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História Unit(y) - Capítulo Único


Escrita por: Zarupy

Notas do Autor


Para Lari, que me apresentou o trabalho da Nemu. E para Nemu, a deusa das fanarts BangLo, a quem devo muito sorrisos (ela nunca vai ler isso porque não entende português e nem eu sou capaz de traduzir pro espanhol, mas o que importa é que ela tem um lugar no meu coração).
A questão é que a inspiração veio de uma das fanarts dela, que eu não vou mostrar porque não tenho o link, perdão. Por hoje, fiquem com esse gif do capítulo (que humildemente achei que combinava com ela e, fala sério, é muito lindo).

Enfim, parando de enrolar, boa leitura~ ^-^

Capítulo 1 - Capítulo Único


Fanfic / Fanfiction Unit(y) - Capítulo Único

 

Yongguk estava na porta da sala, com a mochila nas costas denunciando que queria ir embora.

Como o bom hyung que tentava ser, estava somente esperando que o último trainee finalizasse suas tentativas de aprender, em uma só noite, todos os passos de uma coreografia que o professor de dança havia passado como desafio. Assim que ele terminasse, poderia desligar as luzes da sala e deixar o prédio da TS Entertainment com a sensação de dever cumprido.

Se bem conhecia Choi Junhong, seria melhor esperar sentado.

O garoto moreno era seis anos mais novo, mas por suas veias corria um ímpeto poderoso, capaz de queimá-lo por tanto tempo que cada gota de suor podia ser chamada de resquício de pólvora.

Infelizmente, como se seu poder estivesse enfraquecendo, um de seus pés acabou falhando, e o Choi teve que se apoiar no espelho da sala para tentar se acalmar e voltar a respirar normalmente.

— Estava indo bem — Yongguk cortou o silêncio que havia, já que a música tinha sido pausada alguns minutos antes. Junhong não precisava dela de acompanhamento, pois havia estagnado em um dos passos.

O mais novo estava com a cabeça abaixada, sentindo-se agradecido. Yongguk era um hyung legal. Estava sempre lhe apoiando como podia, desde com o franco "Estava indo bem", até o famoso "Continue tentando" e o favorito de Junhong: "Você está melhor que da última vez".

— Não precisa me esperar, hyung. Eu vou ficar bem — respondeu polidamente, erguendo a face para fitar o outro pelo espelho.

O mais velho caminhou até o outro lado da sala sem pressa, enquanto procurava uma garrafa dentro de sua mochila surrada. Junhong se virou devagar para recebê-lo, estendendo a mão para pegar a água (lamentavelmente morna) no ar, porque Yongguk costumava lhe jogar as coisas sem avisar antes.

Não eram amigos próximos, mas a convivência diária havia feito com que decorassem algumas das manias um do outro.

— Por que não deixa isso para amanhã? — Yongguk apoiou um ombro sobre o grande espelho, sendo seguido pelo mais novo, que apoiou as costas e o olhou de lado.

— Não, tudo bem. Posso aprender tudo hoje, hyung — assegurou tranquilamente, tomando alguns goles da água que ainda tinha na garrafa.

Yongguk analisou o rosto dele, sabendo que era mentira, porque o que ele estava lhe dizendo era impossível. Ou, sendo menos pessimista, uma meta difícil. No entanto, já havia se alertado mais de uma vez que o que via de Junhong não era nem metade do que ele era, e nem um terço do que podia vir a ser.

Apesar disso, não conseguia deixar de se sentir levemente responsável. Junhong era muito novo, e mesmo assim o deixavam se virar por conta própria, desde pequeno. Yongguk estava acostumado a ter pessoas mais velhas preocupadas com ele (mesmo que não precisasse disso fazia muito tempo), porque era o mais novo tanto da sua família, quanto foi da sua antiga "turma", a Soul Connection. Geralmente, não precisava tomar conta de ninguém, mas Junhong despertava esse tipo de necessidade nele.

Eventualmente, acabaram sentados no chão, ambos relativamente exaustos.

— Hyung? — Junhong ainda tinha a garrafa nas mãos, e não tirava os olhos dela enquanto apertava cada vez mais sua tampa enroscável. Sua mão já estava ficando vermelha.

— Sim? — Yongguk estava com os olhos sobre o espelho ao lado deles, traçando o cansaço visível abaixo dos seus olhos. Só prestou atenção de verdade quando o garoto prosseguiu.

— Eu aprendi a cantar aquela sua música — contou a ele, tentando não parecer muito entusiasmado, mas deixando seu orgulho transparecer na voz.

— A que você estava ouvindo da última vez? — Desviou os olhos para o mais novo, curioso.

— Essa. Posso mostrar? — Parecia não restar um pingo de cansaço em seu corpo quando vidrou seus olhos pequenos no rosto do outro.

Esquadrinhando um pouco o perfil dele, Yongguk associou a imagem do garoto à dele mesmo, quando quis mostrar ao avô que tinha aprendido a imitar um pato.

— Claro que pode. — Ele anuiu, incentivando a empolgação alheia. Antes que o mais novo começasse, Yongguk já se sentia um pouco estranho porque alguém cantaria uma música sua, como se ele fosse um artista importante ou... Não sabia. Somente sabia que o trazia uma sensação incômoda, esquisita.

O título da canção era “Just Friend”, e na verdade ela não era só sua. Antes de fazer parte da TS Entertainment, onde ele e Junhong treinavam para se tornarem idols, também fez parte de um duo underground chamado Blackout, que era composto por ele e Maslo, um rapper amigo seu. A música era uma das muitas colaborações que fizeram juntos.

Enquanto observava o garoto ao seu lado limpar a garganta, não pôde conter o pensamento corriqueiro de que já tinha passado por muitos lugares, como um andarilho que só fazia aceitar as oportunidades que surgiam, assim como aceitara a oferta da TS. Aquele mesmo garoto estava nesse ramo há mais tempo que ele, essa já era a sua segunda empresa, e a possibilidade de ficar tantos anos quanto ele por ali, sem lançar nada, no fundo, o assustava. Podia estar perdendo tempo e tudo que já tinha produzido até aquele momento poderia cair no esquecimento, ou algo podia dar muito errado e ele nem tivesse um debut. Ou então, quando tivesse, poderia ser algo totalmente diferente do que tinham lhe prometido.

Esses eram só alguns dos pensamentos que o assombravam antes de dormir, que sumiram assim que o Choi começou a cantar.

Ele estava de olhos fechados, mas Yongguk não tirava os olhos dele. A primeira parte não tinha rap, era meio cantada. A voz do garoto era bonita, apesar de soar um pouco anasalada, e fluía bem mesmo sem acompanhamento. Pelo tempo que já tinham convivido, ele estava acostumado a ouvi-la. E modéstia à parte, a letra também era boa, embora amadora; ele podia reconhecer isso agora. Era uma história de amor adolescente comum, com um inglês duvidoso, e a versão gravada não parecia muito natural. Mas naqueles dias, o que parecia?

Bem, aquela história, na boca daquele menino de catorze anos, parecia bem natural. Apesar de algumas partes soarem sérias demais para combinarem com ele, Junhong fez com que se adequassem ao seu tom e estilo. Mesmo durante as partes de Yongguk, que tinha um tom de voz mais baixo que o dele.

O mais velho não tinha a intenção de admitir tão cedo, porque não queria se levar a ficar apegado ao garoto, mas adoraria trabalhar com ele um dia. Sabia que podia compor canções que realmente combinassem com Junhong.

Contudo, essa era uma das coisas que não fazia ideia se ia ou não acontecer, pois não havia garantias concretas de que todos os que estavam treinando debutariam. Somente os que estivessem realmente preparados. Embora sentisse vontade de ser amigo do garoto, não conseguia lidar bem com a ideia de que um dos dois poderia ficar para trás quando o próximo grupo da empresa viesse à tona.

Seus professores dali podiam lhe jurar que era o mais preparado, mas ele não era idiota. Junhong treinava há mais tempo e com toda a certeza tinha o perfil mais próximo ao de um idol, pois apesar da pouca experiência com palcos, tinha estudado dança e era até bonitinho. Quase podia ver as meninas do colégio onde estudou desmaiando de amores por ele. No final das contas, os dois tinham as mesmas chances. Aquela incerteza também o incomodava, mesmo com os outros trainees. Queria o melhor para todo mundo, inclusive para ele mesmo.

— Como eu fui? — Junhong perguntou ao hyung, abrindo seus olhos. Ele tinha espiado por pequenas fendas no meio da música, todavia voltara a fechar suas pálpebras bem firme quando notou que estava sendo encarado.

— Melhor do que eu esperava. — Sorriu com a sua confissão, e foi retribuído com um sorriso feliz como o seu, porém mais tímido, de Junhong. — Por que você gosta dessa música? — Seu tom denunciava um pouco da sua curiosidade acerca da preferência do mais novo, já que o público-alvo daquela canção era feminino e, até onde tinha reparado, o Choi não era atraído por músicas românticas. O que era óbvio. Ele era só um adolescente, afinal... Embora também fosse mais maduro do que parecia. Tinha um gosto musical similar ao de Yongguk, e essa característica fazia com que desejassem debutar juntos ainda mais. — Você está apaixonado por alguma amiga sua?

— Não. Eu só gosto dela mesmo — respondeu de prontidão, se completando quando percebeu que podia ser interpretado errado — Da música. — Sua testa se fincou e Yongguk riu baixo da expressão em seu rosto. — Eu não tenho tempo para garotas, hyung.

— Sério? Nem no seu colégio? — indagou, mais amenamente que antes. Não estava realmente interessado em saber sobre, e não queria parecer invasivo.

— Lá eu estudo, aqui eu treino, no dormitório eu durmo. — Yongguk achava nunca ter visto ele tão sério antes. Não demonstrava insatisfação, e ele se permitiu admirá-lo por alguns segundos. De fato era o tipo de colega que queria ter por perto e, mesmo que o mais novo não soubesse, ele era capaz de inspirar Yongguk em momentos difíceis. Era só olhar pro lado e ver aquele garoto se esforçando até faltar suor para escorrer do corpo. — Não tem espaço para uma vida paralela a essa na minha rotina, hyung. Uma namorada só me atrapalharia.

Era a verdade, e o Bang se viu acenando em concordância. Eles mal tinham tempo para a família ou eles mesmos. O que, no geral, não era um problema tão grande assim para os dois, que já eram solitários por natureza.

Os pais de Yongguk sempre foram muito ocupados e pouco davam atenção ao filho, mas ele tinha irmãos e avós dos quais sentia falta. Sabia que por Junhong ter começado a correr atrás do seu sonho cedo, a relação que tinha com sua família não era muito boa e ele não tinha muito amigos. Mas Yongguk sabia que não podia interpretar aquilo como uma fraqueza. O que o garoto tinha de introvertido, também tinha de esforçado.

— De qualquer forma, você fez muito bem. — Encerrou o assunto, ainda falando sobre a música. Eles ficaram um tempo em silêncio, até que Yongguk decidiu se levantar. — Vamos?

— Não. — O mais novo se recusou a ir, apesar de tentado. — Preciso pegar aquele passo.

Yongguk não conseguiu conter um suspiro, observando o mais novo que já levantava determinado. Sua mochila estava tão leve nas suas costas que ele só foi notar que ainda estava consigo quando pegou seu relógio de um dos compartimentos desta, para verificar se estava muito tarde.

Tinha acabado de dar 1h da manhã.

— Eu acho que já vou. Você vai ficar bem? — Hesitando, seus pés nem se mexeram enquanto ele colocava o relógio no pulso esquerdo.

— Pode ir, hyung. Vai ficar tudo bem — Junhong estava afirmando com um sorriso, e de certa forma aquilo convenceu Yongguk.

Eles se despediram com acenos e em poucos minutos o mais velho já se encontrava na rua, no caminho para o dormitório que dividia com os trainees que disputavam uma vaga no grupo que seria lançado, incluindo Junhong.

Já tinha passado por dois quarteirões quando um pensamento lhe ocorreu, fazendo-o estagnar na calçada. Embora suas pernas estivessem meio moles, ele se virou e fez todo o caminho de volta, com o coração vacilando no peito.

Ele tinha percebido algo importante.

Junhong tinha ficado porque, apesar do que dizia, ele não sabia se ficaria tudo bem ou não. Era por isso que ele continuava treinando, mesmo quando todos iam para casa dormir. Tinha tanto medo de estar perdendo tempo quanto o seu hyung, mas ele sabia aproveitar melhor o seu.

E quando Yongguk se deu conta disso, se sentiu péssimo.

O que ele estava fazendo, afinal? Deveria ser como Junhong. Se queria mesmo aquele debut, tinha que lutar tanto quanto aquele garoto. Por que sentia estar perdendo para uma criança? Ele não podia se permitir ficar para trás. Era uma oportunidade que demoraria a vir de novo se perdesse.

Honestamente, se havia um obstáculo que precisava perpassar, era a dança. Antes de entrar para a TS, ele nunca precisara dançar. A empresa não tardou a informá-lo que não esperava isso dele igualmente e isso acabou o motivando a mostrar que conseguiria ser hábil nesse quesito. Ele tinha o seu orgulho, e estava se esforçando muito para mostrar bons resultados. As últimas horas que passara treinando eram uma boa prova disso.

Mas ele sentia que não tinha sido o suficiente. Não quando Choi Junhong continuava lá quando ele ia embora.

Quando entrou na sala de treinamento pela segunda vez, a música da qual precisavam aprender a coreografia estava tocando e Junhong estava no meio do espaço, repassando os movimentos com uma energia que parecia irreal aos olhos do seu hyung.

Ele esperou a música acabar para se anunciar, já que Junhong não o tinha notado, e o mais novo foi até o computador no canto da sala para pausar a música que se repetia nos alto-falantes.

Ofegando enquanto passava a costa da mão sobre a testa molhada, ele inquiria o motivo do mais velho estar de volta através do olhar.

— Eu acho que também preciso pegar aquele passo. — Yongguk deu a sua justificativa com um sorriso de canto, um pouco envergonhado. Ele jogou sua mochila no chão e caminhou até metade da sala, ficando de frente para um dos espelhos, pelo qual podia ver Junhong. — Pode me ajudar?

A cabeça do garoto pendeu, quase como se perguntasse “É sério?”. No fim, acabou por afirmar que sim, ajudaria, mesmo desacreditando que era o mais velho pedindo. Era a primeira vez que aquilo acontecia. Costumava ser o contrário, com Junhong pedindo auxílio com linhas de rap para o hyung que, jurou a si mesmo, superaria um dia.

Com a confiança de quem sabia o que estava fazendo, Junhong foi para o lado do outro, a uma distância segura para não acertá-lo com um braço ou uma perna, e revisou todos os passos, um por um.

O cérebro de Yongguk queria muito se auto desligar, mas ele se forçou a decorar cada um dos movimentos que o garoto lhe mostrava de novo e de novo, até poder fazer sozinho. Por mais que fosse uma situação um pouco engraçada, eles não riram vez alguma.

Para falar a verdade, pouco falaram no geral. Estavam aprendendo a se comunicar em silêncio, de forma tão confortável que nem processaram quem foi o primeiro que anunciou, algumas horas depois e através de um gesto, que estava esgotado e não era mais capaz de continuar.

Pela manhã, os outros trainees finalmente descobriram a razão por trás dos dois não terem regressado para o dormitório na noite anterior. Encontraram Yongguk e Junhong deitados no chão, ambos dormindo no mais profundo sono. Foi um pouco difícil acordá-los nessa vez.

Nas outras também. Porque eles descobriram que trabalhavam melhor juntos e passaram a contar um com o outro. Porque Junhong era o que Yongguk precisava (e vice-versa). Porque eles se complementavam; o que faltava em um, o outro fornecia.

E se eles eram melhores juntos, quem ousaria separá-los?

 

 

 

 

 

O debut da sub-unit BANG&ZELO

ocorreu no dia 01º de dezembro de 2011.

 

 

 


Notas Finais


:D SE O SEU O-TÊ-PÊ NUNCA TEVE UNIT, SÓ LAMENTO, O MEU JÁ TEVE :D

OBS.: 99,4% dessa fanfic é baseado em fatos reais. Sim, eu investiguei. Só fiz criar essas cenas e juntar todas as informações que consegui. ATÉ PORQUE, NÃO TEM COMO CRIAR UMA AMIZADE QUE JÁ EXISTE, NÉ? :D (Não dá pra ficar afirmando por aí com certeza que eles se pegam, mas pelo menos que eles são amigos desde que se conheceram eu posso esfregar na cara de todo mundo, tá, obrigada).

De qualquer forma, isso aqui é um vislumbre imaginário de como as coisas eram no início, e eu dei o meu melhor para ser fiel à realidade. Espero não ter estragado a minha própria ideia ç.ç Eu podia ter focado nos seis? Podia (e um dia eu vou, numa próxima oportunidade). Por enquanto fiquem com Unit(y) mesmo, que é minha neném <3

E por hoje é só, pessoal! >< Até uma próxima o/


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