História Unknown Dimension - Liian nuori karsia

 P.O.V's Castiel.

 Os dias vão passando e ninguém tem notícias da Angel. A polícia não consegue  achar provas de onde ela possa estar.

 Encostado no armário, não disfarço que estou encarando Nevra, nos primeiros dias em que Angel sumiu ele não apareceu na escola e nem ao menos parece estar preocupado.

 - Castiel? Castiel, está me ouvindo?

 Assusto-me e viro para ver quem é: Priya.

 - O que foi?

 - Calma, estou te chamando a horas e você não escuta. Está me evitando? - Olho para ela e ela cruza os braços.

 - Não. Eu só... Estava pensando.

 - Vocês vão encontrá-la - ela diz e põe uma de suas mãos em meu ombro.

 - Faz mais de uma semana, Priya. Não sei se ainda devo... Por que eu me importo?! - Viro-me e transfiro um soco no armário, vários alunos olham em minha direção.

 - Por que você a ama, Castiel. Você não pode negar isto, por mais que queira.

 Abaixo o olhar.

 - Foi raiva e ódio apenas no momento - ela continua dizendo. - Sabe que estou certa.

 Priya e eu nos conhecemos desde muito tempo, há dois dias foi transferida para Sweet Amoris.

 - Talvez.

 Um ruído estridente sai das caixas de som da escola, a diretora convoca os alunos até o ginásio.

 - Que droga. - Murmuro e sigo ao lado de Priya até o ginásio.

 Assim que todos chegam, a diretora começa a falar.

 - Bom jovens, vocês sabem que a alguns dias atrás uma de nossas alunas sumiu e os pais nem policiais a encontraram ainda - ela suspira. - Todos esperamos que ela esteja bem.

 A diretora lança um olhar preocupado para mim, que estou ao lado de Lysandre e Priya, retribuo esse olhar.

 - Está passando em todos os noticiários do país o desaparecimento dela, Angel Lidenbergh - ouve um burburinho de alunos assustados, mas logo se calaram. - Não sabemos se ela está viva ou morta, só sabemos que devemos nosso apoio ao pai desta menina e as pessoas próxima a ela. - Mais uma vez ela direcionou o olhar a mim.

 - Se já faz mais de uma semana que ela está desaparecida, provavelmente está morta - ouço alguém sussurrar atrás de mim, viro para trás e vejo que Li e Charlotte estão conversando.

 - Calem a boca, ela não está morta! - Ergui minha voz ao falar, todos olharam para mim, mas isso não importa, não quero por na cabeça que Angel está morta.

 - Encare a realidade, Castiel - Debrah põe as mãos nos ombros das duas garotas, elas recuam com cara de nojo.

 - Não é a realidade, Debrah. Angel está viva!

 - Você por acaso tem provas disso? Tem?! Me desculpe, gatinho, mas sua namorada não deve mais existir aqui.

 - Não me chame assim!

 P.O.V's Nevra.

 - Calem a boca! - A diretora grita. - Não temos certeza de nada.

 Humanos tolos, é óbvio que ela está viva, só que ninguém sabe.

 - Estão liberados mais cedo hoje. Agora.

 P.O.V's Castiel.

 Nunca havia sentido tanta raiva da Debrah quanto agora, o ginásio foi esvaziando e só ficou Debrah, Lysandre, Rosalya, Priya e eu.

 - Sai daqui, piranha - Rosalya disse com cara de nojo.

 - Desculpe, mas a escola é pública para os alunos e os incomodados que se retirem.

 Peguei o braço de Lysandre e Rosalya e os puxei para fora do ginásio, Priya veio logo atrás.

 - Os incomodados se retiraram, vadia - Priya diz baixo, rimos.

 - Castiel, não dê ouvidos a Debrah - Lysandre diz e põe uma das mãos em meu ombro.

 - Não darei.

 - Melhor irmos para casa - Priya diz, Lysandre retira a mão de meu ombro. - Vai ficar tudo bem.

 E inesperadamente recebo um abraço dela, sinto seu perfume e por algum motivo lembro-me de Angel, retribuo o abraço e enterro a cabeça em seu ombro, chorando.

 - Calma... - Ela desliza as mãos suavemente pelas minhas costas, a aperto.

 Ela quase some em meu abraço por ser menor que eu, mas isso não importa.

 - Melhor irmos, fique bem - ela me afasta e enxuga minhas lágrimas com o dedo.

 - Obrigado - e saio sem dizer mais nada.

 Vou andando até minha casa, não demora muito até chegar lá e quando abro a porta de casa fico surpreso com o que vejo.

 Minha mãe e meu pai.

 Eles vem até eu e me abraçam os dois juntos.

 - Ai, estou sufocando - digo e eles me soltam.

 - Desculpa Cassy, vimos a reportagem...

 - Que reportagem? - Retiro a mochila das costas e a coloco no chão.

 - Angel... Estávamos no aeroporto daqui já quando vimos na TV - minha mãe diz.

 Entro e vou indo em direção ao quarto.

 - É, pois é...

 Me jogo na cama e respiro fundo, não queria eles agora, mas eu já sabia que viriam.

 - Cassy... Sinto muito - Valérie senta na minha cama.

 - Eu não posso fazer nada... Ela sumiu um dia depois de... - Parei, ela não precisa saber.

 - De...?

 - Nada.

 - Brigaram?

 - Terminei com ela - derrubei meus braços em cima do rosto.

 - Por que?

 Contei a ela tudo o que houve.

 - Cassy, devia ter pensado antes de fazer...

 - Acha que eu não me arrependo? Mãe, eu tô mais que arrependido, sabe? - Já estava no meio das lágrimas. - Odeio aquele tal Nevra, o Ezarel e eu, principalmente eu!

 - Não diga isso... Você é jovem de mais para sofrer - foi a vez de meu pai dizer.