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História Universo Atemporal - Adam


Escrita por: rainbownizer

Notas do Autor


Hello guys! Como foi o final de semana de vocês? Espero que bem! Só queria comunicar que por causa do meu trabalho, eu só vou postar nos domingos ou sábados de agora em diante. Mas eu tentarei escrever capítulos maiores, ok?
Espero que gostem desse, boa leitura <3

Capítulo 5 - Adam


Fanfic / Fanfiction Universo Atemporal - Adam

Eu estava nervosa. Eu não gostava de me sentir assim, mas não tinha uma escapatória para isso. Eu estava animada também, mas não tanto quanto eu achei que ficaria quando esse momento chegasse. Eu estava extremamente nervosa e o tremor em minhas mãos só piorava tudo. Eu respirei fundo uma última vez, ajeitei a mochila nos ombros e entrei no prédio da escola com uma confiança que eu nem sabia que estava ali. Eu estava despreparada para vê-la, o que é ridículo, porque eu estive esperando isso há quatro anos. Mas nenhum cenário em minha cabeça me preparou para isso. Como poderia? Ela nem mesmo sabe quem sou eu, quando eu tenho a amado mais do que eu conseguia suportar por muito tempo. Eu sabia que eu tinha que ser mais forte do que fui ou tentei ser nos últimos anos e isso soa impossível até mesmo em minha cabeça, mas eu simplesmente tinha que tentar. Tinha que cumprir minhas promessas. Tinha que ser paciente, assim como Eliza me pediu pra ser. Mas, ela se quer seria a mesma pessoa? E Costia? E todos esse sentimentos confusos? Agora eu não podia pensar tanto nisso, porque eu acabara de adentrar a sala dos professores e a primeira coisa que vi foram os olhos azuis em minha direção. 

- Bom dia. - Eu disse a todos na sala, mas minha atenção estava voltada exclusivamente para a de olhos azuis.  

- Bom dia. - Todos responderam, mas o sorriso gentil no rosto da loira era o que mais me importava. Ela voltou sua atenção para os papeis em sua frente e eu me sentei ao seu lado rapidamente. Retirei o notebook da minha mochila e a pasta com as provas dos alunos, eu tinha alguns minutos para passar a nota das provas para a minha planilha, então comecei a fazê-lo calmamente. Eu normalmente era muito profissional e concentrada na hora de realizar esses procedimentos, mas como poderia eu me concentrar quando o amor da minha vida que eu não via há anos estava sentada ao meu lado? Amor esse, que me fez questionar absolutamente tudo sobre a vida, sobre mim. Mas lá estava ela, alheia a qualquer coisa, mais linda do que nunca, usando um perfume ainda mais inebriante do que eu me lembrava e tudo que eu queria era roçar o nariz na curva de seu pescoço... Oh céus! 

Aproveitando o momento que alguns dos professores se retiraram da sala, deixando-a mais vazia e silenciosa, decidi deixar meu trabalho de lado e fazer o que eu queria ter feito desde que abri meus olhos pela manhã. 

- Eliza - Eu disse e ela levantou os olhos em minha direção, sua expressão era levemente surpresa, provavelmente pelo fato de eu lembrar o nome dela. Eu sorri gentilmente para suavizar o clima, eu queria que ela se sentisse confortável comigo. Seja paciente, pensei. -, eu queria me desculpar por ontem, eu não estava me sentindo bem, fui mal-educada e até mesmo grosseira contigo. 

- Ah, não se preocupe, você não foi nenhuma dessas coisas. - Ela disse soando mais gentil do que eu achara ser possível. 

- Ainda assim, não fui eu mesma e gostaria de me desculpar por isso. Quero que saibas que estou feliz que você se juntou ao nosso corpo de professores e espero que você esteja se sentindo muito bem vinda, porque você é. - Ela sorria grandiosamente agora. 

- Muito obrigada, estou muito feliz de estar aqui, de verdade. - Eu assenti, sorrindo mais que o necessário. Eu sentia meu coração bater como um louco no peito e tudo que eu podia pedir era que ela não percebesse o quão nervosa eu estava. Céus, ela estava mais linda do que minutos atrás e eu ainda não conseguia entender como isso era possível. Ela tinha um ar confiante que a rodeava, suas bochechas eram salientes e muito coradas. Os olhos azuis eram vivos e brilhantes, mas tinha o ar misterioso que minha Eliza sempre carregara nos olhos. Ela parecia tão mulher, tão decidida! Não era mais algo frágil que eu tinha que cuidar, era alguém capaz de cuidar de si mesma e até mesmo de uma criança e isso me intimidava. Por que raios ela precisaria de mim agora? Ela tinha uma família. 

- O que você acha de almoçar comigo no intervalo? Por minha conta, quero mudar sua primeira impressão sobre mim. - Eu disse antes que minha mente pudesse processar. 

- Isso é muito gentil, obrigada! Seria ótimo. - Ela sorriu ainda mais largo, fazendo minhas inseguranças chacoalharem e se quebrarem no ar. Eu a amava. Céus, eu a amava. - Bom, eu tenho minha primeira aula agora, me deseje sorte. - Ela disse risonha, com um ar descontraído.  

- Vai dar tudo certo, eles vão adorar você, são boas crianças.  

- Obrigada! Te vejo no intervalo. 

- Boa aula. - Eu disse, antes que ela desaparecesse porta a fora. Eu respirei fundo, soltando o ar que parecia estar preso em algum lugar da minha garganta. Minha voz soou estável o tempo inteiro e eu estava contente com isso, porque tudo em mim chacoalhava loucamente e meu coração parecia impossível de controlar. Respirei fundo mais uma vez, apertando os olhos com força antes de voltar para os papéis a minha frente. Hora do trabalho. 

 

... 

 

Eu liberei os alunos mais cedo, só pra não deixar Eliza esperando. Fiquei na sala dos professores, esperando a loira aparecer. A mesma também chegou cedo, parecia ter liberado os alunos na hora exata e corrido para a sala, a mulher entrou apressada e me olhou com uma expressão estranha. 

- Eu sinto muito. - Ela disse. - Eu realmente preciso sair agora no almoço, o pai do meu filho não pôde pegá-lo na escola e eu preciso fazer isso agora. 

- Sem problemas. Você está de carro? Precisa de carona? 

- Ah, eu vou pegar um táxi, não se preocupe. 

- Magina, eu já ia no restaurante mesmo, não me custa te dar uma carona. 

- Não seria incomodo mesmo? A escolinha dele é um pouco longe. 

- Não mesmo, eu juro. Você tem problemas com moto? 

- Não, nenhum. 

- Então vamos lá. - Ela agradeceu mais uma vez, mas a verdade é que quem estava grata era eu. Andamos para fora da escola e fomos até a minha moto, retirei o capacete reserva da parte traseira da moto e a entreguei. Subi na moto e a ajudei a fazer o mesmo. Sentir os braços da mulher em volta da minha cintura me fez estremecer tanto que, infelizmente, ela percebeu e soltou o aperto, deixando apenas as mãos apoiadas em cada lado da minha cintura. Mas ainda assim, a sensação era melhor do que eu poderia descrever. - Tudo ok? - Perguntei, ela assentiu e nós seguimos enquanto ela me dava as coordenadas. 

Eu já conhecia a escolinha, então, achar o caminho foi a coisa mais fácil a se fazer. O que eu não poderia negar, era o quão difícil era me conter em cima daquela moto. Tudo em mim queria explodir e eu sorria o tempo inteiro. Eu simplesmente não conseguia parar de sorrir e eu tentei bastante. Mas ainda era tão surreal que essa mulher estava aqui, sentada na minha moto, com suas mãos em minha cintura. Como eu poderia não estar explodindo por dentro? Aquilo parecia impossível e por tantas vezes eu me convenci de que nada parecido com isso aconteceria novamente. Tantas vezes eu tinha me convencido que jamais veria seu rosto novamente. Tantas vezes eu tinha me feito acreditar que ela só existiria dentro de mim. E agora ela estava aqui, mais linda que nunca. Mais cheirosa que nunca, mais forte e radiante que nunca. E eu estava sendo sugada para ela novamente.  

Assim que estacionei a moto na frente da escola, já podíamos ver o menino loiro com a mochila nos ombros, olhando para todos os lados, provavelmente a procura da mãe. Não tinha quase nenhuma criança por perto e eu imaginei que ele estivesse esperando alguém buscá-lo por tanto tempo que todos os seus coleguinhas já tinham ido embora. Eliza saiu da moto muito rapidamente e a preocupação com seu filho era evidente. Assim que o menino a viu, saiu correndo em direção ao portão grande, que o porteiro abriu prontamente assim que viu Eliza caminhar apressada em sua direção.  

- Mamãe! - O menino gritou animado, exatamente como na primeira vez em que o vi e a cena era tão bonita que eu me dei conta de que o sorriso ainda não me saia da face.  

- Bom tarde, senhora Eliza. - O porteiro cumprimentou-a e ela apenas acenou com a cabeça, oferecendo um sorriso gentil antes de abaixar-se para receber o corpo do menino que jogou-se em cima dela sem receio. Agora eu não podia ver, mas eu sabia que a mulher tinha um sorriso enorme no rosto, porque eu mesma sentia minhas bochechas doerem só de olhá-los. A loira pegou o menino no colo e veio com ele em minha direção, o menino falava animado sobre algo e a mulher dividia a atenção entre a criança e eu. Pois eu sorria pra ela e a olhava nos olhos com uma felicidade tão estranha. 

- E aí a sôra disse que meu desenho estava muito bom! - O menino concluiu e Eliza parou em minha frente. 

- Isso é incrível, meu amor. Eu disse que você era bom. - A criança tinha um olhar orgulhoso e um sorriso que mostrava a sua felicidade. Agora de perto, eu podia ver o quanto ele se parecia com Eliza e isso me assustou bastante, porque, só agora a realidade tinha me atingido de verdade. Ela tinha um filho. 

- Igual você! - Eliza sorriu para o menino e acariciou seus cabelos muito amavelmente. Ele tinha os cabelos compridos e mesmo com o clima quente, ele parecia muito confortável com isso e eu podia afirmar que era uma escolha dele ter os cabelos assim. E, pelo olhar de Eliza para o garoto, ela faria qualquer coisa que ele quisesse. O amor que ela sentia por ele era tão notável que era quase tangível. Eu conseguia senti-lo dentro de mim e eu pensei que eu poderia amá-lo só pelo fato de ela o amar também. 

- Adam, essa é a Alycia, uma amiga do trabalho da mamãe. 

- Oi. - O pequeno disse timidamente, agarrando os braços no pescoço da mãe. 

- Oi rapazinho. - Cumprimentei-o, ainda sorrindo como uma idiota. - É muito bom conhecer você. - Ele nada disse, então apenas sorri e me dirigi para Eliza. - Eu estava pensando, tem um restaurante aqui do lado e ele também deve estar com fome... 

- Eu estou! - Ele disse e eu ri baixinho. 

- Adam! - Eliza o repreendeu. 

- Tudo bem, eu também estou morrendo de fome! O que você acha de almoçarmos agora? - Perguntei para o garotinho. 

- Sim! - Ele respondeu animado e eu ri mais uma vez. 

- Você acabou de despertar uma fera. - Eliza me disse, mas começou a fazer cócegas no garoto. - Não é, ferinha? Ein? - Ela continuava enquanto o garoto pedia para que ela parasse em meio a gargalhadas. Eu também ria da cena, mas tirei a chave da moto e coloquei na mochila. 

- Essa moto é sua? - O garotinho perguntou com os olhos arregalados.  

- É minha sim, você gostou? - Ele assentiu rapidamente com a cabeça, eu ri baixinho. - Na volta eu deixo você sentar nela, tá bom? 

- Eba! - O garotinho olhou pra mãe animado e ela sorriu pro menino, colocando-o no chão. 

- Obrigada. - Ela sussurrou para mim, enquanto o menino segurou em sua mão com firmeza. 

- Eu não fiz nada. - Ela sorriu ainda mais e nós fomos andando até a esquina para o restaurante que tinha ali. 

Assim que chegamos, nos sentamos em uma mesa confortável e fizemos nossos pedidos. O garoto ainda estava muito tímido, mas parecia muito mais animado sobre a moto. Me fazia diversas perguntas e o foco o tempo todo foi o garotinho sorridente. Seus olhos eram exatamente como os de Eliza e eu estava tão apaixonada por eles como estava pelos originais. A mulher também sorria o tempo todo e parecia muito feliz por ver o filho tão animado. Eu já havia percebido que desde que teve que buscá-lo na escola, ela parecia um pouco incomodada com algo, mas sabia esconder muito bem na frente do filho. O que ela não sabia, é que eu a conhecia muito bem. Eu sabia quando ela sentia qualquer tipo de dor, pois eu estava lá quando ela sentiu as piores. 

- Isso é realmente incrível. Eu ainda não vi nenhum desenho da sua mãe. - Eu disse pro garoto que falava de um trabalho que fez na escola, inspirado pelos desenhos da mãe. 

- Você devia, são incríveis! 

- Deveria, meu amor. - Eliza o corrigiu amavelmente. 

- Deveria! - Ele se corrigiu e eu sorri.

- Eu vou, com certeza! - Eu sorri para Eliza que assentiu timidamente, assim como seu filho tinha feito minutos atrás. Aqueles dois eram tão parecidos! Nessa hora o celular de Eliza começou a tocar e assim que viu o nome da tela, parecia claramente incomodada, pediu licença e levantou-se da mesa para atender.

- Então - Eu chamei a atenção do menino. -, você gosta de desenhar?

- Sim! Eu quero desenhar igual a mamãe um dia! - Ele disse muito sorridente. - Olha, esse eu fiz hoje! - Ainda muito animado, ela tiru um papel um pouco amassado da mochila e me entregou. Era um desenho de uma criança, mas era muito bom comparado a outros da sua idade. Ele sabia usar muito bem as cores e apesar dos traços ainda irregulares, era muito claro que ele tinha se empenhado muito para orgulhar a mãe.

- Nossa, eu amei! Está muito bonito, Adam, você é talentoso. - Eu disse sinceramente e o sorriso no rosto do garoto era tão grande que poderia rasgar toda a sua face.

- Ainda não é como os da mamãe, mas ela disse que se eu treinar muito, eu serei tão bom quanto ela.

- Se você treinar bastante, você pode ser ainda melhor. Quando a gente ama o que faz e se dedica muito a isso, conseguimos ser cada vez melhores. Você tem talento e se você quer ser ainda melhor no desenho, você só precisa praticar bastante e você vai ver que cada desenho sairá melhor que o outro.

- Você também desenha?

- Não. - Eu sorri. - Não tão bem quanto você, mas eu vou deixar os desenhos com você, porque eu não consigo ser tão boa. - Ele sorriu largamente.

- Pode ficar com o meu desenho se você gostou dele.

- Sério? Você não quer dar pra sua mãe?

- Ela tem vários, você pode ficar com esse. - Ele sorriu amavelmente, do mesmo jeitinho que Eliza e meu coração bateu como um louco.

- Obrigada! Eu gostei bastante, vou guardá-lo com muito carinho. - Antes que qualquer um pudesse dizer alguma coisa, Eliza voltou para a mesa. Eu estava comovida com o ato de Adam em me dar o desenho, isso claramente significava muito pra ele e eu o vi sorrir pra mim antes de voltar a atenção para a mãe. Então eu dobrei o papel cuidadosamente e coloquei na minha mochila.

Eliza parecia muito mais incomodada depois da ligação e eu estava intrigada com isso. Então, por mais que eu já estivesse apaixonada pelo garotinho, eu queria um tempo a sós com Eliza, queria saber o que estava acontecendo e também queria algum tipo de intimidade com ela. 

- Adam, tem um parquinho logo ali, você não gostaria de brincar? A comida vai demorar um pouco e você deveria se divertir enquanto isso. 

- Posso, mummy? - Ele perguntou imediatamente para Eliza e eu estava impressionada com o sotaque americano do garoto e eu não tinha percebido isso até agora. 

- Claro, Dam. Só não saia do parquinho, tá? 

- Tá bom! - Ele disse e saiu correndo, juntando-se à outras crianças no parquinho. Eliza e eu o observamos por alguns segundos. 

- Ele é ótimo. - Eu disse e ela se virou para mim e nossos olhos se encontraram. 

- Ele é. - Ela disse com um sorriso enorme. 

- Não quero invadir sua privacidade, mas não pude deixar de sentir que algo está te incomodando desde que saímos da escola. Aconteceu alguma coisa? - Ela respirou fundo e soltou o ar pesadamente. 

- É o pai do Adam. Ele ficou de buscá-lo, mas simplesmente não pôde e me mandou uma mensagem me dizendo para pegá-lo em seu lugar em cima da hora. Eu sei que isso não é grande coisa, mas ele tem feito isso com bastante frequência. Adam sente falta dele, ele sempre foi muito ausente mesmo quando estávamos juntos. 

- Vocês não estão mais juntos? - Eu tive que perguntar. 

- Não, nós somos divorciados. - Ela disse e eu me senti mal por ter ficado feliz com a notícia. - Na verdade, é uma história bastante complicada, você não vai querer ouvir. 

- Tenho certa experiência com histórias complicadas, eu não me importaria nem um pouco de ouvir a sua pra variar. - Ela riu baixinho e eu a acompanhei, porque era inevitável. 

- Bem, eu namorava o Finn, pai do Adam, desde o segundo ano. Ele era tão bom na época e eu estava impressionada com ele, a família dele tinha um alto poder aquisitivo, então ele estava sempre tão bem vestido e esbanjando uma vida tão feliz. Hoje em dia eu percebo que estava muito mais deslumbrada com ele e a vida que ele levava do que apaixonada por ele. Isso soa muito ruim, eu sei. 

- Não, eu entendo completamente, fique tranquila. - Eu disse com um sorriso amável e segurei sua mão em cima da mesa, mas logo que percebi o que estava fazendo, soltei. Ela apenas sorriu.  

- No final do terceiro ano, eu descobri que estava grávida, então, desisti dos vestibulares que eu faria em conta disso. Finn levou numa boa até, queria casar comigo e os pais dele nos deram uma casa na Califórnia. Hoje, vejo que foi uma decisão muito ruim. Eu não conhecia ninguém lá e tive que lidar com a gravidez e com o Adam sozinha. Finn ingressou numa faculdade e passava o dia praticamente todo nela. Ele não trabalhava, nem eu, então éramos sustentados pela família dele. A minha família queria que eu ficasse, tinha aceitado minha gravidez tranquilamente, eles são incríveis. Mas eu não conseguia ver isso na época, eu queria ir pro exterior, eu queria ficar com o Finn e eu queria uma vida boa pro Adam, coisa que eu sabia que Finn poderia proporcionar. Por isso briguei com meus pais e fui. Vivemos quatros anos lá... - O garçom chegou com nossas comidas, interrompendo-a. - Obrigada. - Ela disse pro mesmo. Eu também agradeci. - Adam! - Ela gritou e a criança veio correndo quase que imediatamente. - Desculpa, eu falei tanto e só agora percebi. 

- Não se preocupe, eu ainda quero ouvir o resto da história, na verdade. 

- Você é estranha. - Ela brincou, eu apenas ri. O pequeno chegou na mesa e sentou-se ao nosso lado. Ele estava na ponta, enquanto Eliza e eu estávamos uma de frente para a outra. Comemos praticamente em silêncio, vez ou outra Adam nos falava alguma coisa sobre a escola e ele parecia contente em ter mais alguém pra ouvir suas pequenas aventuras. Ele parecia muito confortável com a minha presença agora, pois a timidez tinha se esvaído e eu estava contente com isso. Eliza parecia muito mais relaxada agora e sorria pra mim com frequência, parecia agradecida por eu estar proporcionando bons momentos para o Adam, mas eu estava aproveitando a companhia dos dois muito mais do que eles poderiam imaginar. Ele era tão especial, parecia ter um amor enorme pela Eliza e naquele momento eu percebi o quanto a ligação deles era forte. Os dois nos Estados Unidos, com o Finn sempre ausente, eles eram tudo o que o outro tinha e não deveria ser assim. Então, eu entendi que Eliza não estava incomodada, ela estava triste que Adam não passava tanto tempo com o pai.  Estava triste por sempre ter que lidar com tudo sozinha. Estava triste que no fim, Adam só tinha ela pra contar. Mas eu gostaria que ela soubesse que agora não seria mais assim. Agora ela havia me achado, e eu a tinha de volta, e agora nós duas tínhamos o Adam e ele tinha a nós duas.



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