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História UnKiss Me - Suga BTS - A Notícia do Ano


Escrita por: Kesey_ecc

Capítulo 20 - A Notícia do Ano


Fanfic / Fanfiction UnKiss Me - Suga BTS - A Notícia do Ano

Dou mais alguns cliques no computador e rapidamente pego meu celular sobre meu colo pra anotar mais algumas palavras que poderiam me ajudar em alguma letra de musica no futuro... nunca se sabe. Problemas familiares, sociais e uma bela dor de cotovelo pareciam ser a fórmula perfeita para a inspiração. Acho que nunca fui capaz de escrever tanto quanto estava escrevendo ultimamente. Eram letras pessoais e que talvez nunca fossem sair do papel, mas que ainda assim eram minha terapia.

- Yoongi... aquela garota ta ai de novo – Helena entra no estúdio sem bater na porta.

- Que garota?

- Aquela patricinha que não larga do seu pé agora – vendo que eu não estava dando a menor importância ela se esforça pra completar – Yonsue? Yoonji? Yoon-he?

- Fala pra ela entrar, por favor – respondo sem desviar meu olhar da tela na minha frente.

- Pra almoçar você não tem tempo, mas pra receber essazinha você para tudo né?

Franzo o cenho mesmo que Helena não esteja vendo meu rosto completamente. O que era aquilo? Só faltava agora Helena tomando dores inexistentes da Julia. Qual é cara! Eu obviamente não respondo nenhuma provocação e nem me deixo abalar a ponto de me desconcentrar do meu trabalho, só ouço ela sair pisando duro. 

Minutos depois sinto mãos nos meus ombros, me chacoalhando levemente.

- Você realmente não vai sair desse estúdio hoje? – Yoon-he pergunta.

- Acho que vou ter que colocar uma tranca nessa porta e uma placa de “nunca perturbe”, vocês não sabem o quanto essas interrupções atrapalham cara.

- Mas se deixar você vai acabar virando um esqueleto aqui. Ficar horas a fio também não vai te ajudar em nada.

- Eu já comi hoje – aponto pro pote de macarrão instantâneo ainda em cima da estante.

- Isso é patético Min Yoongi e você sabe.

- Isso é normal Yoon-he e você também faz... todo mundo faz. Quem aqui nesse país não é um workaholic?

- Pessoas que sabem o que é a luz do sol – mais uma vez estou prestes a ignorar aquele papo chato – vem por favor... sai daqui um segundo, a gente janta em silêncio e você volta pra cá como se nada tivesse acontecido. Só dá um descanso pros seus olhos e sua cabeça um instante.

- Por que essa insistência? – reviro os olhos e inclino a cabeça pra trás, finalmente a encarando.

- Quero te contar umas coisinhas.

- Eu sabia que essa história de silêncio era mentira. Você não tem amiguinhas pra ficar fofocando não?

- Nenhuma igual a você.

Ela sorri abertamente e eu sabia que não conseguiria me livrar dessa. Não estava compondo nada especifico pelo menos, não iria interromper nada muito importante. Do contrario ela saberia que não era nem pra chegar perto. Quando balanço a cabeça em negativa Yoon-he entende que eu estava concordando.

(...)

- Você só pode ta brincando comigo, não é?  - falo incrédulo.

- Qual o problema? – ela para com a bolsa pendurada em um braço, prestes a entrar no restaurante.

O táxi já cantava pneus indo embora e eu olhava estagnado, querendo matá-la. Yoon-he e esses seus programas mais furados do que peneira.

- Eu não frequento mais esses restaurantes de granfino. Detesto lugares assim, detestava antes e odeio agora. Não vou entrar ai.

- A comida é ótima e eu vou pagar, o lugar é o de menos – tenta puxar minha mão, mas eu continuo imóvel.

- Todo mundo vai ficar olhando minha roupa e achando que você ta fazendo caridade pra um morador de rua.

- Desde quando você liga? 

- Desde sempre. Não quero ninguém me olhando e me medindo pelo o que eu visto. Odeio esse tipo de gente.

- Eu quero que essas pessoas se danem... vou aproveitar uma noite agradável e um jantar gostoso com o meu melhor amigo.

Me puxa mais uma vez e aos trancos nós entramos no restaurante 60 mil estrelas já atraindo olhares. O recepcionista nos encara de canto, torcendo o nariz em minha direção. Era uma garota linda modelo de capa de revista acompanhada de um pé-rapado estranho com cabelos bagunçados. Mesmo assim o cara não se recusa a nos atender depois que dizemos nossos nomes. Somos levados a uma mesa para dois no canto dos não fumantes. Esse era um daqueles restaurantes internacionais, então tinha uns 300 talheres pra cada pessoa e um monte de gente engomadinha falando inglês mesmo que todo mundo fosse coreano ali. Saber meu nome não mudava em nada o tratamento recebido, então antes de nos deixar sozinhos o recepcionista me lança mais um olhar de nojo, um olhar que poderia facilmente ser traduzido como “esse ai é o Min estragado, aquele renegado marginal”.

- Você não vai relaxar mesmo? – pergunta colocando um guardanapo sobre o colo e me dirigindo um olhar divertido.

- Podia ser qualquer lugar cara, qualquer barraquinha em qualquer esquina...

- Aqui eles servem a sua carne preferida do jeito que você gosta. Esqueceu?

- Meu prato preferido mudou – dou de ombros, mais emburrado e sério do que nunca. Meu prato preferido agora era feito por uma certa menininha.

Yoon-he muda de estratégia, apenas olha o menu com calma, aproveita os petiscos da mesa, toma uma água, chama o garçom e faz os pedidos por nós dois. Enquanto ela esbanjava graça e leveza, eu podia notar sussurros e olhares sobre mim. Minhas roupas, minha aparência, meus modos, meu semblante, meu porte, tudo era minimamente analisado e julgado insuficiente para aquele ambiente. Eu só rezava para não ser reconhecido tão cedo.

- Trabalhando no que recentemente?

- Em maneiras de te matar bem devagar – respondo abrindo um sorriso irônico e sem graça.

- Aposto que não teria coragem de me fazer mal nenhum – apóia o queixo sobre as mãos entrelaçadas.

- Isso é um desafio? Eu quero muito entrar nessa aposta.

- Ladra mais não morde.

- Não mordo mesmo. Se fosse pra ser um cão eu seria um cão do inferno – me inclino levemente pra frente, falando baixo no que era pra ser um tom ameaçador - Não perderia meu tempo ladrando e mordendo ninguém, eu te arrastaria pro buraco comigo.

Na cadeira a minha frente ela recua endireitando o tronco e ruborizando notavelmente, desviando o olhar para o guardanapo sobre seu colo. Ta... aquela não era a reação que eu esperava! Porque a garota estava com vergonha?

- O que foi? – pergunto sem entender nada.

- Você não lembra?

- Lembro do que?

- A gente teve uma conversa parecida com essa que acabou resultando na nossa primeira vez... – agora ela estava mais vermelha que uma salada de tomate com pimentão e ketchup.

Puxo na memória qualquer coisa relacionada aquele acontecimento. Não lembrava de nada com tantos detalhes assim, principalmente do que rolou antes... tinha uma lembrança forte dos cinco minutos constrangedores e intensos, mas antes? Me conhecendo e sabendo o quanto era previsível, era bem minha cara mesmo transar pela primeira vez só porque não gostava de ser “desafiado”

- Eu sou patético – solto uma risada compartilhando seu constrangimento e finalmente relaxando.

- E eu que não posso nem colocar a culpa em você? – ri também, escondendo as bochechas com o guardanapo de linho – Entrei nesse papinho furado de “não me desafie” porque eu quis mesmo.

Essa lembrança desencadeou outra... e mais outra... e mais um monte de outras que acabamos discutindo durante o jantar. Yoon-he ria alto e sem pudor, sem se preocupar se estava sendo vista comigo completamente desarrumado e fora daquela sociedade. Na verdade, ela parecia adorar a atenção que recebia, ainda mais quando era vista ao meu lado. Sei lá, pode ser impressão, mas ela gostava mesmo de me exibir por ai. O porquê era um mistério. Eu nunca fui o cara mais bonito, charmoso ou inteligente de nenhum lugar, muito menos rico. 

- Mas daquela vez o cara mereceu – retruco colocando os talheres de lado – Além de dar em cima de você ele ainda achou que era melhor do que eu.

- Precisava jogar o cara na piscina daquela festa aos socos?

- Você era minha namorada, ele te desrespeitou. Eu tinha que defender sua honra.

- A minha honra... sei – diz irônica, tomando um último gole de vinho – Não sei se foi corajoso ou estúpido da sua parte. O garoto era maior que você, como conseguiu derrubá-lo?

- Bebida é tipo meu espinafre. Eu tomo e viro o popeye – dou de ombros fazendo-a rir novamente e chamar o garçom pedindo a conta.

Yoon-he prontamente paga a conta alegando que tinha sido ela a me chamar para o jantar e que da próxima vez eu poderia pagar. Não sei se a troca era muito justa, já que eu jamais a levaria pra um restaurante como aquele outra vez, mas como aquilo era um costume eu não iria contestar. Apenas me apresso em me levantar para sair dali o mais rápido possível, já tinha me exposto demais. Na pressa acabo esbarrando em alguém assim que saio da cadeira.

- Me desculpe – digo imediatamente e o homem se vira pra mim com a cara fechada.

- Papai? – Yoon-he o chama surpresa e minha cabeça já soa o alarme “vai começar” – O que faz aqui?

- Reunião de negócios com o representante Min – o pai dela aponta para seu ombro esquerdo, dando-me a visão do rapaz a seu lado.

- Kyu... é claro! – murmuro pra mim mesmo encarando o olhar sentenciador do meu irmão.

- Dando comida aos pobres Yoon-he? Tem caridade melhor pra fazer por ai – meu irmão ironiza.

A cada novo encontro estava cada vez mais difícil não deixar de lado de vez que ele era o mais velho e eu deveria respeitá-lo. Ao meu lado a garota veste seu semblante frio e cortante para responder:

- Se soubesse do compositor de sucesso que seu irmão é jamais falaria isso.

- Aquela musica? Uma em um milhão e em um mês já esquecida – coloca as mãos no bolso da calça de linho e com vinco – Acha que eu não sei do que você faz por ai? Tenho que ficar de olho pra que nosso nome não seja ainda mais arrastado na lama. Quando vou deixar de ser sua babá hein Yoongi?

- Só por mais um tempo. Eu prometo Kyu... só fica de olho mais um tempinho e você vai ser o primeiro a testemunhar meu triunfo – sorrio abertamente – Quero que seja meu convidado de honra.

Meu irmão não responde, sua única reação é trincar o maxilar.

- Eu já não disse que não te quero andando com ele? – o pai dela atravessa a conversa com uma bronca de colegial que ele nunca tinha imposto quando éramos mais novos.

Antes ele queria até planejar nosso casamento. Agora sua filha não podia mais andar comigo.

- Isso é ridículo papai – Yoon-he responde paciente – Eu já te expliquei toda a situação.

- A situação que você vê não condiz com a realidade em que vivemos. Não quero você sendo vista com esse garoto problemático. Eu trabalho pro Senhor Min a anos e não quero a confiança que ele tem em mim posta em xeque por causa dessa sua amizade infantil.

- Não é uma amizade infantil. Você disse que entendia quando nós conversamos pai, agora só porque Kyu está aqui você está querendo impor essas coisas sem sentido?

O Senhor Tae-sang arregala os olhos, sem acreditar que a filha fosse capaz de expor seu pequeno segredinho na frente do patrão mais novo. Eu queria rir, mas aquilo só agravaria ainda mais a situação e eu não queria mais problemas com a polícia. A corda arrebentaria pro lado mais fraco e pobre dali. Com certeza iriam me acusar de vândalo que estava causando tumultuo querendo jantar de graça. Sendo honesto, eu não queria mais conflitos com a minha família ou qualquer outro conhecido daquele meio social do meu pai, eu queria era provar pra todo mundo do meu próprio jeito que estavam todos errados. Ai sim eu poderia olhar todos eles com a cabeça erguida, como aquele recepcionista me olhou.

- Não ponha besteiras na minha boca... – o velho diz sem convicção.

- Você já deve ter encontrado outros caras bem mais ricos pra ocupar seu tempo Yoon – Kyu franze o cenho – Alguém interessante que te dê segurança pro resto da vida, não um amiguinho idiota que você tem que bancar num jantar tão caro.

- Eu não me importo em bancar Min Yoongi, sua companhia é bem mais valiosa do que as coisas que o seu dinheiro compra.

- Pra que se dar ao trabalho e levar isso a diante Yoon-he? O que meu irmão pode te...

Ela o interrompe pegando o prato de cima da mesa e joga em Kyu? Não, radical demais. Ela derruba tudo que está em cima da mesa, chamando a atenção de todos com sua histeria? Não, Yoon-he tinha classe e jamais faria isso. Contra todas as possibilidades e tudo que poderia acontecer a garota simplesmente faz meu irmão emudecer me tascando um beijo

Não era nenhum beijo desentupidor de pia, super apaixonado e cheio de saliva. Era um choque de lábios bem demorado e duro. Ela mantinha os olhos apertados enquanto os meus estavam arregalados, sentindo toda a atenção do restaurante nas minhas costas e nas minhas bochechas. "Meu Deus! A modelo bonitona estava beijando aquele mendigo? Na frente de todo mundo? Aquilo era uma pouca vergonha, um desrespeito pra sociedade". Sério, dava pra ouvir os gritos nos pensamentos de cada um que estavam boquiabertos pela cena que protagonizávamos. Um simples beijo poderia ser mais alarmante do que um splash de copo d’água como da ultima vez. Ao nos separarmos Tae-sang pergunta bem baixo:

- Ficou maluca? Ta querendo dizer o que com isso?

- O que o senhor viu papai. 

- Isso aqui é um jantar de noivado por acaso? – meu irmão pergunta debochado – Faz de conta que vocês vão se casar.

- Claro que vamos – Yoon-he responde segurando meu braço.

Eu simplesmente franzo o cenho olhando atentamente pra expressão dos três ali. Yoon-he sorrindo, meu irmão desafiador esperando ouvir um “bazinga” e o velho Tae-sang completamente indignado ao imaginar seu contrato de anos com a empresa do meu pai voando pela janela.

- Definitivamente você errou em alguma coisa Tae-sang – Kyu nos dá as costas fingindo desapontamento, o que faz o velho segui-lo apressado para desfazer o “mal entendido”.

Os dois somem das nossas vistas ao iniciarem uma conversa nada animada, mas muito fervorosa da parte do pai da Yoon-he. Ele queria muito desmentir tudo o mais rápido possível.

- Tá... agora você se entende comigo – arqueio a sobrancelha chamando a atenção dela – Você ficou louca mesmo? Porque fez isso?

- Foi a única ideia que eu tive pra fazê-los calar a boca – ri divertida.

- Essa “noticia” vai se espalhar mais rápido do que a separação do Brad Pitt e da Angelina Jolie no seu circulo social.

- Não exagera Yoongi, não somos tão valiosos assim. Sua separação com a Julia saiu bem mais caro do que essa bobagem aqui.

A única herdeira de Lee Byung-Hun divorciada e impedida novamente. Aquilo quase foi manchete de jornal.

- Tá, mas da próxima vez tenta me defender como uma pessoa normal. Quebra um copo ou molha o meu irmão, ele fica muito puto quando isso acontece – dou risada.

De braços dados nos dirigimos a saída do restaurante e por incrível que pareça eu não estava abalado ou borbulhando de raiva pelo encontro com meu irmão. Aceno um “tchauzinho” irônico meio “bitch I’m the boss”  pro recepcionista antes de deixar o lugar, já ficando inspirado pra mais algumas linhas do que poderiam vir a ser canções um dia.


Notas Finais


Voltei ^^
Obrigada todos por esperarem e terem paciência comigo. Valeu a pena porque eu passei em tudo sem problemas. Aleluia! *-*
Espero que gostem do capítulo, mesmo sem Julinha. Vou tentar fechar o ano com um capítulo ótimo de UKM pra vocês.

FELIZ NATAL e muito amor pra todas vocês e suas famílias. <3333333333


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