História Universe - Preso em Amber

Uni descia distraidamente as escadarias da Torre e por descuido não percebeu que pisara na ponta do degrau e acabou escorregando, quase caindo do quinto andar, o que resultaria num machucado feio. Entretanto, graças a mãos amigas, em vez de alcançar o chão ele chegou ao teto, segurado por uma de suas amigas, Amber.

-Amber! – Comemorou – Você me salvou!

-Claro que salvei, até parece que eu te deixaria bater de cara no chão, tadinho! Então, o que faz?

-Estava apenas pensando...

-Pensando no que?

-Nada demais, apenas pensando... Amber, como é fusão?

-Fusão é tipo... Imagine que você está controlando uma maquina, mas ela não é feita de metal, ou fios... É feita de sentimentos, vontades, razão, amor... – Ela sorriu – A fusão é uma união de uma parte, a melhor parte de você, com a melhor parte da Gem com quem você está se fundindo, formando assim uma nova pessoa, que é um alguém único, e ao mesmo tempo é dois juntos! Entendeu?

-Acho que sim! Mas então... Por que eu não me sinto dessa forma? Tipo... Eu me sinto uma única pessoa.

-Você é diferente querido, é totalmente original!

-Sou?

-Uhum! Eu não te considero uma fusão por ter mais de uma pedra – Disse descendo para o chão – E mesmo que você seja, isso não é nada ruim! Não muda nada, continua sendo meu Uni!

Uni sorriu e abraçou Amber, ela era uma Gem animada e que vivia na mira de Citrine.

Seus cabelos eram longos com a franja caindo para o lado direito de seu rosto, estes eram loiro-alaranjados, e sua pele era clara e parecia até humana, enquanto seus olhos eram alaranjados e seus lábios cheios. Ela vestia uma regata caramelo que deixava sua barriga de fora, uma saia marrom, meia-calça caramelo com listras disformes e amarelas. Em sua barriga estava sua pedra em formato de losango que formava a ponta superior de uma estrela branca, que era da saia.

-Amber! Ensina alguma coisa pra mim? – Pediu.

-Te ensinar? Mas você tem a Onyx pra te ensinar – Disse confusa.

-Eu sei, mas eu quero aprender alguma coisa a mais, mas a Onyx disse que eu deveria ir com calma...

-E o que exatamente você gostaria de aprender?

-Ensina o Uni a... Ahn... Sobre os seus poderes!

-Meus poderes?

-Sim! Todas têm poderes e a Onyx disse que por eu ser uma fusão eu posso ter muuuitos poderes, então eu quero saber os seus, vai que eu sou metade Amber! – Disse animado.

-Isso seria muito demais! Vem! – Ela disse, pegando o jovem e o arrastando para o quarto andar – Pronto, por onde eu começo? Por onde eu começo?

-Me mostra... Sua arma!

-Eu não tenho arma meu bem – Ela riu.

-Não tem? – Franziu o cenho confuso.

-Não, por que eu posso fazer qualquer arma que eu quiser, mas eu prefiro usar – Amber levantou as mãos e um tipo de enorme chicote ligado á correntes em seus próprios pulsos, com lâminas grandes e curvadas por sua extensão surgiu – Essa aqui.

-Uou... Qual o nome dela? – Perguntou fascinado.

-Eu chamo de... Forca de espinhos – Disse sorrindo animada – O legal seria te mostrar, mas eu posso fazer o que eu quiser com o âmbar que eu tiro da minha pedra.

-Demais!

-Pare de ficar mostrando suas armas pra ele Amber!

Os dois pararam e olharam para a escadaria, vendo ninguém menos que Citrine parada olhado para eles com raiva – o que não era novidade.

-Aff, é você – Amber bufou.

-Sabe muito bem que o Uni é instável e principalmente, inocente, não o exponha a violência! – Mandou aproximando-se – Vamos, guarde sua arma.

-E se eu não quiser? – Teimou – Ele quer ver!

-É! Eu quero ver Citrine! Algum dia quero me tornar forte, e quem sabe ter o poder da Amber!

-Você não vai ter o poder da Amber, você não é como ela – Disse séria.

-Mas e se ele for meio Amber? Seria legal! – Disse animada.

-Tsc, não fale bobagens, o Uni não pode e não vai usar poder algum e você sabe disso!

Uni abaixou a cabeça tristonho, e Amber se irritou, mas em vez de apenas defender o pequeno ela daria a ele o que queria, e a outra nem saberia disso.

-Hey! Por que em vez de ficar falando você não luta comigo?

-Por que eu lutaria com você?

-Pra dar uma pequena experimentação do que é poder para o pequeno Uni! Pra ele se sentir seguro já que nós vamos protegê-lo! A menos que tenho medo.

Citrine trincou os dentes, Amber tinha pouco mais que a altura de Uni, era pequena, tinha o tamanho de uma Peridot, e exatamente por esse e outros motivos não deixaria que ela a chamasse de covarde na frente de Uni.

[...]

Citrine, Uni e Amber foram para o quarto de Citrine, que era um enorme campo aberto cujo céu estava num eterno por do sol, o chão era de cristal alaranjado que refletia as nuvens pêssego no céu, e dele saiam enormes cristais de Quartzo Citrine.

-Uni, senta ai – Disse Amber, fazendo um banquinho fofo de âmbar para o amiguinho – Você vai gostar!

-Ok! – Disse sentando-se e olhando atentamente para as duas.

-Você vai se arrepender por me desafiar – Disse Citrine – Não é como se uma Amber fosse capaz de me derrotar.

-Altura não é documento! – Disse preparando sua arma – Vamos!

Citrine fitou-a com os olhos cerrados e armou-se, colocando um tipo de semiarmadura amarela que apenas cobria seu peito, equipando-a de braçadeiras, cotoveleiras, joelheiras e panturrilheiras com lâminas curvadas.

As duas ficaram se observando em silêncio e então partiram a luta, avançando uma contra a outra.

Citrine rapidamente se defendeu dos chutes de Amber e principalmente das lâminas de seu chicote, mas não percebeu quando a mesma deu um salto e usando seus pulsos laçou o corpo da Gem maior e usando toda a sua força jogou-a contra um dos cristais.

Uni prendeu a respiração e ficou esperando o Quartzo atacar, e assim ele fez, correndo na direção da outra entre os escombros e desferindo-a soco seguido de soco, depois um chute que ela desviou por pouco, abrindo uma brecha que a levou a receber um soco em seu estomago, jogando-a para longe.

-Ai... Calma, é só uma luta de brincadeira... – Disse preocupado – Você consegue Amber! Se esforce!

Citrine caminhou na direção de Amber, que levantou em seguida e sorriu, levantando as mãos e unindo-as. De momento sua adversária não entendeu, até se sentir ser esmagada por duas enormes mãos de Amber que estava impedindo seus movimentos.

-Desista! – Mandou Amber, endurecendo o âmbar e se armando – Eu ganhei!

-Vai sonhando.

Citrine pela primeira vez sorriu e seus cabelos começaram a ser soprados para cima.

-UNI! TAMPE OS OUVIDINHOS! – Amber mandou.

Uni obedeceu, e viu a cena quase que em câmera lenta, antes que Amber pudesse se proteger Citrine usando um de seus poderes, que consistia numa enorme onda de energia, que podia ser tanto positiva quanto negativa, espalhou-se e destruiu o âmbar que a prendia, fazendo a adversária cair desnorteada de joelhos.

-Amber! – Gritou preocupado.

Citrine se aproximou de Amber e a chutou para o chão, apontando para ela a lâmina, bem em seu pescoço.

-Eu venci – Disse séria.

-... Droga... – Murmurou – Isso é trapaça.

-E você não considera trapaça usar todo aquele Amber pra me prender? – Perguntou séria.

-Rum... Chata.

Citrine não aguentou e deu uma risadinha, desarmando-se e cruzando os braços.

-Agora pode sumir com essa lança.

Amber arregalou os olhos. A algum metros dali ela apontava uma lança bem para a cabeça de Citrine, nem mesmo Uni, que observava de longe, havia visto aquilo.

-Eu disse, não pode me derrotar.

-Buá... – Amber reclamou, sentando-se e sumindo com a lança – Na próxima eu venço.

-Quem sabe na próxima – Disse, estendendo a mão para ajudar a amiga, que aceitou, a levantar.

As duas sorriram e caminharam em direção a Uni, que estava impressionado com aquela luta, havia sido tão rápida, mas ao mesmo tempo tão incrível.

-O que achou querido? – Perguntou Amber.

-... DEMAIS! – Disse animado.

-Ótimo, mas isso não muda minha opinião, pare de expor o garoto à violência, ele não está pronto pra isso, e talvez nunca esteja.

-Chata – Disse Amber.

-Meninas! – Disse Uni, chamando a atenção das mesmas – Agora... SE FUNDAM!

As duas arregalaram os olhos e se entreolharam antes de gritarem em alto e bom som:

-NUNCAAAAAAAAAAAAAAAAAA!