História Universe - Novo Rumo

Uma Gem caminhava nos corredores escuros de sua nave, ela orbitava o último planeta de um sistema solar distante de seu lar. Ao chegar a seu destino, ela se viu de frente a uma enorme tela. Era a sala de comunicações.

-Computador, ligue para a Gerente.

O computador fez o que foi mandado, e ligou para uma Gem, mas apenas seu vulto podia ser visto.

-Acho que temos um problema com as imagens senhora... – Disse percebendo que não conseguia captar o sinal.

-Sua localização não me parece favorável, mas desde que me escute é o suficiente. Como estão os Bottons?

-Até agora nenhum sinal de crescimento – Disse analisando alguns dados – Foram lançados ao todo 200, mas nenhum deles gerou forma.

-Nenhum? Tem certeza disso?

-Acredito que os menores e mais frágeis podem estar mais próximos de tomar forma, ou já tenham tomado, mas não posso considera-los.

-Entendo... Talvez você deva dar um empurrãozinho neles.

-Empurrãozinho? O que sugere? – Perguntou.

-A autoridade tem pressa para ver o resultado de meus experimentos, não posso esperar muito mais tempo até que eles estejam prontos, vou enviar a você os planos de um satélite sonoro que deve ser implantado na órbita terrestre.

-Sim senhora – Disse firme.

-Mas não relaxe, mantenha-me sempre informada de todo o progresso dos meus Bottons.

-Sim senhora.

A ligação foi encerrada e não demorou um minuto para os planos chegarem e serem analisados pela Gem.

-Vamos começar... Bismuth!

-Sim? – Se aproximou.

-Inicie a produção desses planos, e agora!

-Sim senhora.

A Gem saiu e foi direto para a sala de controle.

-Mudando curso para a órbita do planeta Júpiter...

[...]

-UNI! AI MEUS CRISTAIS DESCE DAI AGORA! – Onyx gritava e corria em círculos desesperadamente.

-O que está acontecendo? – Moon chegou correndo assustada.

-O Uni está voando! – Disse Onyx.

Moon olhou para cima e levou um susto, Uni estava “pendurado” por suas asas, por que não conseguia controlar direito a direção em que voava, mas ele parecia se divertir.

-É divertido Moon! – Ele disse sorrindo.

-Uni! Ai, ai! Alguém tem que tirá-lo de lá! – Disse Moon.

-Eu acho que ele está bem lá em cima, deixem o garoto viver – Disse Howlite descontraída.

-Howlite?! Quando chegou?

-Agora – Ela disse sorrindo.

-Tire ele de lá! – Disse Moon.

-Mas ele parece estar se divertindo!

De repente as asas de Uni sumiram, e ele desabou.

-UNI!

-Ou não...

Howlite bufou e fez um portal no chão onde Uni cairia, ele entrou e parou bem nos braços dela.

-Ah... Oi Howlite! – Ele disse como se não tivesse acontecido nada.

-Oi Uni, se divertiu?

-Uhum, mas deu medinho quando eu caí – Fez um biquinho, sendo deixado no chão.

-Uni! Nunca mais faça aquilo! – Onyx brigou.

-O que ele fez?

-Ele me veio dizer que queria voar, e que só conseguia quando corria perigo, então se tacou do alto!

-Uni! De onde tirou essa ideia?! – Moon disse abismada.

-Foi a Howlite que falou! – Apontou para ela.

Moon e Onyx lançaram olhares mortais para Howlite, que apenas abriu um portal e fugiu de lá para não ser quebrada pelas duas mães super protetoras do pequeno.

-Uni, não dê ouvidos aquela doida – Onyx chamou – Vamos, você deve estar cansado.

-Estou um pouquinho, mas estou bem! Eu quero aprender a usar a água!

Moon e Uni se entreolharam, não sabiam se era mesmo uma boa ideia deixa-lo fazer isso.

-Uni... Talvez você devesse-...

-Mas eu consegui pufar aquela Gem estranha e grandona! Por que não posso? – Disse birrento.

As duas se entreolharam, de uns tempos para cá Uni vinha deixando de lado sua própria segurança para ajuda-las, ele vinha “abrindo as asinhas” e isso estava as assustando.

-Uni, melhor entrar – Onyx voltou a pedir.

Uni saiu chateado dali sem dizer mais nada. Ele queria poder ser útil as suas amigas, ajuda-las, mas como faria isso se elas sempre o protegiam a cima de si mesmas? Quem as protegeria dessa forma?

-Que chato... – Disse sentando na escada – Eu queria poder ajudar... Talvez... Talvez se eu mostrasse para elas o quão útil eu posso ser! Eu poderia...

-Olá...

Uni se assustou, das sombras daquele andar, estava uma figura encapuzada, que o observava e parecia sorrir.

-Q-Quem é você...?

-Ora... Mas já está assustado, não era você que queria provar sua utilidade?

-... E-Eu... Não estou assustado! Você apenas surpreendeu o Uni!

-Universe...

-Q-Quem...?

-É seu nome... Universe.

-Universe... – Disse olhando para cima mesmo – Quem é você?

-Apenas uma Gem... E eu tenho uma proposta para te fazer.

-Proposta?

-Você quer provar o quão forte pode ser, certo?

-Sim!

-Então, aqui você não vai conseguir, elas jamais vão te deixar lutar, por que te amam demais, em centenas de anos, você foi o único presente que receberam... Elas seriam capazes de morrer por você, e por isso...

-Por isso...?

-Por isso você deve se tornar forte para proteger todas.

-Mas se elas não me treinarem não tem como eu me tornar forte...

-Nenhuma delas pode te treinar Uni... Você é único, apenas você vai saber como se tornar mais forte, então ai vem minha proposta. Venha comigo.

-Com você?

-Eu vou te levar para um lugar onde você vai poder aprender a viver por conta própria, e se tornar mais forte... E elas não poderão interferir.

-Mas... Eu...

-Essa é a única forma de você se tornar forte Universe, faça isso e você terá o treinamento que nem Onyx pode te dar... A vida. Mas lembre-se, a vida não é gentil, haverão momentos em que ela não será justa e nem vai te defender, e serão nessas horas que tem de se manter forte... Se desistir, será seu fim, nenhuma delas poderá te salvar.

Uni tinha medo, ele só tinha deixado à torre na companhia de Howlite, partir junto a um desconhecido com certeza assustaria as meninas, elas ficariam preocupadas, mas ele queria se tornar forte e sabia que junto delas não conseguiria mostrar todo seu potencial, elas sempre estariam ali para lutar suas batalhas por ele.

-Ok, eu aceito – Se levantou e foi até ele – Eu posso em despedir...?

-Não, se você o tentar, elas impediram que parta.

-Posso deixar uma carta...?

-Pode... Do contrário elas vão se desesperar atrás de você.

Uni pegou um papel e uma caneta e escreveu uma breve carta para elas, deixando algumas lágrimas caírem, pois além do medo, ele já sentia saudades.

-Pronto...?

-S-Sim...

A Gem encapuzada pegou Uni e entrou com ele por um portal.

[...]

Uni abriu os olhos e se viu em uma cidade chamada Queentown. Ele estava no topo de um dos morros mais altos dela, de onde podia ver todas as luzes, era uma cidade consideravelmente grande, com muita iluminação, vários carros e muita música, mas o que mais surpreendeu Uni foi o enorme lago que podia ver dali, era enorme.

-Que lugar lindo... Como se chama?

-Queentown, é aqui que você vai ficar...

-Sozinho...? – Perguntou levemente assustado.

-Não, eu arrumei um ser humano que vai cuidar de você.

-Ser humano? – Perguntou surpreso.

-Sim, um ser humano, seu nome é Martha, venha, ali é a casa dela.

A encapuzada apontou para uma casa grande e bonita, semelhante a um chalé, que ficava ao pé do morro, no final da rua. O lugar onde estavam tinham muitas árvores.

-Vá até lá, bata a porta e diga que te mandei... Tem alguém que você precisa conhecer.

-Mas... Qual o seu nom-...

Uni olhou para onde a Gem estava, mas não tinha mais ninguém, então, sem escolhas, ele caminhou calmamente até chegar a casa, onde timidamente tocou a campainha, esperando que o atendessem.

Pelo que podia ver a casa tinha dois andares e era bem iluminada por dentro, tinha muitas janelas. Parecia ser muito aconchegante.

Ele se assustando quando as luzes se acenderam.

-Olá...?

A porta foi aberta por uma senhora de prováveis 35 anos de idade, ou talvez estivesse apenas bastante conservada. Sua pele era morena clara e seus cabelos ondulosos formando cachos nas pontas, enquanto seus olhos eram castanho esverdeados.

-Posso ajudar fofinho...?

-E-Eu... Uma Gem encapuzada me disse que a senhora Martha ficaria comigo... – Disse quase morrendo de timidez.

-Ah, você é o Uni! Estava te esperando... Por favor, entre – Ela disse abrindo passagem.

Uni pediu licença e entrou, a casa era tão aconchegante quanto ele imaginava. Era conceito em espaço aberto, com um enorme tapete felpudo, papel de parede florido, e sofás fofinhos, além dos vários quadros e fotos na parede, uma lareira e chão de madeira. A cozinha era em tons de vinho bem equipada, e havia um corredor com uma escadaria para o segundo andar, um jardim interno com espaço de lazer.

-Que bonito senhora Martha...

-Obrigada querido, pode me chamar de Martha, tudo bem?

Uni concordou.

-Bem, tem alguém que me disseram que você gostaria de conhecer... James! Desça aqui!

Uni não entendeu de primeira, até ver um garoto descendo as escadas. Ele parecia ter uns 13 anos, era um pouco mais alto que Uni, sua pele era rosada e seus olhos verdes, enquanto seu cabelo era curto com uma franjinha.

-Quem é ele mãe?

-Esse é o garoto que nossa amiga disse que viria morar com a gente... Seu nome é Uni, Uni, esse é James, meu filho, espero que possam ser amigos.

-Prazer... – Uni disse tímido.

James olhou para Uni e apenas de também estar tímido estendeu a mão, que foi apertada.

Aquele era o começo de uma grande amizade, e talvez, algo muito maior do que qualquer um poderia imaginar.