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História United by chance - Amantes dos olhos


Escrita por: SraM1kaelson

Notas do Autor


Olááááá mores!

FELIZ ANO NOVO (18 dias atrasados)

Desculpem a demora, juro que esse não era o plano. NUNCA foi. Tentei, juro, mas ficou difícil com minha prima de férias aqui em casa e a falta de inspiração. Vou tentar postar mais que 1 cap por semana agora. (foquem no tentar ok?) Só vou organizar direito meu tempo agora que só estou trabalhando na parte da tarde para escrever e pow, teremos dias marcados.
Me desculpem de vdd ok? E os erros também.

Espero que gostem!
Boa leitura!

Capítulo 28 - Amantes dos olhos


Fanfic / Fanfiction United by chance - Amantes dos olhos

Abro meus olhos ao escutar um choro de bebê. Estou em um quarto extremamente grande, a parede à minha frente é de cor azul, um azul meio cinza. Esfrego meus olhos. O bebê continua a chorar, a babá eletrônica no criado-mudo ao meu lado anuncia isso. Um braço repousou em minha cintura e me puxou para perto do resto do corpo, fazendo minhas costas nuas fazer contato com o tronco nu de um homem. Meu coração acelera ao sentir um beijo próximo a minha nuca. Viro-me para ver quem é e meu coração ao invés de se acalmar acelerou ainda mais –se é que é possível. Meus olhos se fixaram nos verdes mais maravilhosos que já vi.

– É a sua vez –Dean avisou, a voz rouca por ter acabado de acordar, com um pequeno sorriso nos lábios– Desta vez tenho certeza que é fome

Coço meus olhos com os punhos, só posso estar sonhando. O loiro a minha frente me olha com o cenho franzido. Provavelmente estranhando minha atitude ou preocupado. O choro continua e não faço a mínima ideia de quem seja ou do que está acontecendo.

– Ele não vai parar de chorar. –Ele diz antes de fechar os olhos e tentar dormir outra vez

A choradeira do bebê parecia mais desespero, senti uma necessidade de ir fazê-lo parar de chorar. Pulei da cama, meus pés descalços no chão gelado me fizeram arrepiar de frio, me abracei. Caminhei à porta, ansiosa.

– É bom você vestir alguma coisa. –Ouço a voz de Dean baixa vinda da cama, ele continuava de olhos fechados

Olhei para meu corpo e eu estava nua, vestida apenas com uma calcinha. Senti minhas bochechas corarem ao perceber que estava seminua em uma cama com o Dean. Nos últimos tempos, por causa do que aconteceu, não dormimos juntos. Por mais estranho que pareça, fiquei envergonhada por estar desse jeito com o loiro. Não faz sentido algum. Ele quem me ajudava a tomar banho. Procurei de imediato alguma coisa para me cobrir, o bebê continuava a chorar e isso já estava me deixando preocupada. Aos pés da cama vi dois roupões de seda, um preto perto de outro cinza e tinha as iniciais MW e DW. Isso é o que eu estou imaginando? Vesti o que tinha MW, porque é mais óbvio que seja o meu.

Estou louca.

Saí do quarto praticamente correndo ao escutar o choro desesperado e esganiçado da criança. Segui à porta ao lado do quarto onde estava, girei a maçaneta e a abri. O quarto é todo azul com prateleiras de brinquedos, o berço se encontra no meio do quarto, e o guarda-roupa pequeno branco com azul à esquerda da janela, com um nome colado nele. Entretanto não consigo entender o que tem lá, parece que está embaçado em minha visão. Deitado no berço e chorando desesperadamente um pequeno bebê que balança os braços e chuta o nada, pedindo em forma de choro para alguém pegá-lo dali.
Peguei ele cuidadosamente que se cala quando sente o calor do meu corpo. O menino me sorrir e me encara com seus verdes esmeraldas igualzinho ao Dean. Sorriu involuntariamente.

– Por que está chorando, meu amor? –Perguntei ao bebê que fez cara de choro outra vez, pelo seu tamanho não tem mais que 3 meses de vida– Oh neném, não chore, por favor –Pedi quando ele começou a chorar outra vez. Comecei a balança-lo em meus braços, mas não adiantou, o bebê continuou a chorar

– Ele está com fome. –Ouvi a voz de Dean, me virei e o vi escorado na porta sorrindo. Ele vestia o roupão cinza com as iniciais DW

– Ah, claro. Eu sabia –Digo, mordo os lábios olhando o bebê chorando em meu colo

– Ele ainda mama, querida –Sorriu tímida para ele, que rir nasalmente da minha confusão

Procuro no quarto algum lugar para sentar, ao lado do berço tem uma poltrona marrom, me sento. Dean se aproxima ficando ao lado, ele me pergunta se está tudo bem e eu forço um sorriso assentindo. Percebo que meu roupão estar molhado na parte dos meus seios. Leite?

Olho o bebê a chorar desesperado no meu braço, isso é motivo suficiente para deixar de vergonha. O que é algo totalmente desnecessário sendo que há poucos minutos eu saí do quarto onde estava deitada seminua com ele deitado do meu lado. Deixo meu peito direito à amostra, e as minhas suspeitas foram confirmadas, tem sim leite saindo dos meus mamilos. Aproximo ele do meu peito e comecei a dar-lhe de mamar. Ele se cala. O pequeno bebê suga o leite do meu seio com rapidez, ele estava realmente faminto. Sorri vendo-o mamar fazendo carinho em seus cabelos negros, do mesmo tom que o meu. Tão lindo o seu rostinho. Até me lembra Caroline quando tinha a mesma idade. A diferença é que ela tinha olhos azuis e cabelos loiros. Sinto uma respiração do lado do meu rosto, Dean olhava para o bebê com um brilho que nunca vi em seus olhos. Por um momento esqueci que ele estava no quarto também.

– Ele é tão lindo. –O loiro comentou, sem desviar o olhar do bebê faminto

– Parece com Caroline...

– A diferença são os olhos e os cabelos. Eu vi as fotos, lembra? –Respondeu rude. Olhei-o sem entender do porquê de ter falado desta forma grosseira

– Calma, não quis ofender –Falo baixo na tentativa de diminuir a tensão que se criou

– Você me tirou esses momentos com Caroline, não precisa ficar me lembrando todos os dias! –Ele começa a se alterar, aumentando um pouco o tom de voz assustando o bebê em meus braços e me deixando sem fala

– Dean, sei que está chateado, mas brigar aqui com o bebê não é o certo a fazer! –Exclamo firme, sem aumentar o tom de voz para não assustar mais o menino

– Não é o certo? –Perguntou sarcástico. Isso me irritou bastante– Você me tirar momentos únicos também foi o certo?

– Não foi! –Gritei perdendo a paciência com o homem

O bebê em meus braços pula de susto, soltando o meu peito molhando sua pequena carinha delicada com o leite materno. Sentindo que o seu rostinho se molhou ele começa a chorar. Escondo meu seio, e balanço ele em meus braços a fim de fazê-lo parar de chorar.

– Ótimo, agora melou o bebê e ele está chorando. –Ele bateu palmas de forma exagerada– Você é uma péssima mãe.

Ao ouvir essas palavras meu coração simplesmente se despedaçou. Estou chocada com o que ele falou. Minhas mãos alisando os cabelos do bebê tremendo. Não acredito que ele me disse isso, e por tão pouco.

– Cala a boca! –Exclamei

O desespero estava começando a tomar conta de mim. O menino chorando tanto que seu rostinho de branco está vermelho. Dean me olha com reprovação como se eu tivesse culpa do que acontecera. Para falar a verdade tenho sim, mas o verdadeiro culpado é ele, que se irritou do nada e me fez perder a cabeça. As lágrimas descem do meu rosto por não consegui fazer meu próprio filho se calar. Dean bufou me chamando de irresponsável e pegou o bebê dos meus braços, minha vontade era de não o deixar tirá-lo de mim, mas o pequeno chora tanto e eu nesse estado não conseguir nada além de arrancar mais choro do menino. Depois do Dean o balançar um pouco, o bebê se cala.

– Nem para o fazer parar de chorar você serve. É uma inútil! –Ele fala colocando o bebê, agora quieto, no berço

Não conseguindo mais segurar o choro, caio em lágrimas em silêncio com as mãos entrelaçadas no meio da perna, olhando Dean com o maior arrependimento do mundo. Suas palavras afiadas saíram como facas em minhas costas. Estou me sentindo péssima por ouvir isso dele. E o pior é que ele tem razão. Ele balança a cabeça negativamente reprovando meu choro. Cubro meu rosto com as mãos, me inclinando para frente encostando minha testa em meus joelhos. Por vergonha.

De repente ouço gemido de dor. Dean não estava mais no quarto e havia sangue no chão onde ele se encontrava antes. Depressa peguei o neném do berço, e o abracei para o proteger do que for. Ouço os chamados de Caroline e saio à sua procura. Que droga não saber onde estou indo. Tento abri a porta com uma flor desenhada, forço a entrada e nada.

– Caroline, filha, abra a porta para a mamãe –Eu pedi, ouvindo seus passinhos caminhando pelo quarto

Caroline grita. Jogo meu corpo contra a porta tentando arrombá-la, até me esqueci que estava com um bebê de apenas 3 meses em meus braços. E para minha surpresa ele não chorou. Faço outra vez e desta a porta se abre. Caroline está no chão deitada por cima de uma poça de sangue, que acredito ser dela mesma. Olho ao redor e não vejo nada. Coloco sua cabeça sobre minha perna alisando seus cabelos longos e loiros, tão lindos. É inacreditável o que está acontecendo. A dor que sinto é mil vezes maior que qualquer dor que já senti em minha vida. Se me senti vazia um dia, nem se compara ao que sinto agora. Meu pequeno girassol deitado sobre seu próprio sangue com seus olhinhos azuis abertos e assustados. Como pude deixar isso acontecer?

Choro. Choro como nunca pensei em chorar na vida. Também nunca pensei em sentir uma dor como esta antes. Nem na morte dos meus pais eu senti isso. É horrível. Não desejo essa dor nem para o meu inimigo. Chamo-a em desespero, na esperança, de quem sabe, ela poder me ouvir.

– Filha, me desculpa. Me desculpa, eu sou uma péssima mãe mesmo. Eu deveria estar morta e não você! –A dor que sinto no peito me impede de respirar direito. Paro e respiro fundo tentando me controlar. Estou com um bebê no colo– E-eu sinto muito… –Balanço ela tentando acordá-la– Volta Caroline, volta! Caroline!! –O chamado ecoa no quarto vazio

 

Sento-me de supetão na cama ofegante. Meu coração está tão acelerado que penso que ele pode sair do meu peito coloco a mão por cima preocupada, puxo o ar que me falta nos pulmões. E então tusso, como se estivesse algo preso em minha garganta, forço cada vez mais e a cada nova tossida sinto meu peito doer como se estivessem arrancando o meu órgão. De repente para tudo. As tossidas, a dor no peito, o coração batendo acelerado.

Não resta nada além de mim, sentada na cama, suada, e o quarto vazio. Chamo por Dean, mas não ouço a resposta de volta. Suspiro, amarro meus cabelos em um coque, de repente está muito quente para mim. Meu pescoço está molhado. O desespero foi real. Muito real. Minha mente foi cruel ao ponto de me fazer ter um pesadelo com meu bebê morrendo em meus braços. Tudo que quero é o loiro perto de mim agora, me abraçando e dizendo que tudo está bem. Não demorou mais 5 minutos e o caçador entrou com sacolas na mão falando ao celular. Eu não consegui sair da cama, estava petrificada, nem percebi que fiquei assim, apenas quando o loiro adentrou que notei. Ele me sorriu, feliz por me ver bem, viva, retribuir o sorriso, grata por ele finalmente voltar. É incontrolável quando percebo estou assim, boba.

Meu reflexo me mostra a quão cansada estou. Suspiro e molho meu rosto cheio de olheiras. Incrível que fora apenas essa noite que dormir bem e mesmo assim as olheiras me acompanham.

– Bom dia, gatinha. –Dean fala assim que saí do banheiro

– Bom dia, cachorrão. –Ele rir, pousa a mão na cintura e franzi a testa

– É assim que vai ser? –Me questiona fingindo estar ofendido

– Eu amo cachorros, acho adorável. –Respondo sentando-me na cama novamente

O observo tirar o casaco, está realmente frio lá fora, vejo um pouco de rastro de neve caindo dele. O loiro vem em minha direção lentamente, senta à minha frente e coloca a mão em meu joelho, me encara preocupado estudando meu rosto.

– Megan, você está bem? –Balanço a cabeça– Está pálida. Aconteceu algo?

– Ah... Bom, aconteceu sim... Tive um pesadelo. –Passo as mãos pelos cabelos e suspiro. Dean colocou uma mecha de meu cabelo atrás da minha orelha– Não quero falar sobre isso agora, foi muito... assustador.

– Tudo bem, me conte quando se sentir à vontade. –Dean acaricia meu rosto e eu sorrio– Está pronta para ir? –Perguntou mudando de assunto, o mesmo sabe e percebe o quanto estou desconfortável. Assinto, ele me beija a minha testa– Estou feliz por você está aqui.

– E eu estou feliz por não ter morrido. Ou ficado morta. –Digo. Fito o homem à minha frente preocupado, e só tenho ainda mais certeza que o amo com todas as forças. Todas as minhas células o querem e necessitam dele– Obrigada por não ter desistido de mim, quando eu desisti...

– Não precisa agradecer... –Tapei a boca dele com a minha mão fazendo-o parar de falar

– Xiu. Apenas escute. –Ele balança a cabeça concordando, solto seu rosto e respiro fundo– Nesses meses em que eu fiquei no hospital você não tinha a obrigação de ficar comigo e cuidar de mim da maneira que fez. Eu estava ferida, desiludida e chata para caralho e mesmo assim você suportou tudo e me fez sentir-me melhor. E conseguiu, Dean. –Ele me sorri– Só não piorei por você, pois sei que posso contar com você para tudo, e eu nunca tive ninguém assim... –As lágrimas saem com facilidade de meus olhos, eu tenho a total atenção do caçador. Dean segura a minha mão que tapava sua boca fazendo carinho, me dando apoio para continuar– Nem sei como dizer isso, nem sei como e quando começou, ou o dia em que finalmente descobrir o verdadeiro nome desse sentimento que me consome.

Dean me fita. Sinto o nervosismo percorrer toda a minha pele, porém não posso passar mais um dia sem dizer o que sinto. A minha morte momentânea me mostrou isso. Somos caçadores. Uma vida perigosa que apenas nos leva a uma direção: perigo. Eu quase perdi de ver meu pequeno girassol desabrochar e viver cada fase da vida dela. Quase perdi de dizer ao loiro o quanto o amo. Por isso estou inquieta, quero lhe contar tudo, botar tudo para fora, mas estou travada.

Esse homem fode com minhas estruturas.

– Pode continuar. –Dean pede em um sussurro, mordo os lábios

– Me assustou muito ver você lá no hospital depois d’eu ter acordado do coma. As estórias que as enfermeiras diziam sobre você e o quanto o meu “marido” estava ao meu lado mesmo com a grande incerteza de que poderia demorar anos para voltar. –Seus olhos estão fixos nos meus, como se nenhum dos dois pudesse desviar. E não podemos mesmo– Tenho quase 99% de certeza que ninguém faria isso por mim. Um mês é muita coisa, Winchester. E você tem uma filha, caramba! –Ele deu um pequeno sorriso– Bom, acho que nem meu pai faria isso. Tem noção do que fez?

Ele negou com a cabeça. Seguro seu rosto com as duas mãos, fazendo carinho na sua face linda, cansada, com as olheiras tão amostra quanto as minhas. Dean está estático, absorvendo cada palavra.

– Eu te amo, Winchester. –Digo com toda coragem que tenho e amor que sinto
Dean fica surpreso, eu sorrio– Não estou dizendo isso porque você fez algo que ninguém mais faria, ou porque é o pai da minha filha, ou porque tem algo tipo dívida pelo que fez. Nada disso. Estou dizendo porque é a verdade, é o que eu venho sentindo há muito tempo e tudo ficou mais claro nas semanas seguintes, o que você fez nesses últimos meses me provam ainda mais o que esses verdes me confessam toda vez que sorrio. Eu te amo e não sei o porquê ou explicar, Dean.

O loiro me sorri, o sorriso mais largo e feliz que vi há muitos e muitos anos. É um daqueles verdadeiro que dificilmente se arranca dele. E então ele suspira aliviado e me beija.

– Por um momento achei que você iria me deixar. –Eu rir, nossos rostos ainda próximos– Eu também te amo, Megan Roger Scott.

Senti as gotas salgadas descendo em meu rosto. O abracei apertado, aliviada. Com Dean sei que posso contar para tudo, não esperava ouvir isso dele. Me sinto bem melhor agora. Bem melhor do que já estive, desde a morte da minha mãe. Sinto que sou amada, não porque ele disse, mas por suas ações. E principalmente, pela forma como me olha.

Essas preciosidades verdes que me admiram sem precisar dizer.

Esses lábios perfeitos a me beijar.

As nossas mãos rápidas que nos despem em poucos segundos.

Eu me sento em seu colo, beijo-o com mais desejo que já senti na vida. Com calma ele nos deita ficando por cima de mim, por mais que esteja frio lá fora, tudo que sinto é o calor subir e subir. A respiração quente dele sobre meu rosto me arrepia o corpo todo. Dean me penetra com uma lentidão esmagadoramente torturante, mordo seu lábio e fecho os olhos sentindo-o por completo dentro de mim. Não somos mais dois, somos um só. O gemido me escapa e o mesmo me aperta em seus braços, tombo a cabeça para trás erguendo meu corpo na busca por mais da sensação que ele me dá. Sinto a mão dele acariciar a minha face e sua voz rouca pedi para que eu o olhasse, sorri para ele ao vê-lo tão entregue a nós.

Os movimentos são lentos, não é apenas sexo. É uma dança sensual em que nossos corpos se amam. Um idolatra o outro da maneira mais humana.

Minhas mãos passeando por suas costas o arranhando de leve. Seus beijos dominantes me arrancam o ar. O loiro nos deita de lado e puxa minha perna para cima do seu corpo nos dando uma nova sensação. Ele gemeu em meu ouvido. Afundo minhas mãos no seu loiro escuro, puxando para trás deixando seu pescoço a minha mercê. Lambo a pele molhada de suor passando os dentes em seguida, senti-o estremecer em minhas mãos.

– Eu sou sua. –Sussurrei, os lábios encostados no pescoço. Sua mão aperta minha bunda

O caçador desliza os dedos fazendo caminho da minha bunda à minha nuca. Lambeu meu pescoço como fiz e mordiscou de leve.

– E eu sou seu. –Ele sussurra de volta. Nossos olhos se encontraram novamente, no preciso momento em que o nosso ápice chega ao mesmo tempo

 

*          *         *

 

O sol se punha, dormi a viajem inteira. Dessa vez sem pesadelo, sem bebê chorando, sem Caroline morta sobre a poça de sangue. Suspiro aliviada, mas então flashes daquele maldito momento chegam com tudo em minha mente. Cubro meus olhos com as mãos e me concentro em pensar em outra coisa, qualquer coisa que não seja essa tortura. Mas apenas a voz que me tira do poço de desespero. Sam me encara preocupado, ele está na cadeira do passageiro virado em minha direção. Sacudo a cabeça depenada. Vejo Dean na fila da pequena loja do posto de gasolina, segurando algumas coisas.

– Megan? –Sam me chamou pela segunda vez. Olho para ele esperando que continue com o que quer perguntar– Você está bem?

– Estou, por que não estaria?

– Do nada você ficou atordoada, como se estivesse perdida e sua testa tá molhada e aqui não está fazendo calor.

Passo a mão na testa, ela está realmente úmida. Que tipo de pesadelo foi esse? Inspiro e seguro, o máximo que posso, o ar.

– Olha, sei que você não quer falar disso, se não falou com o Dean não quer falar com ninguém, eu entendo. Você passou por coisas que fariam outras mulheres perderem a cabeça. –Ergui uma sobrancelha com o que ele falou– Elas enlouqueceriam. Perder o que você perdeu, Megan, é muito difícil. Isso mexe muito com o psicológico da gente, não deveria guardar só para si. Será pior. –Ele sorri amigavelmente– Eu sou um bom ouvinte, prometo.

Fiquei calada, não respondi nada. Apenas fiquei o observando. Não consigo me esquecer do que ele me propôs a algum tempo, manipular o próprio irmão. Não sei se ele está fazendo isso por amor ao seu irmão, ou tem outras intenções com isso.

– O que te faz ser confiável? –Perguntei e ele pareceu não entender– Sam, você me pediu para manipular seu irmão para sei lá o que diabos! E você acha que vou por algum motivo me abrir com você?

– Você mesma pensou naquilo. –Forcei uma risada– Eu só lhe disse o que queria ouvi. Essa vida não é a sua, Megan. Já está acostumada com a vida cotidiana de uma americana normal, estava feliz de não caçar, ou se importar com os monstros lá fora. Sua filha não teria a vida que você teve. –Ele fala com toda a certeza, e talvez ele tenha– Você o ama –Apontou para o Dean saindo da loja com duas sacolas nas mãos– Caroline te salvou, deixe ela salvar ele também

– O que você está dizendo? –Ele suspira impaciente, Dean estava mais próximo do impala

– Eu estou te implorando, tira ele dessa vida de caçador. Eu não consegui isso, mas você e Caroline conseguirão. –O loiro passa a mão nos bolsos da calça, deu meia volta e caminhou de volta à loja. Deve ter esquecido algo– Vi o desespero dele quando achou que perderia você. Eu o impedi de fazer um pacto para salvar sua vida, –Arregalei os olhos, fitando os olhos do Sam vi que ele não estava mentindo. E por que mentiria? – ele estava disposto a voltar pro inferno para você viver

– O que...? –As palavras sumiram

É inacreditável.

Por um instante senti meu corpo todo gelar, e por um segundo pensei que meu coração parou. Minhas mãos começaram a soar, mas isso é tão sem importância agora. Passei as mãos no meu rosto só pra ter certeza que estou bem. Claro que não estou bem depois de ouvir o que ouvi. Meu olhar baixo vendo o chão do carro de sujeira e resto de embalagem de hambúrgueres. Tento manter minha respiração normal, falhei.

Como ele pode fazer isso? Quer dizer, ele ia fazer isso sem ao menos se importar como ficaria quando acordasse e o visse morto. Ele nem pensou nisso. Sua atitude foi linda. A coisa mais romântica que já fizeram para mim. Mas também seria meu fim. Não conseguiria viver sabendo que ele morreu por minha causa, para me manter viva. Não acredito, não acredito nisso.

Seco minhas mãos suadas na calça. Dean entra no carro e joga as sacolas para o Sam ao seu lado. Olhou-me pelo retrovisor do carro. Desviei o olhar para minhas mãos inquietas em meu colo.

– Megan está bem? –Ele me pergunta

– Sim... –Saiu como um sussurro. Aclarei a garganta e o sorri– Apenas ansiedade, lindo. Estou bem.

– E a dor? –Ele perguntou, seu cenho franzido indica que não acreditou no que eu disse. Seu olhar indo do Sam para mim

– Estou bem melhor. –Disse com a voz falha. Coloquei a mão na testa. Burra, não sabe disfarçar nada– ainda doí um pouco, mas já vai passar, nada com o que se preocupar

Encostei a cabeça na janela, e ele deu a partida no carro. Ele e o Sam foram conversando sobre algumas coisas, os dois sabiam que eu precisava de espaço, principalmente o Sam que me jogou uma bomba dessas. Uma vez ou outra eles tentavam me fazer juntar-se a eles, o que não funcionou. Fechei meus olhos, não estava dormindo só queria que eles parassem de tentar conversar comigo. Dormir é a última coisa que quero fazer. Ainda estou assustada com o pesadelo, tudo no começo parecia bem e as palavras que o Dean disse no pesadelo me doeu tanto, mas tanto que nem consigo encarar o real.

 

Tudo estava no mais puro silêncio, apenas o som do motor do carro e às vezes uns roncos baixos do Dean. O loiro deixou o Sam dirigir por causa do sono que ele sentiu, nem estava mais aguentando. Nem sei como ele conseguiu dirigir por 7 horas seguidas. Ele queria parar, mas nem eu e nem o Sam queríamos, então ele o deixou dirigir e sentou-se no banco atrás, o que me fez sentar no banco do carona. Durante o tempo todo que o Sam começou a dirigir não trocamos uma palavra sequer. Está tudo na maior confusão em minha cabeça, não consigo imaginar alguém fazendo tal sacrifício por mim. O silêncio entre o Sam e eu estava ficando insuportável, mesmo assim nenhum dos dois falou algo. Dean suspirou, fazendo com que eu observasse ele enquanto dormia com a cabeça encostada na janela do carro de braços cruzados. Admito que tenho feito isso desde que sentei aqui na frente e ele fechou os olhos para descansar. Não me canso de olhá-lo dormir. Ele fica tão lindo, com o seu rosto relaxado, em paz, parece um anjo. O meu anjo. Sorrio com meus pensamentos, e volto a olhar pista à frente.

De cinco em cinco minutos, Sam me olha de canto de olho rapidamente depois volta seu olhar para a pista. Ele quer falar, porém creio que está com receio do Dean escutar, ou do que ele me falou tenha me afetado o bastante para não querer conversar com ele. O que é a mais pura verdade.

– Não queria que soubesse assim, foi um erro da minha parte te contar em um momento como esse –Sam começou a falar, depois de conferir pela centésima vez se Dean estava dormindo– me desculpe.

– Não precisa se desculpar. –Falei, com o olhar perdido na pista sendo clareada pelo farol do carro de resto não consigo ver nada. É uma noite bem escura– Não sou uma boneca de porcelana que precisa sempre ter cuidado

– Em momentos como esses, você é sim uma boneca de porcelana. Pelo menos para o Dean... –Olhei para ele, com sua total atenção na estrada, nem sequer se incomodou comigo o observando– Olha, eu sei que você não gosta de ser tratada assim… diferente, mas nós sabemos que você está toda quebrada por dentro. Até seus sorrisos estão tristes… Você precisa se abrir para alguém, Megan

Que estou quebrada por dentro isso está óbvio. Me surpreendi que Sam tenha notado assim minhas mudanças. Na verdade, não tenho feito qualquer esforço para esconder o que sinto. Não sei se só eu notei isso, mas o Sam tem um verdadeiro dom de deixar as pessoas a vontade para desabafar. Isso é incrível. Até está começando a me convencer.

– Quebrada. –Eu rir nasalmente– Chega nem perto de como estou, Samuel.

– Sinto muito...

 


Notas Finais


Então, o que acharam?

As partes fofinhas não são para sempre, portanto aproveitem (spoiler? Talvez?)
Espero que tenham gostado, foi bem complicado passar muito tempo sem escrever. É uma das coisas que mais amo no mundo.

Beijos, beijos, beijos
Até a próxima!


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