P.O.V's Castiel.
Abrir os olhos, por que isso se torna tão difícil agora? Eu nunca me imaginei em uma situação dessas, nunca pensei que pudesse ficar tão triste depois de errar e perder. Talvez da próxima vez que eu estiver com raiva ou bravo, seja melhor eu me trancar em um quarto para não fazer besteiras.
Será que um dia vou vê-la?
Peter... Ele anda tão... Isolado, ele não sai do trabalho, isso parece ser uma forma fracassada de distração, observando agora, seus traços estão bem diferentes, ele parece ter envelhecido bastante, cansado e triste.
- Cassy, você vai se atrasar para a aula - minha mãe aparece na porta, encostada na parede.
Não me importaria em me atrasar.
Ela sai fechando a porta atrás de si, faço um imenso esforço e enfim consigo levantar. Tomo um banho e visto qualquer coisa contendo vermelho e preto. Desço e tomo café em silêncio com meus pais, poderia não ter feito isso se eles não estivessem aqui. Arrumo minha mochila e espero mais minutos pra poder sair de casa, não quero chegar cedo de mais.
- Filho, quer que eu te deixe na escola? - Meu pai pergunta depois de um tempo.
- Moto. Tchau.
- Tchau - os dois disseram juntos.
- Boa aula - ouvi minha mãe dizer antes de eu fechar a porta.
-Obrigado... - Sussurro.
Nunca respondo esse tipo de coisa, mas parece que agora é bom tê-los por perto.
Coloco o capacete e subo na moto, logo partindo para a escola.
Assim que chego, vou até Lysandre. Ficar sozinho talvez não seja uma boa ideia.
- Oi - digo assim que fico ao lado dele, ele está concentrado de mais escrevendo no bloco de notas. - Lysandre? Estou falando com você... LYSANDRE!
Por impaciência, gritei atraindo olhares de vários cantos da escola.
- Não grita! - Ele coloca uma das mãos na orelha esquerda. - Quer que eu perca minha audição?
- Então responda quando eu te chamo. - Disse agora em um sussurro alto.
- Eu não percebi você ai, desculpa. Eu estava concentrado nisso - Ele aponta para o bloco, a letra perfeita dele marca no papel a letra de uma música.
Quando comecei a ler, ele fechou o bloco. A única coisa que li foi:
"Ela seguiu em frente,
Não deixando nada para trás,
Olhe nos olhos dela e veja:
O brilho da esperança que nunca se apagou."
- Não está pronta ainda, tenho que fazer alguns ajustes - Ele respira fundo. - Quando terminar eu te mostro.
- Pelo o que li está bom - me encosto no armário ao lado do de Lysandre.
- Valeu. Mas o que você leu foi tudo realmente. O resto era rascunho.
P.O.V's Peter
- Peter, você precisa fazer alguns ajustes no modelo 12 antes de as roupas serem levadas para Londres para o desfile.
Jocelyn diz aparecendo na porta da sala de descanso. A mulher loira de olhos verdes que da em cima de mim toda a hora, mas eu não ligo.
- Tudo bem.
Levanto-me com dificuldade da poltrona e vou até uma das cabines com a modelo jovem de 23 anos, Hannah. Ela tem a pele morena, é magra, tem os olhos cor de mel e cabelo cacheado armado negro que vai até um pouco abaixo dos ombros e usa um vestido desenhado por mim: ele é longo e branco, tem apenas uma manga que é rendada, a saia e o corpete são da seda mais macia, combinou muito com a modelo.
- Onde precisam ser feitos os ajustes? - Pergunto ao pegar uma caixa de alfinetes.
- Na cintura, o vestido fica solto de mais e pesa no corpete - diz a garota, ela ergueu um pouco os braços para que eu pudesse trabalhar ali.
O vestido tem mais de uma camada de seda, são três e realmente pesam no corpete, que já tem peso próprio. Foi um dos meus vestidos aprovados para o desfile de Londres ao lado de mais sete, ao qual mais sete garotas irão para lá.
Não tenho nenhuma vontade de ir à Londres participar disso, sempre foi meu sonho mostrar minhas roupas para o mundo, mas agora tenho coisas mais importantes para resolver, mas óbvio que terei que ir, não vou estragar o sonho de minhas modelos selecionadas, se eu não for, significa desqualificação. Não é um concurso, mas perde a chance de ter as mais famosas mulheres usando suas roupas.
Por mais que eu tente me distrair no trabalho, eu não consigo, minha filha desapareceu e a polícia está fazendo de tudo para encontrá-la, eu teria ajudado se eles tivessem deixado, mas proibiram minha participação para procurar, eu estava começando a ficar doente. Não é fácil deixar um país por tempo indeterminado sabendo que sua filha está desaparecida.
Mas as pessoas não entendem isso, não foram os filhos delas, sequestrados ou que fugiram.
- Pronto. Retire o vestido para que eu possa refazer a costura - peço e saio do local, vou para a sala de descanso e logo depois a menina deixa o vestido na sala comigo.
P.O.V's Castiel.
...
- Poderíamos fazer alguma coisa hoje, quem sabe, pra quebrar um pouco a tensão - diz Rosa um pouco constrangida, dói pra ela também não ter Angel por perto.
Angel, my little Angel...
- Não acho que seja uma boa ideia, Rosa - Lysandre toca gentilmente o braço da amiga, que abaixa o olhar, preocupada e triste.
- Eu acho que seja, sim. Qual é, se distraiam um pouco... - Priya diz. - Sei que não é fácil.
- Você não entende... - Lysandre diz e direciona o olhar para mim, como se tivesse me indicando.
- Lógico que entendo - Priya olha pra mim.
- Está tudo bem. Acho que sair seja uma boa ideia.
De canto, vi o sorriso doce de Priya se abrir e Rosa erguer a cabeça.
- Você vai? - Rosa pergunta à Lysandre, ele hesita, mas aceita o convite.
O sinal havia tocado fazia 5 minutos, os alunos ainda saíam de suas salas.
- Ás quinze para às três na frente do shopping? - Priya pergunta e todos assentimos, Rosa e Lysandre saíram primeiro. Ergui a cabeça e fechei os olhos
Senti mãos envolveram meu pescoço, abri meus olhos e Priya estava com um sorriso doce do rosto.
- Eu quero o melhor pra você, quero que fique bem.
- Eu vou ficar.
Ela me envolve ainda mais, seus dedos acariciando minha nuca e nossos corpos muito próximos, automaticamente minhas mãos foram parar na cintura dela. Seu rosto se aproximou ainda mais, pouco antes de nossos lábios se encontrarem, eu me afastei.
- Eu não posso fazer isto de novo, desculpe...
Segui em direção a minha moto e fui pra casa. Angel não pode ver, mas tudo o que está acontecendo agora parece... Castigo.
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