História Universe - Rotina

Uni acordou cedinho naquele dia e olhou ao seu redor, eram mais ou menos seis da manhã. Mal acreditava que estava morando com um humano, era assustador e emocionante. Do outro lado do quarto James dormia enrolado nos cobertores e grunhia coisas incompreensíveis, possivelmente estava sonhando, coisa que fazia muito também.

Curioso o pequenino se levantou e foi silenciosamente até o humano, observando-o dormir. Ele nunca tinha visto ninguém dormir além dele, pois as Gems não tinham esse costume, então não sabia bem como acordá-lo.

-Rum... James? – Chamou, sem receber respostas – Jameeees!

James resmungou algumas coisas e mudou de posição, dando sinal para Uni que estava bem.

-Rum... Acordaaaaaaa – Choramingou, dando “delicados” tapas no rosto de James.

-Nhaaan... – Resmungou.

O jovem resmungou incomodado e acordou, sentindo os toques “agressivos” de Uni, que estava bicudo pela frustração de não conseguir acordá-lo.

-A-Acordei – Disse sonolento – Uni... Que horas são...?

-... Ahn... Seis e quinze da manhã... – Disse de joelhos no chão e as mãos apoiada na cama.

James arregalou os olhos e voltou a deitar, dessa vez de cara para a parede.

-James?!

-Não me acorde antes das onze! – Respondeu se escondendo nas cobertas.

Uni fez biquinho, mas decidiu aceitar a decisão do outro, porem ao prestar atenção na casa, pode ver que senhora Martha também estava deitada, todos dormiam, e ele tinha vergonha e não sairia andando pela casa dos outros assim. Howlite tinha ensinado que era falta de educação.

Ele já sabia o que fazer então.

[...]

James acordou e se espreguiçou, pela preguiça e satisfação que sentia ele sabia que devia ser quase meio dia.

Só que havia um pequenino problema que ele reparou só quando acordou de vez.

Sua mãe estava com um sorriso radiante segurando uma câmera fotográfica, e em seus braços, dormindo ao seu lado, estava ninguém menos que Uni, que dormia com a cabeça em seu peito enquanto segurava com suas pequenas e delicadas mãozinhas seus ombros.

O rubor em suas bochechas foi instantâneo. Ele mal se moveu de susto, porem não demorou muito para que Uni acordasse também, e lançasse para si o sorriso sonolento mais fofo do mundo.

-QUE FOFOS! – Martha exclamou animadamente – Mas ainda precisam descer pra almoçar, então já pro banheiro!

Uni deu uma risadinha e desejou bom dia, descendo da cama animado, deixando James bastante desconcertado, porem ele foi também, escovando seus dentes ao lado do mesmo.

Não demorou muito para descerem e irem almoçar, era normal que nos finais de semana James dormisse até tarde e almoçasse direto, por mais que sua mãe não gostasse disso.

Eles comeram, Uni adorou experimentar aquelas comidas, mesmo que não necessitasse comer como os humanos, ele se sentia mais forte e saudável de alguma forma.

-James! James! – Chamou depois de lavar seu prato na pia com certa dificuldade.

-Sim? – Perguntou curioso.

-O que você vai fazer hoje? Vai a escola?

-Que?! Não! – Exclamou exaltado – Uni, escola tem todos os dias da semana, exceto sábado e domingo, é nossa folga.

-Ahhh... Então vai fazer o que?

-Bem... Vou fazer minhas tarefas.

-Tarefas? – Perguntou curioso.

-Mamãe não me deixa brincar antes de fazer as tarefas.

-E que tarefas são essas? – Perguntou curioso, estava louco para aprender sobre a rotina e os costumes humanos, seriam mais coisas para fazer.

-Bem, eu tenho que ir fazer meus deveres de casa, depois organizar e guardar minhas roupas, dai limpar meu quarto e jogar o lixo fora.

-Ah... Eu quero ajudar! – Disse animado.

-Ok, vamos – Disse subindo.

James subiu e foi fazer seus deveres de casa, só que havia um porem, Uni não pode ajudar em nada, ele não sabia fazer todas aquelas contas matemáticas complicadas, ele apenas fazia somar, subtrair, dividir e multiplicar.

-O que é elevado? – Perguntou surpreso.

-Ahn... É difícil de explicar... – Disse sem jeito – Por que não senta e espera?

-Ta bom.

Uni sentou e ficou esperando seu amigo terminar, e quando ele finalmente guardou os materiais e se levantou Martha entrou.

-Suas roupas filho.

-Ok.

-Roupas? – Uni foi até as peças, olhando-as surpreso – Vocês tem um monte de roupas?!

-Sim, você só usa essa?

-É... – Disse confuso, pegando uma cueca de James – Uma cueca!

-A-Ah! Não mexe nisso! – Disse tomando dele e deixando guardadinha de lado – M-Me ajuda a separar as roupas.

-Como?

-Camisetas com camisetas, calças com calças, bermudas com bermudas, meias com meias e-...

-Cuecas com cuecas? – Completou rindo.

-Blusas de frio com blusas de frio! – Disse extremamente envergonhado.

Uni continuou rindo e James acabou rindo também. Eles ficaram organizando por alguns minutos, até passarem para a parte de dobrar, o que Uni tinha muita dificuldade.

-Você tem as mãos tremidas – Disse James ao perceber a falta de coordenação do amigo.

-Desculpa... Eu não sou bom com as mãos... – Disse chateado.

-Tudo bem – Sorriu – Pegue as roupas dobradas que eu te der e coloque no guarda-roupa.

-Tá bom.

Uni ajudou, colocando as roupas em seus devidos lugares no guarda-roupa.

James assim que acabou olhou para seu amigo, mas não o viu. Tudo que pode ver era uma das blusas perdidas do seu guarda-roupa, que tinha ganho a um bom tempo, jogada no chão, e embaixo dela Uni, todo esparramado com as bochechinhas infladas.

-Uni?

-Sua blusa me atacou! – Disse fofamente.

James riu e se ajoelhou, ajudando o Gem a se levantar.

-Você está bem?

-Estou... Apenas caiu em mim quando esbarrei... É tão grande, é sua?

-É... Na verdade era do meu pai, mas me deram.

Uni olhou, era um moletom college muito grande, devia ser GGG Super G, tanto é que chegava até suas canelas e cobriam totalmente suas mãos, além de que a touca escondia perfeitamente seu rosto, e era muito quente. Suas mangas eram roxas assim como a touca e as barras, enquanto o restante era cinza.

-Você não usa? – Perguntou curioso.

-Não, é grande demais.

-Entendo, pode ficar – Disse sorrindo.

-Mas é seu!

-Você ficou muito fofo com ele, mesmo sendo grande, eu faço questão que fique – Insistiu determinado.

Uni sorriu e aceitou o presente, levantando-se e arregaçando as mangas o suficiente para que suas mãos pudessem aparecer.

-E agora? O que vamos fazer?

-Eu tenho que arrumar o quarto.

-Mas nem ta desorganizado!

Uni olhou ao redor, até que tinha alguns brinquedos e papeis no chão, mas ele não se incomodava com aquilo, porem se era para fazerem, então fizeram.

Os dois pegaram todos os papeis e colocaram nas latas recicláveis, depois guardaram os brinquedos, e no meio de toda essa organização Uni acabou se apaixonando.

Era um gamba americano de pelúcia, daqueles brancos e pretos, era muito fofo. Tanto, que Uni não resistiu em rolar no chão abraçado nele.

-Uni?! Que ta fazendo?

-Que fofinhooooo!! – Disse apaixonado pelo bichinho – Mas por que não ta se mexendo?

James riu.

-Não ta vivo bobo.

-ELE MORREU?! – Fez menção de chorar.

-Não! Nunca foi vivo Uni, é só uma pelúcia, é feito para parecer um animal, mas é de pano.

Uni analisou e deu risada, voltando a abraçar o bichinho.

-Tão fofo! Tão fofo! Tão fofo! Posso ficar com ele? – Perguntou com os olhinhos brilhando.

James relutou. Apesar de tê-lo deixado guardado, seu bichinho de pelúcia, o gambá Docinho, era seu preferido. Não sabia se tinha coragem de dá-lo a Uni.

-E se... Ele for seu filho também?

-O que?

-Ele é meu filho, então não posso te dar! Mas podemos ser os dois pais dele, o que acha?

-... Ok! – Se animou.

Os dois deram risada, e acabaram caindo num mar de brincadeiras até tarde, tanto é que James esqueceu de tirar o lixo acabou levando uma pequena bronca de Martha.

-Ficou brincando de que? – Ela quis saber.

-... Casinha... – Disse levemente envergonhado.

-Casinha?

-Sim! O James e eu somos os papais do Docinho! – Uni riu.

Martha olhou de canto para Uni e deu um sorriso cheio de segundas intenções.

-Uni, sua brincadeira está toda errada.

-Sério?!

-Sim, você esqueceu-se da parte principal! – Disse sorrindo – O beijinho de recompensa do senhor pai pelo bom trabalho.

Uni levou apenas alguns segundos para processar, mas logo a resposta veio como um raio, e ele se jogou em James, deixando um delicado beijo em seus lábios, apenas um selinho, mas foi suficiente para fazer James pirar.