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História Universo em Desequilíbrio - No mundo da lua


Escrita por: Mallagueta

Capítulo 7 - No mundo da lua



- Hã... Magali? Ih, travou! – Cascão cutucava seu ombro, tentando fazer com que a amiga esboçasse alguma reação e Cebola passava a mão espalmada em frente aos seus olhos, que olhavam vidrados para o monitor sem ao menos piscar.

Será que ela tinha olhado direito? Aquela garota era mesmo o seu duplo? Com aquele visual agressivo? E ainda usando aquele linguajar tão baixo e vulgar? Não, aquilo devia ser um engano.

Até Astronauta estava surpreso ao ver que o duplo da Magali tinha uma personalidade tão diferente. Aquilo ia contra sua teoria de que as pessoas mantinham suas personalidades nos mundos paralelos.

- Eu heim... aquela Magali me deu maior medo! – Cebola também tinha ficado chocado ao ver o outro eu da amiga. Nem a Mônica em dias de TPM era tão assustadora assim! – Olha, se os nossos outros “eus” forem nessa onda, eu tô até com medo de ver como eu sou nesse mundo.
(Cascão) - Rapaz... será que eu tô muito diferente?

Zé Luiz resolveu cutucar o amigo.

- Vai ver você é um engomadinho, sempre limpo, com roupas asseadas, perfumado e o cabelo impecável. Hahaha!
- Credo, vira essa boca pra lá, véi!

Cebola também deu uma risada ao imaginar o Cascão com aparência de mauricinho. Magali pareceu sair do choque.

- Gente, essa aí não pode ser eu. Que loucura!

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As caixas com seus pertences tinham sido colocadas no chão do seu quarto, mas Mônica não quis abri-las. As cenas de minutos antes não saia da sua cabeça e ela não sabia o que fazer e nem o que pensar.

“Elas só podem estar de brincadeira comigo. É isso! Vai ver querem me pregar uma peça! Deve ser algum plano bobo do Cebola que ainda tá de encrenca comigo!” não podia haver outra explicação para o fato das suas amigas estarem tão diferentes e fingirem não conhecê-la. A Magali jamais a chamaria de “vagabunda”. E aquele visual agressivo? Ela não usaria aquele tipo de maquiagem nem em festa do dia das bruxas. O que mais a deixou confusa foi ver que a garota estava com os cabelos curtos e aquilo a fez duvidar seriamente de que era a Magali. Talvez o Cebola tivesse usado uma garota parecida para enganá-la. Era hora de tirar aquilo a limpo.

- Acho que eu vou até a casa do Cebola falar com ele. É isso que eu vou fazer! Aquele ali vai ter que me explicar um monte de coisa!
- Hum... melhor não.
- Heim? – ela virou-se e viu que tinha um homem dentro do seu quarto.

Antes que aquela moça esboçasse alguma reação, Paradoxo achou melhor fazer alguma coisa e acionou seu relógio rapidamente, levando-os para outro lugar pouco antes de ela iniciar um ataque de gritos histéricos.

Mônica gritou de susto por causa daquele homem e depois começou outro ataque de gritaria quando viu tinha sido levada para outro lugar totalmente diferente.

Paradoxo chegou a ficar com medo de ter seus tímpanos estourados com os gritos dela.

- Menina, acalme-se! Eu só quero conversar com você!
- Quem é você? Onde eu estou? O quê? A gente tá na lua? Como? – ela olhou para os lados e ao olhar para o céu, viu a terra flutuando no espaço.
- Sim. Eu trouxe você para evitar que o bairro inteiro escutasse os seus gritos. Agora você poderia, por favor, ficar em silêncio só por alguns minutos?
- Só se você explicar o que tá acontecendo aqui. E como é que a gente tá respirando?
- Claro. Pois bem: você se lembra daquele tornado elétrico que te sugou?
- Lembro.
- Aquele tornado a levou para um universo paralelo.
- Quê?
- Exato. Você está em um mundo paralelo, onde as pessoas são parecidas com as que você conhece, mas tiveram uma vida diferente e agora tem personalidades diferentes. Acho que você já percebeu isso.
- Você tá falando que eu não tô na Terra?
- Não na SUA Terra. Você está em outra versão diferente da Terra que fica em um universo paralelo.
- Não entendi nada!

Levou bastante tempo até que ele a fizesse entender que estava em outro mundo, outra realidade e com outras pessoas.

- Você tá falando que aqueles não são meus pais?
- É como se eles fossem cópias dos seus pais. São parecidos, tem personalidade semelhante, lhe reconhecem como filha, mas não são seus pais originais. O mesmo acontece com seus amigos.
- Se eu estou em um mundo paralelo, cadê a outra eu?
- Ela não existe.
- ???
- Seu duplo morreu poucos dias depois de nascer e é isso que está causando todo esse desequilíbrio porque você está associada a eventos importantes que por não terem acontecido, causaram algumas mudanças que poderão prejudicar o futuro desse planeta. Para resolver esse desequilíbrio, você foi trazida para cá.

Ela se apavorou.

- Então quer dizer que eu não vou mais voltar pra casa?
- Sim, você voltará para sua casa, mas primeiro um duplo seu precisa ser criado e para isso, você deve permanecer aqui por alguns meses e se ajustar a essa realidade. Quando isso acontecer, eu te levarei ao seu mundo de origem.

Apesar de não ter entendido direito, ela ficou aliviada ao saber que havia chances de voltar para seu mundo. Ainda assim era estranho demais ter que viver em um lugar onde as pessoas se pareciam com as que ela conhecia, mas ao mesmo tempo não eram as mesmas pessoas. Confuso demais para sua cabeça. Aquilo fazia mais o estilo do Cebola.

- Não se esforce muito para tentar entender tudo isso. Entenda somente que você precisa ficar, se ajustar a essa realidade e criar uma vida aqui. Quando você foi trazida para cá, esse universo se ajustou a você criando lembranças em seus pais, eventos do seu passado e tudo o que está associado a você.
- Ué, então por que eu não me lembro de nada?
- Vai lembrar à medida que for se ajustando a essa realidade. Quanto mais você for se ajustando a essa realidade, mais essa realidade se ajustará a você e então seu duplo será criado. Deu para entender?
- Acho que sim... mas como eu faço pra me ajustar aqui? Credo, você devia ter visto como minhas amigas ficaram, especialmente a Magali!
- Você precisa encontrar uma forma por si mesma. Não posso te dizer como viver sua vida. Aconselho apenas a criar uma boa vida aqui. Lembre-se de que quando for embora, deixará uma outra você nessa dimensão. Então se certifique de que ela estará bem. É só o que eu posso dizer.
- Isso eu entendi bem...
- Então vamos. Vou levar você de volta para o seu quarto. E que quarto, devo acrescentar!
- E não é? Nossa, fiquei até boba! Meus pais daqui são ricos?
- Sim, muito ricos. Seu pai é o presidente de uma grande multinacional com filiais em vários países e sua mãe é dona de uma joalheria de enorme sucesso. Ela desenha jóias e tem sua própria grife. Você verá mais detalhes à medida que for se ajustando. Divirta-se!

Ele a levou de volta para seu quarto e antes de ir embora, Paradoxo achou melhor lhe dizer algo:

- Só mais uma coisa: Esqueça tudo o que sabe dos seus amigos e comece do zero. Será mais fácil para você. Até mais!

Ao retornar para seu quarto, Mônica ficou mais tranqüila e pode entender por que tudo estava tão diferente. Pelo menos não era nenhuma armadilha de algum vilão ou coisa parecida. Tudo o que ela precisava fazer era se ajustar aquela realidade, seja lá o que isso quer dizer.

Já mais calma, ela resolveu arrumar suas coisas para deixar tudo em ordem e também na esperança de descobrir mais um pouco sobre si mesma e sua família naquele mundo.

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- Ô Magali, você não vai ficar bolada o dia inteiro, vai? Relaxa!
- Claro, é fácil falar já que o seu duplo não é uma aprendiza de delinqüente! Seu Astronauta, as pessoas nos universos paralelos ficam tão diferentes assim?
- Eu achava que não.
- Existem muitas coisas que você acha ser de um jeito e são de outro. – era Paradoxo reaparecendo diante deles novamente, para a irritação do Astronauta. – Esperem, eu tive uma idéia. Vocês podem escolher entre duas opções: assistir a amiga de vocês arrumando suas coisas num eterno tira-bugigangas-das-caixas ou acompanhar um pouco as peripécias dos seus duplos. Aquelas duas mocinhas estão indo falar com eles.

A segunda opção ganhou em disparada e os dois rapazes mal podiam esperar para verem seus duplos naquele mundo. Aquilo poderia ser muito interessante.
 

 



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