História UNKNOWN 》Camren (G!P) - Can you sleep with me?

Camila estava encolhida próximo a um sofá velho, de costas para nós. Em mãos ela tinha uma moldura com uma foto que não consegui identificar quem quer que estivesse nela, mas, tive uma ideia quando a ouvi cantar baixinho.

Father, I'm gonna say thank you

Even if I'm still hurt

Oh, I'm gonna say bless you

I wanna mean those words

(Pai, eu vou te agradecer

Mesmo que ainda machuque

Oh, eu irei dizer: "Abençoado seja você"

Eu quero dizer essas palavras)

A cada nota entoada por ela, meu coração se apertava ao perceber que, a medida em que as notas iam saindo, sua voz ficava cada vez mais embargada.

Always wished you the best

I, I prayed for your peace

Even if you started this

This whole war in me

(Eu sempre quis o melhor para você

Eu, eu rezei pela sua paz

Mesmo que você tenha começado

Toda essa guerra em mim)

You did your best or did you?

Sometimes I think I hate you

I'm sorry, dad, for feelin' this

I can't believe I'm sayin' it

I know you were a troubled man

I know you never got the chance

To be yourself, to be your best

I hope that Heaven's given you

A second chance

(Você deu seu melhor, não deu?

Às vezes eu penso que odeio você

Me perdoe, pai, por sentir isso

Eu não acredito que estou dizendo isso

Eu sei que você era um homem problemático

Eu sei que você nunca teve a chance

De ser você, dar o seu melhor

Eu espero que o céu tenha te dado

Uma segunda chance)

Ela não conseguiu terminar a música por conta do choro. E aquele ponto eu já estava com os olhos piores do que um rio em maré alta.

Troquei um olhar com Shawn, e fiz um sinal para ele esperar. Então, lentamente caminhei até o sofá, e sentei levemente ao seu lado, vendo Camila ter um susto devido aos olhos que antes se encontravam fechados.

— Lauren? O que você... - A interrompi.

— Hey, sem perguntas, você tem que voltar pra casa. - Falei.

— Você por acaso não acha que eu tentei? - Ela perguntou limpando algumas lágrimas que insistiam em cair. - A porta dessa droga estava fechada por fora. - Apontou a porta com a mão.

— Você não veio aqui sozinha? - Perguntei com o cenho franzido. - E se queria sair, por que não ligou pra alguém?

— Eu vim com o Austin, eu queria passar um tempo aqui, mas dessa vez, não queria vir sozinha, se eu cometesse a idiotice de errar o caminho, ele estaria comigo, mas ele foi embora depois de termos brigado, e me trancou aqui. - Fez uma pausa. - Eu não estou com meu celular, devo ter perdido, ou o Austin levou.

— Mas você não estava com o celular quando me disse todas aquelas coisas? - Perguntei com a cabeça baixa e brincando com meus dedos.

— Me perdoa, Lauren... Eu fui uma idiota. - Ela falou e a ouvi soluçar. - Eu juro que nunca mais vou obedecer o Austin e...

— Aquele resto de aborto te mandou fazer aquilo? Mila, por que? - Shawn interrompeu, e só aí Camila o percebeu ali.

— Eu não lembro, Shawn... Eu só lembro que saí com ele, ele me pagou uma bebida, eu mandei aquilo pra Lauren depois de estar bem alterada, então apaguei e amanheci na casa da Marielle. Chamei o Austin pra cá, brigamos e deu nisso... Desculpa, Lauren, eu realmente...

Não deixei ela terminar e a puxei para um abraço, entrelaçando meus braços em sua cintura, a sentindo envolver seus pequenos braços em meu pescoço. O abraço dela era a melhor coisa do mundo, vou lembrar de fazer isso mais vezes.

Mas logo ela se afastou.

- O que foi? - Perguntei confusa.

— Você mora em Nova York, Lauren. - Falou como se tivesse descoberto a América.

- Sim, por que?

— VOCÊ VEIO DE LÁ SÓ PRA ME ACHAR? - Ela perguntou em tom alto arregalando os olhos.

— Estou aqui, não estou? - Perguntei me contendo pra não rir da sua cara de espanto.

— Você é louca, mas obrigada, Laur. Obrigada mesmo. - Ela falou deixando a cabeça na curva do meu pescoço.

Depois de um tempo grudada em mim, Camila se soltou do longo abraço e fez o mesmo com Shawn, que tinha um sorriso de alívio estampado em seu rosto.

— Você vai terminar com ele, não é? - Ele perguntou quando desfez o abraço.

— Como terminar algo que nem sequer começou?

— Mas você não amava ele? - Perguntei visivelmente confusa.

— Meu pai sempre quis que eu namorasse o Austin, por causa que nossas empresas são sócias, e ele era amigo do pai de Austin. Então tentei me convencer de que o amava, não queria decepcionar meu pai. - Falou triste.

— Camila... - Me aproximei. - Eu tenho certeza de que seu pai iria querer que você seguisse seu coração, mesmo que o dono dele não viesse a ser aquele que ele te indicou. - Sorriu e eu retribui.

— Vamos voltar, minha mãe deve estar em prantos. - Riu levemente.

— Só um pouco, talvez muito. - Shawn disse.

Saímos da casa em direção ao carro, e fiz questão de ir no banco de trás junto com Camila.

— Onde você vai ficar? - Ela perguntou e deitou sua cabeça em meu ombro.

— Uh, em um hotel, só vou passar em Dinah pra pegar minha mala e a Normani e...

— Nem pense nisso, você vai ficar na minha casa, e quem é Normani?

— É a minha melhor amiga, ela veio comigo ou meus pais não deixariam eu vir, eles são muito protetores. - Suspirei. - Mas acho que logo irei voltar, talvez amanhã mesmo pra Nova York, já que você está bem. Só trouxe um mala por precaução.

- Não mesmo, você veio até aqui só pra me encontrar, agora tem o direito de curtir um pouco - Fiz cara de dúvida. - Por favor, vai Laur. - Fez biquinho.

— Tudo bem. - Rolei os olhos.

- Yaaaay - Sorriu com a língua entre os dentes. - Agora liga pra Normani e manda ela avisar a Dinah que já estou bem.

Liguei pra Normani e um tempo depois já estávamos em frente a casa de Dinah, e a mesma se encontrava andando de um lado para o outro, visivelmente nervosa, com Normani tentando acalmá-la, o que era um esforço inútil, pois assim que viu Camila saiu correndo em direção a melhor amiga.

— Meu Deus, Camila. - Perguntou olhando pra ela checando se não havia se machucado. - Nunca mais faça isso comigo, sua idiota. - Falou abraçando a menor.

— Tudo bem, Dinah, você está me sufocando. - Camila disse gargalhando e Dinah a soltou.

— Onde a encontrou, Lauren? - Direcionou o olhar a mim.

— Na fazenda que era do pai dela, ela estava presa lá, longa história. - Falei.

— Quero saber tudo depois. - Me abraçou. - Obrigada, Lauren.

— Agradeça ao Shawn, ele que teve a ideia do lugar. - Falei sorrindo. Ela o abraçou e vi Camila sorrindo com a cena e logo em seguida direcionando o sorriso para mim.

[...]

Depois de um tempo, voltamos pra casa de Camila e, claramente, Sinu surtou ao ver a filha e a encheu de perguntas, me agradecendo e fazendo o mesmo com Shawn que voltou pra casa minutos depois.

Estávamos vendo um filme na sala, quando Camila se pronunciou.

— Uh... Tem dois quartos de hóspedes, ou vocês preferem dormir juntas? - Camila perguntou a mim e a Normani. Antes que eu pudesse abrir a boca pra falar, Normani respondeu.

— Estou cansada, hoje não vou aguentar ouvir os roncos da Lauren. - Falou, fazendo Camila gargalhar.

— Eu não ronco. - Falei fingindo estar indignada.

— Vou fingir que não. - Normani falou e eu bufei.

— Então vamos dormir, estou morta. - Concordamos. - Venham, vou mostrar os quartos de vocês. - Falou se levantando e nós fizemos o mesmo.

Ela levou Normani até seu quarto, e me mostrou o meu, mas antes que eu abrisse a porta, ela me chamou.

— Lauren.

— Sim? - Falei com a mão na maçaneta.

— Dorme comigo? - Perguntou e vi seu rosto ruborizar. Sorri.

— E sua mãe? - Perguntei.

- Ela não liga... Você vem?

—Vamos. - Ela pegou minha mão e me puxou para o seu quarto.

Logo nos deitamos, e ela encostou sua cabeça em meu peito.

— Boa noite, Laur. - Falou.

- Boa noite, Camila. — Beijei sua testa, e não demorou muito para o sono, finalmente, nos pegar.