorri para o loiro, abri os olhos e o mesmo me sorri.

E então escutamos palmas. Viramos para onde o som vinha, a enfermeira que mais me parecera simpática dentre esses meses está aplaudindo e aos seus pés está um Sam desacordado. O corpo do loiro ficou tenso. Dean fez menção em ir até a monstra, mas ela o impediu ao puxar o Winchester mais novo pelos cabelos e colocar uma faca em seu pescoço.

– Eu não faria isso se fosse você, Dean. –Ela disse e aproveitou esse momento para colocar o Sam na maca onde acabei de tirar o outro– Vejo que você é mais complicada de morrer do que imaginei, Megan. Oficialmente, você é uma Winchester. É só trocar uns beijinhos que ganha esse poder ou tem que casar mesmo? Estou confusa.

– Posso te ajudar nessa dúvida, querida, eu te mato e caso você não volte comprovamos que a teoria está errada.

– E quem vai me dar o beijo? –Ela me olha dos pés à cabeça– Hum... Gostaria que fosse você, mas sei que o bonitão não me deixará chegar perto. O que nos leva ao precioso Sam Winchester. –Seus dedos alisam o rosto do moreno desacordado, mesmo assim ela está com sua atenção voltada para nós dois. A monstra se inclina e lambe os lábios do homem desacordado

– Você vai se arrepender disso. –Dean rosna para ela

Procuro algo para usar contra a enfermeira, pego discretamente a faca que usei antes para provar ao Dean que eu não era um monstro. Seguro sua mão e trago para trás de mim dando a ele o objeto, ele distraí a monstra que está muito satisfeita em nos ver quietos. Mas não por muito tempo.

– Sabe do que eu não vou me arrepender, Dean? De ter matado sua preciosa. Dessa vez vai ser rápido, estou sem paciência. Devo dizer que foi divertido te ver morrer lentamente, Megan, e ver o grandioso Winchester sofrendo por isso. E ainda foi pouco! Esses caçadores filhos da puta mataram toda minha família. Fui a única que sobreviveu aos ataques deles! –Ela puxa o cabelo do Sam– Vou te comer, –Aponta para mim e depois para o Sam– e comer o seu irmãozinho, o Dean depois e pra sobremesa a filhinha de vocês. Tão doce a pequena Caroline! –Temi por minha filha ser pequena e não saber desse tipo de monstro que vive nesse mundo– Ela confia no papai né? Pois vai ser o papai que ela tanto ama que vai comê-la enquanto ela grita e implora por piedade. –Ela rir

– Sua vagabunda, vai se arrepender do que está falando! –A voz grossa e autoritária do loiro ecoa pela sala

– Tem certeza? Olha só em quem não pode se aproximar. É horrível está nessa posição, não é? –Ela faz um corte no ombro do Sam, o sangue começa a descer, a língua dela passa pelo corte sugando o líquido vermelho

– Não sei se vai conseguir comer três de uma vez –Falo, tentando prender a atenção dela para não machucar mais o Sam– Mas sei que você vai morrer antes de tentar comer o primeiro, e eu é quem vou te matar.

Ela sorriu diabólica. Suas mãos continuam no Sam, não podemos agir ou ela irá enfiar a faca nele. Passo as mãos pelo sobretudo procurando alguma arma, Castiel é um anjo e com certeza deve ter uma. E realmente ele tem. Seguro, o que acredito ser uma espada, sem demonstrar o que estou fazendo, por dentro do sobretudo. Agora é só distrair e depois atacar.

– Duvido. Antes disso eu mato um Winchester. Você ou ele não faz diferença

– O que te faz pensar que sou uma Winchester?

– Ué, você não é casada com Dean? –Riu do que ela fala

– Não, não sou casada. Mas que mal informada você em.

– Isso não pode ser verdade. Ele afirmou que você era a mulher dele. –Dessa vez Dean quem riu– Mentindo Dean? Sua mãe não te ensinou que mentir dá cadeia? –Suas mãos alisam o cabelo do Sam, que continua desacordado. Ainda consigo ver seu peito subindo e descendo confirmando para nós que o mesmo está vivo– Falta pouco para ele morrer, e então você é a próxima. E dessa vez vai ser de vez.

Ela se distrai, o loiro chutou a pequena mesa cheia utensílios de cirurgia fazendo-a pular para o lado desviando, resultando nela se afastando do Sam. Antes que ela pudesse reagir para atacar o moreno, Dean lança em sua direção a faca que eu tinha lhe dado acertando o ombro esquerdo dela. Puxei a espada, cortei a corda que amarra uma mão do moreno fraco. Ela consegue tirar a faca e joga em minha direção, mas desvio e antes que eu perceba ela se joga em cima de mim, me imobilizando no chão e atirando para longe a espada do Castiel. Seu olhar de fúria querendo mais uma vez me matar. Ela aperta meu pescoço com toda a força que tem, o ar me escapa e tento a todo custo tirá-la de cima de mim, mas não é fácil. Então, Dean dá uma cadeirada nela jogando-a com força para trás. Puxo todo o ar que consigo quando ela me solta. Ele avança, mas para de repente. Minhas mãos vão automaticamente no meu pescoço, ela quase me matou de novo.

Olho para o caçador parado fitando a monstra cheio de fúria, como nunca vi antes. Então ela toma a minha atenção. Meu corpo congela, e mesmo não tendo algum tipo de vento aqui fico toda arrepiada, paralisada. É inacreditável o que está acontecendo.

O sorriso diabólico dela aumenta ao nos ver sem reação. A faca está cravada no pescoço do Sam saindo algumas gotas de sangue e na sua outra mão livre ela balança uma pequena bolsa transparente com um micro bebê dentro. Um simples feto de três meses. Meu filho. Essa desgraçada colocou meu bebê dentro de um saco! Uma porcaria de saco como se fosse nada!

– Eu iria comê-lo quando vocês estivessem sem forças, mas sei que não vai ser assim. Como eu disse antes, irei comer um Winchester de qualquer jeito.

A enfermeira o tirou de dentro da bolsa pelo resto do cordão umbilical e o deixa suspenso, abre a boca, Dean tentar ir até a desgraçada e impedir, entretanto, ela enfia mais a faca do Sam. Eu o anteparei segurando sua mão tremula. Não tenho forças para me levantar. Ela sorriu ao ver que chegou no ponto que queria, nós dois em desespero sem poder fazer nada. É a vida do Sam em jogo. Ela nos ameaça mais uma vez, e lentamente meu bebê vai descendo para a boca da desgraçada. Seguro o grito de dor quando o ouço ser mastigado por ela. O loiro aperta minha mão, e o vejo desviar o olhar por uns segundos.

Ela comeu um pedaço meu.

Meu bebê se foi.

E por um monstro.

– Uma delícia. –Ousou dizer e dessa vez não impedir, Dean avançou em cima dela no passo em falso que a mesma deu. Tirou por um segundo a faca da sua única pessoa que nos mantinha longe por medo de perde-lo

Ela recebia uma sequência de socos do Dean, ele está transtornado, furioso como nunca o vi antes. Eu me estico para pegar a espada do Castiel encostado no outro canto do quarto, engatinhei até lá, assim que o peguei vejo a desgraçada jogando Dean para o lado oposto o dela, contra a parede. O caçador me parece zonzo e ela se aproveita disso indo até o mesmo com uma faca maior, não sei de onde ela tirou isso.

Fui por trás em silêncio, mas ela me percebeu e virou na minha direção cortando meu rosto. Chutei sua cara, ela bombeou, aproveitei e enfiei a espada do anjo no coração da maldita que grita de dor, porém gargalha.

– Vou levar um Winchester comigo. Mesmo morrendo agora, eu venci. –Ela sussurra perdendo as forças

Prata. A espada é de prata? Não importa. Ela está morta aos meus pés, e a única coisa que consigo pensar é que a vadia comeu meu bebê na minha frente. Teve o trabalho de tirar do meu útero o feto para comer na frente do pai.

– Vai pro inferno, vadia.

Ela está morta. Dean passa por mim indo ajudar o Sam amarrado na cama, ele bate algumas vezes no rosto do moreno o chamando que aos poucos vai ganhando sentido novamente. Não consigo desviar o olhar dela. O loiro para ao meu lado, segura minha mão e o leva aos lábios, depositando um beijo cheio de significados ali, estou tremendo de dor. Na outra mão ele tem a arma que deve ter tirado do Sam, destrava e atira três vezes na cabeça do monstro. De repente perco as forças nas pernas, caiu de joelhos no chão. Puxei a espada de dentro dela. Fito a parede à minha frente, sentindo as caricias em minha cabeça do meu Dean enquanto tento me recuperar.

Ela matou um Winchester. Matou meu filho! O meu filho, essa vagabunda!

– O que aconteceu aqui? –Ouço Sam perguntar, sua voz saí fraca, olhamos para ele

– Essa coisa comeu nosso filho. –Dean o responde, frio, depois de algum tempo

Sam nos olha espantando.

Olho o corpo do metamorfo morto no chão. Ela conseguiu sua vingança, não foi completa, mas conseguiu. Fico de pé e chuto o corpo uma, duas, três vezes em seguida dando um soco no rosto fazendo cair da boca um dente. Dean me segura por trás, impedindo meus movimentos. E me afastando do corpo do metamorfo. Tento me soltar, mas sou fraca comparada ao Dean.

– Ei, calma, ela já está morta. Não vai sentir nada –Dean fala, me vira de frente para ele

– Essa vadia matou meu filho –Disse em um sussurro, começando a chorar, o caroço na garganta cresce– nosso filho, Dean! –Cubro o meu rosto com as mãos, chorando com a testa encostada no seu peito. Os braços de Dean me puxam para um abraço acolhedor. Sinto minha bochecha arder e só aí me lembro do corte que a coisa fez

Meu coração está apertado, doí muito. Perdi um filho. E a dor de perder um filho não é uma das melhores. Mesmo que ele só tinha 3 meses não deixa de ser meu filho, uma parte de mim. E isso me dói como nunca doeu antes.

– Vai ficar tudo bem, vamos sair daqui agora, está bem? –Ele fala depois de um tempo me abraçando em silêncio, parei de chorar. Assenti

A porta se abre com tudo e Castiel entra na sala segurando um corpo, ele joga no chão um Sam morto. Mas não é o Sam, o verdadeiro ainda está sentado na maca se recuperando. O anjo diz que é um metamorfo e nós três assentimos. Trabalharam em equipe.

– Esse é o último monstro. –Cass diz

– Vamos embora. –Sam fala se levantando mais ágil que antes

 

 


Notas Finais


Então o que acharam?
Pesadíssimo não foi? Sou a loca dos dramas, desculpem.

Comente ai tudinho que amo ler e responder.

Beijos, beijos, beeeeeeeeeijos!
Até a próxima!


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