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História Universo Atemporal - 2020


Escrita por: rainbownizer

Notas do Autor


SURPRESA!
Primeiramente, um feliz ano novo a todos! Como foi o final de ano de vocês? Eu realmente estive com saudades daqui. Poxa gente, aconteceram tantas coisas esses dias que eu mal sei por onde começar! A boa notícia é que eu recuperei meu notebook e que eu vou começar a postar novamente. Porém, eu também consegui um emprego (ebaaaaaaa), e eu não terei tempo de postar mais de um capítulo hoje, como eu havia dito pra vocês. Mas, amanhã eu postarei o segundo capítulo, tá? Eu tinha feito a capa da fic há algum tempo, mas eu estava insegura sobre ela e não quis postar. Me digam o que acharam e qualquer eu tirarei um tempinho para fazer uma nova. Eu também estou sem celular, então demorarei de responder os comentários, mas eu responderei todos assim que eu chegar em casa, ok? Por favorzinho, não me abandonem e não deixem de comentar o que acharam do capítulo!
AAAH, meu vestibular é no domingo agora, me desejem toda a sorte do mundo, eu vou precisar de todas as energias positivas que vocês poderem mandar. <3
Agora, aproveitem o capítulo, eu espero que gostem, uma boa leitura a todos!

Capítulo 2 - 2020


2020, Porto Alegre, Brasil.

 

Alycia Debnam-Carey Narrando

Colocando um blazer preto e erguendo as mangas até os cotovelos, peguei algumas pastas e joguei dentro da mochila rapidamente. Eu estava atrasada e isso não era uma coisa que costumava acontecer. Praticamente correndo para fora do apartamento, coloquei a mochila nas costas e ajeitei o capacete na cabeça, descendo as escadas do segundo andar praguejando a cada degrau. Era a primeira vez em um ano que eu me atrasava e eu era orgulhosa sobre quão disciplinada eu era. Completamente comprometida com minhas obrigações, eu era sempre a primeira a chegar nas reuniões, a que mais argumentava, a que não tinha nenhum acúmulo de trabalhos, pois todos estavam sempre em dia. Sentei na moto e acelerei rapidamente, fazendo o motor roncar exasperadamente. Não demorou mais que vinte minutos para que eu chegasse na escola, indo diretamente para a sala dos professores, onde alguns deles ainda estavam sala.

- Bom dia. - Cumprimentei-os rapidamente ouvindo suas respostas ao fundo. Mas eu estava como um furacão, correndo de um lado para outro, guardando algumas coisas e pegando outras para a primeira aula. Chequei meu horário apenas para ter certeza de qual turma eu deveria ir. 1º ano do ensino médio, ótimo. Correndo em direção a sala da diretoria, dei três toques breves na porta de madeira, entrando assim que a voz soou permitindo a minha entrada.

- Bom dia, diretora. Eu realmente sinto muito pelo meu atraso, eu nem tive tempo de lig...

- Alycia - ela disse, erguendo a mão para que eu parasse de falar. -, o sinal bateu faz apenas cinco minutos. Está tudo bem, é só ir para a sala.

- Tudo bem, eu só vim pedir a chave da sala de multimídia, pois vou usar no segundo período.

- Você reservou a sala?

- Sim. - Eu disse e ela assentiu, tirando a chave da gaveta em sua mesa e me entregando. - Obrigada. - Ela assentiu e eu saí da sua sala.
Entrando na sala do primeiro ano, ninguém realmente havia reparado o meu atraso. Todos pareciam normais e eu suspirei em alívio. Não foi um atraso tão grande assim no final das contas. Ao fazer meu caminho até a frente da sala, não pude deixar de sentir uma pequena angustia no peito. Não era uma angustia nova, eu simplesmente não conseguia parar de me sentir assim todas as vezes eu que me posicionava nesse mesmo lugar. Em frente a sala, eu tinha uma visão panorâmica de todo o ambiente, de todos os rostos. Fazia um ano que eu trabalha pela prefeitura como professora de português em uma escola do município, mas durante todo o ano eu ainda me sentia frustrada pelas condições em que os alunos eram submetidos. Eu, como professora, tentava fazer o meu melhor para amenizar o clima e deixá-los o mais a vontade para receber a quantidade de informação e conhecimento que eu tentava passar para eles. Porém, não era nada fácil quando o próprio ambiente tornava as coisas tão mais difíceis. Sem ventiladores, muito menos ar-condicionados, essa palavra era quase uma piada. Sem bons matérias. Todo o sistema ditatorial. Tudo girava para que o aprendizado fosse algo chato, monótono, obrigatório. Respirei fundo ao colocar minhas coisas em cima da mesa e ouvir o barulho amenizar quando meu olhar se voltou para a classe novamente.

- Bom dia, pessoal. - Eu disse e alguns responderam de volta. Tentando trazer um clima mais descontraído, sentei-me à mesa, balançando meus pés divertidamente e lhes apresentei um sorriso. - Como foi o final de semana de vocês? - Perguntei, mas ninguém respondeu. Estavam com uma expressão de desânimo, encarando-me. - Bem, se vocês não querem conversar, podemos fazer uma atividade... - Quase todos me repreenderam e eu gargalhei baixo. - Então, vamos lá. Só quero começar a nossa aula bem. Vocês me conhecem, não precisam ficar todos sério, sentados olhando para a minha cara.

- Meu final de semana foi bom, não fiz nada demais, só fiquei em casa. - Mariana, uma das alunas, disse.

- Ficar em casa sem ter nenhuma obrigação pra fazer é ótimo. - Eu disse, sorrindo pra ela.

- Eu fui pra festa, sacomé né, sôra? - Roger disse e seus amigos no fundo da sala riram com ele.

- Sei como é sim. Eu também fui numa festa esse final de semana.

- E cê pegou alguém? - Um dos amigos do Roger perguntou. Eu sorri antes de responder.

- Bem, mais ou menos.

- Como assim, sôra? - Outra aluna perguntou.

- Bem, eu fui acompanhada.

- Da última vez que a gente perguntou, a senhora disse que era solteira.

- Bem, agora as coisas estão complicadas. Sacomé, né? - Eu disse me dirigindo ao Roger e todos riram e fizeram algumas provocações.

- Bem, chega, chega. Vocês estão me deixando sem graça! - Eu ri mais uma vez e esperei que eles também parassem de rir. - Vocês sabem como funciona, né? Os primeiros vinte e cinco minutos de aula são totalmente meus. Os outros 15 são de vocês, pra gastarem da forma como quiserem. - Todos assentiram, pois já conheciam meus métodos. - Certo, então, Mirelle, você pode passar a caixa pela sala pra mim, por favor? - Ela assentiu e passou a caixa para todos colocarem seus celulares dentro. Eles já haviam se acostumado com isso, mas eu ainda podia ver a cara feia de alguns. - A gente vai fazer uma atividade lá fora, pois temos um conteúdo novo. Então, ajeitem suas coisas e vamos para o pátio. 


...


A noite já caia quando eu estacionei a moto na frente de um restaurante. Não era um lugar muito elegante, mas era confortável e calmo. Tinha algumas mesas na frente e o local era cercado por um jardim agradável aos olhos. Tirei o capacete e já localizei a mulher que também notara a minha chegada. Ela levantou-se da mesa enquanto eu caminhava em sua direção. Eu ainda ficava sem fôlego com a beleza da mulher à minha espera. Seu corpo era bonito e cheio de curvas, fazia todos virarem em sua direção. Seus cabelos eram negros e com algumas ondulações e iam até a sua cintura majestosamente. Porém, isso ainda não era a coisa mais bonita na morena. Ela tinha um sorriso de dentes grandes que lhe enchia toda a face. Era um sorriso branco e perfeito, fazendo valer a sua profissão de dentista. Seus olhos também eram incríveis e olhavam fixamente os meus, mesmo por trás de seus óculos de grau. Um delineador preto marcavam ainda mais os olhos castanhos escuro. Quando eu parei em sua frente, eu suspirei uma última vez ao estar tão próxima da morena do sorriso encantador.

- Costia. - Eu disse, retribuindo o sorriso. Ao invés de responder, ela me surpreendeu selando nossos lábios rapidamente.

- Oi. - Ela disse, ainda esbanjando seu sorriso. Eu conseguia sentir os rostos virados na nossa direção e minhas bochechas esquentaram rapidamente. - Como foi o seu dia? - Ela perguntou e nos sentamos na mesa. Ela já havia pedido uma bebida e bebericou seu suco enquanto esperava a minha resposta.

- Hoje foi bem tranquilo, tive apenas três períodos à tarde. Aproveitei pra adiantar algumas coisas pra semana que vem, ainda preciso terminar, mas já fiz quase tudo. - Ela me ouvia atentamente. - Enfim, nada de muito empolgante. E o seu?

- Tive duas cirurgias hoje, estou um pouco cansada, na verdade. - Ela disse. - Mas estou contente que tivemos um tempo para nos encontrar. Nossos horários nunca batem e você está sempre fugindo de mim. - Ela disse com um ar de brincadeira e um sorriso provocativo.

- Eu n-não fujo de você. - Eu disse, mesmo sabendo que isso não era verdade.

- Certo. - Ela disse divertida, deixando um riso escapar antes de bebericar seu suco novamente. Não demorou até que um garçom nos atendeu e anotou nosso pedido.

Continuamos conversando e era sempre divertido conversar com a morena. Ela tinha um senso de humor contagiante e mesmo com a postura e a beleza intimidante, ela era, na verdade, extremamente divertida e fácil de interagir. Foi assim que nos conhecemos, há cerca de seis meses atrás. Marie e Lindsay tinham tido um término conturbado e Marie estava na fase de festas e muita bebedeira. Mas uma certa noite ela colocou na cabela que eu tinha que ir com ela e, depois de horas de argumentação, eu acabei cedendo. Porém, fiquei a maior parte do tempo perto do bar, apenas servindo de algum apoio caso Marie precisasse. Mas a outra estava frenética na pista de dança, saindo apenas para abastecer seu copo de bebida, agarrando-se com tantas pessoas que eu já tinha perdido as contas. Eu estava distraída, pensando em coisas aleatórias e checando Marie algumas vezes quando Costia apareceu.

 

- Você deveria falar com ela.

- Oi? - Olhei para onde vinha a voz e perguntei confusa, assustando-me por ter sido abordada de repente. Mas engoli seco quando vi uma morena indescritivelmente linda sorrindo para mim. Ela apontou em direção a pista.

- A garota que você está olhando há horas. - Ela disse e eu entendi do que se tratava. - Você deveria falar com ela.

- Ah, não. Não é nada disso. Somos amigas, eu vim apenas para acompanhá-la. Estou apenas me certificando de que ela não faça nada que se arrependa amanhã.

- Hum, bem... Isso soa como alguém que se importa bastante. - Ela disse, mas o tom sugestivo ainda estava ali. Ela bebeu um líquido em seu copo e eu fiz o mesmo.

- Bem, ela é uma das minhas melhores amigas. Lógico que eu me importo com ela.

- Só amigas mesmo?

- Sim, claro. - Eu disse com convicção.

- Então, eu poderia te fazer companhia já que também não estou com clima para festa. - Ela disse amigavelmente e eu ainda estava surpreendida pela sua beleza. Foi então que tive uma conversa tão agradável, que me lembro da Marie me arrastando para fora, porque eu não queria ir embora.

 

- Bem, o que você acha de passar a noite na minha casa? - Costia disse, tirando-me de meus devaneios.

- Bem, eu acho que...

- Lá vem mais uma desculpa. - Ela disse divertida, mas pude sentir um resquício de decepção em sua voz.

- Eu ia dizer que acho uma boa ideia. - Eu disse, mas não era essa a resposta que eu daria antes. Ela sorriu grandiosamente, pagamos a conta e fomos para o seu apartamento na minha moto. 

- Você quer tomar um banho? - Ela perguntou assim que entramos em seu apartamento. Não era novidade pra mim que Costia tinha feito bastante dinheiro com sua carreira de dentista, mas eu ainda ficava impressionada toda vez que eu entrava em seu apartamento. Enquanto o meu, além de alugado, era pequeno e desarrumado. O da morena era totalmente o oposto e eu me sentia até um pouco deslocada. Costia tinha bom gosto e o ambiente era agradável, extremamente bonito e elegante.

- Sim, eu gostaria. - Eu disse e ela sumiu pelo corredor. 

- Você pode ir primeiro, eu vou fazer um chá para mim. Você vai querer comer antes de deitar? - Ela perguntou do quarto.

- Não, eu estou bem. Apenas um chá seria ótimo.

- Tudo bem. - Ela disse, me trazendo toalhas e roupas limpas e eu me dirigi ao banheiro, não me demorando muito ao banho. Costia foi logo depois de mim e eu aproveitei para terminar algumas coisas do trabalho. Sentei-me no balcão da cozinha, onde ela tinha deixado uma xícara de chá para mim e apreciei o líquido quente enquanto me concentrava nos papéis em minha frente. Só me dei conta da quantidade de tempo que tinha passado quando senti um beijo em meu pescoço.

- Adoro quando você fica toda concentrada assim. - Eu sorri, sentindo suas mãos massagearem meus ombros.

- Eu já estou acabando.

- Ok, eu posso assistir você enquanto isso? - Ela deixou outro beijo em meu pescoço, já que ele estava exposto em consequência do coque alto que eu tinha feito em meus cabelos.

- Eu acho que você é uma distração em pessoa e eu não conseguiria fazer nada com você aqui. - Ela riu gostosamente e tirou as mãos dos meus ombros, mas eu a puxei pela mão e me levantei um pouco, apenas para encaixar meus lábios nos dela sutilmente. Ela sorriu ao final.

- Bom, eu vou esperar você no quarto então.

- Eu juro que não demoro. - Ela assentiu tranquilamente e sumiu pelo corredor. Eu estava cansada, então, terminei tudo o mais rápido que pude e devolvi os materiais para a mochila. Bebi um copo de água gelada e me dirigi ao quarto. Costia estava deitada e assistia TV, mas sorriu ao me ver chegar e se ajeitou para que eu assumisse o lugar ao seu lado, assim o fiz. 

- O que você está assistindo? - Perguntei, me aninhando a ela, relaxando ao finalmente descansar o corpo. Encaixei meu rosto na curva do seu pescoço e inalei o cheiro agradável que emanava dela. 

- Não sei bem, é um filme, mas já tinha começado quando eu deitei.

- Hum... - Murmurei, enquanto depositava um beijo em seu pescoço.

- Hum... - Ela me imitou, soltando um risinho gostoso, mas começou a afagar meus cabelos quase que sensualmente e abaixou o rosto para que pudesse me olhar nos olhos. Vê-la sem os óculos era algo que sempre me impressionava. Ela tinha uma beleza tão natural e era quase impossível não se sentir intimidada só em olhá-la. Por mais que eu não me sentisse a vontade em ter algum relacionamento, ela tinha sido a única pessoa depois de 4 anos sem Eliza, que eu me permitira ter algo além do casual. As vezes era pesado demais ter que guardar uma história tão avassaladora em minha cabeça. Eliza era meu segredo e um pesado demais. Porém, tudo sobre ela ainda me atormentava todos os dias e o tempo todo. 

" você tem que se permitir gostar de alguém e quando você encontrar essa pessoa, você tem que investir nela e verbalizar seus sentimentos, ok?"

 

Costia não era só absurdamente linda, como um ser humano maravilhoso. E ela insistiu tanto em mim que foi impossível não ceder. Não tínhamos oficializado nada, mas sabíamos que éramos únicas na vida uma da outra. E estar com alguém depois de tanto tempo sofrendo por alguém que nem sequer existia, era ótimo. E estar com alguém como ela era... No mínimo seguro e confortável. Eu vi seu sorriso se abrir, enquanto passamos minutos apenas olhando uma a outra, então eu lhe acariciei o rosto ainda pensando nas qualidades da morena ao meu lado. Mas não me demorei muito até me inclinar para beijá-la. Ela retribuiu imediatamente e o beijo foi intenso desde os primeiros segundos. Sem pensar muito e movida apenas pela emoção, deitei meu corpo sobre o dela, deixando minhas mãos passearem sobre o corpo esculpido perfeitamente. Ouvir a respiração descompassada da mulher com tão pouco, apenas me incentivou a continuar e ambas sabíamos onde isso terminaria.


...

 

Acordei de manhã com o despertador de celular e me levantei rapidamente. Tomei um banho rápido, usei basicamente a mesma roupa do dia anterior, apenas deixando o blazer de lado e pegando uma blusa nova no guarda-roupa de Costia. Fiz um café e bebi uma xícara enquanto escrevia um bilhete para quando a morena acordasse. Sem mais delongas, fui direto para a escola para não me atrasar novamente. 

Assim que adentrei o portão da frente, vi Marie de costas para mim. Depois da faculdade, Marie era a única que eu tinha um contato diário, pois dava aula de Educação Física na mesma escola que eu. Lindsay trabalhava numa empresa grande e estava sempre ocupada fazendo o mundo avançar tecnologicamente. Ricky ainda tinha a sua academia do outro lado da cidade, e por isso, nos víamos apenas nos finais de semana. Andei em direção a minha amiga e percebi que a mesma estava conversando com alguém, mas só consegui ver a outra pessoa quando eu estava a centímetros de Marie. Meu coração parecia ter parado de bater e logo, voltado com toda a força, apenas para compensar os segundos sem bombear. Pois eu sentia as batidas por todo o meu corpo e o sangue parecia correr para todos os lados, esquentando meu corpo como um louco. Não era possível. Percebendo alguém atrás dela, Marie virou-se para mim e sorriu, mas eu sinceramente não consegui olhar para outra coisa, até que os olhos azuis se puseram nos meus. O choque foi tanto que todos os pelos do meu corpo se eriçaram e eu podia dizer que ela também havia sentido alguma coisa, seu rosto parecia levemente confuso. Longos segundos se passaram e ninguém disse coisa alguma, até que uma voz soou rasgando o ambiente.


Notas Finais


O QUE ACHARAM? DIGAM-ME <3
ATÉ AMANHÃ!


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