História Unknown Dimension - "Ela vai morrer"

Abro os olhos e vejo que Ezarel está ao meu lado, sinto o gosto amargo na boca e decifro como se ele tivesse me dado algum remédio ou poção.

- Acordou, até que enfim - ele diz olhando para as coisas ao lado da cama, um pequeno recipiente transparente com um pouco de líquido azul claro e um pano provavelmente úmido.

- O que aconteceu comigo? - Pergunto lembrando de poucas coisas antes de ver apenas a escuridão.

- Não sei, cheguei aqui à alguns minutos, chamei você e não houve resposta.

A voz da minha mãe invadiu minha cabeça, fazendo com que todos os pelos de meu corpo se arrepiassem. Coloco a mão no pingente de fênix e fecho os olhos com força, tentando alcançar a voz distante.

Sem resposta.

Levanto da cama cambaleando e sigo para a porta ignorando a voz de Ezarel o qual pede para que eu fique deitada.

- Miiko! - Grito no meio da sala de portas, minha voz faz eco no lugar inteiro.

- O que foi? Você está bem? - Ouço sua voz em tom elevado, vindo de um andar acima, da biblioteca, subo correndo os poucos degraus de uma escada larga e entro no local cheio de livros.

- Aylee...Aylee está viva, ela precisa de ajuda.

P.OV's Castiel

A chuva não para de cair do céu já faz três dias, o sol desapareceu por detrás das nuvens cinzentas, as férias do meio de ano chegou junto com uma frente fria não muito comum por esses meses. Os policiais não tem dado notícias sobre a procura por Angel, por mais que fizéssemos de tudo, não havia respostas. Parece que ela foi abduzida por alienígenas já que não há nenhuma pista de sequestro ou coisa do tipo. Fui investigado também, por ter sido suspeita já que tivemos uma briga antes de ela desaparecer, mas não puderam provar nada.

A polícia checou os aeroportos e rodoviárias, caso ela tenha fugido ou algo do tipo. Nenhum registro, Angel não seria o tipo de garota que faria uma identidade falsa e sairia do país, ainda por cima deixando o pai para trás. Já faz três meses e o pai de Angel já pensa em deixar o caso como se ela estivesse morta, eu fui contra, mas não posso fazer nada se é isso que ele quer fazer. Ele apenas estará deixando para trás algo muito precioso, tenho ficado mais em casa, nem ensaio mais com Lysandre que insiste em me arrastar para fora de casa, já que normalmente sou eu quem faço isso com ele.

- Aqui, filho - minha mãe me entrega uma caneca com café quente.

- Não quero.

- Beba e se acalme, você anda estressado ultimamente.

Levo a caneca até a boca e bebo um gole do café que queima minha boca por dentro, faço uma careta e a coloco na escrivaninha, levanto e ando até a janela do quarto, puxo a cortina para o lado e observo a chuva cair, criando rasas poças de água e em alguns lugares no chão o rastro de gasolina  - que eu costumava a acreditar, quando criança, que um arco-íris havia despencado do céu e havia ficado marcado no chão - dos carros que ficam parados muito tempo no mesmo lugar.

-Ele vai mesmo dar a filha como morta? - minha mãe pergunta sentando em minha cama, olhando o pouco reflexo no vidro da janela, percebo que o meu cabelo cresceu mais e a coloração vermelha está deixando meu cabelo, ficando meio alaranjado.

- E ele tem motivos pra continuar a investigação? Ela sumiu, desapareceu, e se foi sequestrada provavelmente está realmente morta - respiro fundo. - Eles não a deixariam na rua em qualquer lugar já que ela seria capaz de reportar à polícia.

Ela dá de ombros.

- Talvez. E se foi isso, Castiel, você tem que superar, você tem que seguir em frente - ela levanta, fica próxima a mim e coloca uma de suas mãos em meu ombro esquerdo. - Você não pode ficar preso a uma pessoa que te deixou. Isso só vai te machucar.

- Eu a deixei primeiro mãe, eu. Você sabe como é lembrar de algum momento bom e depois cair na realidade de que isso jamais vai acontecer novamente? - Viro-me para ela, meus olhos já vermelhos segurando as lágrimas.

- Eu não sei, filho. Nunca passei por isso, infelizmente não posso entender se é isso que quer dizer...

Ela deixa o quarto e eu me jogo na cama, sinto uma lágrima quente escorrer pelo meu rosto e apenas deixo isso acontecer.

P.O.V'S Angel

Miiko gritou pelo meu nome e pelo dos outros, fui correndo até a sala de portas, Alma estava no chão, pálida e desacordada, algumas outras mechas de seu cabelo ficaram prata. Meu coração se apertou no peito, ela está com a cabeça no colo de Miiko, enquanto a mesma acaricia seus cabelos desesperadamente como se Alma fosse sua irmã.

...

- Chegou a hora, não podemos esperar mais, ela vai morrer se você não tomar uma decisão, Miiko!